Roteiro do Jazz na Lisboa dos Anos 20-40
É caso para dizer que no Sábado passado, dia 4 de Junho, o Jazz saiu à rua e andou a lamber as esquinas da memória e os recantos da história.
O I Roteiro do Jazz explorou os espaços da Lisboa em que primeiramente se ouviu o som da surpresa, desde teatros a clubes e lojas de discos.
O programa, que ocupou todo o dia, das 10h às 17h, foi o seguinte:
10h00 ? ENCONTRO
1 - Teatro São Carlos
2 - Teatro São Luiz
3 - Teatro da Trindade
4 - Restaurante ?Primavera do Jerónimo?
5 - Discoteca Columbia
6 - Casa Valentim de Carvalho
7 - Café Chave D?Ouro
8 - Teatro Nacional D. Maria II
9 - Casa Odeon
10 - Bristol Club
11 - Clube Majestic/Monumental
13h00 ? ALMOÇO
1 - Arcádia
2 - Coliseu
3 - Olympia
4 - Eden
5 - Salão Foz
6 - Clube Maxim?s
7 - Clube Bal Tabarin Montanha
8 ? Clube Alhambra (referência)
9 - Hot Clube de Portugal
17h00 ? FIM DO ROTEIRO
O passeio começou junto ao Teatro São Carlos, onde pela primeira vez o jazz entrou em 1925, aí voltando 50 anos depois, em 1975, com Bill Evans e Eddie Gomez, num concerto organizado por Luís Villas-Boas e Duarte Mendonça, em pleno "Verão Quente".
O Presidente do CNC, Dr. Gulherme d'Oliveira Martins e João Moreira dos Santos (autor do roteiro e de JNPDI!) recebem os participantes nesta odisseia. Oliveira Martins explicou a importância do grupo do Orpheu na estética do jazz, um enquadramento muito útil para situar esta linguagem musical no âmbito das artes e da renovação por que estas passaram no início do Século XX.
O Roteiro do Jazz passou pelo cinema Condes (onde Don Byas tocou nos anos 40) e pelo Clube Maxim's, então instalado no Palácio Foz.
O grupo do Roteiro do Jazz, constituido por mais de 40 pessoas, a caminho do Clube Bal Tabarin Montanha. Nunca antes se viu nas ruas de Lisboa tanta gente reunida em torno do jazz... o que não deixou de espantar os respectivos moradores.
Um dos pontos de visita foi o edifício onde esteve em tempos instalado o Clube BAl Tabarin Montanha, por onde o Jazz passou a partir dos anos 20.
A visita terminou em beleza, no Hot Clube de Portugal, um dos mais antigos clubes de jazz a nível mundial, com o respectivo presidente, Eng.º Bernardo Moreira, a fazer a história desta instituição e do seu fundador, Luís Villas-Boas.
Recorrendo a um gramofone que foi propriedade de Luís Villas-Boas e actualmente integra o espólio do Hot Clube, Bernardo Moreira explica, para deleite dos visitantes, o funcionamento destes aparelhos onde nos anos 20 a 40 se ouvia o jazz que chegava a Portugal.
No prato do gramofone tocou o disco mais antigo da colecção de Luís Villas-Boas, e agora do Hot, uma belíssima versão de "Tiger Rag", gravada em 1921, pela Original Dixieland Jazz Band. E que bem que funciona o gramofone e que bom som ainda debita!
António José Barros Veloso fechou com chave de ouro o programa deste I Roteiro do Jazz, interpretando três temas, nomeadamente "Naima" e "My Funny Valentine".
Quero aproveitar esta oportunidade para agradecer ao CNC, nas pessosa do Dr. Guilherme de Oliveira Martins e da Alexandra Prista, ao presidente do Hot Clube e a Luís Hilário, e ao Dr. Barros Veloso que, prontamente, acedeu a participar nesta iniciativa.
Agradeço ainda a todos os que participaram neste Roteiro, realçando o extremo interesse que manifestaram nas informações de que sou modesto portador. Dá gozo trabalhar para um público interessando. Muito gozo mesmo.
Uma iniciativa a repetir!
7 Comments:
Acredito que tenha sido muito interessante.
Uma nota apenas: a avaliar pelas fotografias, não houve muitos jovens interessados nesta iniciativa, pois não?
Estou tão longe de Lisboa... :(
Infelizmente, só muito tardiamente soube dessa excelente iniciativa.
Será para repetir?
Foi uma excelente visita. Gostei imenso.
Meus caros,
A visita é para repetir um dia destes, sim senhor. Talvez lá para o Outono.
Quanto à participação contou realmente com poucos jovens de idade, mas teve muitos jovens de espírito e pessoas muitíssimo interessadas.
;)
Hmmm, sounds like fun - wish I'd known.
Eu também estaria muito interessado em participar se houver outro.
Caro Bill,
É possível que lá para o Outono se organizae outro.
Será muito bem-vindo.
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