27 de junho de 2005

Tirem-me daqui!

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Jovem de 34 anos, com alguma capacidade de escrita e interesse específico no jazz, oferece-se para se pôr a milhas de Portugal.

Motivo: há avionetas na estrada... ou carros nos aeroportos!

Regressado hoje de Madrid, as notícias que abrem os telejornais da noite deste nosso Portugal só dão vontade de nem desmanchar as malas e voltar já a partir.

Nos aeródromos de Espinho e de Leiria as pistas de aviação são atravessadas por estradas ou as estradas atravessadas por pistas (o leitor decide!). Em Espinho há mesmo um sinal curioso para os automobilistas: Pare, escute e olhe. Atenção aos aviões.

Em Leiria, a estrada tem a separá-la da pista uma cancela ou uma corda com uns plásitcos, consoante se entrevista o responsável (será mesmo este o cargo?) do INAC (Luís Coimbra) ou se vêem as imagens na televisão. Segundo este senhor, a referida pista "cumpre todas as regras de segurança". E mais, diz mesmo que até há uma pista em iguais circunstâncias em Gibraltar. Só não explicou quais as circunstâncias já que uma e outra apenas têm em comum serem atravessadas por uma estrada. Tudo o resto (torre de controle, vigilantes, sinalização, etc...) as separa.

Que há um rochedo (ou um calhau, como preferirem) no meio disto, ninguém duvida.

Nas reportagens das televisões...

- os utilizadores das ditas estradas acham que a situação "é capaz" de ser perigosa...
- o responsável (continuo a perguntar se será este o termo) do INAC considera tudo normal e dentro das regras de segurança...
- o povo, reunido em torno da pista/estrada de Espinho diz que sempre foi assim...
- O Governo diz que vai legislar (não confundir com resolver a questão!)...

Resultado:

- ninguém se responsabiliza (a culpa foi avioneta que não devia ter asas ou do carro que não devia ter rodas);
- ninguém se demite!
- Nada!

Mas há outras notícias interessantes para quem acaba de chegar de Madrid:

- No caso Casa Pia a juíza do processo entendeu ser importante que uma das vítimas dissesse onde passa actualmente as tardes, obriganda esta testemunha (que certamente só por acaso e luxo denecessário tem protecção policial...) a fornecer a morada do ginásio que frequenta, ficando a mesma do conhecimento nomeadamente dos alegados abusadores.

- No julgamento de uma rede mafiosa de Itália, o processo parou porque não há dinheiro para as traduções... Criminosos portugueses, de ora em diante uni-vos e escrevei tudo em Cantonês.

Etc...

No meio disto tudo, meus caros leitores, realmente o jazz acaba por ser um verdadeiro luxo! Pondero seriamente encerrar este blog em sinal de protesto contra a mediocridade instalada. (falo mesmo a sério)

É que de facto o jazz não é realmente uma prioridade. Portugal precisa, sim, de mudar de música e afinar de vez pela pauta da civilização e da responsabilidade. É tempo de parar com o improviso e a mediocridade. Da música e dos seus intérpretes! E já agora dos ouvintes, todos nós que sofremos diariamente verdadeiros atentados à inteligência e compactuamos com eles como se nada fosse.

E mais: preparem-se que ainda vamos começar a pagar imposto por cada audição desta "vil" música...

3 Comments:

At quinta jun. 30, 08:47:00 da tarde 2005, Anonymous Anónimo said...

Está genial este post, subscrevo.

 
At quinta jun. 30, 11:53:00 da tarde 2005, Anonymous Anónimo said...

:)

Tristemente "genial"...

 
At sexta jul. 01, 10:05:00 da manhã 2005, Anonymous Anónimo said...

Genial? Deixem-me rir!

 

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