30 de junho de 2005

Começa hoje o Jazz im Goethe-Garten

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Jazz im Goethe-Garten é um ciclo que tem lugar no Jardim do Goethe-Institut Lissabon, um espaço privilegiado numa das sete colinas da Capital, agora disponível a todos os que frequentam esta casa de cultura. Numa iniciativa comum do Goethe-Institut Lissabon e da companhia aérea Lufthansa, à qual se associaram o Institut Franco-Portugais de Lisboa e a companhia Siemens, foi assim possível apresentar uma sequência de cinco concertos cuidadosamente e dimensionados ao espaço e ao horário escolhidos, entre as 19 e as 20 horas, semanalmente de 30 de Junho a 28 de Julho de 2005, estabelecendo-se entradas livres mediante reserva prévia e condicionada à capacidade do espaço.

A programação é diversificada e na sua maior parte inédita em Portugal, reflectindo uma natural e maior expressão de músicos da Alemanha, (Lufthansa-Jazzband, Wallisch/Bott, Triosphere) e ainda de França (Orti/Coronado) e de Portugal (o Quinteto Wishful Thinking), este reunindo quatro nacionalidades no seu seio (Portugal, Alemanha, Brasil, Reino Unido). A divisão instrumental dos grupos escolhidos, a sua dimensão e os seus sentidos de expressão, um Septeto, um Quinteto, um Trio e dois Duos, constituirão um interesse redobrado pelo facto de se apresentarem num espaço específico ao ar livre, um jardim com miradouro em Lisboa, que urge ser descoberto e frequentado, num horário atraente de fim de tarde em pleno período estival.

Cinco concertos, portanto, que exprimem cinco direcções. O jazz dos primórdios revista com modernidade, profundamente evocativo e comunicativo, caso da Lufthansa-Jazzband, um grupo itinerante da companhia aérea constituído por veteranos com provas dadas. O intimismo de dois Duos de vibrafone e guitarra, Thomas Wallisch e Oli Bott, e de saxofone alto e guitarra, Guillaume Orti e Gilles Coronado, de notórias diferenças e atitudes. O virtuosismo estonteante e criativo de um Trio de dois saxofones e uma guitarra, Triosphere, oriundo da activa cena de Colónia.

Um grupo constituído em Portugal com forte sentido internacional, o Quinteto Wishful Thinking do qual faz parte um jovem trompetista alemão residente em Lisboa, Johannes Krieger.

Programa:

30.06.2005 A Lufthansa-Jazzband
(Alemanha)
Goethe-Institut Lissabon

07.07.2005 Wishful Thinking Quintet
Alemanha, Reino Unido, Brasil, Portugal)
Goethe-Institut Lissabon

13.07.2005 Duo Gilles Coronado e Guillaume Ort
(França)
Goethe-Institut Lissabon

21.07.2005 Duo Thomas Wallisch / Olli Bott
Alemanha)
Goethe-Institut Lissabon

28.07.2005 Triosphere
Alemanha)
Goethe-Institut Lissabon

28 de junho de 2005

A não perder!

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Andam aí pelas FNAC deste país alguns (poucos) exemplares deste magnífico disco da cantora Sarah Vauhghan.

Se querem um conselho... não o percam!

Vale todos os euros e cêntimos que possa custar.

Ouçam-no, especialmente o tema Misty, e depois falamos...

Atenção guitarristas e guitar lovers!

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É que a edição de Julho da revista JazzTimes é dedicada ao genial Wes Montgomery...

27 de junho de 2005

Tirem-me daqui!

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Jovem de 34 anos, com alguma capacidade de escrita e interesse específico no jazz, oferece-se para se pôr a milhas de Portugal.

Motivo: há avionetas na estrada... ou carros nos aeroportos!

Regressado hoje de Madrid, as notícias que abrem os telejornais da noite deste nosso Portugal só dão vontade de nem desmanchar as malas e voltar já a partir.

Nos aeródromos de Espinho e de Leiria as pistas de aviação são atravessadas por estradas ou as estradas atravessadas por pistas (o leitor decide!). Em Espinho há mesmo um sinal curioso para os automobilistas: Pare, escute e olhe. Atenção aos aviões.

Em Leiria, a estrada tem a separá-la da pista uma cancela ou uma corda com uns plásitcos, consoante se entrevista o responsável (será mesmo este o cargo?) do INAC (Luís Coimbra) ou se vêem as imagens na televisão. Segundo este senhor, a referida pista "cumpre todas as regras de segurança". E mais, diz mesmo que até há uma pista em iguais circunstâncias em Gibraltar. Só não explicou quais as circunstâncias já que uma e outra apenas têm em comum serem atravessadas por uma estrada. Tudo o resto (torre de controle, vigilantes, sinalização, etc...) as separa.

Que há um rochedo (ou um calhau, como preferirem) no meio disto, ninguém duvida.

Nas reportagens das televisões...

- os utilizadores das ditas estradas acham que a situação "é capaz" de ser perigosa...
- o responsável (continuo a perguntar se será este o termo) do INAC considera tudo normal e dentro das regras de segurança...
- o povo, reunido em torno da pista/estrada de Espinho diz que sempre foi assim...
- O Governo diz que vai legislar (não confundir com resolver a questão!)...

Resultado:

- ninguém se responsabiliza (a culpa foi avioneta que não devia ter asas ou do carro que não devia ter rodas);
- ninguém se demite!
- Nada!

Mas há outras notícias interessantes para quem acaba de chegar de Madrid:

- No caso Casa Pia a juíza do processo entendeu ser importante que uma das vítimas dissesse onde passa actualmente as tardes, obriganda esta testemunha (que certamente só por acaso e luxo denecessário tem protecção policial...) a fornecer a morada do ginásio que frequenta, ficando a mesma do conhecimento nomeadamente dos alegados abusadores.

- No julgamento de uma rede mafiosa de Itália, o processo parou porque não há dinheiro para as traduções... Criminosos portugueses, de ora em diante uni-vos e escrevei tudo em Cantonês.

Etc...

No meio disto tudo, meus caros leitores, realmente o jazz acaba por ser um verdadeiro luxo! Pondero seriamente encerrar este blog em sinal de protesto contra a mediocridade instalada. (falo mesmo a sério)

É que de facto o jazz não é realmente uma prioridade. Portugal precisa, sim, de mudar de música e afinar de vez pela pauta da civilização e da responsabilidade. É tempo de parar com o improviso e a mediocridade. Da música e dos seus intérpretes! E já agora dos ouvintes, todos nós que sofremos diariamente verdadeiros atentados à inteligência e compactuamos com eles como se nada fosse.

E mais: preparem-se que ainda vamos começar a pagar imposto por cada audição desta "vil" música...

Para rir com o jazz!

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Chegou ao meu conhecimento este interessante livro do contrabaixista Bill Crow.

Aqui se contam algumas das histórias que normalmente os jazzmen trocam/trocaram entre si sobre os grandes nomes do jazz ou simplesmente sobre os músicos com quem tocaram.

Para tal, o autor recolheu material de entrevistas publicadas, biografias e autobiografias de jazzmen e recorreu à vasta colecção de histórias transmitidas oralmente pelos músicos de jazz, compilada pelo Institute of Jazz Studies at Rutgers University.

A partir deste manancial de informação o autor organizou o livro em torno de grandes tópicos, nomeadamente: teaching and learning; stage fright; life on the road; prejudice and discrimination ; the importance of a good nickname.

Hmmm... acho que vou encomendar pela Amazon!

Wanna join me?

Ficha técnica:

Paperback: 368 pages
Publisher: Oxford University Press; Reprint edition (September 1, 1991)
Language: English
ISBN: 0195071336
Product Dimensions: 8.0 x 5.4 x 0.8 inches

JNPDI! esteve por Madrid...

... daí não termos conseguido manter a regularidade da escrita.

Está explicado.

Quanto a Madrid não conseguimos ir ver o Sonny Fortune ao Café Central, mas conseguimos fazer algumas compras a preços de saldos (fora da época de saldos).

É que no El Corte Ingles todos os discos tinham um desconto de 20% até ao dia 26 de Junho, oportunidade que não deixámos passar em vão, adquirindo a cerca de oito euros os seguintes registos:

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[NB: este foi oferta do irmão, por ocasião do aniversário celebrado no passado mês de Maio. Thanks!]

24 de junho de 2005

Parabéns, Bernardo Sassetti!

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Bernardo Sassetti faz hoje 35 anos e JNPDI! deixa-lhe aqui um abraço e votos de felicidades!

23 de junho de 2005

Exposição: Duarte Mendonça, 30 anos de Jazz em Cascais

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É já no próximo Sábado, dias 25, pelas 17h00, que inaugura em Cascais, no antigo edifício dos Bombeiros, na Praça 5 de Outubro, uma exposição sobre 30 anos de produção de jazz em Cascais, composta por várias fotografias dos mais importantes concertos produzidos por DM no âmbito do Cascais Jazz, Jazz Num Dia de Verão e Estoril Jazz.

22 de junho de 2005

As memórias de Duarte Mendonça

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Está para breve a publicação do livro «Duarte Mendonça, 30 Anos de Jazz em Portugal», cujos textos são da nossa autoria.

Neste livro, o homenageado conta algumas das histórias mais marcantes da sua actividade de produtor do Cascais Jazz, Jazz Num Dia de Verão, Estoril Jazz, Galp Jazz e de tantos concertos pontuais.

Aqui fica um excerto de uma memória sobre os acontecimentos que rodearam a actuação do trompetista Red Rodney (que tocou com Charlie Parker) no Portugal dos anos 70...

Conheci o Red Rodney em 1974, quando integrou o elenco do grupo Bop All Stars, que tive o privilégio de criar a partir dos músicos que andavam em digrssão com o Festival de Newport. Foi a minha estreia absoluta como programador de jazz.

Em Janeiro de 1975, voltou a Portugal para um projecto ?louco? que consistia em tocar com músicos portugueses no Teatro ABC (cedido gratuitamente pelo empresário Sérgio Azevedo), em Castelo Branco (organizado pelo meu saudoso amigo Luís Pio) e no Hot Clube.

Resultado? o concerto do ABC não se realizou porque até à véspera estavam vendidos 3 bilhetes; no concerto do Hot Clube saltou-lhe a tampa e mandou calar a secção rtímica portuguesa e tocou só com o Art Themen, músico que vinha com ele e ficou meu amigo pessoal até hoje; a deslocação a Castelo Branco fez-se por estradas inenarráveis em automóveis que, segundo ele, cabiam no porta-bagagens do seu Cadillac, e o frio era tanto que não conseguiu afinar nem o trompete nem o piano.

Jurou para nunca mais viajar no Portugal profundo de 1975.


Este livro deve sair por alturas do Estoril Jazz, mas entretanto no dia 25, no próximo Sábado, inaugura em Cascais, perto dos Paços do Concelho, uma exposição sobre estes 30 anos de produção de jazz, composta pot várias fotografias dos mais importantes concertos produzidos por DM.

21 de junho de 2005

Patricia Barber deu "bigode"

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Patricia Barber já não actua no CCB, conforme estava previsto.

Temos pena...

20 de junho de 2005

Miles Davis na corbis

A Corbis é uma empresa francesa que se dedica à venda de imagens para efeitos editoriais, publicitários ou outros, estando representada em Portugal.

Da sua colecção fazem parte variadas imagens de excelência na área do jazz, mas por agora decidimos centrar-nos apenas em Miles Davis, jazzmen do qual aqui deixamos algumas das melhores fotografias que encontrámos nesta empresa ou, também, algumas mais inéditas.

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[Miles Davis Reclining on Skins with Woman]

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[Miles Davis with Finger in Ear]

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[Miles Davis and Horace Silver]

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[Miles Davis Composing at Keyboard]

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[Miles Davis with Lamborghini]

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[Miles Davis in Courtroom after Altercation with Police]

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[Miles Davis Holding His Trumpet]

Está em curso o Torres Vedras Jazz

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Em Torres Vedras, famosa pelo seu Carnaval, está em curso desde 13 de Junho o tvedrasjazz 2005.

Os próximos concertos são:

23 Junho | 22h00 Paços do Concelho
Pedro Madaleno "UNDERPRESSURE"

Pedro Madaleno -guitarra
Joao Moreira - trompete
Miguel Amado - baixo.
Vicky - bateria e percussão

25 Junho | 22h00 Paços do Concelho
François Corneloup + Lokomotiv

François Corneloup - Saxes baritono e soprano
Carlos Barretto - contrabaixo
Mário Delgado- guitarra
José Salgueiro - bateria


A direcção artística deste evento está a cargo do saxofonista José Menezes, que o apresenta assim:

Depois de alguns anos de relativa ausência o Jazz voltou a Torres Vedras.

Ao longo dos últimos meses a multiplicação de eventos em torno do Jazz tem permitido uma reaproximação entre este tipo de música e um público de todas as idades mas maioritáriamente jovem, curioso e interessado pelo género, que não perde a oportunidade de assistir a um espectáculo e de seguir atentamente o que se passa no palco.

Acreditamos estar na altura de Torres Vedras voltar a ter uma programação regular de Jazz, convicção essa partilhada pela autarquia torreense em colaboração com a qual surge agora o tvedrasjazz.

Ao longo de duas semanas, cinema, fotografia e concertos animarão a zona histórica da cidade num evento que, queremos acreditar, virá a marcar a vida cultural da Região.

Com uma programação maioritáriamente nacional, para além da música e boa disposição dos Desbundixie, passarão pelo palco ao ar livre do tvedrasjazz nomes como Laurent Filipe, Pedro Madaleno ou o saxofonista francês François Corneloup acompanhado pelos Lokomotiv de Carlos Barretto.

Na sala de exposições dos Paços do Concelho a fotógrafa Rosa Reis dará a conhecer ao longo destas duas semanas a sua profunda paixão pelo Jazz numa exposição intitulada «Imagens com Jazz».

No Tuna Comercial de Torres Vedras, uma belíssima sala com o charme dos anos 40, vão poder ser apreciados alguns dos melhores momentos de cumplicidade entre o cinema e o Jazz. Realizadores como Otto Preminger ou Copolla, bandas sonoras de Ellington ou Bernstein partilharão o ecrã ao longo dos quatro filmes que compõem este ciclo todos eles apresentados pelo conceituado crítico Raul Vaz Bernardo.

Referindo o empenhado apoio da Câmara Municipal de Torres Vedras esperamos com este primeiro tvedrasjazz contribuir para a presença regular do Jazz na vida cultural dos torreenses e da Região de forma a poder partilhar com eles toda a imensa liberdade que o Jazz tem para oferecer.

19 de junho de 2005

Recordar Eric Dolphy

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Se fosse vivo, Eric Dolphy faria amanhã 77 anos.

Morreu prematuramente aos 36 anos, em 1964.

Editora Tone Of a Pitch tem novo site

A editora Editora Tone Of a Pitch (TOAP) tem um novo site na internet, consultável em: www.toneofapitch.com.

Para a TOAP, fundada em Lisboa, em 2002, gravam músicos como Akiko Pavolka, André Fernandes, Bruno Santos, Jorge Reis, Matt Renzi, Miguel Amado, Nelson Cascais, Nuno Ferreira e Pedro Madaleno.

Das mais recentes edições editora, que muito estimamos, por ser um projecto independente e ter por associado um notável espírito empreendedor, fazem parte:

Wrong Way - Bruno Santos

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Nine Stories - Nelson Cascais

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Underpressure - Pedro Madaleno

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Amplitude - Spill

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18 de junho de 2005

Louis Sclavis na Casa da Música

Louis Sclavis, considerado um dos melhores clarinetistas no domínio do free jazz, toca na Casa da Música, no próximo dia 30 de Junho.

Sclavis, que além do clarinete, toca ainda saxofone barítono e saxofone soprano, vem apresentar a música do seu registo «Napoli's Walls».

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6º FUNCHAL JAZZ

De 7 a 9 de Julho 2005 tem lugar, nos Jardins da Quinta Magnólia, o 6º Funchal Jazz.

A programação é a seguinte:

7 DE JULHO, 5ª FEIRA, ÀS 21.30 HORAS

- ORQUESTRA DE JAZZ DO HOT CLUBE
Homenagem ao músico HELDER MARTINS

- DIANNE REEVES

8 DE JULHO, 6ª FEIRA, ÀS 21.30 HORAS

- QUINTETO DE RODRIGO GONÇALVES
- ELIANE ELIAS

9 DE JULHO, SÁBADO, ÀS 21.30 HORAS

- B-FLAT BLUES BAND C/ CARLOS POLÓNIA
- ARTURO SANDOVAL

Vozes de Nova Iorque swingaram em Lisboa

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O grupo New York Voices, composto pelos vocalistas Darmon Meader, Peter Eldridge, Kim Nazarian e Lauren Kinhan, voltou a Portugal 15 anos após a sua estreia no Estoril Jazz, tendo actuado ontem à noite no Forum Lisboa.

Grupo vocal na tradição de formações como Lamberts, Hendricks & Ross, os Manhattan Transfer ou os Take 6, estas vozes de Nova Iorque exibiram o seu swing através de um repertório que inclui standards do jazz (como Blip, Blip ou Caravan) e temas de compositores como Jobim, Simon & Garfunkel ou mesmo os Beatles.

Das quatro vozes, pareceu-nos mais jazzy a de Darmon Meader, também o que em nosso entender esteve melhor no scat singing, ou não toque ele também saxofone, o que lhe dá um conhecimento mais abrangente a nível musical.

Apesar do brilhantismo da actuação, nomeadamente dos arranjos vocais, foi uma plateia praticamente deserta que pôde vivenciar este espectáculo, talvez fruto da pouco publicidade e promoção realizada pelos produtores.

Por outro lado, foi lamentável a iluminação de palco, para notório descontentamento dos artistas e do público. Em mais de 15 anos a assistir a concertos de jazz, nunca como aqui vi tamanha descoordenação e falta de profissionalismo.

Onde pára a Jazz.pt?

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A revista Jazz.pt parece padecer dos mesmos males que afectavam a sua congénere All Jazz: dificuldades na distribuição.

Com efeito, a edição de Junho/Julho não só ainda não chegou à FNAC (pelo menos as lojas a que nos dirigimos, Colombo e Cascais), como os funcionários desta cadeia de lojas desconhecem a sua existência e a mesma não surge registada na base de dados quando os referidos funcionários consultam o sistema informático.

Ora, em comunicação e relações públicas há um ditado bem inteligente que refere que "não há segundas oportunidades para uma primeira boa impressão".

Esperemos que tudo se resolva...

17 de junho de 2005

Happy birthday, Tony Scott

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O clarinetista Tony Scott completa hoje 84 anos, oportunidade para lembrar o seu percurso e a sua obra.

Tony Scott nasceu em 1921, filho de pais italianos que emigraram da Sicília para os EUA. Com tradições musicais na família, o pai para além de barbeiro era guitarrista, tal como o seu irmão mais velho, e o tio era o Maestro Antonino Sciacca, Scott começou a tocar em autênticas jam-sessions familiares, imitando os Mills Brothers.

Entretanto, em frente ao espelho, imitava vocalmente o som de instrumentos que captavam os seus ouvidos, especialmente o clarinete de Clarence Hutchenrider.

O seu contacto com o jazz foi bastante tocante, como o próprio recorda:

The first time I heard jazz, I first heard freedom. I heard a big band playing in 1933. They were playing this melody like a big machine and this harmony, this sick harmony, and then all of a sudden this bird came out of this big machine ...it was like a big bush, a big tree, and this bird came flying out of the tree and it was a clarinet. that was a white band, you see. Through my brother who brought records home I started hearing Count Basie and the Duke Ellington. This was jazz; it was a life.

Aos 20 anos, Scott ingressava na Juilliard School of Music, em Nova Iorque, e participava já nas míticas jam-sessions do Minton's Playhouse, com Kenny Clarke, Thelonius Monk Quartet, Dizzy Gillespie, Charlie Christian, Lester Young e Don Byas. Talvez por isso mesmo, tornar-se-ia um dos primeiros clarinetistas a tocar bebop, o novo som do jazz que nascia nos anos 40 com Charlie Parker e Dizzy Gillespie.

Scott recorda o seu primeiro encontro musical com Parker e o impacto deste músico em si:

I was sent to the Spotlite club by Ben Webster who had told me about ? "Bird?he is playing new shit". He started playing Cherokee. Now Byas could play fast, but Bird! My mouth dropped. He played so many notes up and down? all around? that it sounded like a hundred chickens going mad when a fox enters the coop? like Chinese music from the moon. I had never heard any kind of music like this in my life. And I was supposed to blow after him. I felt miserable?what the hell could I play after this musical mad man? I walked up on the stage to be near him and played in the style of B. Goodman but from that day on I wanted to play like Bird. Once when I came to him without my horn, he said, "Hey T, what are you waiting for, an engraved invitation?"

Scott tocou e gravou com os melhores, incluindo Sarah Vaughan, Miles Davis, Buddy DeFranco, Ben Webster, Trummy Young, Earl Bostic, Charlie Ventura, Claude Thornhill, Buddy Rich e Billie Holiday. Como líder teve, nos seus discos, sidemen como Dizzy Gillespie ou Bill Evans.

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A pouca popularidade do clarinete nos EUA, nos anos 50, finda que estava a época áurea do swing, acabou por votar Tony Scott a um injusto esquecimento por parte do público do jazz, pese embora tenha continuado a tocar, nomeadamente em jam-sessions com Charlie Parker, e tenha efectuado importantes gravações, como o disco "Sarah Vaughan in Hi-Fi", que protagonizou juntamente com Miles Davis, Benny Green, Budd Johnson, Jimmy Jones, Freddie Green, Billy 'Pickles' Taylor Jr. e J.C. Heard.

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Mas, arranjar trabalho tornava-se tarefa difícil...

There was a time I didn?t have a single job on clarinet, I had to take all kinds of gigs to keep working. I decided that I would never make it as a clarinet player. Everybody was passing me by. No critics dug me. I was getting no publicity. Benny had had it for so long and then Buddy seemed to have it sewed up. I got pretty depressed. I wrote music and I decided I?d better learn the flute and try to prepare for a studio job.

Em 1957, Scott partiu para a Europa, tendo trabalhado na Suécia, e actuado um pouco por todo o velho continente, voltando aos EUA em 1958, para partir depois para o Oriente, em 1959:

I saw a photo by verner Bishoff of a life-size Buddha sitting in a garden full of overground grass. The Buddha had a snail on its noise. I just looked at that photo and gasped. It was like the jazz scene. Deserted. Everyone has died and no one is left to nurture it. When the jazz scene became a cemetery, I tried to find a way to get out..

Joachim Ernst Berendt, crítico da revista Down Beat, explicava, em Novembro de 1962, o percurso do clarinetista pelo Oriente:

A beginning was made by Tony Scott. He has improvised with gamelan orchestras in Bali, with koto ensembles in Japan, with Thai musicians in Bangkok, and with Chinese in Hong Kong and Formosa. But the beginning can only bear fruit if others follow it up. The jazz musicians who comes to Asia from the U.S. can be certain that many Asian musicians will help him.

É edesta experiência que vão sair, na década de 60, dois discos emblemáticos e fundamentais na fusão do jazz com a música oriental:

Tony Scott - «Music for Zen Meditation» (gravado em Tóquio, em 1964)

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Tony Scott - «Music for Yoga Meditation and Other Joys»

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Scott voltaria aos EUA em 1965, para encontrar um mundo do jazz totalmente modificado:

Things change, and you find yourself on the outside. If there were just some places to jam, so you could get your horn out and blow without feeling that you're stepping on someone's toes or trying to play music that's someone else's private property - but now nobody says 'come and blow' which is bad?I meet guys who don't seem to know that other music exists besides their own? I seem to be among different nations. On 52nd St. everybody went to the White Rose or Reilly's bar for intermission to drink and talk and you always could look into the next joint and hear what was going on, Musicians don't seems to listen to each other anymore? You live nervous when you play jazz. I've been playing for 32 years. There's no pension. If your chops go, you don't even get a gold watch. At the end nobody says thank you because they don't owe you anything. We are all 'relics' The Five Spot has turned its front into a pizza counter. The Village Gate has taken up catering. Nobody's making it on jazz any more. I want to play in all kinds of styles. The old type of swing is like a log burning; the new, hard type is like setting gasoline afire. I'm going to stick around for a while, see and hear everybody, play with all kinds of musicians, and plug away at getting people to hear me. If it doesn't work out, I'll go overseas again and see the rest of the world.

Seria o empresário Norman Granz (sempre ele) a tratar de reinserir Scott na cena do jazz, colocando-o a tocar no Festival de Jazz de Newport. No ano seguinte, o clarinetista começaria uma nova fase na sua carreira, misturando bebop com a música oriental e tocando durante 15 meses no The Dom club, em Greenwich Village, em Nova Iorque, com Horace Parlan, Henry Grimes e Eddie Marshall.

Além deste grupo fixo, vários músicos se juntariam ocasionalmente a Scott, tais como Keith Jarrett, McCoy Tyner, Jaki Byard, Harold Mabern, Paul Chambers, Richard Davis, Philly Joe Jones, Roy Haynes, Jack De Johnette, Mickey Roker, Pharoah Sanders, Lew Soloff, Randy Brecker, Kenny Dorham e Miles Davis.

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Actualmente, tony scott vive principalmente em Itália, concretamente em Roma, dedicando-se à música e à pintura, arte em que se iniciou nos anos 90.

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Para além destas actividades, Scott realiza também exposições fotográficas, exibindo as muitas fotografias que tirou ao longo dos anos a alguns dos maiores nomes do jazz com que teve a oportunidade de tocar. Da sua colecção fazem parte excelentes imagens de Billie Holiday, Mahalia Jackson, Count Basie, Ben Webster, Lester Young, John Coltrane, Errol Garner, Miles Davis, Milt Hinton, Dizzy Gillespie ou Philly Joe Jones.

A sua música, desde a passagem pelo Oriente, ganhou uma dimensão espiritual que a torna única e inconfundível no panorama do jazz.

Vale a pena conhecer e ouvir Tony Scott!

Fontes para este artigo: Site All Music; Site oficial de Tony Scott.

E Lisboa?

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Oslo, cidade que ao contrário das suas congéneres escandinavas, pouca tradição tem no jazz, apresenta este ano, de 15 a 21 de Agosto, um festival com 75 concertos. Sim, 75, dos quais 15 têm lugar ao ar livre e são totalmente gratuitos.

Entre os músicos e grupos participantes contam-se Peter Brotzmann Chicago Tentet, Count Basie Orchestra, Power House Music com Ken Vandermark, Lasse Marhaug, Nate McBride, Ingebrigt Haker Flaten e Paal Nilssen-Love; Charlie Parker Legacy Band (que actua também no Estoril Jazz) e Dick Hyman.

Para mais informação visitar o site oficial.

E Lisboa, perguntamos nós?

Bem, Lisboa é das poucas cidades europeias que não tem qualquer festival de jazz anual.

Aliás, corrijo, é das poucas cidades portuguesas a não ter qualquer festival de jazz... arriscar-me-ia mesmo a dizer.

O último festival organizado pela cidade teve lugar nos anos 90.

Lá vai Lisboa...
Lá vai, sem swing...

16 de junho de 2005

Hot Clube pode receber grande nome do Jazz!

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As noites do Hot Clube podem ficar ao rubro já em Julho se se concretizarem os contactos em curso para aí apresentar um grande senhor do jazz...

JNPDI! não pode para já divulgar o nome, mas promete ser o primeiro a fazê-lo se tal se vier a confirmar.

Stay tuned!

15 de junho de 2005

Andamos a ouvir e recomendamos...

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Oscar Peterson em Londres, está quase!

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Está quase aí o concerto de Oscar Peterson em Londres, que tem lugar no dia 1 de Julho, no Royal Albert Hall.

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Resta saber quem terá Peterson a acompanhá-lo no contrabaixo, agora que Niels-Henning Ørsted Pedersen já não o pode fazer. Os restantes músicos são Ulf Wakenius (guitarra) e Alvin Queen (bateria).

O preço dos bilhetes varia entre 27 e 55 libras.

Ao pianista Filipe Melo, que se desloca expressamente a Londres para assistir a este evento, pedimos desde já que nos dê depois nota do que por lá ouviu.

Só para alguns...

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Com a crise instalada, é mesmo só para alguns o cruzeiro do jazz, evento que decorre de 29 de Outubro a 5 de Novembro, e que este ano celebra o seu 5.º aniversário.

Mais de 75 jazzmen participam neste evento, entre os quais:

- Ernie Adams
- Joe Ascione
- Shelly Berg
- Keter Betts
- Clayton Brothers
- Dena DeRose
- The Four Freshmen
- Wycliffe Gordon
- Jeff Hamilton
- Red Holloway
- Eddie Higgins
- Tom Kennedy
- Jay Leonhart
- Johnny O'Neal
- Ken Peplowski
- Houston Person
- Stacy Rowles
- Eric Schneider
- Norman Simmons
- Dr. Lonnie Smith
- Cedar Walton

O cruzeiro parte da Florida, de Ft. Lauderdale, e passa pelas Bahamas.

14 de junho de 2005

Festival de Jazz Lagoa 2005

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De 17 a 19 de Junho, tem lugar no Parque Municipal do Sitio das Fontes, em Estombar, a trceira edição do Festival de Jazz Lagoa 2005.

A este propósito, JNPDI! recebeu, com muito agrado, a seguinte informação da parte do Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lagoa, a entidade promotora este iniciativa que tem marcado, nos últimos anos, o panorama musical desta cidade e do Algarve:

O Festival tem início na sexta-feira, dia 17, com Laurent Filipe, trompetista português que conta com mais de vinte anos de actividade e inclui colaborações com grandes figuras, tais como, Carla Bley, Tete Montoliu, Maceo Parker e Walter Perkins.

No dia seguinte é a vez dos New York Voices, grupo vocal premiado com o Grammy Award pela sua genialidade no jazz e na arte de cantar vozes.

O último concerto desta edição do Festival estará a cargo de Concha Buika, cantora que incorpora nas suas interpretações fortes influências rítmicas das suas origens ? África, assim como todas as côres de variadas vivências e influências: flamenco, jazz e afro, uma combinação fortíssima para uma das grandes vozes da actualidade.

Para além da grande qualidade dos intérpretes, esta edição do festival vai contar com uma Feira do Jazz, um espaço de venda de livros, discos e CD?s / DVD e de projecção de vídeos temáticos, onde está igualmente patente a exposição de fotografia ?Close Your Eyes?, do fotógrafo Alexandre Simões.

Todos os concertos têm início às 22:00 horas, os bilhetes estão à venda no Convento São José e no local do espectáculo e custam 10 euros. O passe para os três dias pode ser adquirido por 25 euros.

Como chegar?

Se vier de barlavento pela EN 125 / IC 4:

· Após passar a ponte nova sobre o Arade vire à direita
· ao chegar aos semáforos do Calvário vire à esquerda na direcção de Estombar
· ao chegar a Estombar vire à esquerda na 2ª entrada, um pouco antes da passagem de nível
· já dentro de Estombar vire à direita passará uma subida ao lado do campo de futebol e siga pela direita
· 200 m após passar debaixo do viaduto da Via do Infante vire à esquerda e pouco depois encontrará o Parque.

Se vier de sotavento pela EN 125:
· Vire na 3ª rotunda em Lagoa na direcção de Estombar,
· após passar a linha de comboio vire à direita e está em Estombar,
· a partir daqui siga as instruções para quem vem de Barlavento.

Se optar pela Via do Infante:
· Saia no nó de Lagoa e opte por Lagoa Sul,
· vire na 1ª rotunda à direita na direcção de Estombar.

Outra forma de chegar e, provavelmente a mais bonita, será de comboio, que tem paragem em Estombar. O percurso entre a estação do comboio e o Parque terá de ser feita a pé (cerca de 2Km).

Mapa de localização.

11 de junho de 2005

Cool what?!

Pode um festival que de jazz nada tem ter justamente o designativo de jazz?

Pode.

Chama-se Cool Jazz Fest e a segunda edição decorre em Julho deste ano com "jazzmen" como Maria Bethânia e Mariza...

Jazz propriamente dito não há a não ser uma amostra travestida de pop protagonizada pela voz de Jamie Cullum.

No comments.

9 de junho de 2005

It's Time for Bublé

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JNPDI! acaba de receber a edição especial de "It´s Time", o mais recente CD do crooner Michael Bublé.

A nossa primeira impressão é muito positiva e vai no sentido de recomendar vivamente esta obra a todos aqueles que se identificam com um jazz mais acessível, estilo crossover, feito de canções que entram facilmente no ouvido.

Bublé evidencia aqui todo o seu ecletismo musical, indo do swing com orquestra até à pop, e de compositores como Gershwin (muito bem em "A foggy day (in London town") até aos Beatles, com uma interessante e swingante versão de "Can't buy me love".

Nota alta para "Feeling Good", tema de abertura, "You don't know me" (que curiosamente também surge no mais recente disco do rival Peter Cincotti) e "Save the last dance for me".

Neste registo Bublé aparece ainda em dueto com a "nossa" Nelly Furtado, dividindo a interpretação de "Quando, quando, quando", e assina um original, o tema "Home".

De realçar que nesta edição especial estão contemplados dois importantes temas, "Mack the knife" (com arranjos de Sammy Nestico) e "Dream a little dream of me".

Como já adiantámos aqui há tempos, várias produtoras estão neste momento a lutar entre si para trazer Bublé a Portugal, possivelmente ao Casino Estoril. Esperemos que sejam bem sucedidas, até porque Bublé já é um fenómeno de audiências entre as faixas etárias mais jovens e pode, tal como Diana Krall, ser uma excelente porta de entrada no Jazz.

Já agora e sendo sabido que Bublé é o crooner actual que mais se aproxima da voz e estilo de Frank Sinatra, tal característica não se torna tão eidente neste registo, sendo que se nota que Bublé terá feito algum esforço para personalizar temas como "I've got you under my skin", canção por excelência do repertório de Sinatra e em que é difícil acrescentar algo, mas muito fácil de ceder à tentação de o imitar.

Resta dizer que em alguns dos temas bublé dispõe neste «It's Time» de jazzmen de primeira água, como são os casos do baterista Jeff Hamilton e do contrabaixista Christian McBride.

7 de junho de 2005

Roteiro do Jazz na Lisboa dos Anos 20-40

É caso para dizer que no Sábado passado, dia 4 de Junho, o Jazz saiu à rua e andou a lamber as esquinas da memória e os recantos da história.

O I Roteiro do Jazz explorou os espaços da Lisboa em que primeiramente se ouviu o som da surpresa, desde teatros a clubes e lojas de discos.

O programa, que ocupou todo o dia, das 10h às 17h, foi o seguinte:

10h00 ? ENCONTRO

1 - Teatro São Carlos
2 - Teatro São Luiz
3 - Teatro da Trindade
4 - Restaurante ?Primavera do Jerónimo?
5 - Discoteca Columbia
6 - Casa Valentim de Carvalho
7 - Café Chave D?Ouro
8 - Teatro Nacional D. Maria II
9 - Casa Odeon
10 - Bristol Club
11 - Clube Majestic/Monumental

13h00 ? ALMOÇO

1 - Arcádia
2 - Coliseu
3 - Olympia
4 - Eden
5 - Salão Foz
6 - Clube Maxim?s
7 - Clube Bal Tabarin Montanha
8 ? Clube Alhambra (referência)
9 - Hot Clube de Portugal

17h00 ? FIM DO ROTEIRO

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O passeio começou junto ao Teatro São Carlos, onde pela primeira vez o jazz entrou em 1925, aí voltando 50 anos depois, em 1975, com Bill Evans e Eddie Gomez, num concerto organizado por Luís Villas-Boas e Duarte Mendonça, em pleno "Verão Quente".

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O Presidente do CNC, Dr. Gulherme d'Oliveira Martins e João Moreira dos Santos (autor do roteiro e de JNPDI!) recebem os participantes nesta odisseia. Oliveira Martins explicou a importância do grupo do Orpheu na estética do jazz, um enquadramento muito útil para situar esta linguagem musical no âmbito das artes e da renovação por que estas passaram no início do Século XX.

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O Roteiro do Jazz passou pelo cinema Condes (onde Don Byas tocou nos anos 40) e pelo Clube Maxim's, então instalado no Palácio Foz.

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O grupo do Roteiro do Jazz, constituido por mais de 40 pessoas, a caminho do Clube Bal Tabarin Montanha. Nunca antes se viu nas ruas de Lisboa tanta gente reunida em torno do jazz... o que não deixou de espantar os respectivos moradores.

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Um dos pontos de visita foi o edifício onde esteve em tempos instalado o Clube BAl Tabarin Montanha, por onde o Jazz passou a partir dos anos 20.

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A visita terminou em beleza, no Hot Clube de Portugal, um dos mais antigos clubes de jazz a nível mundial, com o respectivo presidente, Eng.º Bernardo Moreira, a fazer a história desta instituição e do seu fundador, Luís Villas-Boas.

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Recorrendo a um gramofone que foi propriedade de Luís Villas-Boas e actualmente integra o espólio do Hot Clube, Bernardo Moreira explica, para deleite dos visitantes, o funcionamento destes aparelhos onde nos anos 20 a 40 se ouvia o jazz que chegava a Portugal.

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No prato do gramofone tocou o disco mais antigo da colecção de Luís Villas-Boas, e agora do Hot, uma belíssima versão de "Tiger Rag", gravada em 1921, pela Original Dixieland Jazz Band. E que bem que funciona o gramofone e que bom som ainda debita!

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António José Barros Veloso fechou com chave de ouro o programa deste I Roteiro do Jazz, interpretando três temas, nomeadamente "Naima" e "My Funny Valentine".

Quero aproveitar esta oportunidade para agradecer ao CNC, nas pessosa do Dr. Guilherme de Oliveira Martins e da Alexandra Prista, ao presidente do Hot Clube e a Luís Hilário, e ao Dr. Barros Veloso que, prontamente, acedeu a participar nesta iniciativa.

Agradeço ainda a todos os que participaram neste Roteiro, realçando o extremo interesse que manifestaram nas informações de que sou modesto portador. Dá gozo trabalhar para um público interessando. Muito gozo mesmo.

Uma iniciativa a repetir!


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