28 de fevereiro de 2007

JNPDI! APRESENTA JAZZ EM DVD

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JNPDI! associou-se à colecção Jazz em DVD da editora Planeta DeAgostini, possibilitando aos leitores que venham a assiná-la uma oferta adicional: o DVD biografias do Milénio. Para tal basta clicar no banner que se encontra no topo deste blog.

Mas vamos por partes e comecemos antes de mais por falar na colecção em si.

Na prática, este projecto editorial reúne 41 DVDs de alguns dos melhores músicos e grupos de Jazz e com o benefício de estarmos aqui perante obras de qualidade certificada, pois não se trata de edições de segunda categoria (daquelas que quando inserimos no leitor nos fazem sentir defraudados pela debilidade do som ou imagem), mas antes de vídeos oficiais, muitos deles provenientes, por exemplo, do Festival de Jazz de Montreux (só por estes já valeria a pena).

Vamos, então, ver qual a oferta que está em causa (2 DVD por mês).

Para já foram editados quatro DVD mais um de oferta (Louis Armstrong):

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Entre estes quatro DVD encontram-se dois de referência, o de Miles Davis (1989) e o de Ella Fitzgerald com Count Basie (para nós o melhor registo em vídeo desta excelente cantora e do qual já aqui falámos em tempos).





Porém, ainda há muito mais para ver e do que aí vem seleccionamos sobretudo os seguintes DVD, não só pelos nomes envolvidos mas por já os conhecermos e podermos atestar a sua qualidade e interesse:


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Entrega 6
- Charles Mingus - Live at Montreux (1975)
[Preço FNAC: 19,00 euros]


Entrega 7
- Duke Ellington - The Duke Ellington Masters (1965)


Entrega 8
- Kenny Drew Trio - Live in London (1992)


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Entrega 9
- Tommy Flanagan Trio - Montreux 77
[Preço FNAC: 18,50 euros]


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Entrega 10
- Stan Getz - Vintage Getz
[Preço FNAC: 25,00 euros]


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Entrega 11
- Oscar Peterson Solo - Montreux 75
[Preço FNAC: 18,50 euros]


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Entrega 12
- Count Basie - Montreux 77
[Preço FNAC: 21,00 euros]


Entrega 13
- Chick Corea - The Chick Corea Elektric Band


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Entrega 14
- Carmen Mcrae - Live in Tokyo (1986)


Entrega 15
- Ray Charles - W/Edmonton Symphony Orchestra


Entrega 16
- Charlie Parker Tribute - Birdsongs


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Entrega 17
- Benny Carter - Montreux 77
[Preço FNAC: 17,00 euros]


Entrega 18
- Vintage Collection - 1958-1961


Entrega 19
- Bill Evans Tribute - Live at Brewhouse


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Entrega 20
- Mary Lou Williams - Montreux 78
[Preço FNAC: 17,00 euros]


Entrega 21
- Al Di Meola - Live at Montreux 1986/1993


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Entrega 22
- Oscar Peterson Trio - Montreux 77
[Preço FNAC: 20,50 euros]


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Entrega 23
- Ella Fitzgerald & Tommy Flanagan Trio - Montreux 77


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Entrega 24
- Roy Eldridge - Montreux 77
[Preço FNAC: 17,00 euros]


Entrega 25
- A definir


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Entrega 26
- Jazz at the Philarmonic - Montreux 75


Entrega 27
- The Gadd Gang - The Gadd Gang Digital Live 1988


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Entrega 28
- Joe Pass - Montreux 75 e 77
[Preço FNAC: 21,00 euros]

Entrega 29
- Diane Schuur & the Count Basie Orchestra 1987


Entrega 30
- Nat King Cole - The One and Only - When I fall in Love


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Entrega 31
- Dizzy Gillespie Sextet - Montreux 77
[Preço FNAC: 18,50 euros]


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Entrega 32
- Clark Terry Sextet - Montreux 77
[Preço FNAC: 18,50 euros]


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Entrega 33
- Eddie Lockjaw - Montreux 77


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Entrega 34
- Ray Bryant - Montreux 77
[Preço FNAC: 17,00 euros]

Entrega 35
- Roots - Salute to the Saxophone (1992)


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Entrega 36
- Milt Jackson & Ray Brown - Montreux 77
[Preço FNAC: 20,50 euros]


Entrega 37
- Niacin - Live in Tokyo feat Billy Sheen (1996)


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Entrega 38
- Count Basie - Montreux - Jam 75
[Preço FNAC: 17,00 euros]

Entrega 39
- George Benson - Absolutely Live

Entrega 40
- A definir


A verdade é que estes mesmos DVD se podem encontrar à venda nas lojas. Todavia, em vez de custarem 9,99 euros... atingem em média o dobro do preço, isto no caso da FNAC.

Por outro lado convém salientar que a colecção Jazz em DVD é pensada sobretudo para assinantes, pelo que o número de exemplares enviado para venda em banca está optimizado para responder aos clientes que habitualmente os reservam desde o primeiro número. Quer isto dizer, que, de acordo com a Planeta DeAgostini, não será fácil adquirir números isolados.

As terças do Dr. Jazz no Hot Clube

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São já uma instituição as célebres terças-feiras de jazz no Hot Clube, em Lisboa, dia em que TóZé Veloso, baptizado por Villas-Boas de Dr. Jazz (Dr. por parte da profissão de médico e Jazz por parte da sua devoção e talento para esta arte musical), toca com os músicos da mais nova geração, a maioria deles ainda em plenos estudos musicais.

JNPDI! passou por lá ontem, como aliás sucede noutras terças-feiras, e se realmente o Jazz é o "som da surpresa" neste dia tal epíteto cumpre-se por completo. Nada está combinado. Primeiro começa o piano e das mãos do Dr. Jazz saem as notas que dão corpo aos standards e originais, que podem ser a bela balada "Beatrice" ou o famoso "misty", por exemplo. Depois, outros músicos vão chegando. Primeiro junta-se o contrabaixo... depois chega um baterista e eis que de súbito já está montado um trio e se ouve "My one and only love". Com a entrada em cena do saxofonista-tenor César Cardoso (finalista da escola de jazz Luís Villas-Boas e membro do grupo de Dixieland Desbundixie) o agora quarteto ataca "All the Things You are" e passa depois por um excelente "Recorda-me". Soa bem este saxofone que tão bem entra na harmonia dos temas. Falaremos aqui dele em breve.

Depois do intervalo acontece (na RTP já era...) a maior surpresa quando Filipe Melo se instala à bateria, ele que vem munido de vários utensílios para a percussão. Está formado um novo trio que logo passa a quarteto quando uma jovem decide mostrar os seus dons em "All of Me" e "Someday my Prince Will Come". No primeiro tema o Dr. Jazz chama ao palco Paulo Gil (lembram-se dele a apresentar na RTP o «Som da surpresa»?) para um scat. É mais uma surpresa e finalmente pudemos ouvir o tão famoso dom vocal deste Senhor do Jazz que, sendo também um Senhor da comunicação, só podia mesmo proporcionar um excelente momento, para mais de contagiante alegria.

Por falar em alegria temos de apontar agora os holofotes ao jovem (18 anos!) que se senta à bateria: Pedro Segundo. Se quisermos pensar em alguém que toca com 100% de prazer à flor da pele então este é o nome a reter. Mr Smile, como desde já lhe podemos chamar, percute, e muito bem, com um sorriso infinito e vive cada momento de interação musical. Músico de formação clássica revela-se um baterista de Jazz nato e um caso sério de talento, o que lhe valeu rasgados aplausos e incitação por parte de Paulo Gil e TóZé Veloso. Isto, sim, é Jazz, alegria em palco, público que participa, pede temas, incita, agradece, incentiva... participa, uma geração anterior que humildemente reconhece o talento na que lhe sucede.

São assim as terças-feiras do Dr. Jazz no Hot Clube de Portugal; tudo pode acontecer.

Porém, talvez o mais importante deste evento seja mesmo a possibilidade de partilha entre gerações e a passagem de testemunho, à nova geração, da aprendizagem acumulada por quem esteve praticamente no início do Jazz em Portugal.

27 de fevereiro de 2007

Relembrar Dexter Gordon

Se fosse vivo, se não se tivesse drogado, se não tivesse bebido tanto... Dexter Gordon, personagem maior do saxofone-tenor no Jazz, completaria hoje 84 anos.

Fica a memória através deste clip do tema "Tanya".



E por falar em Dexter Gordon, tivemos neste Sábado oportunidade de o ouvir em gravação efectuada no I Cascais Jazz (Novembro 1971), registo que temos andado a ouvir ultimamente com grande prazer musical.

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Dexter Gordon com Marcos Resende


24 de fevereiro de 2007

Blitz: Miles e Armstrong

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Quem ontem adquiriu a revista Blitz recebeu certamente com surpresa a fotografia histórica de Louis Armstrong em Portugal em 1961, a qual ocupa duas páginas centrais.

JNPDI! omitiu propositadamente esta informação para que a surpresa fosse isso mesmo: uma surpresa.

É assim que no mais recente número da Blitz se visitam os dois expoentes máximos do trompete do jazz moderno, percorrendo um espaço temporal de 30 anos, que vai de 1 de Março de 1961 (Louis Arsmstrong no Cinema Monumental) até 17 de Março de 1991 (derradeiro concerto de Miles Davis em Portugal).

Mas como o espaço da revista é apesar de tudo limitado queremos terminar esta visita a Miles Davis com a apresentação de três capas/primeiras páginas que foram dedicadas ao mago do trompete em 1971 e em 1991, honras só concedidas a um génio como foi Miles.

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Nov. 1971

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Nov. 1971
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Março 1991

23 de fevereiro de 2007

Miles Davis em Portugal

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Miles Davis no Cascais Jazz, em 1971

Miles Davis actuou por quatro vezes em Portugal entre 1971, quando abriu o Cascais Jazz, e 1991, ano que marcou também o seu adeus à vida. Em todas as ocasiões foi igual a si mesmo: um mestre da trompete e da arte de improvisar, alheado de tudo o que fosse além da sua música e da sua arte.

Quando em 1971 Miles Davis, aos 46 anos, pisou pela primeira vez território nacional era já uma estrela não do jazz, mas da música de massas, tocando as audiências do rock e da pop com as suas experiências de fusão entre géneros musicais. O auge da sua popularidade tinha sido atingido apenas um ano antes, quando na sua actuação no célebre Festival da Ilha de Wight (Reino Unido) partilhara o cartaz com os gigantes The Who, The Doors, Sly and the Family Stone, Joni Mitchell e Jimi Hendrix, perante nada menos do que 350 mil espectadores.

Mas onde estava agora o consagrado monstro do jazz, autor de discos míticos como Birth of the Cool, Kind of Blue e Porgy and Bess? Provavelmente vivia apenas na sua atitude em palco e no som sublime da sua trompete, já que o divórcio de Miles com a sua música de sempre havia começado em finais dos anos 60 quando as vendas dos seus discos caíram abruptamente (cerca de 50 por cento), prejudicadas pelo advento do free-jazz e pela explosão do rock, e o trompetista se encontrava não raras vezes a tocar em clubes com cerca de 40 pessoas…

Miles não estava pronto para sair de cena, mas sabia que tinha de encontrar um novo som para chegar à nova geração que ia a eventos como o Woodstock e por isso ouvia agora sobretudo músicos como Hendrix (que muito o impressionava e com quem esteve para gravar em estúdio), James Brown e Sly Stone, procurando sincronizar-se com a música do momento.

Consequentemente, as mudanças na sua banda eram inevitáveis e os músicos iam-se sucedendo ao longo do tempo – isto enquanto Miles incorporava novos instrumentos, como a guitarra eléctrica e o piano eléctrico, rompendo com o passado. «O piano acabou. É um instrumento antiquado. Não quero voltar a ouvi-lo. Pertence a Beethoven – não é um instrumento contemporâneo», afirmava então. Em 1969 gravava o disco da viragem, Bitches Brew, considerado o percursor da fusão. Pouco depois do seu lançamento, em 1970, atingia o top 40 e já tinham voado das prateleiras das discotecas cerca de 70 mil cópias, valendo-lhe o seu primeiro disco de ouro. Miles sabia que este era o seu novo caminho e em breve estava a actuar pela primeira vez em palcos de rock, como sucedeu nos célebres concertos realizados (e gravados) no Fillmore, em São Francisco.

Curiosamente, o mago da trompete deslocava-se a Portugal para um festival da música que o havia consagrado, o Cascais Jazz – nesse ano iniciado por Luís Villas-Boas, João Braga e Hugo Lourenço – mas não tocaria jazz, o que causou natural desilusão entre os seus admiradores mais antigos e incondicionais. Contudo, ciente do seu valor e da sua popularidade e importância (para mais, acabara de ser eleito «Jazzman» do ano pela revista Downbeat), Miles trocou as voltas à organização do evento quando anunciou a João Braga que queria ser ele, e não Ornette Coleman – que havia realizado a revolução do free-jazz e era então um músico de referência como inovador e pioneiro – a abrir o Cascais Jazz. «Ele disse-me uma coisa que nunca mais esqueci: “Este é o primeiro festival de jazz em Portugal e quero ser eu a abri-lo. Os outros só podem tocar a seguir a mim”». As exigências de Miles não se ficaram por aqui, incluindo um chauffeur branco (fardado a rigor, com boné, luvas brancas e dragonas), um «sparring-partner» para servir de saco de pancada às suas ambições de boxeur (na verdade foram dois, porque o primeiro «voltou-se» ao trompetista e João Braga teve de ir à Mouraria arranjar «um tipo mais velho» que não oferecesse mesmo resistência…), uma suite em hotel de luxo, nove quartos simples em hotel de primeira classe, cinco automóveis e uma camioneta para transporte de equipamento (cerca de duas toneladas!).

Caprichos satisfeitos, por volta das 22h00 do dia 20 de Novembro Miles Davis subia ao palco do Pavilhão do Dramático e tinha a seus pés cerca de 12 mil pessoas – incluindo alguns notáveis da música portuguesa, como Amália Rodrigues, Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira – muitas delas convencidas de que iam ouvir jazz, convicção logo refutada quando Miles soprou as primeiras notas numa trompete ligada a um pedal de efeitos (wah-wah e volume) para, como revelaria na sua autobiografia, se aproximar do som de Jimi Hendrix. A acompanhá-lo estavam seis jovens, então, praticamente desconhecidos do grande público: Keith Jarrett (piano eléctrico), Gary Bartz (saxofone), Michael Henderson (baixo eléctrico), Don Alias e James Foreman (percussão) e Leon Chandler (bateria). Em palco, o septeto debitava uma música predominantemente funky e eléctrica, baseada em discos como Bitches Brew, Black Beauty, Live at the Fillmore East e Live Evil, e apesar de Jarrett ter desde logo captado a atenção do público e da imprensa – com o Diário de Lisboa a informar na crítica ao festival que um dos seus solos «marcou profundamente toda a assistência, absolutamente conquistada» – as atenções estavam obviamente centradas no trompetista. E a primeira impressão que saltava à vista era a imagem pouco clássica de Miles. Diniz de Abreu descrevia assim, no Diário Popular, a sua nova indumentária: «Colete de pele preto, camisa da mesma cor, calça verde acetinada, muito justa, um lenço ao pescoço, caído em duas pontas; cinto dourado; botas prateadas; óculos escuros».

Estava claro que também no visual Miles Davis se recusava a ficar preso ao passado e era agora, em todos os sentidos, uma verdadeira estrela. E se ao longo da sua carreira sempre se tinha distinguido por uma peculiar atitude em palco, tocando não raras vezes de costas para o público, a sua presença e a sua linguagem corporal assumiam ainda maior importância no momento em que se direccionava para as massas e para um público sedento de carisma e revolução. Na revista O Século Ilustrado Maria Antónia Palla escrevia após o concerto: «Quando Miles pára e deixa tocar o seu conjunto, fica a um canto do palco, o corpo inclinado para a frente, as mãos fixadas nos joelhos, balançando-se como um felino selvagem pronto a saltar sobre a presa. O rosto cerrado, sem deixar transparecer a menor emoção, fixa o olhar num ponto indeterminado. (…) Numa hora passada de exibição, nem um sorriso. Como se o público não contasse, como se a multidão fosse um inimigo potencial». Mas nem todos eram anónimos entre os cerca de dez mil espectadores. No meio do público, de gravador em mãos, estava outro trompetista e gigante do jazz, Dizzy Gillespie, que referia estar a gravar o concerto para ver se percebia depois o que Miles estava a tocar em palco…

Música à parte, Miles Davis era também mais uma das estrelas da música que se tornara dependente das drogas. João Braga recorda um facto que chamou a sua atenção: «A água que escorria das costas dele durante o concerto era algo inumano, certamente por causa das profaminas». A verdade é que antes de actuar Miles solicitara a Braga uma elevada quantidade deste medicamento tendo, como este recorda, «engolido sem se deter as três caixas» providenciadas, mas isto só depois de sair do armário da suite do Hotel Palácio, no Estoril, onde se encontrava fechado em meditação. Não era pois de admirar que no final do concerto mal conseguisse articular uma frase, não dirigindo mais do que um seco obrigado a Villas-Boas, que o esperava nos camarins, depois de este ter deixado o palco com a trompete erguida em sinal de agradecimento e satisfação por esta sua «prima nocte» em Portugal.


BLITZ 09

Artigo completo e mais informação na BLITZ de Março.

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Miles e Foley no Coliseu de Lisboa (1989)

Texto de João Moreira dos Santos

"Tudo" sobre Miles Davis em Portugal

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A revista Blitz, que chega hoje às bancas, publica um artigo meu sobre os quatro concertos que Miles Davis deu em Portugal, entre 1971 (Cascais Jazz) e 1991 (Coliseu de Lisboa e Coliseu do Porto), ano que marcou a sua última actuação entre nós e, sobretudo, o fim da sua vida.

São oito páginas de um trabalho inédito que resultou da consulta de dezenas de artigos publicados pela imprensa da época (obrigado António Curvelo, Manuel Jorge Veloso, Maria João Lourenço e Raúl Vaz Bernardo), de uma detalhada entrevista ao produtor dos concertos mais recentes, em 1989 e 1991 (obrigado, Rui Neves!), e de pesquisa fotográfica e iconográfica, como bilhetes dos concertos e autógrafos (obrigado Rui Veloso e José Manuel!).

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Mas para não falar em causa própria, aqui deixo o texto promocional da autoria da redacção desta revista:

Quem não idolatra Miles Davis – ou, pelo menos, alguma fase da sua carreira – deveria certamente rever os discos que guarda em casa.

Mas não são os discos do mais genial trompetista da história do jazz que ocuparam o nosso colaborador João Moreira dos Santos durante esta edição. O autor do blog Jazz no País do Improviso! passou a pente fino as quatro ocasiões em que Miles Davis actuou em território nacional. Os temas que tocou, os músicos que o acompanharam, as exigências e os encontros imediatos são relatados com rigor e cuidado.

E o que é que o Rui Veloso tem a ver com isto?

22 de fevereiro de 2007

Vamos a votos!

21 de fevereiro de 2007

Trio de Maria Viana em digressão


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É sempre bom saber que os músicos de jazz, particularmente os nossos, os portugueses, têm trabalho e público um pouco por todo o lado.

Serve esta introdução para anunciar que o trio de Maria Viana (composto por Paulo Gomes, ao piano, e José Eduardo, no contrabaixo) vai andar em digressão, passando por Castelo Branco, a 1 de Março, e pelos Açores, arquipélago que recebe uma das nossas mais inspiradas vozes nos dias 8 (Pico) e 10 (Horta), a convite das respectivas Câmaras Municipais e no âmbito das Comemorações do dia Internacional da Mulher. Além dos espectáculos, os membros deste trio asseguram ainda workshops para estudantes de música.

No concerto de Castelo Branco Maria Viana contará ainda com a presença em palco do jovem trompetista Rudolfo Neves.

19 de fevereiro de 2007

Manhã de Carnaval

Tocam Chet Atkins, George Benson e Earl Klugh.

17 de fevereiro de 2007

Jef Neve no Hot Clube: 5 estrelas!

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Foto: João Moreira dos Santos

JNPDI! passou ontem pelo Hot Clube de Portugal para ver e ouvir o trio de Jef Neve, que hoje se apresenta pela última vez na velha cave da Praça da Alegria.

No final do concerto Paulo Gil, conceituado crítico e programador de Jazz, gritava ao pianista do meio do público: "Cinq étoiles! Cinc étoiles!".

Resta-nos, pois, deixar aqui uma pequena reportagem fotográfica deste concerto.

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Foto: João Moreira dos Santos

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Foto: João Moreira dos Santos


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Foto: João Moreira dos Santos

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Foto: João Moreira dos Santos

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Foto: João Moreira dos Santos

16 de fevereiro de 2007

Jef Neve e JNPDI!: encontro "legal"

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Jef Nev e Piet Verbist nos escritórios da Universal Music Portugal

JNPDI! teve hoje a oportunidade de entrevistar o pianista Jef Neve, que se encontra entre nós para apresentar no Hot Clube de Portugal o seu mais recente CD: Nobody is Illegal.

Tal como o título sugere, este registo, editado pela Universal Music, marca um grito de revolta de Neve contra a segregação dos emigrantes no seu país, a Bélgica, e um apelo ao reconhecimento da igualdade dos homens, sem atender à sua nacionalidade ou etnia.

Após a entrevista, que publicaremos em breve, o jovem pianista acedeu ainda a deixar uma lembrança aos leitores de JNPDI!

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Jef Neve, para ver e ouvir hoje e amanhã no Hot Clube de Portugal, a partir das 23h00, em trio, com Piet Verbist (contrabaixo) e Teun Verbruggen (bateria).

15 de fevereiro de 2007

McCoy Tyner:
"O jazz é uma música aberta"

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A propósito do concerto que McCoy Tyner realiza na Culturgest no próximo dia 24 (por sinal, esgotadíssimo!), retomamos uma entrevista que realizámos há precisamente 10 anos com este pianista histórico, por ocasião da sua passagem pelo Estoril Jazz.

Numa tarde de Julho, na véspera da sua actuação no Festival Estoril Jazz, falámos com McCoy Tyner, pianista virtuoso e lenda viva do jazz. Quando nasceu, em Filadélfia, há 59 anos, Tyner estava longe de adivinhar o seu impacto num género musical que ainda não vivera a revolução Bebop e, sobretudo, no piano. Juntamente com Bill Evans, Tyner foi e é ainda hoje uma referência indelével para os pianistas de jazz. Profissionalmente, iniciou-se ao lado de Benny Golson e Art Farmer, em finais dos anos 50, para logo depois integrar o quarteto de John Coltrane, um dos mais importantes e influentes da história do jazz, no qual se manteve entre 1960 e 1965, levando Coltrane a explorar os meandros do modalismo. Desde então, Tyner assumiu a liderança dos seus próprios grupos, normalmente trios, ou surgiu em bandas All-Stars, ao lado de Sonny Rollins, Ron Carter e Al Foster.

Nesta entrevista, Tyner fala-nos da sua ligação a Golson e Coltrane e, sobretudo, da vida de jazzman, além do seu mais recente trabalho discográfico, «What The World Needs Now», dedicado à música de Burt Bacharach, um compositor cujos temas nunca foram muito populares entres os jazzmen, apesar da admiração confessa de Miles Davis pelo registo tímbrico das suas obras. Embora a incursão de Tyner por terras de Bacharach possa surpreender, a verdade é que já em 1966 o pianista gravara o tema título deste álbum, juntamente com Stanley Turrentine, para a prestigiada Blue Note. Acresce que também Dave Douglas, em entrevista a «O Papel do Jazz», manifestou semelhante interesse por Burt Bacharach, cuja música acaba de ser revisitada por Elvis Costello e alguns músicos de jazz, em disco a editar brevemente pela editora de John Zorn.

Quais foram as suas influências iniciais?

McCoy Tyner - Especialmente Bud Powell e Thelonious Monk e, mais tarde, Art Tatum. Mas Bud Powell viveu no meu bairro durante três meses por isso...

Como foi a sua aprendizagem?

MT - Comecei a tocar piano aos 13 anos. Estudei com dois professores, um para a iniciação e outro que me ensinou piano num nível mais avançado, e formei uma banda de rhythm and blues com colegas de liceu. Depois envolvi-me no jazz moderno e alguns músicos mais velhos ouviram-me, gostaram e começaram a ensinar-me e estudei numa escola de música.

Há quem defenda que o jazz não se ensina...

MT - O jazz é algo que não se pode ensinar na escola. Tem que se aprender música mas depois tem que se viver. O jazz é vida; fala da vida.

E ainda faz sentido tocar jazz?

MT - Sim, claro que faz sentido. É muito pesoal, muito expressivo. Não é uma coisa antiga. Há ideia de que o jazz é algo geracional, mas ele continua a existir e penso que é importante para os jovens porque é uma forma de expressão individual. Existem regras mas podem ser quebradas e alteradas. O jazz é uma música aberta, em oposição a outros géneros de música muito estruturados que existem apenas para excitar as pessoas e são muito preconcebidos.

Da nova geração de pianistas, quais considera mais interessantes?

R - Stephen Scott, Eric Reed, Benny Green, Mulgrew Miller e Cyrus Chestnut (um grande compositor). Temos uma impressionante nova geração de pianistas a aparecer.

Ainda assiste a concertos de jazz?

MT - A verdade é que ja não vou a muitos clubes de jazz porque passo a vida neles e em tournées e quero ir ver outras coisas. Vou ver musicais na Broadway, ballet africano e tento ver coisas diferentes.

A vida de um jazzman é passada a viajar...

MT - Sim, viajo muito, mas gosto de tocar e voltar a casa. Há bandas de rock e de blues que passam 10 meses na estrada! Por exemplo, o BB King, que viaja muito, tem uma camioneta especial que é a sua casa. Eu prefiro a minha casa.

Como é que conheceu John Coltrane?

MT - Bem, eu era muito próximo do John Coltrane. Toquei com ele durante seis anos e conheci-o quando tinha 17 anos. Ele tocava com Miles Davis e uma vez, quando regressou a casa, a Filadélfia, isto por meados dos anos 50, encontrámo-nos, tocámos e ficámos a conhecer-nos. Ele era como um irmão.

O Jazztet apareceu depois...

MT - Eu envolvi-me no Jazztet porque sempre que o Coltrane queria deixar o grupo do Miles Davis para formar o seu próprio grupo o Miles dava-lhe mais dinheiro e ele acabava por ficar. Entretanto, o Benny Golson apareceu e fiquei com ele durante sete meses.

Nunca chegou a trabalhar com Miles Davis?

MT - Não... O Miles juntou-se ao quarteto do John Coltrane uma vez e antes disso veio ouvir-nos durante duas noites. Mas ele tinha um estilo diferente. Eu conheci-o, mas realmente nunca tocámos juntos. Era um homem interessante, com uma boa visão musical.

Como é que planeia os seus álbuns?

MT - Faço o que sinto. Por outras palavras, passo por várias fases e tento contrastar aquilo que faço. Se faço algo como este álbum com cordas, o próximo álbum será um álbum latino, com cubanos. Por isso, eu não trabalho de forma sequenciada ou planeada. Faço um trabalho e depois tento pensar em algo que contraste com aquilo que acabo de fazer. Este meu último álbum foi uma surpresa para muita gente...

Porquê, por ser dedicado a Burt Bacharach?

MT - Porque é diferente. É dedicado ao Burt Bacharach porque nunca ninguém lhe tinha dedicado nada, ao contrário de a outros compositores cujos temas estão sobreproduzidos. Gosto da música dele e gostei de o fazer. Tem um ambiente romântico e tem temas que foram basicamente escritos nos anos 60 por um compositor que ainda está vivo. Não é como Cole Porter ou Richard Rogers, que já morreram. Burt ainda está vivo.

Ainda é possível inovar no piano?

MT - Sim! Bem, eu fiz o que podia para mudar as coisas. Tem de haver uma continuidade e novas vozes. Quando eu apareci havia o Bud Powell, Thelonious Monk e Oscar Peterson e eles encorajavam-me a continuar. Mas eu nunca quis ser igual a nenhum deles porque sei que isso é impossível. Mesmo quando eu era jovem queria tocar as minhas ideias e ter a minha própria voz. Penso que todos temos a nossa voz interior.

E, depois do jazz, o Mundo. Finda a entrevista, McCoy Tyner mostrou-se ainda interessado em conversar sobre a sociedade actual, num diálogo que se arrastou tarde fora e em que participou ainda um elemento da equipa de promoção da Impulse em Portugal. Considerações políticas e sociais de um jazzman que se mostrou crítico com os mass-media: a imprensa, porque não respeita a privacidade das figuras públicas (falou-se, então, da Princesa Diana) e a televisão, porque nivela por baixo e, em resultado da cultura dos media, uma sociedade espectáculo em que mais importante do que as qualidades artísticas são as aptidões para captar a atenção dos media.

A música de consumo também não escapou à análise, considerando-a Tyner demasiado rotinada e preconcebida. Não que o pianista não aprecie outros géneros musicais, nomeadamente o rhythm and blues, como ele próprio "confessou".

Motivo de gargalhadas e de estupefacção geral foi a notícia que lhe dei da existência de um site na internet em que é possível esbofetear as Spice Girls. Virtualmente, claro...

Já o Sol baixava sobre a Baía de Cascais quando nos despedimos de McCoy Tyner, esperançados de o rever brevemente entre nós com a sua música honesta (música pela música, sem vedetismos) e o seu virtuosismo.

O jazz é uma música aberta...

[Entrevista publicada originalmente em «O Papel do Jazz», n.º 2, Livros Cotovia, 1997]

Jazz em vídeo: a escolha de um leitor

Respondendo ao repto que aqui lançámos há dias, no sentido dos leitores partilharem os vídeos de jazz que mais apreciem no YouTube, o leitor João Roque enviou-nos um conjunto de sugestões que são de facto dignas de atenção e que por isso mesmo aqui divulgamos.

Oscar Peterson Quartet featuring Joe Pass - "Cakewalk"



John Coltrane - "Afro Blue" (1963)



Joe Pass in trio - "All The Things You Are"



Pat Martino Trio feat. John Scofield - "Sunny" (2002)



Joe Pass solo



Pat Martino Trio - "Oleo"



Coleman Hawkins & Charlie Parker



E ainda...

Buddy Rich vs. Muppet Show



Nosso Trio - "Paca Tatu Cotia Não"



Nosso Trio - "Eu Sei Que Vou Te Amar"



Valeu!

Wynton Marsalis lança novo disco em Março

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From the Plantation to the Penitentiary assim se intitula o novo CD de Wynton Marsalis, a lançar já em Março pela Blue Note.

Mais do que música, este disco oferece o olhar crítico de Marsalis sobre o estilo de vida americano, uma tentativa de chamar a atenção para as injustiças sociais e para a vida de fachada e consumismo, para o que conta aqui com a voz da jovem cantora Jennifer Sanon.
JNPDI! gosta deste tipo de projectos, que muita falta fazem num mundo alienado e de equívocos ideais.

14 de fevereiro de 2007

Para os fãs de John Pizzarelli

Este post é dedicado aos muitos fãs de John Pizzarelli, que infelizmente vai falhar pelo segundo ano consecutivo o Estoril Jazz, frustrando mais uma vez os desejos da organização de apresentar em Portugal este extraordinário guitarrista e cantor.

Neste vídeo temos oportunidade de visitar os bastidores da gravação do seu mais recente trabalho discográfico, Dear Mr. Sinatra, editado pela Telarc em 2006, no qual contou com a colaboração da Clayton-Hamilton Jazz Orchestra.



Aproveitamos para divulgar um artigo publicado recentemente no New York Times, o qual nos foi gentilmente enviado pelo nosso leitor Mateus Couto:

Wrestling With Sinatra, but It’s a Very Friendly Fight
By STEPHEN HOLDEN
Published: February 6, 2007

Sooner or later, every man who sings standards has to wrestle with the ghost of Frank Sinatra. And on Saturday evening at the Allen Room as part of Lincoln Center’s American Songbook series, it was John Pizzarelli’s turn.

This gifted guitarist and singer with deep roots in traditional jazz recently released a likable tribute album, Dear Mr. Sinatra (Telarc), recorded with the Clayton-Hamilton Jazz Orchestra. On Saturday he performed much of that album with an excellent 17-piece big band that kicked out with a brawling, Count Basie-like exuberance minus the Count’s jet-propelled piano signature.

In almost every way imaginable except one, Mr. Pizzarelli is Sinatra’s temperamental opposite. Where Sinatra projected intense emotional heat at all times, Mr. Pizzarelli is innately cool, sly and playful in the mode of his biggest influence, Nat King Cole. From the mid-1950s onward, Sinatra injected pop singing with deepening shades of menace, hostility, arrogance, self-pity and depression. Mr. Pizzarelli is fundamentally a nice guy. Any rage or sorrow he may feel is diverted into humor. Even singing that cry-in-your-beer standard, “One for My Baby,” on Saturday, he remained the casual cool cat, shrugging off the blues as he leaves the bar to hit “that long, long road.” “In the Wee Small Hours of the Morning,” a Sinatra cry from the dark night of the soul, was relaxed into a languid, easygoing swing ballad.

Mr. Pizzarelli is a great comic storyteller and mimic whose verbal precision almost matches his dexterity as a high-speed finger-picker who scats in unison with his guitar solos. At the second of Saturday’s two shows, he recalled his first backstage meeting with Sinatra, for whom he opened some European dates. He described Sinatra’s famous blue eyes as having the color and intensity of searing blue flames on gas jets. The five words Sinatra spoke to him he remembered with amusement: “Eat something. You look bad.”

Where the two singers share common ground is in their fundamental rhythmic confidence. Mr. Pizzarelli swings naturally in a light, crooning voice that suggests a more nasal offshoot of Cole in his early trio days. The harder he swings, the better he sounds. The high point of Saturday’s concert was a rendition of “Yes Sir, That’s My Baby” that exploded with enthusiasm and excitement.

The kind of joy that effuses from Mr. Pizzarelli seems to come as naturally as breathing. His last three words to the audience summed it up: “Music is good.”

13 de fevereiro de 2007

Neve no Hot Clube

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O trio do pianista belga Jef Neve actua no Hot Clube já no próximo fim de semana, nos dias 15,16 e 17 (de Quinta a Sabado), como habitualmente, às 23h00 e às 00h30.

Jef Neve - que é considerado uma das mais originais "vozes" do Jazz actual - acaba de lançar o CD Nobody is illegal, o seu primeiro álbum para a Universal e que marca a estreia deste jovem talento numa grande editora.

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JNPDI! anda a ouvir este registo e em breve apresentará aqui a sua opinião e uma pequena surpresa para os seus leitores.

Neve foi aluno no Lemmeninstituut em Louvain, teve aulas com Brad Mehldau, Martial Solal, Billy Hart e Toots Thielemans, entre outros. Em 2000 formou-se com o grau Master of Music em Jazz e música clássica.

Sara Valente ao vivo em Almada

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Sara Valente, que acaba de lançar o seu primeiro CD, intitulado Blue in Green, apresenta-se ao vivo no próximo dia 16 de Fevereiro, no Teatro Municipal de Almada.

Blue in Green surge da vontade da cantora registar alguns dos seus temas favoritos e onde propõe autores como Thelonious Monk, Horace Silver e uma diferente abordagem a alguns temas originalmente instrumentais de Miles Davis ou Wayne Shorter.

Este CD conta com a participação dos músicos João Maurílio (Piano), Gonçalo Marques (Trompete), Nelson Cascais (Contrabaixo) e Paulo Bandeira (Bateria).

11 de fevereiro de 2007

O saxofone plástico de Bird

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Reza a história que por volta dos anos 50 um inglês ofereceu a Charlie Parker um saxofone-alto Grafton, instrumento fabricado pela Grafton desde finais dos anos 40 até meados dos anos 50.

Conhecido por empenhar o seu saxofone em troca de dinheiro para comprar droga, Paker usou este saxofone de plástico em várias ocasiões, nomeadamente no célebre concerto realizado em Maio de 1953 no Massey Hall, no Canadá.

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Sucede que em 1994 este mesmo saxofone foi leiloado em Londres, através da Christie's, tendo sido aquirido por £93,500 Libras pelo mayor da cidade natal de Parker, Kansas City, Kansas (EUA), onde se encontra em exposição no American Jazz Museum.

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É a essa sessão que se reporta o vídeo que hoje aqui apresentamos por sugestão de um leitor do JNPDI!, o qual nos permite ver e ouvir o sax-alto de Parker a soar cerca de 40 anos depois do histórico Massey Hall, tocado por um seguidor de Bird, o inglês Peter King.


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