30 de julho de 2007

Noites de Jazz regressam ao “Mar Alto”

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A ambiência dos clubes nocturnos regressa à Nazaré com a iniciativa Jazz no Mar Alto, organizado no Círculo Cultural Mar Alto, de 1 a 12 de Agosto.

Do programa, destaque para o espectáculo inicial, a cargo do guitarrista Miguel Martins, ao lado de Carlos Barretto e de José Salgueiro. O trio apresenta “Kaleidoscópio”, álbum gravado no início deste ano, com temas originais na onda do free jazz, com influências do rock, da música electrónica e jazz experimental de vanguarda.

No dia 4, os “Universos Paralelos” de Joana Rios prometem encher a cave do Círculo Cultural Mar Alto, com Bruno Graça (piano), Demiah Cabaud (contrabaixo) e João Rigo (bateria).

Pelo improvisado “clube” de jazz passarão ainda nomes como Sérgio Carolino, Eddy Slap, Pedro Morais e Sandra Russo, com os seus actuais projectos, bem como dois “combos” compostos por alunos da Escola de Música da Nazaré, “Os Meninos da Naza” e o “NazaJazz Combo”.

“Jazz no Mar Alto” é uma organização do Lusitanus Ensemble e da Câmara Municipal da Nazaré, com a colaboração do Círculo Cultural da Nazaré. As portas abrem às 22 horas e os concertos têm início às 22.30h.

PROGRAMA - JAZZ NO MAR ALTO – “Summer Jazz Club”

Quarta, 1
MIGUEL MARTINS "KALEIDOSCÓPIO"
Miguel Martins (Guitarra), Carlos Barretto (Contrabaixo) e José Salgueiro (Bateria)

Quinta, 2
"QUARTETO DE MIGUEL FEVEREIRO"
Miguel Fevereiro (Guitarra), João Cabrita (Saxofone Tenor), Tó Olivença (Baixo) e José Vilão (Bateria)

Sexta, 3
"CHAZZ DOS QUATRO"
Ivan Silvestre (saxofone alto), Alexandre Dahmen (Piano), Pedro Pinto (Contrabaixo) e Joel Silva (Bateria)

Sábado, 4
JOANA RIOS "UNIVERSOS PARALELOS"
Joana Rios (Voz), Bruno Graça (Piano), Demiah Cabaud (Contrabaixo), João Rigo (Bateria)

Domingo, 5
"OS MENINOS DA NAZA"
Pedro Morais (Saxofone Alto), Manuel Coelho (Saxofone tenor), Márcio Silvério (Guitarra), Tiago Lopes (Baixo) e Vítor Copa (Bateria)

Quarta 8
"SANDRA RUSSO TRIO"
Sandra Russo (Voz, Flauta e Saxofone Alto), Edson Silva (Teclados), Louie Russo (Bateria)

Quinta, 9
"RED BOTTON"
Ricardo Barriga (Guitarra), Gonçalo Prazeres (Saxofone Alto), Gonçalo Almeida (Contrabaixo) e Rui Pereira (Bateria)

Sexta, 10
"BASSAB" & "2BASSES"
1ª Parte - Eddy Slap (Baixo Eléctrico) e Luís Candeias (Bateria)
2ª parte – Sérgio Carolino (Tuba) e Eddy Slap (Baixo Eléctrico)

Sábado, 11
"NAZAJAZZ COMBO"
Mónica Duarte (Voz), João Capinha (Saxofone Alto), André Duarte (Saxofone tenor), Gonçalo Justino (Guitarra), Tiago Lopes (Baixo) e Bruno Monteiro (Bateria)

Domingo, 12
"JÚLIO RESENDE QUARTETO"
Júlio Resende (Piano), José Pedro Coelho (Saxofone Tenor), João Custódio (Contrabaixo) e João Rijo (Bateria)

27 de julho de 2007

Josephine Baker em Portugal

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Josephine Baker no cais de Alcântara, em Março de 1939.

Sai hoje na revista Blitz um artigo que escrevemos sobre as várias passagens de Josephine Baker por Portugal, do qual deixamos aqui um excerto relativo apenas a duas das 7 visitas; as de 1939 e 1960.

Entre 1939 e 1960, Josephine Baker, que nos anos 20 foi o ícone do jazz e da libertação sexual, escandalizando a velha Europa com as suas ousadas e desnudadas danças, passou sete vezes por Portugal. Desde simples escalas a concertos, acções de espionagem para os serviços secretos franceses, uma tentativa frustrada de adopção e até declarações políticas pró-fraternidade universal, não passou despercebida nem sem levantar protestos pela sua arte e cor.

A caminhada de Josephine Baker para o sucesso começou a bordo de um navio que em Setembro de 1925 a levou de uns Estados Unidos então segregacionistas para uma Paris mais tolerante e receptiva à sua arte – a arte de uma negra que desafiava a hegemonia cultural dos brancos e os tabus sociais vigentes.

Foi igualmente a bordo de um navio que a estrela das revistas negras chegou pela primeira vez a Portugal: 17 de Março de 1939, o paquete Massilia, em que Josephine viajava de Bordéus rumo a Buenos Aires e ao Rio de Janeiro, para uma série de espectáculos, fez escala em Lisboa, pelo que durante algumas breves horas a já célebre artista teve oportunidade de se passear pelas ruas da capital, ostentando um chapéu e véu negros, uma blusa «quase encarnada» e um longo casaco de peles.

Josephine não tornara, porém, pública a sua presença entre nós, pelo que só um golpe de sorte fez com que os jornalistas a descobrissem, como narrava o repórter do jornal República: «Pode realmente admitir-se que o acaso, se é o grande protector das polícias, às vezes também é dos repórteres... Já nós tínhamos desistido de nos interessar mais pelos passageiros do "Massilia" que esta manhã passou no Tejo, quando soubemos que de seu bordo havia desembarcado um passageiro de marca... Tinha-se passado à nossa rede e andava passeando "clandestinamente" por Lisboa. Nada menos que Josefina Backer (...)». Para este repórter, Josephine Baker era «a famosa Joséphine, a que veio do Senegal [sic] para revolucionar Paris com a sua extraordinária interpretação do "couplet", uma negra de alma branca, "rainha" do "jazz-band" (...)».

Já o Diário de Lisboa referia-se à artista como a «"estrela" mais excêntrica e porventura mais famosa do nosso tempo – a das danças infernais e selváticas que é como que a personificação do "jazz-band" musical e coreográfico» e, ainda, como o «demónio dançante».

Acompanhada por uma secretária particular e por uma ocasional companheira de viagem, passou pelo Terreiro do Paço, Rua Augusta, visitou o Parque Eduardo VII, comprou flores na Rua Garrett, e surpreendeu os colaboradores do Diário de Notícias: «Ao princípio da tarde, quando Lisboa resplandecia sob um sol dourado e acariciante, entraram pela nossa Redacção três raparigas bem vestidas e cheias de alegria». Josephine não pretendia ser notícia, mas algo bem mais comezinho: saber onde encontrar «um restaurante típico».

A convite de dois repórteres deste jornal almoçou no restaurante Jerónimo, no Bairro Alto, onde ainda hoje se mantém afixada a fotografia desta ilustre visitante. A finalizar o repasto, e «para corresponder à gentileza dos dois jornalistas que a haviam convidado, Josefina cantou, não com a estridência do "jazz", mas à meia-voz tanguista – para não dar escândalo na pacífica travessa do Bairro Alto».

De Portugal, Josephine Baker despedia-se com a canção «Avec», no fim da qual se retirou com ligeiros passos de dança – bem distantes dos seus frenéticos movimentos dos anos 20.

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Findo o almoço, jornalistas e artista seguiram para o cais de Alcântara, onde um repórter do Diário de Lisboa, ignorando a terra de origem da vedeta, lhe colocou directamente a questão. Josephine não hesitou: «Da América do Norte... negra». Em resposta, na edição do dia seguinte podia ler-se neste diário: «Aquela mulher vibrante e colorida como uma pimentinha do Novo Mundo, embrulhada num casaco "petit gris" riquíssimo (..), marcava assim, numa palavra, o seu despeito perante a atitude dos seus compatriotas… brancos». Poucos minutos depois deste breve encontro Josephine embarcava, momento que o Diário de Lisboa descreveria: «E, mostrando os grandes e lindos dentes, que eram uma ilha de brancura no mar vermelho dos seus lábios, Josefina despediu-se de nós e entrou no barco que dali a pouco largava – caminho de Buenos Aires...».

Entretanto os jornalistas do DN, mais afortunados, subiam a bordo do Massilia e reportavam: «O camarote onde Josephine Baker viaja está literalmente cheio de flores». Aí Josephine mostrou-lhes os seus dotes no tricot, fazendo-se inclusivamente fotografar a tricotar, e fez questão de lhes deixar uma recordação: «Vai abrir uma mala que está no porão, e, de entre as sedas, "lamés" e lantejoulas, tira uma porção de fotografias e um livro, "Mon sang dans tes veines", escrito sob sua inspiração». A sua simplicidade impressiona: «Quer ainda traçar uma dedicatória e os minutos que faltam para a partida contam-se já pelos dedos duma das mãos. O sítio não é propício. Não há nenhuma mesa à vista, nem um simples caixote. Mas Josephine, a vedeta que ganha milhões, não se prende com pequenas coisas. E é mesmo sobre um degrau da escada, numa posição de adorável simplicidade que nenhum fotógrafo teve a fortuna de surpreender, que escreve algumas palavras amáveis nos retratos que acaba de nos oferecer».

O Massilia que levava Josephine para o Novo Mundo desempenharia alguns meses depois um papel importante na história de França, ao transportar, em Junho de 1940, para Casablanca, 21 deputados e um senador franceses que se opunham ao armistício com a Alemanha e por isso abandonavam o país para se juntarem ao novo governo que se instalava em Argel.

1960: Especial RTP com mensagem política

Em Novembro de 1960 Josephine Baker deslocou-se a Portugal a convite da RTP para participar num programa televisivo, dando continuidade a um avultado investimento que o canal público vinha realizando na contratação de vedetas internacionais para actuar nos seus estúdios. Com efeito, neste ano passaram pelos estúdios do Lumiar mais de 1000 artistas nacionais e estrangeiros, num total de 350 espectáculos de variedades. Como recorda à BLITZ Vasco Hogan Teves, historiador da radiotelevisão portuguesa: «Esta era uma época em que vinham à RTP muitos artistas franceses através de uma boa relação de Melo Pereira [produtor da RTP] com Bruno Coquatrix, proprietário do Olympia».

O programa foi dirigido por Nuno Fradique, um dos primeiros realizadores da estação, contando com cenários de António Botelho, que se inspirou em motivos parisienses, dispondo no plateau telas, candeeiros de rua e outros elementos decorativos que remetiam para a cidade-luz. Foi neste contexto que no dia 29 deste mesmo mês, às 22h30, Josephine, ornamentada de plumas e lantejoulas, entrou em casa dos portugueses para, acompanhada por uma orquestra dirigida pelo maestro Tavares Belo, interpretar nove canções, entre as quais «Paris Mes Amours» (com a qual abriu o espectáculo), «En Avril A Paris» (numa excelente interpretação) e a célebre «La Petite Tonkinoise». Este não ia ser, porém, um inocente programa de variedades já que a cantora deixaria bem vincada a sua faceta de defensora de causas – ao incluir no repertório uma canção composta em 1943 por Ary Barroso, «Terre Sèche», que serviu de mote a uma clara intervenção política. Nesta prece contra a escravatura e discriminação do povo negro – cantada poucos meses depois da UPA e do MPLA terem proposto ao governo português a negociação de uma solução pacífica para as colónias e de o PAIGC ter reclamado a autodeterminação da Guiné e de Cabo Verde –, Josephine alcançou uma emoção surpreendente. Ou não estivesse a viver intensamente o seu envolvimento nos movimentos anti-racistas, que datava já de 1949, quando se filiou na Liga Internacional Contra o Racismo e o Anti-semitismo, ligação que viria a ter como ponto alto a sua participação na célebre marcha de Washington, em 1963, ao lado de Martin Luther King.

Não deixa contudo de causar espanto que, num país colonialista de e liderado por um governo defendido pela supressão da liberdade de expressão, os serviços de censura tenham autorizado a transmissão deste tema e, sobretudo, as palavras de Josephine: «Perguntamo-nos por vezes, com razão, por que nascemos, por que nascemos com outra cor, de cor. (…) No entanto foi o bom Deus que nos fez desta cor». A cantora não se ficou por aqui – na canção que se seguiu, «Mon P’tit Bonhomme», dedicada às crianças, fez nova intervenção política, dificilmente do agrado do Governo de Oliveira Salazar – os valores que defendia não eram coincidentes com os do Estado Novo: «Amamos todas as crianças, todas as crianças do mundo inteiro, não importa de que país venham porque são as crianças que se tornarão mais tarde homens; homens grandes, espero, que se amarão entre eles na fraternidade universal. É nisso que acredito, na fraternidade universal. Não têm importância a cor, os continentes de onde vêm, nada: são homens».

Se é certo que Josephine não mais regressaria a Portugal – embora seja pura especulação relacionar este episódio com tal facto – a ausência de censura das referidas intervenções poderá ter decorrido de várias circunstâncias: a elevada probabilidade de o programa ter sido emitido em directo com gravação em simultâneo – como defende Vasco Hogan Teves ao afirmar que «as gravações [para emissão posterior] só começaram em 1964» –; o facto de Josephine Baker se ter expressado em francês; o facto de o programa não ter sido legendado... A verdade é que as palavras da cantora ficaram confinadas aos escassos ecrãs existentes em Portugal neste período – se chegaram às redacções dos jornais, aí ficaram para sempre retidas pelo castrador lápis azul da censura.

BLITZ 14

Texto completo e mais informação na BLITZ de Agosto, já nas bancas.

26 de julho de 2007

Rever Ray Charles em DVD

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Acaba de sair mais um fascículo da colecção Jazz em DVD da Planeta DeAgostini, desta vez um concerto de Ray Charles, gravado em 27 de Janeiro de 1981, no Jubilee Auditorium, em Edmonton, no Canadá.

Voz única no panorama da música norte-americana, particularmente na Soul, Ray Charles começou no início da sua carreira por imitar Nat King Cole, só mais tarde emergindo com o seu estilo próprio, mesclando influências do Jazz, Blues, Gospel, Folk e R&B.

É precisamente esta diversidade musical que o presente DVD nos permite ver e ouvir, com a Sinfónica de Edmonton a juntar-se a Ray Charles em clássicos como "Georgia on my mind" (haverá quem resista à sensibilidade desta canção?), e alguns dos temas que o tornaram popular nos anos 60, como "Some enchanted evening", "Hit the road jack" e "Take these chains from my heart". Em todos estes temas participam ainda as Raelettes, coro vocal feminino que durante anos acompanhou Ray Charles, caracterizando-se por um estilo de pergunta-e-resposta inspirado no Gospel, mas apimentado...



Este DVD encontra-se disponível por apenas € 9,99 (mais portes de envio) exclusivamente através do nº de telefone 219 265 510 ou, eventualmente, num quiosque perto de si.

24 de julho de 2007

Jazz em Agosto arranca dia 3 na Gulbenkian

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Ornette Coleman regressa ao Jazz em Agosto. A não perder o concerto por uma das últimas lendas vivas do Jazz.

"Pianos, baixos, tubas & vozes", é este o fio condutor do Jazz em Agosto 2007, festival que, de acordo com Rui Neves (Director Artístico), "reflecte parte do que se pode considerar inovador nas práticas do jazz circunscritas aos centros urbanos onde elas proliferam criativamente quer nos E.U.A. quer na Europa".

Da programação deste ano destaque para "duas presenças históricas aclamadas e que têm contribuído fortemente para as suas direcções mais visionárias: Muhal Richard Abrams e Ornette Coleman".

PROGRAMA:

Sexta, 3 Ago 2007, 21:30 - Grande Auditório
Muhal Richard Abrams - George Lewis - Roscoe Mitchell (EUA)
Muhal Richard Abrams (piano), George Lewis (trombone, laptop), Roscoe Mitchell (sax alto, soprano, percussão)

Sábado, 4 Ago 2007, 15h30 - Auditório Três
Conferência «Projecting Your Own Individualism», por Muhal Richard Abrams

Sábado, 4 Ago 2007, 18:30 - Auditório Dois

Hubbub (França)
Frédéric Blondy (piano), Bertrand Denzler (sax tenor), Jean-Luc Guionnet (sax alto), Jean-Sébastien Mariage (guitarra eléctrica), Edward Perraud (bateria)

Sábado, 4 Ago 2007, 21:30 - Anfiteatro ao Ar Livre
Nik Bärtsch’s Ronin (Suiça)
Nik Bärtsch (piano), Sha (clarinetes, baixo e contrabaixo), Björn Meyer (contrabaixo), Kaspar Rast (bateria), Andi Pupato (percussão)

Domingo, 5 Ago 2007, 15:30 - Sala Polivalente
Carlos Zíngaro / Jorge Lima Barreto (Portugal)
Carlos Zíngaro (violino), Jorge Lima Barreto (piano)

Domingo, 5 Ago 2007, 18:30 - Auditório Dois
Low Frequency Tuba Band (Portugal, EUA, Reino Unido)

Sérgio Carolino (tuba), Oren Marshall (tuba), Marcus Rojas (tuba), Jay Rozen (tuba), Alexandre Frazão (bateria)

Domingo, 5 Ago 2007, 21:30 - Anfiteatro ao Ar Livre
Crimetime Orchestra (Noruega)

Vidar Johansen (sax tenor, barítono, clarinete baixo), Jon Klette (sax alto), Kjetil Møster (sax tenor), Øivind Brekke (trombone), Sjur Miljeteig (trompete), Mats Eilertsen (baixo eléctrico), Per Zanussi (contrabaixo), Anders Hana (guitarra eléctrica), Christian Wallumrød (piano, teclados, efeitos), Eudun Kleive (bateria), Stig Henriksen (desenho de som)

Quinta, 9 Ago 2007, 18h30 - Sala Polivalente
«Ornette: Made In America»

Filme documental de Shirley Clarke 1985 (80’)

Quinta, 9 Ago 2007, 21:30 - Anfiteatro ao Ar Livre
Joe Fonda’s Bottoms Out «Loaded Basses» (EUA, Alemanha)

Joe Fonda (contrabaixo), Claire Daly (sax barítono), Joe Daley (tuba), Gebhard Ullmann (clarinete baixo), Michael Rabinowitz (fagote), Gerry Hemingway (bateria)

Sexta, 10 Ago 2007, 15:30 - Sala Polivalente
«My Name Is Albert Ayler»

Filme documental de Kasper Collin 2005 (79’). Presença do realizador

Sexta, 10 Ago 2007, 18h30 - Auditório Três
Conferência por Ornette Coleman (tema TBA)

Sexta, 10 Ago 2007, 21:30 - Anfiteatro ao Ar Livre
Quartet Noir (Suiça, EUA, França)

Urs Leimgruber (sax tenor, soprano), Marilyn Crispell (piano), Joëlle Léandre (contrabaixo), Fritz Hauser (bateria)

Sábado, 11 Ago 2007, 15:30 - Sala Polivalente
Joëlle Léandre (França)


Sábado, 11 Ago 2007, 18:30 - Auditório Dois
Timbre (EUA, Alemanha, Áustria)

Lauren Newton (voz), Elisabeth Tuchmann (voz), Oskar Mörth (voz), Bertl Mütter (voz, trombone)

Sábado, 11 Ago 2007, 21:30 - Grande Auditório
Ornette Coleman Quintet (EUA)

Ornette Coleman, (sax alto, violino, trompete), Tony Falanga (contrabaixo),Charnett Moffett (contrabaixo), Al Macdowell (baixo eléctrico), Ornette Denardo Coleman (bateria)

HOT CLUBE - Agosto/Setembro 2007

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Neste periodo teremos um variado leque de concertos que começa logo no início de Agosto com o excelente novo Quarteto de André Fernandes que inclui o bem conhecido pianista Mário Laginha (2, 3, 4).

O guitarrista André Matos, antecedendo a gravação do seu novo CD, apresenta-se em Trio, com uma excelente secção ritmica que integra o baterista Alexandre Frazão e o contrabaixista Demian Cabaud (9, 10, 11).

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Antonio Faraò actua no Hot a 15 e 16 de Agosto

Um dos melhores pianistas italianos de jazz da actualidade estará também de passagem por Lisboa e assim sendo aproveita para nos brindar com duas actuações no Hot Clube; Antonio Faraò (15, 16) é considerado um virtuoso do piano tendo na sua já consideravel discografia companheiros como Drew Gress, Jack DeJonhette, Chris Potter.... Apresenta-se em Trio com o baterista Enzo Carpentieri e o contrabaixista português João Custódio.

A cantora Sara Valente estreia-se no Hot com estes dois concertos (17, 18). Para além do Quinteto que lidera com o pianista João Maurilio, terá a acompanhá-la, como convidado, o saxofonista dinamarquês Martin Jacobsen. Este concerto servirá também para a apresentação no Hot Clube do seu primeiro CD "Blue in Green".

O contrabaixista argentino, residente em Portugal, Demian Cabaud apresenta um novo Quarteto (23, 24, 25) constituído com o melhor que há na jovem cena jazzística da cidade do Porto: os saxofonistas José Pedro Coelho e João Guimarães e o baterista Marcos Cavaleiro.

Também o tubista americano Ben Stapp, de regresso aos EUA, faz a sua despedida no Hot Clube liderando um Trio que inclui o saxofonista Paulo Curado e o baterista Jorge Queijo.

Já em Setembro (4,5) o contrabaixista americano Matt Pavolka, em digressão europeia, passa também pelo Hot para apresentar um Quarteto que além de outros excelentes músicos, inclui o conhecido guitarrista Ben Monder.

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Ben Monder, um dos mais destacados guitarristas da actualidade, passa pelo Hot em Setembro. Foto: Rick Herter.

O contrabaixista Mário Franco e o guitarrista Sérgio Pelágio voltam a encontrar-se depois de vários anos, para reformular o Art Jazz Trio. Desta vez o Art Jazz Quartet (6, 7, 8) conta com a participação do trombonista Luís Cunha e do baterista Pedro Segundo.

Por fim (12, 13), o baterista João Lencastre reúne alguns dos seus colegas portugueses ao saxofonista americano Jon Haffner, músico que se estreia no Hot Clube e em Portugal.

LuxJazz Sessions em Agosto

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Em Agosto prosseguem na discoteca Lux os concertos de Jazz, sempre com início às 23h00.

1 Agosto - André Fernandes 4tet / "Timbuktu"

8 Agosto - Maria João / "João"

15 Agosto - TGB / Ségio Carolino, Mário Delgado, Alexandre Frazão

22 Agosto - Tora Tora Big Band / "Tora Tora Cult"

29 Agosto - Wishful Thinking / "Wishful Thinking"

23 de julho de 2007

Jesse Davis, a personificação do músico de Jazz

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Se há alguém que melhor se encaixa no imaginário do músico de jazz criado ao longo dos anos por ilustrações, esculturas, etc, é Jesse Davis, com a sua cara grande, estatura forte e o seu saxofone-alto pequeno perdido na imensidão humana, a sua "negritude", os seus gestos, o seu sorriso à Parker e som à Cannoball Adderley.

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Vimo-lo no Estoril Jazz já por várias vezes... sempre igual a si próprio.

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Que grande som que ele projecta; músico subavaliado numa cultura de novidades e de eterna juventude...

19 de julho de 2007

Esbjörn Svensson: "Estamos desejosos de tocar em Lisboa"

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A poucos dias da estreia do grupo e.s.t. em Lisboa, onde actua no próximo dia 22 de Julho, no Centro Cultural de Belém, JNPDI! falou com Esbjörn Svensson, o pianista deste trio que se assume como uma unidade coesa e se situa sonoramente entre o Jazz e a Pop. O tempo (ou a falta dele) dita a transcrição da entrevista em Inglês...

JNPDI!:
What do you think people feel when they listen to your songs? I am thinking about one in particular, from the new CD: “Tuesday wonderland”. But I could also mention “The goldhearted miner”…

Esbjörn Svensson: I don’t know… People are so different, it’s impossible to know what they will feel and I don’t even think about it. We try to create the music together, the three of us, and we also include our sound engineer, so actually four of us. We try to do music that we like and what people think about it it’s not really something we can control or actually care about too much.

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JNPDI!: Is there anything you would like them to feel when they listen to your music?

E.S.: No, there is nothing in particular. The thing with music is that it’s not concrete. We try to create music that we like and how it will be received by the people it’s impossible for us to know and that is also the most fascinating thing with music, that it’s out of our control, out of our reach and it’s something between the listener and the music. In that sense we are just an instrument for the music to touch the listener.

JNPDI!: By the way, how do you choose the titles to the tunes? Just looking at your new CD – Tuesday wonderland – we have songs like “Brewery of beggars”, “Dolores in a shoestand” or “Eighthundred streets by feet”.

E.S.: The titles are made by Magnus Öström, the drummer in the band. I don’t know exactly how he does it. I think he is sitting down listening to the music and trying to figure out what he feels and what kind of picture is coming up in his head while hearing the music. I would say he is a little bit of a poet. He likes very much to play with words and working on titles. When he has a couple of suggestions we discuss them to see how Dan [Berglund] and I feel about the titles and we discuss what different titles could mean to us.

JNPDI!: e.s.t. has been credited as a pop band that plays Jazz. Do you acknowledge any influence by bands like Pink Floyd, for instance in the sonority of “Fading maid preludium”?

E.S.: Yes, absolutely. There might be something of Pink Floyd in our music. Many people told us that before. I am not a big Pink Floyd fan but I know the other guys in the band are and they are very, very important in Pop history, so I would say that it’s possibly true.

JNPDI!: I would dare to go even further… What would you say to people who might say e.s.t. sounds like an instrumental version of a band like R.E.M.? And that’s a compliment, by the way!

E.S.: Wow! Ok. It’s the same again. I am not that updated; I know the band, I heard a few songs but I don’t know very much about that band so it’s impossible for me to say…

JNPDI!: So what bands do really influence your playing?

E.S.: To be honest, for myself, for the last 10 years it has been mainly classical music that influenced me, but for the other guys in the band I think they have been listening to all kinds of music, including R.E.M and Pink Floyd. As I said we are three of us making the music. I compose the music but everybody uses their own freedom and inspiration to contribute. What comes out is from all three of us.

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JNPDI!: How hard was for E.S.T. coming from Sweden and breaking through the Jazz world until the point of being the first European jazz band ever to figure in the cover of Downbeat? This must have tasted like selling caviar to the Russians…

E.S.: It depends on how you see it. If I knew when we started what we were going through I probably would have done it anyway… but we never really thought about breaking through or creating new markets and so on. We have been very concentrated on the music and also to find the right people to work with that were able to help us break new markets. Those people have done a great work and probably the music has worked as well and I hope that’s why we are where we are today. It’s been hard but it’s been fun. It’s been a fantastic journey. It’s been great, a great lesson.

JNPDI!: What can the audience at CCB expect from e.s.t.?

E.S.: They can expect to hear e.s.t. hopefully with lots of energy, lots of nice melodies, interesting rhythm, groovy rhythms, lots of exciting sounds and a spectacular light show. We are looking forward to come to Lisbon. It’s gonna be our first time and therefore we are really excited. I spend lots of time in Lisbon for private reasons. My wife’s sister lives in Lisbon.

JNPDI!: So you know the city well…

E.S.: I can say I know the city well, I’ve been there a lot, but most of the time we just came to Lisbon and then we went to Algarve or North, travelling around in Portugal to find good beaches.

JNPDI!: And did you find them?

E.S.: Absolutely! Two summers ago we rented a house in Algarve and it was amazing. We also spent lots of time in Porto and Viana do Castelo.

JNPDI!: Too cold…

E.S.: Yeah, but I like cold waters, so I’m fine!

Dois olhares sobre Luís Villas-Boas

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JNPDI! promove no próximo dia 22 de Julho uma inédita palestra dedicada a Luís Villas-Boas, a realizar na galeria Matos Ferreira, no Bairro Alto, pelas 18h00.

"Dois olhares sobre Luís Villas-Boas" apresenta duas visões daquele que é considerado o "pai" do Jazz em Portugal. A cargo de João Moreira dos Santos, autor do livro O Jazz Segundo Villas-Boas, fica o olhar biográfico. José Augusto, astrólogo e professor de astrologia, dará a visão astrológica, ajudando a conhecer a personalidade do Homem que conseguiu implantar o Jazz em Portugal e fazê-lo perdurar até hoje como legítima expressão artística e cultural.

A entrada é livre e para chegar à galeria, localizada na R. Luz Soriano, 14 e 18, próximo do Largo Camões poderá consultar o mapa disponibilizado no site desta entidade.

18 de julho de 2007

Estoril Jazz visto por Luís Aguiar

JNPDI! divulga hoje a reportagem fotográfica do Estoril Jazz realizada por Luís Aguiar, fotógrafo e professor de Fotografia, em Leiria.

Agradecemos ao autor a cedência destas magníficas imagens, a esmagadora maioria tirada durante os teste de som e não em concerto.

17 de julho de 2007

Maria Viana brilha no Estoril Jazz

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Foto: Rosa Reis

Sem que estivesse previsto ou programado, a cantora Maria Viana foi chamada ao palco do Estoril Jazz para participar em dois temas interpretados pelo grupo reunido este ano para o célebre JAPP - Jazz At Palmela Park.

Acompanhada apenas pelo super pianista Cyrus Chestnut e pelo saxofonista Art Themen, Maria Viana deixou bem vincados os seus dons vocais e confessa que ambos os temas lhe "mataram um pouco as saudades da prática assídua do BeBop".

16 de julho de 2007

Jarrett banido do Umbria Jazz Festival

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Um dia tinha de acontecer uma bronca das valentes com Jarrett... e só não aconteceu em Portugal porque a organização não deu grande margem para tal (tratando-o com luvas de pelica) e porque o público já tinha aprendido com o concerto do Coliseu nos anos 80.

O mau génio de Keith Jarrett acaba de lhe valer o afastamento do Umbria Jazz Festival (Itália), onde tem tocado desde 1974, com o director artístico deste evento a afirmar publicamente que o pianista não voltará a ser convidado para os seus palcos.

Na origem desta decisão está um incidente ocorrido no passado dia 10 de Julho, quando Jarrett antes mesmo de se sentar ao piano se dirigiu ao microfone da Arena Santa Giuliiani, na cidade de Perugia, perante 4500 pessoas, e proferiu as seguintes e "delicadas" palavras: "I don't speak Italian, but get someone who speaks English to tell you - turn those f---ing cameras off now. Somebody tell those a--holes to put away their f---ing cameras... I see that red light there, and that means you, you, you". Enquanto proferia tais palavras Jarrett ia apontando para a audiência (que lhe devolvia outros insultos...) e deixava bem claro que pararia de tocar se visse um só flash, ameaçando abandonar aquela "goddamn city": "I reserve the right to walk off stage at any time if I see anyone taking pictures, and that goes for Jack and Gary too. If you see anyone with a camera, you have the right to take it off them". Os flashes acabaram mesmo por surgir e Jarrett abandonou o palco sem realizar o tradicional encore.

No dia seguinte o director artístico do festival, Carlo Pagnotta, anunciou a "dispensa" de Jarrett, considerando que este tinha insultado os habitantes da referida cidade: "I can understand everything, even being obsessed about the cameras, but you cannot insult an audience and even an entire city just because of a few flashes" ."As an artist Jarrett is sublime, but as a person he leaves much to be desired. It was unfortunate that we had to witness the schizophrenia of these two aspects".

A Steve Cloud, agente de Jarrett (que tivemos a oportunidade de conhecer quando da sua passagem por Lisboa em Novembro último), coube a espinhosa missão de tentar salvar a situação, endereçando três dias depois a Pagnotta uma carta em que o pianista pedia desculpa à organização pelas palavras utilizadas. A mesma entendeu porém que idêntico pedido era devido ao presidente da Câmara de Perugia, acabando por banir a participação de Jarrett neste emblemático festival.

15 de julho de 2007

Andamos a ouvir...

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Estoril Jazz termina hoje com Jazz At The Philharmonic Revisited

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Roy McCurdy, que tocou~e gravou com "Cannonball Adderley", é uma das estrelas do JAPP de 2007

O Estoril Jazz encerra hoje com o clássico concerto Jazz At The Philharmonic Revisited, onde cinco instrumentistas de sopros e uma secção rítimica com dois bateristas devem proporcionar um jazz pleno de originalidade e expontaneidade.

O lendário empresário Norman Granz criou os concertos JAZZ AT THE PHILHARMONIC durante meados dos anos 40. Granz seleccionou, então, alguns dos músicos de jazz de topo da época e apresentou-os nas melhores salas de concertos dos EUA, Europa e Japão.

Estes concertos eram preparados como Jam-Sessions espontâneas onde o talento improvisador de músicos como Dizzy Gillespie, Roy Eldridge, Harry Edison, Charlie Parker, Benny Carter, Lester Young, Illinois Jacquet, Coleman Hawkins, Stan Getz, Nat Cole, Hank Jones, Oscar Peterson, Ray Brown, Barney Kessel, Gene Krupa, Buddy Rich ou Jo Jones podia melhor evidenciar-se.

Muitos destes concertos foram gravados ao vivo, mas Norman Granz produziu igualmente uma série de álbuns em studio, intitulados JAM SESSION ‘54, ‘56, etc. A última produção JATP partiu em digressão nos anos 70 e em 1998 a Projazz e Jordi Suñol/Internation Jazz Productions decidiram reavivar o conceito de JAM SESSION iniciado por Granz, apresentando alguns dos melhores músicos da corrente geração de Jazzmen a tocar no contexto dos standards do Jazz, baladas, medleys, etc. Os músicos seleccionados caracterizam-se por estilos individuais muito específicos, mas no entanto mantém uma forte ligação com os grandes Jazzmen do passado.

Desde o início da série de JAM SESSIONS já se realizaram mais de 30 concertos por toda a Europa, contando com músicos de topo do calibre de Nicholas Payton, Terell Stafford, Brian Lynch, Jesse Davis, Eric Alexander, Harry Allen, Peter Bernstein, Russell Malone, Mulgrew Miller, Benny Green, Eric Reed, Peter Washington, Ray Drummond, Alvin Queen, Lewis Nash, Karriem Riggins, Carl Allen e muitos outros.

Dentro da tradição iniciada por Norman Granz, este ano o grupo inclui dois bateristas, que protagonizam uma verdadeira DRUM BATTLE no final do concerto. JAZZ AT THE PHILHARMONIC é um tributo sincero a Norman Granz, sem dúvida o maior de todos os produtores de Jazz.

Este ano o JATP é composto por:

Cyrus Chestnut

Natural de Baltimore, no Estado do Maryland, onde nasceu em 1963, Cyrus Chestnut começou a estudar piano com o seu pai, tinha então apenas 5 anos. Dois anos depois começaram as aulas oficiais e a aprendizagem que o levaria a tornar-se um músico destacado na nova geração de músicos de jazz que mantêm um pé firme na tradição. Neste percurso foi importante a sua passagem pelo Berklee College of Music, em Boston, nos anos 80, onde foi distinguido com vários prémios e bolsas de estudo e viria a diplomar-se em Composição e Arranjo de Jazz. Profissionalmente começou por colaborar com Jon Hendricks (1986-88), Terence Blanchard e Donald Harrison (1988-1990) e Wynton Marsalis (1991), prova mais do que suficiente do seu talento e valor… Mas se dúvidas ainda restassem, em 1991 entrou na “Academia” Betty Carter de Jazz, acompanhando esta cantora até 1993. Paralelamente teve oportunidade de tocar com músicos como Freddie Hubbard, Brandford Marsalis, Larry Coryell, Courtney Pine, Chico Freeman, George Adams, Michael Carvin, Chick Corea, Joe Williams e Dizzy Gillespie. Discograficamente salientam-se, entre outros, os discos gravados com o quinteto de Donald Harrison e Terence Blanchard (Crystal Stair e Black Pearl), com Donald Harrison (For Art’s sake e Indian Blues) e com Betty Carter (It’s not about the melody). Com líder, Chestnut gravou pela primeira vez em 1989, editando um álbum de Gospel: There’s a brighter day comin’. A este registo seguiram-se The Nutman speaks e The Nutman Speaks again. Em 1994, assinou contrato com a Atlantic Records, onde viria a editar, entre outros, Celebration, The dark before the dawn (1995), Earth Stories (1996) e Cyrus Chestnut (1998). Já em 2006 gravou para a Telarc o CD Genuine Chestnut. No âmbito do JATP e do Estoril Jazz, Chestnut lidera o seu trio, composto pelo contrabaixista Dezron Douglas e pelo baterista Neil Smith.

Terell Stafford

Considerado um dos expoentes do trompete no Jazz moderno, Terell Stafford alcançou as luzes da ribalta ao lado de Bobby Watson no célebre quinteto Horizon, com o qual se apresentou no Estoril Jazz, em 1996. O seu destino começou porém a tecer-se bem mais cedo e teve como protagonista Wynton Marsalis, que em 1988 o aconselhou a estudar na Rutgers University, instituição onde viria a conhecer Bobby Watson. Depois de cinco anos com o grupo Horizon integrou a McCoy Tyner’s Latin All-Star Band, granjeando o reconhecimento por parte deste lendário pianista que o descreve nos seguintes termos: “Terell é um dos grandes músicos da actualidade e um trompetista fabuloso. Tem o seu próprio som no trompete – um som muito pessoal – e enquanto se mantém firme na tradição percorre igualmente o seu próprio caminho. É isto que o distingue como um excelente músico!”. Desde os anos 90, Terrell tem tocado com vários músicos, incluindo Cedar Walton, Sadao Watanabe, Herbie Mann, Kenny Barron, Matt Wilson, e conjuntos, tais como a Carnegie Hall Jazz Band, Lincoln Center Jazz Orchestra, Mingus Big Band e a Village Vanguard Jazz Orchestra. Em 1998 integrou a THE TRUMPET SUMMIT BAND, partilhando o palco com Clark Terry, Benny Bailey, Jon Faddis, Roy Hargrove, Nicholas Payton e, em 1999, Wynton Marsalis. Discograficamente, Terell lançou o seu primeiro registo a solo em 1995: Time to Let Go. O seu mais recente trabalho intitula-se Taking Chances: Live At The Dakota e foi editado este ano pela MaxJazz.

Grant Stewart

Natural de Toronto, o saxofonista-tenor Grant Stewart actua pela primeira vez em Portugal, no ano em que completa o seu 36.º aniversário. Exposto pelo seu pai, durante a infância, à música de Charlie Parker, Wardell Gray e Coleman Hawkins, Stewart desde cedo ganhou ouvido para o Jazz e para a improvisação e aos 10 anos iniciou a aprendizagem do saxofone-alto. Quatro anos volvidos era convidado para tocar na Bing Band de Pete Schofield e aos 17 adoptou definitivamente o saxofone-tenor, influenciado por Sonny Rollins, John Coltrane, Don Byas e Lester Young. Em breve tocava com músicos como Pat Labarbara e Bob Mover, mas aos 19 anos decidiu trocar Toronto por Nova Iorque, cidade onde estudou com Donald Byrd, Barry Harris e Joe Lovano e teve oportunidade de tocar, entre outros, com Curtis Fuller, Jon Hendricks, Clark Terry, Etta Jones, Bill Charlap, Brad Mehldau, Russell Malone, Larry Goldings, Peter Bernstein, Jimmy Cobb, Mickey Roker, Jimmy Lovelace e Cecil Payne, vindo mesmo a integrar o último sexteto do lendário trombonista Al Grey. Discograficamente, Stewart lançou já sete discos como líder, dos quais se destaca o mais recente, In the Still of the Night, lançado em 2007.

Jesse Davis

Jesse Davis estudou com Ellis Marsalis, o que equivale a dizer que aprendeu com os melhores, pelo que não é de estranhar que seja um dos músicos mais respeitados em Nova Orleães, cidade onde nasceu em 1965. A aprendizagem do saxofone teve início aos 11 anos, quando o seu irmão lhe ofereceu o primeiro instrumento. Muito embora o grande sonho do jovem Davis estivesse então no futebol, urna lesão acabou por o afastar dos relvados e uma providencial bolsa de estudo encaminhou-o para estudar música na Northeastern lllinois University, prosseguindo posteriormente os estudos no William Patterson College e na New School of Music, onde teve como professor o conceituado historiador Ira Gitler. Em 1989, recebeu o prémio de músico revelação num festival realizado pela revista DownBeat. A partir de 1991, começou a gravar com o seu próprio quarteto, com o qual realizou urna intensa digressão europeia entre 1993 e 1995, e continuou a tocar com músicos como Jack McDuff, Major Holley, lllinois Jacquet, Chico Hamilton, Junior Mance, Kenny Barron, Cedar Walton, Nicholas Payton, Cecil Payne e Roy Hargrove. Em 1996, integrou o grupo Sax Machine, com Phil Woods, Charles McPherson e Gary Bartz, e participou no filme Kansas City, de Robert Altman.

Vincent Gardner

Vincent R. Gardner nasceu em Chicago, em 1972, no seio de uma família com fortes tradições musicais, na qual se destacava o pai, Burgess Gardner, trompetista presente no panorama musical da “Wind City” desde os anos 60. Vincent começou por aprender piano aos seis anos de idade, passando posteriormente pelo violino e saxofone até chegar ao trombone, já com 12 anos. O seu interesse pelo jazz despertou quando frequentava o liceu, o que não o impediu de se formar na A & M University, em Tallahassee, Florida, e na University of North Florida, em Jacksonville. Foi, aliás, durante a sua frequência universitária que, como trabalho de Verão, integrou um grupo de jazz que actuava no Walt Disney World, em Orlando, onde despertou a atenção de Mercer Ellington, que logo o contratou. Desde então, Vincent Gardner tocou e gravou, entre outros projectos, com as orquestras de Duke Ellington, Count Basie e Glenn Miller, e ainda com Bobby McFerrin, Frank Foster, Nancy Wilson, McCoy Tyner, Nicholas Payton, Illinois Jacquet, Wynton Marsalis, Tommy Flanagan, Marcus Roberts, Jimmy Heath e Lauryn Hill. Em 2000 a sua carreira foi enriquecida com a sua entrada para a Jazz at Lincoln Center Orchestra, dirigida por Wynton Marsalis.

Art Themen

Nascido em 1939, em Inglaterra, Art Themen iniciou a sua carreira musical com o Cambridge University Jazz Group, formação que conquistou em 1959 e 1962 os concursos de jazz inter universidades, cabendo ao jovem saxofonista de 20 anos o prémio de melhor solista. Themen envolveu-se posteriormente naquele que ficou conhecido como o movimento britânico dos Blues, tocando com músicos como Alexis Korner, Eric Clapton, George Harrison, Joe Cocker, Georgie Fame, Jack Bruce e John Mayall. Os seus ouvidos estavam, porém, apontados para o Jazz, pelo que nos anos 60 e 70 o saxofonista viria a radicar-se definitivamente neste idioma, colaborando com Ronnie Scott, John Dankworth, Phil Seaman, Michael Gibbs e Dave Holland. 1974 seria um ano importante na sua carreira, data em que deu início a uma longa parceria musical com Stan Tracey, lendário pianista e compositor britânico. Durante 25 anos, Themen e Tracey lideraram não só um quarteto, como gravaram ainda 14 discos. Ao longo da sua carreira – paralela à profissão de cirurgião ortopedista, no âmbito da qual realizou mais de 20 000 operações! – Themen tem tocado, entre outros, com alguns dos mais destacados músicos europeus (Henri Texier, Tomasz Stanko, George Gruntz, Daniel Humair) e norte-americanos (Philly Joe Jones, Red Rodney, Ted Curson, Billy Mitchell, Bud Shank e George Coleman). Discograficamente, gravou com Sal Nistico, Charlie Rouse e Al Haig, pianista que se notabilizou pela sua associação a Charlie Parker. Presentemente, Art Themen dedica-se essencialmente ao quarteto que mantém com o pianista norte-americano Frank Giasullo.

Roy McCurdy

Os mais devotos admiradores de Julian “Cannonball” Adderley talvez se lembrem ainda de Roy McCurdy, ele que durante 10 anos (1965/1975) acompanhou à bateria este gigante do saxofone no seu quinteto e que em 1972 (há precisamente 35 anos) com ele tocou no II Cascais Jazz, ao lado de Nat Adderley, George Duke e Walter Booker. McCurdy começou por tocar com Chuck e Gap Mangione, no grupo Jazz Brothers (1960-1961), mas seria com o Jazztet, co-liderado por Benny Golson e Art Farmer, que ganharia visibilidade, entre 1961 e 1962, posteriormente ampliada e consolidada com as suas colaborações com Bobby Timmons, Betty Carter e Sonny Rollins (1963-1964). Depois de terminada a parceria musical com o quinteto de Adderley, por morte deste, McCurdy desapareceu para uma relativa obscuridade em Los Angeles, onde tem tocado e gravado com vários artistas de renome.

14 de julho de 2007

Um DVD a não perder!

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Acaba de sair mais um fascículo da colecção Jazz em DVD da Planeta DeAgostini, nada mais do que um magnífico (o adjectivo não é exagerado) concerto da cantora Carmen McRae (1920/1994), realizado em Tóquio, em 15 de Abril de 1986, e que já conhecíamos bem da sua edição em VHS, pelo que é com grande entusiasmo e gáudio que o vemos agora neste formato de maior qualidade e interactividade, até porque a fita de que dispomos já não aguentava muitos mais visionamentos...

Os admiradores de Diana Krall podem encontrar em McRae o berço maior da sua inspiração vocal, facto que muitos (especialmente os mais arredados do Jazz) provavelmente desconhecem, devendo para tal ouvir "I'm an errand girl for rhythm". Mas não é este facto que faz deste DVD um "must". O que conta é a excelente forma de McRae, o repertório escolhido, a interacção entre os músicos e mesmo a excelente qualidade do registo de imagem e som, o que nem sempre sucede.

McRae é acompanhada em palco por Pat Coil (piano), Bob Brown (contrabaixo) e Mark Pulice (bateria), que não sendo grandes nomes do Jazz, se revelam contudo exímios sidemen e cumprem muito bem o seu papel de suporte à cantora.

Dos 21 temas interpretados por McRae e o seu trio, temos de destacar a excelência de "Listen here" e "If I were a bell", talvez os mais bem conseguidos desta sessão.



Dignos de nota são ainda "That old black magic", "I concentrate on you" (de Cole Porter, com um interessante scat singing de McRae, sob um ritmo de bossa nova), "My old flame", "But not for me" . Num contexto diferente, em que McRae se acompanha ao piano eléctrico e ao piano, surgem respectivamente, "That old devil called love" e "As long as I live" (um muito interessante tema da autoria de Harold Arlen e Ted Koehler). Finalmente, é ainda importante a presença do cancioneiro brasileiro neste espectáculo, através de temas de Djavan ("Upside down" a.k.a. "Flor de Lis", sendo que McRae canta mesmo uma passagem do tema original em Português) e de António Carlos Jobim ("Dindi" e "No more blues"), que tão bem encaixam na voz de McRae.

Este DVD encontra-se disponível por apenas € 9,99 (mais portes de envio) exclusivamente através do nº de telefone 219 265 510 ou, eventualmente, num quiosque perto de si.

11 de julho de 2007

Kurt Elling no Estoril Jazz


Kurt Elling e Al Jarreau cantam "Take 5", de Paul Desmond

Considerado o mais completo e talentoso cantor de jazz da actualidade – pese embora a sua ainda breve carreira de uma década apenas – Kurt Elling estreia-se em Portugal através do Estoril Jazz, onde actua já no próximo dia 14 de Julho.

Na sua bagagem musical traz seis CD gravados para a Blue Note, todos eles nomeados para os GRAMMY, e a liderança desde o ano 2000 das tabelas de preferências dos críticos da revista Downbeat e dos leitores da JazzTimes, assim como vários prémios atribuídos pela Jazz Journalists’ Association, que acaba de o distinguir pela quarta vez como melhor vocalista masculino.

Natural de Chicago, onde nasceu em 1967, Elling planeava inicialmente uma pacata carreira académica, mas o encontro com o jazz e particularmente com a voz e obra de Mark Murphy alterou-lhe os planos e catapultou-o para os palcos dos pequenos clubes da Wind City, os quais partilhou com músicos de referência como Von Freeman e Ed Peterson.

Como qualquer debutante no mundo do espectáculo, seguiu-se a tradicional demo, registo enviado para a editora Blue Note, na qual editaria em 1995, aos 27 anos, o seu primeiro registo discográfico: Close Your Eyes. Incluído no catálogo de uma editora de referência, Elling chamou a atenção da imprensa tanto pelo seu talento como pelos sidemen que o acompanhavam em discos: Laurence Hobgood e Paul Wertico. Em 1997 saía um novo registo, Messenger, logo seguido um ano depois por This Time It’s Love, cujo sucesso e críticas favoráveis levaram à gravação de um registo ao vivo: Live in Chicago. 2001 seria marcado pelo projecto mais ambicioso do cantor, Flirting With Twilight, onde surgia a cantar um solo de Charlie Haden. Os seus mais recentes trabalhos são Man in the Air (2003) e Nightmoves (2007).

Entre os seus dons contam-se o domínio técnico de uma voz de barítono com um alcance de quatro oitavas, a profundidade das suas interpretações, o forte sentido rítmico e o vasto fraseado e dinâmicas produzidas, o que faz com que seja muitas vezes visto como um verdadeiro instrumentista. No seu repertório contam-se temas da sua lavra e bem assim uma leitura moderna dos velhos standards, ambos propícios ao seu scat singing, assim como ao vocalese, com letras por si escritas para solos emblemáticos dos grandes nomes do jazz (Wayne Shorter, Keith Jarrett, Dexter Gordon, Pat Metheny), revisitando a tradição de nomes como Eddie Jefferson e Jon Hendricks, dos quais se assume aliás como natural herdeiro.

O Estoril Jazz prossegue assim a sua orientação de revelar em primeira mão ao público nacional as grandes vozes contemporâneas do Jazz, depois de ter apresentado no passado artistas como Diana Krall, Dianne Reeves ou Dena DeRose.

Trio de Joshua Redman a 13 de Julho no Estoril Jazz

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Joshua Redman é simplesmente um dos mais aclamados músicos que emergiram da década de 90, desfrutando presentemente de um prestígio e notoriedade praticamente ímpares entre os jazzmen da sua geração e não só. Para além de liderar os seus próprios projectos musicais tocou, entre outros, com Ray Brown, Dave Brubeck, Chick Corea, Lionel Hampton, Milt Jackson, Elvin Jones, Quincy Jones, Joe Lovano, McCoy Tyner e Cedar Walton.

Filho do lendário saxofonista Dewey Redman (que tocou, por exemplo, com Ornette Coleman), Joshua Redman nasceu em Berkeley, na Califórnia, em 1969, em plena eclosão do jazz-rock iniciado por Miles Davis, o que não o impediu de se manter fiel à tradição do jazz, embora possa ter contribuído para a sua busca de originalidade. Aceite em Yale para uma licenciatura em direito, em 1991, Redman estava porém destinado a outro tipo de audiências e adiou, inicialmente por um ano… o princípio do curso, dedicando-se ao sonho de ser músico. A prova de que esta era uma decisão mais do que acertada não tardou a surgir já quatro meses volvidos vencia o Thelonious Monk International Saxophone Competition, concurso que tinha como júri tão só Jimmy Heath, Branford Marsalis, Jackie McLean, Frank Wess e Benny Carter…

Em 1993 já o jovem saxofonista-tenor editava o seu primeiro registo discográfico, através da Warner Bros Records. Neste mesmo ano era editado Wish (disco de referência na sua ainda curta carreira), em que tinha como companheiros de gravação nada menos do que Pat Metheny, Charlie Haden e Billy Higgins. Com MoodSwing (1994) apresentou-se com a sua primeira banda permanente, composta por três músicos que haveriam de se destacar e ganhar proeminência no mundo do jazz: Brad Mehldau, Christian McBride e Brian Blade. Foi com este trio que Redman se apresentou pela primeira vez em Portugal, no Estoril Jazz, em Julho de 1994. Seguiram-se vários registos aplaudidos pela crítica e que ao longo dos anos foram consolidando a sua importância e dando visibilidade ao seu talento, nomeadamente Spirit of the Moment/Live at the Village Vanguard (1995), Freedom in the Groove (1996) e Timeless Tales - For Changing Times (1998).

Entretanto, Redman diversificava-se instrumentalmente, chamando a si também os saxofones-alto e soprano, e no ano 2000 surgia à frente de um novo quarteto composto pelo pianista Aaron Goldberg, o contrabaixista Reuben Rogers e o baterista Gregory Hutchinson. Este grupo haveria de se estrear em estúdio com o registo Beyond, a que se seguiria em 2001 o projecto Passage of Time. No ano seguinte o saxofonista passava da fórmula de quarteto para trio, passando a ter como sidemen o teclista Sam Yahel e o baterista Brian Blade. Ainda em 2001, Redman foi nomeado director artístico do SF Jazz Spring Season (um programa do San Francisco Jazz Festival) e em 2004 criou o já consagrado SF Jazz Collective, um ensemble de oito músicos dedicado a interpretar projectos próprios e novos arranjos dos grandes compositores do jazz.

Em Abril de 2007 Redman editou um novo registo, Back East, inspirado em Way Out West, uma referência maior na discografia do jazz, gravado em 1957 por Sonny Rollins.

Trio de Joshua Redman:

Joshua Redman (saxofones)
Reuben Rogers (contrabaixo)
Antonio Sanchez (bateria)

Hot Clube: Julho 2007

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10 de julho de 2007

JazzTimes Agosto 2007

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Tons de Jazz da Noruega

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Da Noruega, pela voz da cantora Silje Nergaard, chega este Darkness ou of blue, um registo que não sendo de Jazz, tem contudo alguma inspiração neste género musical, ou, pelo menos, pretende ter, pois acaba por navegar sobretudo pela música popular.

Enquadrado assim, correctamente, Darkness ou of blue não deixa de ser um disco interessante e que se vai descobrindo com o tempo, à medida que o repertório, todo composto por Nergaard, vai desfilando no leitor de CDs.

O painel de António Soares no Bristol Club

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Repare-se no bombo (à esquerda) e nos elementos de percussão, então conotados directamente com o Jazz, chamando-se mesmo Jazz-Band à bateria.

O Bristol Club, inaugurado em 1918 e remodelado em 1925 pelo arquitecto Carlos Ramos (com pinturas de Almada Negreiros, Jorge Barradas e Ernesto Canto), foi um dos mais importantes clubes nocturnos da Lisboa dos anos 20, aí se efectuando sessões de Jazz, em bailes e em jantares com orquestras.

Em Junho deste ano quando organizámos o Roteiro do Jazz passámos por este clube, do qual apenas resta a respectiva porta, ainda com o logotipo original, e quando referimos os artistas plásticos que aí expuseram as suas obras (Eduardo Viana, Leopoldo de Almeida, Guilherme Filipe) incluímos o nome de António Soares (1894/1978).

Mal sabíamos nós que entre os participantes neste roteiro se encontrava precisamente um primo deste artista, cujo irmão, Américo Soares, ainda é vivo, residindo em Santo Tirso, e mantém um site sobre o referido pintor. Foi assim que através deste nosso amigo, Mário César Abreu, recebemos uma imagem do painel de António Soares que se encontrava no Bristol e cujo paradeiro se desconhece.

A pintura tem o título de "Quarta-feira de Cinzas" e data de 1925, tendo 94 cm de altura e 202 de comprimento.

O que é interessante é que quando criámos este blog, em Setembro de 2003, o primeiro objectivo era precisamente recolher através dele (pelo contacto com os leitores) testemunhos e documentos para o livro sobre a história do Jazz em Portugal que desde então nos encontramos a redigir. Não podíamos, pois, ter ficado mais satisfeitos com este contributo inesperado, pois ele responde aos nossos objectivos primordiais. Quanto ao livro continua em preparação e cada vez mais enriquecido com o material que praticamente todas as semanas encontramos na nossa aturada pesquisa documental. Quando for editado será, certamente, uma das histórias do Jazz mais completas entre as publicadas a nível europeu, tal a diversidade e riqueza do material que contém.

O que vai nascer no antigo Estoril Sol

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Os espectadores do Estoril Jazz deste ano têm-se deparado com a demolição do antigo hotel Estoril Sol, que agora vai sendo reduzido a um monte de escombros.

JNPDI! mostra hoje o que está projectado para este local, o condomínio Estoril Sol Residence, concebido pelo arquitecto Gonçalo Byrne, apoiando-se no blogue O Carmo e a Trindade.

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Aceitam-se comentários a mais um mamarracho "made in Portugal"...

Funchal Jazz quer Sonny Rollins em 2008

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Sonny Rollins é a grande aposta do Funchal Jazz de 2008, a que se somam ainda Herbie Hancock e a cantora Rosa Passos. Mas para já não passam de desejos expressos pela organização à comunicação social...

O Funchal Jazz tem contado com com uma média de dois mil espectadores por concerto e o reforço da próxima edição prende-se com as comemorações dos 500 anos da cidade do Funchal.

9 de julho de 2007

Kurt Elling eleito cantor do Ano pela Jazz Journalists Association

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Kurt Elling, que actua no Estoril Jazz já no próximo dia 14 de Julho, foi considerado pela Jazz Journalists Association, pela quarta vez..., a melhor voz masculina do Jazz no ano de 2006.

Os músicos em destaque na edição deste ano foram Ornette Coleman (que arrecadou quatro prémios: Músico do Ano, Jazz Album do Ano - Sound Grammar - Small Ensemble do Ano - Ornette Coleman Quartet - e Saxofonista Alto do Ano) e Andrew Hill (Prémio de Carreira, Compositor do Ano e Pianista do Ano).

Aqui fica a lista dos premiados, com destaque para o prémio recolhido pelo site AllAboutJazz.com, em que colaboramos, que foi considerado por esta associação o melhor site sobre Jazz:

Up & Coming Musician of the Year: Anat Cohen

Jazz Album of the Year: Sound Grammar (Sound Grammar), Ornette Coleman

Jazz Reissue of the Year, Single CD: Music Written for Monterey 1965 Not Heard: At UCLA 1965 (CME-Sunnyside), Charles Mingus

Jazz Reissue of the Year, Boxed Set: The Complete 1957 Riverside Recordings (Riverside), Thelonious Monk with John Coltrane

Jazz Record Label of the Year: ECM

Jazz Events Producer of the Year: Patricia Nicholson Parker, Vision Festival/Arts for Art, Inc.

Jazz Composer of the Year: Andrew Hill

Jazz Arranger of the Year: Maria Schneider

Male Jazz Singer of the Year: Kurt Elling

Female Jazz Singer of the Year: Roberta Gambarini

Latin Jazz Album of the Year: Simpatico (ArtistShare) Brian Lynch & Eddie Palmieri

Small Ensemble Group of the Year: Ornette Coleman Quartet

Large Ensemble of the Year: Charles Tolliver Big Band

Trumpeter of the Year: Dave Douglas

Trombonist of the Year: Wycliffe Gordon

Player of the Year of Instruments Rare in Jazz: Scott Robinson, multi-reeds

Alto Saxophonist of the Year: Ornette Coleman

Tenor Saxophonist of the Year: Sonny Rollins

Soprano Saxophonist of the Year: Dave Liebman

Baritone Saxophonist of the Year: Gary Smulyan

Clarinetist of the Year: Anat Cohen

Flutist of the Year: Frank Wess

Pianist of the Year: Andrew Hill

Organ-keyboards of the Year: Joey DeFrancesco

Guitarist of the Year: Pat Metheny

Acoustic Bassist of the Year: Dave Holland

Electric Bassist of the Year: Steve Swallow

Strings Player of the Year: Regina Carter

Mallets Player of the Year: Bobby Hutcherson

Percussionist of the Year: Cyro Baptista

Drummer of the Year: Roy Haynes

Jazz Journalism Lifetime Achievement Award: Francis Davis

Excellence in Jazz Broadcasting - The Willis Conover-Marian McPartland Award: Bob Porter

Excellence in Photography - The Lona Foote-Bob Parent Award: Gene Martin

Excellence in Newspaper, Magazine or Online Feature or Review Writing - The Helen Dance-Robert Palmer Award: Nate Chinen

Best Periodical Covering Jazz: JazzTimes

Best Web site Concentrating on Jazz: AllAboutJazz.com

Best Book About Jazz: The House That Trane Built: The Story Of Impulse Records (W. W. Norton), Ashley Kahn

Best Jazz Photo of the Year: John Abbott

The Chick Corea Elektric Band em DVD

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Acaba de sair mais um fascículo da colecção Jazz em DVD da Planeta DeAgostini, desta vez marcado pelos sons eléctricos e de fusão de um trio liderado por Chick Corea (teclados) e composto por John Patitucci (no baixo eléctrico) e Dave Weckl (bateria).

Criada nos anos 80, na esteira da "escola" iniciada por Miles Davis no disco Bitches Brew (em que Corea colaborou), a Elektric Band conheceu um assinalável sucesso, tendo lançado o primeiro disco em 1986 (The Elektric Band). Por esta formação passaram os guitarristas Scott Henderson e Frank Gambale, infelizmente ausentes deste DVD, que preserva um concerto gravado ao vivo na Maintenance Shop, na Iowa State University, em 1985, portanto ainda antes da gravação do primeiro registo da banda, mas no ano da sua estreia.

Ausentes não estão, porém, temas que haviam de caracterizar a Elektric Band, como "Sidewalk", "King Cockroach" ou "Rumble", e a qualidade dos instrumentistas, a começar em Corea e a terminar muito particularmente em Patitucci, que presentemente acompanha Wayne Shorter, como tivemos oportunidade de testemunhar no Estoril Jazz e mais recentemente na Culturgest.

Quem aprecia os sons de fusão e dos teclados electrónicos encontra neste DVD uma boa proposta, a qual pode e deve ser complementada com outro registo desta banda, transmitido há largos anos pela RTP, no programa, de Paulo Gil, "O Som da Surpresa".

Este DVD encontra-se disponível por apenas € 9,99 (mais portes de envio) exclusivamente através do nº de telefone 219 265 510 ou, eventualmente, num quiosque perto de si.

8 de julho de 2007

SF JAZZ Collective hoje no Estoril Jazz

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O nome em si talvez não diga nada ao leitor mais desatento, mas tudo muda se dissermos que por detrás do SF Jazz Collective estão músicos como Joe Lovano (saxofone-tenor), André Hayward (trombone), Miguel Zenon (saxofone-alto), Dave Douglas (trompete), Stefon Harris (vibrafone), Renee Rosnes (piano), Matt Penman (contrabaixo) e Eric Harland (bateria)...

É precisamente este grupo que chega hoje, Domingo, ao Estoril Jazz, um verdadeiro ensemble de estrelas maiores no firmamento do Jazz, composto por oito dos mais prestigiados músicos e compositores da actualidade, que tem por missão interpretar projectos próprios e novos arranjos dos grandes compositores do Jazz moderno.

Criado em 2004 pela SFJAZZ – a maior organização não lucrativa na área do Jazz na costa Oeste dos EUA e responsável pela organização do San Francisco Jazz Festival – este colectivo nasceu sob a égide do saxofonista Joshua Redman, então director artístico deste evento.

A invulgaridade do projecto e a qualidade dos jazzmen a ele associados desde logo captou a atenção e os aplausos da crítica especializada, pelo que rapidamente se tornou uma referência, sendo elogiado pela forma inovadora como trata o respectivo repertório, o qual muda todos os anos, mantendo-se apenas a estrutura. Com efeito, o SF JAZZ Collective apresenta anualmente um conjunto de temas compostos por uma referência no jazz moderno (tendo já visitado as obras de Ornette Coleman, John Coltrane e Herbie Hancock), mas com novos arranjos da autoria do conceituado Gil Goldstein, e ainda uma composição da autoria de cada um dos seus oito membros actuais, o que assegura simultaneamente a renovação da tradição e a busca de novos caminhos síncronos com a actualidade.

Constituído por músicos de referência e com o seu estilo próprio, o SFJAZZ Collective consegue ainda assim manter o seu som distinto mediante o cultivo de uma estratégia que tem dado bons resultados: todas as Primaveras o octeto reúne-se em São Francisco para um período de ensaios de três semanas (caso raro nos dias que correm, mas essencial para dar verdadeiro significado à expressão Collective), aproveitando ainda para realizar workshops. É a partir daqui que o ensemble inicia subsequentemente a sua digressão pelos mais importantes palcos internacionais, a qual termina com a gravação de um novo CD que assim preserva o produto musical de cada nova temporada.

Sonny, please, keep on playing!

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Já saiu há algum tempo, mas ainda vamos a tempo de divulgar aqui o mais recente CD de Sonny Rollins - Sonny, please - um dos últimos sobreviventes não só dos grandes saxofonistas do Jazz, mas também dos músicos de Jazz em geral, ombreando com outras lendas vivas, como Oscar Peterson e Ornette Coleman, por exemplo.

Este trabalho é o primeiro disco de estúdio que Rollins lança em 5 anos e apresenta uma combinação de temas próprios e standards, interpretados por um grupo formado por Clifton Anderson (trombone), Bob Cranshaw (contrabaixista que acompanha Rollins desde 1959), Bobby Broom (guitarra), Steve Jordan (bateria) e Kimati Dinizulu (percussão).

O CD começa com o tema "Sonny, please", que dá o nome ao projecto e é assim explicado pelo saxofonista: "É algo que a minha mulher [Lucille] me costumava dizer frequentemente: `Sonny, Please!'". Rollins tem aqui um dos melhores solos do CD, muito bem apoiado pela secção rítmica. Seguem-se "Someday I'll find you", "Nishi", o belíssimo "Stairway to the stars", "Remembering Tommy" (um blues dedicado à memória do piansta Tommy Flanagan, que tocou com Rollins no histórico CD Saxophone Colossus), a valsa "Serenade" e "Park Palace Parade".

Este é um disco a que não hesitaríamos atribuir 5 estrelas!

Medeski, Scofield, Martin & Wood

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Aproveitando o concerto que Medeski, Scofield, Martin & Wood acabam de dar na Casa da Música, no Porto, no passado dia 6 de Julho, apresentamos hoje o mais recente CD deste quarteto.

Out Louder resulta da colaboração entre John Medeski (teclados), John Scofield (guitarra), Billy Martin (bateria) e Chris Wood (contrabaixo) e é marcado basicamente por uma batida funky e groove, ou não tivesse Scofield tocado e gravado com Miles Davis nas suas bandas eléctricas dos anos 80 e não partilhassem os quatro músicos um longo gosto pelo jazz, funk, rock, soul e reggae.

Este quarteto encontrou-se pela primeira vez no disco de John Scofield A Go Go (Verve 1998) e Out Louder é já a sua quarta reunião, tendo sido gravado no curto espaço de uma semana, em Brooklyn, Nova Iorque, em Janeiro de 2006.

O CD abre com "Little Walter Rides Again", um tema marcado por um ritmo funky onde sobressaem os teclados de Medeski e a bateria de Martin. O tema seguinte, "Miles Behind", é obviamente uma homenagem do quarteto a Miles Davis

Entre os demais temas destaque para "Tequila and Chocolate" (pela sua estrutura harmónica), "Julia", um tema original de John Lennon, e "Legalize It" (de Peter Tosh).

Out Louder apresenta ainda um segundo disco com seis temas gravados ao vivo, o que permite aferir melhor a dinâmica existente entre os músicos.

7 de julho de 2007

As fotografias de Jazz da Rosa Reis

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Pudemos hoje deliciar-nos com algumas belas imagens de 10 anos de Jazz em Portugal (1995-2005) captadas pela perícia e arte de Rosa Reis e fixadas em papel no livro Jazz.

São vários os nomes, grandes nomes, do Jazz que preenchem as mais de 300 páginas deste Jazz de Rosa Reis, fotografados em vários festivais, mas principalmente no Estoril Jazz e no Seixal Jazz, incluindo, entre muitos outros, Roy Haynes, Percy Heath, Archie Shepp, Dave Holland, Sam Rivers, Herbie Hancock e Chick Corea.

Jazz em Portugal

Tivemos hoje oportunidade de intervir no telejornal das 22h00 do canal 2 da RTP, a propósito do Estoril Jazz e do Jazz em Portugal.

As imagens podem ser vistas aqui, a partir do minuto 26:00.

O mini-contrabaixo de Holland e Williams

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Quem assistiu aos dois primeiros concertos do Estoril Jazz, protagonizados por dois grandes nomes do contrabaixo, Buster Williams e Dave Holland, reparou que ambos usam agora um pequeno contrabaixo, que vimos pela primeira vez nas mãos de Ira Coleman, quando acompanhou Dee Dee Bridgewater no CCB, em 2006.

JNPDI! foi investigar e falou hoje com Dave Holland, ficando a saber que tal se deve às dificuldades que várias companhias áreas têm criado nos últimos anos ao transporte dos tradicionais e grandes contrabaixos, recusando-se a despachá-los nos seus aviões ou exigindo um bilhete adicional...

A ideia de base para a construção desta versão miniatura, a que foi dada a designação de Czech-ease (que reúne o nome do país onde é fabricado, a República Checa, e a facilidade do seu transporte), foi precisamente de Ira Coleman, sendo desenvolvida pela casa de instrumentos David Gage.

Para os eventuais interessados convém referir que os respectivos preços começam nos 3100 euros...

Jazz em saldos no Estoril Jazz

A Dargil está a vender a 5 euros dezenas de discos de Jazz dos grandes mestres, desde Bill Evans a Miles Davis.

Tudo se passa na loja (em formato de tenda) instalada no Estoril Jazz, de onde diariamente têm saído vários "carregamentos", o que não estranha atendendo ao preço.

5 de julho de 2007

Será que isto se aplica ao Jazz?!



JNPDI! está a ponderar acatar os conselhos sábios de S. Exa. a Secretária de Estado Adjunto e da Saúde e a partir daqui só utilizar os locais apropriados para dizer o que pensa do mundo do Jazz em Portugal, pelo que em breve aqui deixaremos a nossa morada para futuras reuniões, ou, em alternativa, a indicação de um café de esquina central...

Buster Williams no Estoril Jazz

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© Shoji Ichikawa

O Estoril Jazz arranca amanhã com um super quarteto liderado pelo contrabaixista Buster Williams, onde se destacam o talentoso Marcus Srickland, nos saxofones tenor e soprano, e o consagrado Lenny White, na bateria.

Buster Williams é um dos mais respeitados e consagrados contrabaixistas da actualidade, pese embora a respectiva notoriedade pública não lhe fazer a merecida justiça. A comprová-lo estão os vários músicos com quem gravou e tocou ao longo da sua carreira, entre os quais se contam, a título de escasso exemplo... Art Blakey, Betty Carter, Carmen McRae, Chet Baker, Chick Corea, Dexter Gordon, Joe Henderson, Branford e Wynton Marsalis, Gene Ammons, Sonny Stitt, Herbie Hancock, McCoy Tyner, Illinois Jacquet, Nancy Wilson, Elvin Jones, Miles Davis, Woody Shaw, Sarah Vaughan, Benny Golson, Mary Lou Williams, Hank Jones, Lee Morgan, Cedar Walton, Bobby Hutcherson, Sonny Rollins, Count Basie, Errol Garner, Kenny Barron, Charlie Rouse, Kenny Dorham e Freddie Hubbard.

Charles Anthony “Buster” Williams Jr. nasceu em Camden, New Jersey, a 17 de Abril de 1942. Com o pai – admirador confesso do contrabaixista Slam Stewart – aprendeu piano, contrabaixo e bateria, começando a tocar publicamente aos 15 anos. Em 1959 já trabalhava com o saxofonista Jimmy Heath, cujo quarteto incluía o pianista Sam Dockery e o baterista Charles “Specs” Wright, a que se seguiu um ano de trabalho no conjunto liderado por Gene Ammons e Sonny Stitt. Após o término deste combo aproveitou a oportunidade para estudar teoria e composição no Philadelphia's Combs College of Music, integrando posteriormente o trio do pianista Gerald Price, que a cantora Dakota Stanton contrataria após uma primeira e casual audição ao vivo.

Ao longo da década de 60, Buster Wiliams trabalhou essencialmente com cantoras, tendo acompanhado Betty Carter, Sarah Vaughan (com quem realizou a sua primeira digressão europeia, em 1962) e Nancy Wilson. Entretanto outras oportunidades iam surgindo: entre 1965 e 1968 integrou os Jazz Crusaders (gravando cinco álbuns); em 1967 sucedeu por um curto período a Ron Carter no grupo de Miles Davis, vindo subsequentemente a tocar com Herbie Mann e Art Blakey; em 1969 juntou-se ao sexteto de Herbie Hancock Sextet, no qual se manteria até 1973. O contrabaixista trabalharia posteriormente com McCoy Tyner, Mary Lou Williams, Harold Land, Bobby Hutcherson, Lee Morgan, Joe Farrell, Freddie Hubbard, Kenny Burrell, Jimmy Heath e Hamiet Bluiett, desenvolvendo ainda uma inusitada parceria com Ron Carter, da qual resultaram três álbuns e a banda sonora do filme Choice of Arms, protagonizado por Yves Montand e Catherine Deneuve.

Em 1982, Williams formou o prestigiado grupo Sphere, dedicado à música de Thelonious Monk (falecido neste mesmo ano), no qual participavam Charlie Rouse, Kenny Barron e Ben Riley. Ao longo de 5 anos este projecto produziria cinco álbuns e várias digressões. Em 1989 gravou um primeiro disco com composições suas, Something More, com Herbie Hancock, Wayne Shorter, Shunzo Ohno e Al Foster, do qual nasceria o seu próprio quinteto - Something More, com Ohno, Ralph Moore, Benny Green e Billy Drummond.

4 de julho de 2007

Hoje é dia Armstrong

Na data de aniversário de Louis Arsmtrong, JNPDI! apresenta três vídeos que relembram esta figura única do Jazz.

No primeiro, Armstrong interpreta o clássico "Mack The Knife", num espectáculo televisivo gravado em Outubro de 1970, poucos meses antes de falecer (6 de Julho de 1971).



Os próximos dois vídeos datam de 1959, ou seja dois anos antes antes de Armstrong tocar pela primeira e única vez em Portugal.



Estoril Jazz saiu à rua

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É caso para dizer que este ano o Estoril Jazz não olhou a meios para promover o seu excelente cartaz de músicos. Uma das iniciativas que realizou pela primeira vez foi contratar uma carrinha para circular pelas ruas de Lisboa e Cascais, qual mensageiro do Jazz...

Foi assim que na semana de 25 a 30 de Junho o referido veículo percorreu exaustivamente Lisboa, nomeadamente o eixo Campo Grande, Saldanha, Marquês, Restauradores, Terreiro do Paço, 24 de Julho, Av. da Índia até à Av. da Torre de Belém, área em que a Câmara Municipal de Lisboa (e bem!) interditou a afixação de cartazes, procurando assim preservar as paredes, viadutos, etc.

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3 de julho de 2007

e.s.t. no CCB a 22 de Julho

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O grupo E.S.T., Esbjörn Svensson Trio, actua no próximo dia 22 de Julho no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, estreando-se assim em Lisboa.

Trio sueco inovador liderado por um pianista dotado de uma linguagem musical única e criativa, que combina jazz com drum 'n' bass, electrónica, funk, rock e música clássica.

Pianista e compositor, Esbjörn Svensson nasceu em 1964, em Västeras, na Suécia. Com a música no sangue - a mãe era pianista clássica, o pai estava ligado ao jazz - estudou e formou-se em música na Universidade de Estocolmo. e.s.t, o trio que agora apresenta, foi formado em 1996. Desde então, já gravou nove discos, muitos dos quais receberam as mais elogiosas críticas.

Esbjörn Svensson é um músico aberto a novas experiências, particularmente interessado em sonoridades menos habituais no jazz. Há quem diga que a sua música é uma forma de arte que não se escuda na segurança de um estilo determinado e que, como tal, torna-se mais efectiva. Detentor de um fraseado pianístico particular, o pianista tem criado uma música improvisada, integrando elementos electrónicos e combinações de texturas, com soluções harmónicas e variações melódicas surpreendentes. A partir de meados dos anos oitenta, foi consolidando o seu estilo e definindo uma linguagem única, apoiada no reforço de excelentes e igualmente criativos músicos: o contrabaixista Dan Berglund e o baterista Magnus Öström.

E.S.T. é um trio de jazz, de piano-contrabaixo-bateria, muitas vezes considerado uma banda de música pop, que sabe exprimir-se através da linguagem do jazz moderno, numa filosofia que se distancia da tradição jazzística do "lider + músicos acompanhadores", favorecendo a participação de igual forma entre os seus componentes, num projecto colectivo onde todos podem improvisar e todos podem compor. O E.S.T. realiza concertos tanto em espaços fundamentalmente dedicados ao jazz como em salas geralmente reservadas às bandas rock, fazendo com frequência uso de efeitos de luz, máquinas de fumo e outras características dos espectáculos de diferentes linguagens musicais.

A música deste trio, os seus discos, encontram-se muitas vezes referidos nas tabelas de vendas da pop e os correspondentes vídeos são igualmente passados em programas de televisão como a MTV. Com uma sonoridade fora do vulgar, o E.S.T. sabe bem como combinar o jazz com a drum 'n' bass, com elementos electrónicos, com ritmos funk, com estruturas pop e rock, para além de receber influências da música clássica europeia. Tudo isto tem conduzido, desde 1993, à formação de um alargado público, quer na Europa quer nos EUA, na Coreia e no Japão.

A crítica e o público concordam: o E.S.T. é, definitivamente, um dos grupos de jazz mais inovadores dos dias de hoje.

[Texto da produção]


E.S.T. Esbjörn Svensson Trio

22 JULHO 2007, DOMINGO,Grande Auditório

21H00

Bilhetes entre 5 Euros e 15 Euros

2 de julho de 2007

4 de Julho, dia Armstrong

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Dia 4 de Julho celebra-se o nascimento de Louis Armstrong, que completaria nesta data 106 anos ou 107, conforme se acredite na versão de Armstrong ou na versão oficial.

Para assinalar esta data JNPDI! publica um texto sobre o "Pai" do Jazz internacional escrito em 1965 pelo "Pai" do Jazz nacional, Luís Villas-Boas - que teve a oportunidade de o conhecer bem e de fazer amizade até com a sua mulher - extraído do livro O Jazz Segundo Villas-Boas, que recentemente publicámos na editora Assírio & Alvim.

Louis Armstrong*

Daniel Louis Armstrong, conhecido entre os músicos por «Satchmo» (Boca de Saco), nasceu em Nova Orleães, em 4 de Julho de 1900. Aprendeu a tocar cornetim num orfanato daquela cidade. Depois de várias profissões e actividades (chegou a ganhar a vida empurrando carros de carvão), surgiu, finalmente, em Julho de 1922, uma grande oportunidade ao ser chamado pelo seu ídolo, o trompetista «King» Oliver, para tocar na orquestra deste músico, em Chicago.

Em 1924, desloca-se a Nova Iorque pela primeira vez, para actuar na orquestra de Fletcher Henderson. Regressando a Chicago, ingressou com a sua segunda mulher, a pianista Lilian Hardin, na orquestra de Erskine Tate, do «Vendome Theatre». Durante a permanência nesta orquestra, aperfeiçoou a sua leitura musical, que era deficiente. Seguiu-se uma permanência nos famosos clubes nocturnos de Chicago «Sunset Cafe» e «Savoy Ballroom», com a orquestra de Carrol Dickerson.

No Outono de 1927, passou a dirigir o seu primeiro grupo num clube de que era gerente Joe Glaser, ainda hoje o seu empresário e que tem tido grande influência na carreira artística de Armstrong. Foi nesta época que o famoso trompetista gravou a famosa série de discos, sem dúvida os mais importantes da sua carreira, sob os nomes de «Hot Five» e «Hot Seven», entre 1925 e 1928.

Regressou a Nova Iorque na Primavera de 1929, para actuar na revista «Hot Chocolates», no «Hudson Theatre». A orquestra com que tocava era a grande formação do pianista Luís Russell, tendo com esse agrupamento feito numerosas gravações. A sua popularidade já era grande, nessa altura, tendo, até 1946, feito numerosas digressões e gravado as canções em voga com diversas orquestras. A qualidade musical era sacrificada ao êxito comercial, o que motIvou críticas severas dos seus adeptos.

Durante este período efectuou várias viagens à Europa, tendo sido apresentado pela primeira vez como grande vedeta em Julho de 1932, no «Palladium», de Londres. Foi durante essa viagem que um jornalista inglês que o aguardava pronunciou, ao vê-Io, a célebre frase «Satchel mounth» (boca de saco) que, pronunciada à inglesa, soou como Satchmo e passou, de então para cá, a ser a sua alcunha.

De 1933 a 1935, realizou uma extensa viagem pela Europa tendo no seu regresso aos Estados Unidos passado a actuar com a orquestra de Luis Russell. Tendo participado, em 1947, no filme «Nova Orleães», com um grupo de «estrelas» entre as quais se encontravam o trombonista Jack Teagarden e o clarinetista Barney Bigard, passou a utilizar, de então para cá, um sexteto a que chama «All Stars» (todos estrelas), com o qual deu novo rumo à sua carreira. Com esse grupo, realizou numerosas viagens iniciadas com a sua participação no Primeiro Festival Internacional do «Jazz», em 1948. Durante uma dessas digressões esteve em Portugal (1959[1]), tendo dado vários concertos em Lisboa.

Vencedor de grande número de inquéritos realizados por revistas e jornais musicais de todo o mundo, como trompetista e vocalista, compositor e artista de variedades, lançador de êxitos (ainda o ano passado destronou os «Beatles» com o popular «HelIo Dolly», que ouvimos repetir nada menos de seis vezes no Festival de Newport em Julho de 1964), Louis Armstrong, além de músico e criador de grande valor, simboliza, para muitas pessoas, o «jazz», pelo papel importante que teve na expansão desta forma musical, inicialmente apenas a expressão folclórica dos negros dos Estados Unidos e hoie verdadeiramente universal.

Discos que recomendamos: «Louis Armstrong Story» - 4 discos de 12 polegadas. Columbia Americana ML-4383/4/5/6, cobrindo os seus melhores e mais representativos anos de actividade ou seja, de 1925 a 1931).

* Revista Antena, n.º 2, 15/03/1965, pp. 20
[1] N.A.: O concerto teve lugar em 1961 e não em 1959.


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