30 de novembro de 2005

JNPDI! FILES

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Uma vez que estamos por Barcelona, ouçamos o seu filho pródigo, o pianista Tete Montoliu, que nasceu nesta cidade em 1933 e aí faleceu em 1997.

Com Montoliu tocam, "Body and Soul", o contrabaixista Niels Pedersen (ouçam bem o swing da sua walking bass line) e o baterista Albert "Tootie" Heath, disco de 1974, editado pela Steeple Chase.

Festival de Jazz de Barcelona em imagens

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Como referimos aqui há umas semanas, tivemos oportunidade de passar pelo Festival Internacional de Jazz de Barcelona e assistir aos concertos de Lee Konitz e Robert Glasper.

Aqui deixamos, pois, uma breve reportagem fotográfica destes dois eventos.

Lee Konitz no Zac Jazz Club

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Robert Glasper

O pianista norte-americano Robert Glasper, que muito nos agradou pela sua soberba técnica, capaz de nos impressionar, mesmo se ao longo de quase 20 anos já vimos ao vivo largas dezenas de pianistas, incluindo vários dos grandes nomes do jazz, actuou no Luz de Gas.

Esta sala, que em absoluto desconhecíamos, mais não é do que um antigo teatro de bairro, com capacidade para acolher 400 pessoas, e que a organização do Festival tranforma num clube de jazz de generosas dimensões.

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Aproveitámos ainda a presença em Barcelona para descobrir espaços onde se possa ouvir jazz e recomendamos o Bel-Luna (situado a escassos metros da Plaza Catalunya, na Rambla Catalunya), onde actuava precisameete no dia em que nos viemos embora... nada menos do que a cantora René Marie.

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Por este clube, que não tem rival em Lisboa, uma vez que também serve refeições, à semelhança do que sucede em alguns clubes de Nova Iorque, Milão e Tóquio, já passaram músicos como Ron Carter, Roy Hargrove ou Larry Coryell.

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O pior mesmo são os precos que, com jantar, rondam os 70/90 euros, consoante o jazzman que esteja programado.

O que vai nascer no antigo Pavilhão do Dramático

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[Pav. Dramático, Julho 2005 - J. M. Santos]

A agenda cultural de Cascais, de Novembro/Dezembro, revela o que vai nascer onde antes se erguia o Pavilhão do Dramático, berço do primeiro grande festival de jazz em Portugal.

Aqui fica, pois, o referido artigo, diga-se, muito bem redigido:

Em cada pedaço de pedra, de betão ou de metal demolido ainda parecem soar as notas que, durante duas décadas, fizeram do Pavilhão do Grupo Dramático e Sportivo de Cascais a famosa "Catedral" do Jazz e do Rock em Portugal.

Construído no início dos anos 70, com projecto da autoria do arquitecto Henrique Albino, o "Dramático de Cascais", como rapidamente passou a ser abreviado, destinava-se sobretudo à realização de actividades desportivas, pelo que as suas condições acústicas não seriam propriamente as mais adequadas para espectáculos musicais.

Contudo, quem se importava com a acústica, quando se tratava de assistir a concertos de nomes incontornáveis, como os que entre 1971 e 1980 ostentaram os cartazes do Cascais Jazz, ou dos grupos rock que faziam furor na época?

À falta de espaços adequados, improvisava-se um, mesmo que o som fosse mau, que as bancadas não primassem pelo conforto ou que as normas de segurança nem sempre fossem respeitadas à risca Portugal estava ávido de música nova, que era impossível continuar a ignorar.

Pelo recinto escutaram-se os improvisos dos mestres Miles Davis, Dizzy Gillespie, Chet Baker, "swingou-se" ao ritmo do contrabaixo de Charles Mingus, da voz da diva Sarah Vaughan e do sax de Sonny Rolins, vibrou-se com o blues de Muddy Waters. E tantos outros sons do jazz por lá passaram, a par do pop rock de músicos e bandas em ascensão como os Genesis, Duran Duran, Supertramp, The Tubes, Lou Reed, Iron Maiden ou Nirvana, esta última numa das suas derradeiras apresentações ao vivo, dois meses antes do suicídio do seu vocalista Kurt Cobain.

E para que a história do Dramático não se confunda nos nomes e nas datas, a Câmara Municipal de Cascais pretende preservá-la no novo equipamento cultural que surgirá no lugar do antigo pavilhão, há muito desactivado devido ao seu estado de degradação crescente. No seu lugar nascerá o Centro de Artes de Cascais: um espaço moderno e sofisticado, provido de áreas para exposições permanentes e temporárias, auditório polivalente, cafetaria e restaurante, livraria e parque de estacionamento com capacidade para 150 viaturas.

O projecto, da autoria do arquitecto Fernando Martins, prevê o enquadramento do edifício em todo o espaço envolvente, nomeadamente através do alargamento do Parque Marechal Carmona e da evidente ligação ao hipódromo municipal Manuel Possolo.

Indissociável, num futuro breve, será também o seu vínculo temático à Casa das Histórias e dos Desenhos de Paula Rêgo, com orojecto do arquitecto Eduardo Souto de Moura, a edificar a escassos metros, junto ao Museu do Mar - Rei D. Carlos.

A autarquia espera ver lançado o concurso público de adjudicação da obra do Centro de Artes ainda este ano, estimando-se a sua conclusão no ano 2007.

E não se espante se, nessa altura, encostar o ouvido à parede e ainda lhe parecer escutar baixinho a inconfundível voz de leonard Cohen ou o free jazz de Ornette Coleman, pois os materiais da demolição serão reciclados e reaproveitados na nova construção. A esses sons antigos juntar-se-ão outros, à espera do dia em que também as pedras aprendam a cantar.

OS falsos profetas...

Não é de hoje nem de ontem que com a música de jazz sucede algo de incrível.

Todos, sem excepção têm a sua opinião formada sobre ela e emitem as opiniões mais categóricas, sem a menor preocupação de adquirirem aquele mínimo de conhecimentos que se torna indispensável à apreciação de qualquer manifestação artística, para que as críticas possam considerar-se bem intencionadas e inteligentes.

Luís Villas-Boas (1951)

29 de novembro de 2005

Cascais pode receber museu do jazz e estátua de Villas-Boas

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Como já havíamos anunciado aqui, aproveitámos a sessão de ontem de lançamento do livro de que somos autores - Duarte Mendonça: 30 anos de jazz em Portugal - para lançar um repto/desafio ao Presidente da Câmara Municipal de Cascais: a edificação de um Museu do Jazz.

António Capucho acolheu muito bem o projecto, o qual considerou como sendo "a única forma de perpetuar a memória do jazz em Cascais", aceitando a nossa oferta para colaborar neste empreendimento.

De igual forma, lançámos ao Presidente desta autarquia e à comunidade do jazz a ideia de erguer neste Concelho uma estátua a Luís Villas-Boas, ideia que foi também prontamente aceite, de tal forma que no final da sessão António Capucho já debatia com alguns dos presentes os locais em que tal monumento poderia vir a nascer.

Aqui fica, pois, um excerto do discurso que ontem proferimos no centro Cultural de Cascais, no qual fundamentámos a importância de um Museu do Jazz para Cascais e a justiça de uma homenagem permanente a Luís Villas-Boas:

(...)Devo referir que Cascais acolhe concertos de Jazz desde os anos 20... e que poucas localidades se podem gabar de ter recebido tantos músicos de relevo desta que é considerada a principal revolução musical do Século XX. Em Portugal nem sequer Lisboa se pode gabar desse feito, cidade que continua sem um festival de jazz, feito em que deve ser única entre as capitais europeias...

Mas Cascais pode e deve fazer mais pelo Jazz.

Cascais pode tornar-se objectivamente a capital do jazz em Portugal e até da Península Ibérica (ambição que Barcelona vem alimentando secretamente...), captando o turismo sénior de uma Europa que caminha a passos largos para o envelhecimento da população e que vê este Concelho como um paraíso de praia, bom tempo, golfe e, claro, como o pretendemos, de cultura. Um turismo sénior que, como se sabe, procura qualidade, conhecimento, informação, história, arquitectura e que, além disso, tem no jazz muitas das suas memórias de infância... Este é, pois, um turismo de elevados recursos económicos e que Portugal não está em condições de poder negligenciar.

É por isso que sonhamos...

- Com uma Cascais sede de um museu do jazz.

- Com uma Cascais berço de um parque do Jazz... à semelhança do Parque dos Poetas, em Oeiras, e do futuro Parque dos Descobrimentos, em Carnaxide.

- Com uma Cascais de ruas e jardins em que os grandes nomes do jazz (e não só) que por aqui passaram no Cascais Jazz e no Estoril Jazz se ergam e contemplem aqueles que por eles passam.

Uma Cascais assim é uma Cascais que se diferencia não só pelas suas características geográficas e climatéricas, mas por um conceito que está em condições únicas, entre nós, de reivindicar: a Cascais capital da Música em Portugal.

Em tempos falou-se de uma Cascais do Cinema... Pois em nosso entender, Cascais não tem, ao contrário do que sucede na música, tradição e projecção mundial nesta arte, razão pela qual entendemos que é pelo jazz e pela música que deve afirmar-se, tal como sucede em Montreux, claramente posicionada como um centro de cultura, de música, onde é possível passear nas margens do Lago Genebra, na companhia de estátuas dos músicos que ali se exibiram nos seus célebres festivais de Jazz e não só.

Também Cascais pode e deve voltar a receber os gigantes da história do jazz: Miles Davis, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Duke Ellington, Oscar Peterson... Todos eles passaram por aqui, a escassos metros deste espaço onde nos encontramos.

É imperioso que o rico espólio de Duarte Mendonça, de milhares de discos, vídeos, fotografias e gravações dos concertos que tem produzido ao longo destes 30 anos, não só não se perca como sirva para a projecção de Cascais como centro de cultura musical, acrescendo ao espólio do Museu da Música Portuguesa, que recentemente reabriu ao público, no Estoril, e acolhe os espólios de Michel Giacometti e de Fernando Lopes Graça.

Poderíamos assim ter uma Cascais sede das várias expressões musicais e duvido que tal não dinamizasse economicamente e culturalmente o Concelho.

É, pois, imperioso começar a projectar um museu do jazz para Cascais e estou certo de que este executivo camarário é sensível a este assunto, pois tem demonstrado orgulhar-se do seu festival anual de jazz e soube homenagear em vida, o que é raro entre nós, o seu mentor: Duarte Mendonça.

Estamos convictos de que no Século XXI os municípios não serão aquilo que são e sempre foram, mas sim aquilo que quisermos fazer deles, a capacidade que tivermos de os envolver num conceito legítimo, adequado e capaz de gerar reconhecimento público e mais valias económicas.

Referimo-nos à capacidade de cada município vir a posicionar-se de forma diferenciada, afirmando-se através de algo em que seja único ou melhor que os demais, um conceito que apele ao turismo interno e externo.

É aqui que entra a Cascais Capital da Música.

Desengane-se, porém, quem pense que estas minhas palavras denunciam um interesse político. Não é isso que me move, mas tão só a paixão que sempre tive por Cascais e pelo Jazz e a vontade de poder contribuir para um casamento que me parece fazer todo o sentido entre ambos.

Construir em Cascais um Museu do Jazz - não um museu elitista ou hermético, mas um espaço interactivo em que sobretudo as crianças, e destas, as menos favorecidas ou marginalizadas, possam experimentar os instrumentos, os sons, aprender música, conhecer a história do jazz e, através dela, os valores da tolerância, da não discriminação e do direito à diferença, à cultura e ao saber - este é o projecto de uma vida.

É um projecto que estou determinado a ajudar a erguer aqui, neste Concelho, e para o qual desde já me disponibilizo, Senhor Presidente, sem quaisquer intuitos lucrativos.

A música é, como sabemos, um excelente veículo de comunicação e quando aprendida em criança pode realmente ser também um instrumento de integração, de suavização da chama da violência que arde nas populações desfavorecidas e de sociabilização.
Como se percebe queremos um espaço vivo e que ajude a gerar uma vida mais interessante de viver e mais harmoniosa.

Não me alongarei mais nesta questão, pois o que nos congrega hoje é este livro em homenagem a Duarte Mendonça.

Porém, não posso deixar de aproveitar a presença do Senhor Presidente da Câmara de Cascais para, à boa portuguesa, lhe "meter uma cunha".

É que Luís Villas-Boas, que tanto fez pela afirmação cultural de Cascais, bem merecia um monumento que perpetuasse a sua memória e ilustrasse, de forma pública e permanente, a gratidão deste Concelho e o reconhecimento do valor que têm os homens que ousam sonhar, projectar e empreender.

E só em Cascais este monumento faz realmente sentido.

Estas palavras não são uma crítica à Câmara Municipal de Cascais e muito menos a este executivo. Se tal monumento ainda não existe é também porque a comunidade do jazz em Portugal dialoga pouco e infelizmente muitas vezes fecha-se sobre si própria e esquece o passado que viabiliza o presente.


Na intervenção de António Capucho foi de realçar o apoio declarado ao Estoril Jazz, o que sem sempre sucedeu noutros executivos camarários: "Só se fôssemos obscenos ou estúpidos é que não aproveitaríamos o elan que vem de trás do Cascais Jazz".

Fica dito e importante que fique dito.

Estamos a ouvir e recomendamos!

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Debut, o primeiro disco do pianista Filipe Melo, que aqui toca em trio com Bruno Santos (guitarra) e Bernardo Moreira (contrabaixo).

Este é um disco especial para JNPDI! uma vez que repetidamente ao longo de 2003/2004 lançámos aqui o repto a este músico para que gravasse.

Em breve voltaremos a Debut para explicar porque nos agradou tanto.

Entretanto, se passarem por ele numa FNAC podem deitar-lhe a mão que não se vão arrepender e depois digam-nos se temos ou não razão...

28 de novembro de 2005

Foi há 50 anos o 1.º grande concerto de jazz em Portugal

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Hoje é uma data histórica na história do jazz em Portugal!

Há precisamente 50 anos, isto é, em 28 (com repetição a 29) de Novembro de 1955, Portugal recebia o primeiro grande concerto de jazz, com a actuação do lendário Sidney Bechet.

Naturalmente, houvera já outros concertos, mas nunca com um dos grandes nomes do jazz; nunca com um músico que se confunde com a própria história do jazz.

Bechet actuou no Teatro Monumental, por obra e graça de Vasco Morgado, com o apoio de Luís Villas-Boas (que realizou uma palestra englobada no concerto) e do Hot Clube de Portugal. Com Bechet actuou a orquestra de André Reweliotty.

Recordemos, através das palavras de Villas-Boas, transmitidas no seu programa no Rádio Clube Português, a memória desse concerto:

Tínhamos a certeza de que a apresentação de um concerto de jazz em Portugal com um músico americano representativo desta música seria um êxito. No entanto a nossa expectativa foi largamente ultrapassada. A tarde de ontem ficará inolvidável na memória de todos os que a ela assistiram.

Sidney Bechet, génio da música e criador desta linguagem musical que é o jazz, conquistou o nosso público por natureza retraído nas suas demonstrações de apreço. Todo o espectáculo foi uma permanente manifestação de entusiasmo, mas o final, com o público de pé sem sair da sala, aplaudindo freneticamente durante mais de 15 minutos, será uma recordação que jamais esqueceremos.

(...)

O jazz em Portugal fica devendo a Sidney Bechet a sua final aceitação e compreensão entre o grande público.


Bechet, figura maior do jazz, tem uma estátua em Nova Orleães, onde nasceu em 14 de Maio de 1897.

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Pena é que os media tenham deixado passar esta efeméride fundamental na história do jazz, isto apesar de termos escrito para alguns jornais a alertar para a mesma...

Mas esta é a oportunidade para os blogs, porque esses (alguns, claro) têm memória e espaço para a cultura.

Já agora... é Bechet que está a tocar, em música de fundo, o tema "Shake it and Break it", acompanhado pelos seus New Orleans Feetwarmers, grupo lendário que formou nos anos 20.

Um dia que pode ser o primeiro dia de um museu do jazz...

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Hoje é o dia da apresentação do livro "Duarte Mendonça: 30 anos de Jazz em Portugal", evento que decorre no Centro Cultural de Cascais, pelas 18h00.

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Estando presente o Presidente da Câmara Municipal de Cascais e respectivo executivo camarário, acreditamos ser esta a oportunidade para sensibilizar o poder político para a importância de erigir em Cascais um museu do jazz.

É nesse sentido que orientaremos o nosso discurso, pois o espólio de Duarte Mendonça é um importante ponto de partida para este projecto e Cascais é, por razões históricas óbvias, o local certo para o mesmo.

As nossas ideias estão delineadas, o futuro museu pode ser um polo de afirmação e diferenciação de Cascais e de atracção de turismo de qualidade, com claras mais valias económicas para o Concelho.

Esperemos, pois, poder um dia dizer que este foi o primeiro dia do Museu do Jazz.

27 de novembro de 2005

Os 100 melhores discos de jazz

Já há muito tempo que tínhamos esta ideia em mente, mas só agora foi possível concretizá-la: apresentar uma relação daqueles que são considerados os 100 melhores discos de jazz.

Naturalmente, hesitámos em apresentar uma selecção nossa, duvidando dos nossos conhecimentos para ousar tal empreendimento, obviamente polémico, fatalmente subjectivo em alguns pontos.

Sucede que um dia destes encontrámos um livro que resolve bem a questão, pois trata-se do The "New York Times Essential Library: Jazz: A Critic's Guide to the 100 Most Important Recordings".

Ou seja, a selecção dos 100 discos mais importantes na história do jazz, seleccionados por um crítico de música do jornal New York Times: Ben Ratliff.

Posto isto, propomo-nos apresentar a totalidade dos 100 discos, em parcelas de 10 por post, construindo assim uma discoteca ideal deste género musical.

Comecemos então:

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[The Creators of Jazz - Original Dixieland Jazz Band]

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[The Quintessence: King Oliver]

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[The Essential Bessie Smith]

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[A Study in Frustration - Fletcher Henderson]

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[The Complete Hot Five and Hot Seven Recordings - Louis Armstrong]

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[Birth of the Hot - Jelly Roll Morton ]

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[Vol. 1: Singin' the Blues - Bix Beiderbecke]

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[The OKeh Ellington - Duke Ellington]

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[Complete RCA Victor Recordings - Louis Armstrong]

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[Lady Day: The Best of Billie Holiday]

Como certamente repararam, existem aqui algumas caixas e compilações...

Tal deve-se ao facto de até aos anos 40/50 não existir o conceito de disco como há hoje. Ou seja, um disco era basicamente um suporte com uma gravação em cada uma das duas faces, com não mais de 3 minutos de duração cada. Músicos houve que nunca conheceram o LP.

Portanto, quando queremos o melhor destes músicos temos de recorrer a compilações porque de facto eles nunca gravaram nada que se parecesse com os discos de hoje: um trabalho com vários temas, reunidos debaixo de um título global.

À medida que formos progredindo no tempo esta realidade vai sendo alterada para padrões actuais.

26 de novembro de 2005

Duarte Mendonça: 30 anos de Jazz em Portugal

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Decorre no próximo dia 28 de Novembro, pelas 18h00, no Centro Cultural de Cascais, a pré-apresentação do livro que tivemos oportunidade de editar sobre os 30 anos (1974-2004) de produção de jazz por Duarte Mendonça.

São 350 páginas preenchidas por mais de 300 fotografias relativas aos grandes festivais de jazz (Cascais Jazz, Jazz Num Dia de Verão, Estoril Jazz) e aos concertos emblemáticos (Bill Evans, Art Blakey, Stan Getz, Dexter Gordon, etc.) que preencheram 30 anos de Democracia... que foram também 30 anos de democratização do jazz entre nós.

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Todos os leitores de JNPDI! estão, naturalmente, convidados.

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Ouçamos o saxofone-soprano de Sidney Bechet em "Spreading Joy".

Num próximo post, ainda hoje, explicaremos porquê.

24 de novembro de 2005

Uma voz que enfeitiça...

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Se não é possível catalogar a voz de Nina Simone (1933/2003) num determinado estilo, uma coisa é porém simples: foi uma das melhores vozes do Século XX.

A nossa proposta de hoje é ouvi-la num tema que se colou a Simone como "Misty" se colou a Sarah Vaughan: "I put a spell on you".

Olha quem é ele...

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A edição de Dezembro da revista "DownBeat" é dedicada a Ornette Coleman, figura maior do saxofone no jazz e um dos músicos que alargou as fronteiras deste género musical.

Nesta edição é também apresentado o Reader's Poll, o 70.º, inquérito anual através do qual no qual os leitores desta revista elegem os melhores jazzmen de cada ano.

23 de novembro de 2005

Masterclass no Hot Clube

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[Foto de João Moreira dos Santos - Nov. 2005]

O guitarrista André Fernandes e os músicos que integram o seu quinteto protagonizaram hoje uma master class, ou seja, um concerto comentado, na Escola de Jazz Luís Villas-Boas, no Hot Clube de Portugal.

A aula consistiu na interpretação de temas do repertório deste combo, seguidamente comentados por André Fernandes.

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[Foto de João Moreira dos Santos - Nov. 2005]

Foi bom ouvir este grupo e, sobretudo, a guitarra de André Fernandes, um músico de notável riqueza melódica e técnica. Com ele estiveram em "palco" Matt Renzi (sax-tenor, clarinete), Pete Rende (piano), Matt Pavolka (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).

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[Foto de João Moreira dos Santos - Nov. 2005]

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[Foto de João Moreira dos Santos - Nov. 2005]

Num país em que raramente este tipo de iniciativas consegue reunir público, aqui ele esteve bem presente, sendo maioritariamente (senão exclusivamente) composto por alunos da escola de jazz do Hot Clube.

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[Foto de João Moreira dos Santos - Nov. 2005]

É verdade que os alunos desta masterclass não se mostraram muito participativos, o que é normal entre portugueses, povo tipicamente fechado, mas era contudo notório o interesse com que a aula era acompanhada, com cada participante a poder acompanhar os temas através das respectivas pautas, previamente disponibilizadas.

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[Foto de João Moreira dos Santos - Nov. 2005]

De referir que esta sessão decorreu na sala Jean-Pierre Gebler, saxofonista belga que desempenhou importante papel no desenvolvimento do jazz em Portugal, nos anos 60, ao integrar o quinteto do Hot Club de Portugal e partilhar com os seus membros a respectiva experiência. Com este mesmo grupo tocou, em 1963, no festival internacional de jazz de Comblain-la-Tour, na Bélgica.

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[Foto de João Moreira dos Santos - Nov. 2005]

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[Foto de João Moreira dos Santos - Nov. 2005]

Para quem gosta de aprender

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[Foto de João Moreira dos Santos - Set. 2005]

O quinteto do guitarrista André Fernandes protagoniza hoje, dia 23, uma master class, ou seja, um concerto comentado.

A iniciativa decorre na Escola de Jazz Luís Villas-Boas, no Hot Clube de Portugal, em Alcântara, pelas 18h00 e a entrada é livre.

JNPDI! lá estará.

Já agora, o quinteto tem a seguinte composição:

André Fernandes: guitarra
Matt Renzi: sax-tenor, clarinete
Pete Rende: piano
Matt Pavolka: contrabaixo
André Sousa Machado: bateria

A herdeira de Bessie Smith

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[www.downbeat.com]

Dinah Washington (cujo nome de baptismo é Ruth Lee Jones) foi sem dúvida uma das mais directas herdeiras do estilo vocal de Bessie Smith, cantora a que se convencionou chamar de "Imperatriz dos blues".

Sobre Dinah disse Luís Villas-Boas o seguinte;

"Dinah Washington é uma das cantoras de jazz menos conhecidas dos amadores de jazz (?), possuidora de uma voz vibrante de forte poder emocional, na tradição de Bessie Smith e das cantoras de blues".

Estamos a ouvi-la em "I get a kick out of you".

21 de novembro de 2005

Uma voz inultrapassável

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[www.downbeat.com]

É verdade que não é fácil a um leigo gostar (apreciar) de Betty Carter.

Mas é támbém verdade que ela tem lugar, por mérito próprio, na galeria das melhores vozes do jazz, sobretudo porque criou um estilo próprio que se caracteriza pela desconstrução melódica e pelo profundo sentido musical e artístico.

Estamos a ouvi-la em "Spring can really hang you up the most", extraído de um dos seus melhores e mais emblemáticos registos:

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Este disco, gravado ao vivo em Março de 1979, no Great American Music Hall, em São Francisco, encontra Betty Carter acompanhada por John Hicks (piano), Kenny Washington (bateria) e Curtis Lundy (contrabaixo).

Atenção que a voz de Carter tem de se ouvir sobretudo como se de um instrumento se tratasse, já que é assim que Betty se posicionava como cantora, ela que tinha raízes profundas no be bop e nas suas complexas harmonias e peculiares melodias.

Já agora, Betty Carter actuou por várias vezes em Portugal: duas no Cascais Jazz (anos 70), uma no Galp Jazz (1990, concerto memorável e gravado pela RTP), uma no Festival de Jazz de Guimarães e outra no Estoril Jazz (1996, a última, com uma versão fabulosa e uptempo de "A Tisket-a-tasket", em homenagem a Ella Fiztgerald, falecida neste mesmo ano).

As gravação para a RTP teve momentos cómicos durante os sound check, quando o realizador teimava que Betty Carter tinha de lhe dizer em que zona do palco ia ficar... como se o jazz fosse assim... e Betty assim também, previsível.

My condition... my condition, my condition, my condition was cronic...

Olhó Monk a 15!

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É este o preço redondo a que se vende, em Espanha, o CD de Monk e Coltrane...

Por cá vai baixando, como prevíamos, mas ainda tarda em chegar a estes valores já mais acessíveis.

Dantes traziam-se caramelos de Badajoz... agora trazem-se Cde's de jazz de Barcelona.

:)

18 de novembro de 2005

Novo CD de Rollins já se vende em Espanha

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Na noite de 15 de Setembro de 2001, quatro dias após os atentados que deitaram por terra as twin towers, Sonny Rollins actuava e gravava em Boston com o trombonista Clifton Anderson, o pianista Stephen Scott, o baixista Bob Cranshaw, o baterista Perry Wilson e o percussionista Kimati Dinizulu.

Daqui resultou um novo disco, agora lançado em Espanha, intitulado Without a Song: The 9/11 Concert, edição da Milestone.

17 de novembro de 2005

Lee Konitz no ZAC

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A noite de ontem foi dedicada a rever ao vivo Lee Konitz, esse grande nome do saxofone alto, que tanto nos evocou a memória musical de Charlie Parker.

No âmbito do 37.º Festival Internacional de Jazz de Barcelona, Konitz apresentou-se num pequeno clube de Barcelona, o ZAC, que já foi discoteca e por isso faz lembrar o Spring Fellows, de Lisboa, com as suas colunas forradas de pequenos espelhos em forma de pequenos quadrados.

Casa cheia para ouvir este lendário jazzman, com preço único de 25 euros, dá que pensar.

Público inflamado por uma música dura, porque de um trio só de saxofone, contrabaixo e bateria se trata, e sem se poupar a aplaudir e a incentivar os músicos.

A proposta de Konitz foi muito simples: "vamos tocar os velhos standards, mas tentando fazer coisas novas". Desfilaram, assim, All the things you are, Body and soul, Solar e outros clássicos.

Jazz sem amplificação, 100% acústico, com um ar de clandestino. O ambiente deste clube, a fazer lembrar um speakesay, e o ar informal e descontraído dos músicos, deixaram no ar esta imagem.

As fotografias ficam para mais tarde...

Amanhã é dia de ouvir Glasper, a nova sensação da editora Blue Note, cujos discos já se encontram bem difundidos aqui por Barcelona, mas que a Portugal, um pouco como tudo, tardam em chegar.


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