30 de novembro de 2007

I Roteiro do Jazz em Cascais: 2 vagas extra

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Devido a duas desistência de última hora existem neste momento duas vagas para o Roteiro do Jazz em Cascais, passeio que foi enriquecido hoje com a confirmação da possibilidade de visitar o pavilhão dos Salesianos do Estoril, local onde decorreu o Cascais Jazz nos anos 80.

Os leitores interessados nestas vagas podem enviar e-mail para joaomoreirasantos@gmail.com. O preço por participante (que inclui lanche no Casino Estoril e dois concertos) é de 15 euros.

Maria Viana canta em Cascais

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A cantora Maria Viana actua amanhã, dia 1 de Dezembro, pelas 18h30, no Centro Cultural de Cascais, acompanhada por Paulo Gomes (piano) e Hugo Carvalhais (contrabaixo), contando com a participação do saxofonista-tenor Art Themen.

O concerto insere-se nas comemorações do 80.º aniversário da realização do primeiro concerto de Jazz neste Concelho, seguindo-se ao I Roteir do Jazz em Cascais, e a entrada é livre.

28 de novembro de 2007

Um Oscar para Oscar Peterson

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Acaba de sair mais um volume da colecção Jazz em DVD, desta feita centrado no concerto que Oscar Peterson realizou em trio no Festival de Jazz de Montreux, em 1977.

Este não é, porém, um trio normal, já que Peterson escolheu para este concerto dois contrabaixistas, nada menos do que Ray Brown e Niels-Henning Ørsted Pedersen.

O DVD abre com Peterson a solo, em "Falling in love with love", mostrando como este pianista foi dos poucos dignos sucessores de Art Tatum em termos técnicos, tal o seu virtuosismo. Se o ouvido desatento pode julgar estar em preseça de um trio, com piano, contrabaixo e bateria, na verdade a audição mais atenta concluirá que todas estas sonoridades saem apenas das mãos de Peterson.

O que sucede nos temas seguintes é puro jazz e deleite musical, com Pedersen e Brown a substituirem-se no acompanhamento, sem dar margens a que o público sinta de facto a transição dentro do mesmo tema. Esta cadência acaba por resultar também a nível estético, permitindo antever como que um "duelo" entre os dois contrabaixistas.



Obviamente, é Oscar Peterson quem se destaca neste DVD, com uma excelente captação sonora, que permite de facto vivenciar o que se passou musicalmente em Montreux em 1977, ou seja, há precisamente 30 anos.

Temas:

Falling in love with love
Old folks
Indiana
There is no greater love
You look good to me
People
Reunion Blues
Teach me tonight
Sweet Georgia Brown

Este DVD encontra-se disponível por apenas € 9,99 (mais portes de envio) exclusivamente através do nº de telefone 219 265 510 ou, eventualmente, num quiosque perto de si.

Calabria Foti em entrevista ao AllAboutJazz

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Foi hoje publicada no site AllAboutJazz a entrevista que realizámos a Calabria Foti, cantora que acaba de lançar um novo registo, o seu segundo.

26 de novembro de 2007

Joana Rios lança novo disco

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A cantora Joana Rios lança hoje o seu mais recente CD - Universos Paralelos - iniciando no BBC, em Lisboa, uma digressão que a vai levar a passar por várias lojas FNAC (Alfragide, 29 Novembro; Cascais, 30 Novembro; Almada, 1 Dezembro; Coimbra, 8 Dezembro; Gaia, 9 Dezembro; Norte Shopping, 9 Dezembro) e pelo Teatro Municipal Franco, em Leiria, onde actua no dia 11 de Janeiro, e Teatro da Luz, em Lisboa, que a recebe a 6 de Fevereiro.

24 de novembro de 2007

Minnemann Blues Band em digressão

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A banda de blues do pianista Wolfram Minnemann vai andar em digressão por Portugal nos próximos meses, levando a Famalicão, Porto, Guimarães e Seia as sonoridades do rhythm'n blues, do electric blues (na guitarra de António Mão de Ferro), e o Jazz e o funky do saxofone-tenor de Rui Azul.

Wolfram Minnemann, Alemão, estudou piano no conservatório em Hamburgo, criou o primeiro grupo aos 15 anos, um grupo de Dixieland, e foi mais tarde pianista dos Downtown Jazzmen. No final dos anos 60 formou um grupo de Rock, os The Thrice Mice, gravando discos com a MCA e Phonogram, e participou em Festivais de Rock Internacionais. Como referência do Classic Rock Alemão ficou o seu estilo particular no seu órgão Vox Continental com o típico som dos Doors. Em Portugal, além de inúmeros espectáculos com a Minnemann Blues Band, desde o Coliseu do Porto ao Campo Pequeno, produziu o LP BLUINDO, sendo o guitarrista de então de Rui Veloso. Em 1997, foi lançado o CD do 1º Festival de Blues de Lisboa, onde se destaca a participação desta banda.

23 de novembro de 2007

Jorge Lima Barreto lança Jazzorama 5

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O musicólogo Jorge Lima Barreto lançou no passado Verão a publicação Jazzorama 5, um ensaio sobre jazz, dividido em cinco partes: herança do século XX; proto jazz; fronteiras do jazz; o jazz e os media na pósmoderinidade e cognomes do jazz.

A propósito desta obra dizia-nos Lima Barreto em Agosto:

"Jazzorama 5 não é bem um ivro - como diria o Herberto Hélder sobre a crítica literária: uma brochuara de textículos... Passe-se o humor... às vezes penso que as pessoas tomam posturas muito demasiado "sérias".

O discurso de Lima Barreto e a posterior recepção da obra em causa motivou-nos a aprofundar o assunto, o que fizemos agora mediante uma mini-entrevista por e-mail.

JNPDI!: Em que contexto surgiu Jazzorama 5 e o que pretende ser?

JLB: Consiste na recolecção de articulário avulso sobre jazz, actualizado para esta pequena antologia. Entende-se como informativo e como uma vulgata. Propõe a tese do multiculturalismo que está no jazz primitivo e hodierno - fenomenologias e morfologias do jazz. A profusidade de relações e a rede de influências - endógenas e exógenas - sob vários pontos de vista: social, político, antropológico, cultural, tecnológico, tecendo um historicismo das músicas do século XX. Géneros e tipologias que foram assimilidas pelo jazz e por sua vez o encapsularam - acústica e electroacústica. O factor da mediatização do jazz nos variegados suportes - Imprensa (partitura e outras musicografias), rádio, disco, cinema, vídeo, computador, Net (multimedia), etc...

JNDP!: Porquê Jazzorama 5?

JLB: Porque são cinco ensaios breves - e estão na senda de outros tomos inéditos (Jazzorama, de 1 a 4). Procura-se explicar as origens do jazz num ponto de vista epistemológico e pluridisciplinar - depois considerando o carácter audio-táctil do jazz, a sua primacial oralidade, faz-se uma abordagem das origens da música em geral, no âmbito anterior à escrita, do seu naturalismo. Por fim, um olhar estruturalista e onomástico sobre as alcunhas do Jazz - uma outra maneira de escrever a sua história.

JNPDI!: Onde podem os leitores interessados encontrar esta publicação à venda?

JLB: Penso que há uma divulgação geral do livro. Hoje pode recorrer-se à net para a sua aquisição...

O capítulo 5 deste pequeno grande livro apresenta um conteúdo muito interessante ao sistematizar os vários cognomes que dezenas de músicos de jazz chamaram a si ou lhes foram atribuídos por variadas razões. Entre as diversas tipologias destes cognomes Lima Barreto inventaria os nobiliárquicos (como Duke Ellington e Count Basie), os derivados do republicanismo (Prez, como era conhecido Lester Young), zoologismo (Gato Barbieri e Cat Anderson), botânica (Bean, isto é, Coleman Hawkins), toponímia (Philly Joe Jones), caracteriologia (Judge, como era apelidado Milt Hinton), religião (Turyaia - Alice Coltrane), familiarismo (Pops, i.e. Louis Armstrong), fisionomiologia (Fats Navarro), exotismo (Panama Francis) e tecnicismo (Joseph "tricky sam" Nanton).

22 de novembro de 2007

Hot Clube reúne para programar 60.º aniversário

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Da esqd. para a dta.: Augusto Mayer, Barros Veloso, Bernardo Moreira, Luís Sangareau, Rui Martins, Paulo Gil e José Soares.

No próximo ano o Hot Clube de Portugal celebra 60 anos de existência, efeméride que tem como data de referência 19 de Março de 1948, dia em que Luís Villas-Boas assinou a primeira proposta de sócio desta verdadeira instituição de cultura.

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Para preparar as celebrações a direcção do Hot, através do seu presidente, Eng.º Bernardo Moreira, organizou no passado dia 20 de Novembro um jantar com os sócios da década de 50, alguns deles fundadores, e com alguns dos antigos presidentes do Clube e membros das suas direcções. Presentes estiveram: António José de Barros Veloso, Augusto Mayer, Bernardo Moreira, Duarte Mendonça (ausente das fotos por seu o seu autor), José Soares, Luís Sangareau, Paulo Gil e Rui Martins.

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Neste jantar, que decorreu no restaurante "O Manel" (fundado em 1952, pelos actuais proprietários que o dirigem há 48 anos), foi definido um conjunto de propostas que vão agora ser orçamentadas e que JNPDI! em breve aqui divulgará, associando-se desde já às comemorações.

21 de novembro de 2007

Relembrar Coleman Hawkins

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Fonte: www.downbeat.com

Se fosse vivo, Coleman Hawkins (1904-1969) completaria hoje, dia 21, nada menos do que 103 anos!

Hawkins (conhecido por Bean) foi um dos mais importantes saxofonistas-tenor da história do Jazz e um dos primeiros a destacar-se verdadeiramente. Foi ao seu estilo e sonoridade que foram beber praticamente todos os grandes saxofonistas-tenor de referência... pelo menos até ao aparecimento do outro grande sax-tenor: Lester Young.

A versão de Hawkins de "Body and soul" é considerada um clássico e uma inspiração para músicos e amadores de Jazz.

Charlie Parker representou ao nível do saxofone-alto o que Hawkins representou no sax-tenor, tendo os dois participado juntos num programa televisivo que registou este verdadeiro encontro de gigantes, ainda para mais numa balada, ou seja, num tempo lento em que verdadeiramente se testam as capacidades dos músicos:


Alunos da Escola de Jazz do Barreiro criam blogue

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Existe um novo blogue dedicado ao Jazz.

Este novo espaço foi criado por alunos da Escola de Jazz do Barreiro e tem como objectivo promover a interacção entre todos aqueles que se interessam por Jazz e a divulgação de notícias, concertos, jam-sessions, ou qualquer outro assunto relacionado com esta temática que considerem interessante.

19 de novembro de 2007

I Roteiro do Jazz em Cascais: lotação esgotada e concerto no Casino Estoril

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Anúncio do 1.º grupo de Jazz a actuar em Portugal de que há registos: Dezembro 1927.

Estão esgotados os 27 lugares disponíveis para o I Roteiro do Jazz em Cascais, evento que se realiza no próximo dia 1 de Dezembro para proporcionar ao público uma visita guiada aos locais históricos do Concelho por onde passaram os sons do Jazz no século XX entre 1927 e 2007.

Entre os vários espaços a visitar contam-se, entre outros, o local do antigo Pavilhão do Dramático (sede do Cascais Jazz, de 1971 a 1980), a antiga sede do Rádio Clube Português (a partir da qual Luís Villas-Boas produziu entre 1946 e 1969 o programa Hot Clube), o Clube Luisiana (fundado por Villas-Boas em 1965), o local onde se ergueu em tempos o Grande Casino Internacional Monte Estoril e o actual Casino Estoril (palco de múltiplos concertos de Jazz a partir dos anos 40).

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Bill Evans e Eddie Gomez (Estoril, Julho 1975; Augusto Mayer).

A condução do Roteiro será realizada por João Moreira dos Santos, autor dos livros O Jazz Segundo Villas-Boas (2007) e Duarte Mendonça: 30 anos de Jazz em Portugal (2005), fundador do blogue Jazz No País do Improviso! (www.jnpdi.blogspot.com), colaborador do site norte-americano AllAboutJazz e investigador da história do Jazz em Portugal. O Roteiro conta ainda com a participação de Duarte Mendonça, produtor dos festivais Cascais Jazz, Jazz Num Dia de Verão e Estoril Jazz.

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Dave Brubeck e Gerry Mulligan (Cascais Jazz 1972; Duarte Mendonça).

O Roteiro realiza-se em autocarro turístico com o seguinte percurso:

- Grande Casino Internacional Monte Estoril
- Casino Estoril
- Estúdios do Rádio Clube Português
- Salesianos
- Parque Palmela
- Discoteca Ronda
- Palm Beach
- Cinema S. José
- Luisiana
- Pavilhão do Dramático
- Parque Marechal Carmona

A culminar este passeio pela história do Jazz em Cascais nos últimos 80 anos realiza-se um concerto no Centro Cultural de Cascais, espectáculo que conta com o trio da cantora Maria Viana e o convidado especial Art Themen, saxofonista britânico.

Como novidade do Roteiro registe-se a adesão do Casino Estoril, que, para celebrar a sua histórica ligação ao Jazz, não só proporcionará uma visita às suas instalações, como brindará os participantes com um cocktail e com um concerto ao vivo.

17 de novembro de 2007

Zé Eduardo dirige Big Band Taller de Musics e homenageia Tete Montoliu

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No próximo dia 1 de Dezembro o contrabaixista português Zé Eduardo regressa a Barcelona, onde trabalhou durante vários anos, para dirigir a Big Band Taller de Musics.

O espectáculo tem lugar no belíssimo Palau de la Música e insere-se nas comemorações dos 10 anos do falecimento do grande pianista catalão que foi Tete Montoliu (1933-1997), constituindo o evento de encerramento do 39. Festival de Jazz de Barcelona.

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O programa do concerto tem por base o único CD de toda a discografia do mestre gravado com uma Big Band, projecto registado em 1988 com uma orquestra precisamente dirigida por Zé Eduardo.

15 de novembro de 2007

Mário Laginha ao vivo no Olga Cadaval

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É já no próximo dia 30 que Mário Laginha apresenta no Centro Cultural Olga Cadaval o seu mais recente registo discográfico, acompanhado por Bernardo Moreira (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

Espaço é composto exclusivamente por originais de Laginha e resultou de uma encomenda da 1.ª Trienal de Arquitectura de Lisboa, pelo que a ideia fundamental foi fundir a música com o espaço arquitectado.

Mário Laginha e o seu trio conseguiram uma obra não só interessante, mas também diversificada, não ficando devedora ao que de melhor se faz a nível internacional, ou não fossem os músicos que lhe dão forma excelentes intérpretes e improvisadores.

Espaço é um disco para ouvir com tempo e que pede dedicação e vontade de perscrutar as memórias e os seus cantos e recantos. Atinge o seu melhor nível nos temas "Tanto Espaço" e "Plano", onde se destacam os contributos de Mário Laginha e Bernardo Moreira.

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14 de novembro de 2007

Ahmad Jamal no CCB: Grande noite!

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Foto de João Moreira dos Santos

Chegados agora a casa do concerto de Ahmad Jamal no Centro Cultural de Belém, realizado ontem, dia 13, é tempo de fazer um pequeno balanço.

Ahmad Jamal mostrou-se criativo, original e capaz de se reinventar, provando que resistiu bem à tentação de se deixar fechar no hermetismo que uma idade já avançada e uma carreira mais do que consagrada poderiam eventualmente trazer-lhe. A sua empatia com os músicos é bem visível (o facto de tocarem juntos há mais de 20 anos ajuda certamente...) e, confirmando o que nos dissera em entrevista em 1996, o pianista pareceu dirigir uma orquestra e não um quarteto.

Por isso mesmo, quem aprecia música feita na hora, em cima do palco - isto é, verdadeiro, Jazz - teve neste espectáculo uma amostra de suprema qualidade. Um Jazz que foi sobretudo ritmado e que viveu de contínuas tensões e "libertações" musicais (à falta de melhor termo para exprimir o inglês release...)

Ahmad Jamal, pianista sem dúvida notável, revelou-se bem mais rítmico do que o que porventura era esperado por alguns dos presentes, facto que foi acentuado pela percussão de Manolo Badrena (músico que colaborou com os Weather Report) e pela bateria de Idris Muhammad (que além de Jamal tocou com músicos como Lou Donaldson, Johnny Griffin, Pharoah Sanders e George Coleman). Quanto ao contrabaixista James Cammack, nada a dizer: um músico muito competente, melhor em pizzicado (ou seja, a percutir as cordas com os dedos) do que em arco.

Antes do concerto tivemos oportunidade de rever este mítico pianista que Duarte Mendonça (produtor do Estoril Jazz) trouxe a Portugal pela primeira vez, em 1994, apresentando-o novamente em 1996.

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Ahmad Jamal e Duarte Mendonça: o reencontro depois de 11 anos de ausência.

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Ahmad Jamal relembra as suas actuações em Portugal através do livro sobre Duarte Mendonça

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Não é o que parece... Na realidade apenas se trocaram cartões de visita!


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Ahmad Jamal é um ser espiritual e o autógrafo que nos deixou no seu mais emblemático disco assim o comprova (como se necessário fosse...). Este é um registo para uma futura Casa do Jazz.

Uma nota ainda para deixar os parabéns a Paulo Gil e ao CCB, os produtores deste concerto que permitiu ao público português rever não só um pianista de referência no Jazz, mas também testemunhar-lhe a admiração pela sua carreira (que já vai em quase 60 anos...) e obra, o que fez através de uma intensa e sentida ovação final.

13 de novembro de 2007

Hoje é dia de Ahmad Jamal

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Ahmad Jamal actua hoje no CCB pelas 21h00 com o seu quarteto, ele que é uma lenda viva do Jazz.

Há cerca de 10 anos (em 1996) tivemos oportunidade de o entrevistar para o jornal «A Capital» e de registar assim a sua vincada espiritualidade e visão crítica em relação ao mercado e aos «homens», mas não quanto ao futuro do... jazz.

É essa entrevista que agora reavivamos.

- Que género de música e discos ouve actualmente?

- Ouço american classical music, que é um termo que adoptei há alguns anos atrás e redefine o termo jazz. Ouço Art Tatum e tantos outros. Não tenho um padrão definido, ouço muitas coisas.

- Por que recusa a palavra jazz?

- Porque algumas pessoas, quando ouvem a palavra jazz, dizem que não gostam de jazz, mas gostam de Billie Holiday. A palavra está mal definida; o que nós fizemos foi sofisticá-la. É uma palavra muito limitada para aquilo que fazemos musicalmente.

- Se tivesse de nomear um músico-chave na história do jazz, quem nomearia?

- Erroll Garner, o pianista, porque ele era uma autêntica orquestra.

- E um disco chave?

- Os meus próprios e Flying Home, de Art Tatum, com Tiny Grimes e Slam Stewart.

- Quando fala dos seus discos, refere-se a quais? Ao At the Pershing?

- Exactamente. Com Israel Crosby e Vernell Fournier.

- Qual é a sua visão do panorama actual do jazz?

- Tem sobrevivido apesar das tentativas de comercializar tudo e todos os géneros de música. O que se está a vender hoje não tem nada que ver com música. É claro que há bons músicos e existirão sempre bons músicos clássicos americanos [jazz] porque esta é a verdadeira forma de arte.

Só há duas formas de arte que se desenvolveram nos Estados Unidos: a música índia e a american classical music [jazz], que vão continuar a desenvolver-se e a sobreviver. Músicos como Louis Armstrong, Charlie Parker, Dizzy Gillespie e Art Tatum fizeram a indústria discográfica. Esta indústria não existiria hoje se não fossem os Benny Goodman, Charlie Parker, Dizzy Gillespie e Nat King Cole.

- Que músicos poderão assegurar o desenvolvimento do jazz no futuro?

- Muitos. Há excelentes músicos a aparecer todos os dias. São tantos que apontar um seria injusto.

- Concorda com Miles Davis quando ele diz que o Ahmad nunca teve o reconhecimento que merece?

- O meu reconhecimento vem de Deus. Não espero reconhecimento por parte dos homens. Não espero nada dos homens, só de Deus. Quem espera algo dos homens ficará sempre desapontado.

- O que procura quando toca?

- Procuro a revelação, uma forma de reflectir a criatividade. Não existem pessoas criativas, como também não há nada de novo debaixo do Sol. O que há é descoberta e é isso mesmo que eu procuro: reflectir a criatividade, que é o melhor que podemos fazer, quer sejamos médicos, advogados ou músicos. O homem pensa que é criativo, mas não é. É por isso que eu procuro a descoberta, procuro ser um receptor. Procuro a revelação musical.

- Porque que é que optou por tocar quase sempre em trio?

- Eu não toco em trio ou em quarteto, ou em quinteto. Toco ou com pequenas ou com grandes orquestras. Não tenho um trio nem um quarteto, tenho orquestras. Toquei com cantoras, com big bands e com todos os formatos concebíveis neste mundo. Toquei por vezes com sete instrumentos como, por exemplo, na sala Pleyel, que esgotou completamente. Por isso, ninguém sabe nunca que formato vou adoptar.

- A transformação que imprime aos temas standards é impressionante e bela. Pode falar-nos disso?

- Todos nós levamos os standards muito para além da sua estrutura original, sobretudo os meus antecessores, como o Art Tatum, Charlie Parker e tantos outros que tiveram o maior do trabalho de extensão e reinterpretação dos temas. Actualmente não toco muitos standards, mas quando o faço não parto já de uma estrutura tão em bruto como eles. A partir da base que herdamos, cada um de nós, intérpretes, leva os standards para além do jamais imaginável pelos seus compositores, sejam eles Jerome Kern, George Gershwin ou Irving Berlin. Eles nunca sonharam que as suas canções seriam interpretadas como o fizeram a Sarah Vaughan ou a Billie Holiday.

Esta reinterpretação dos temas clássicos americanos é algo de ímpar no jazz. Quando se ouve o Charlie Parker tocar «April in Paris» está-se em Paris, em Abril. Se se ouve o Charlie Parker tocar «I Could Loose You», vive-se a canção. Quando se ouve o Lester Young a tocar «Polkadots & Moonbeams», está-se lá, podem ver-se os padrões e os raios lunares.

A interpretação dos standards para além do imaginável pelos seus compositores é algo únicos nestes artistas. Que melhor interpretação pode haver de «Body & Soul» do que a de Coleman Hawkins»» Eles [compositores] nunca sonharam que aquilo pudesse acontecer à sua canção.

- O que podemos esperar do concerto de Lisboa? Porquê a inclusão de um guitarrista?

- Bem, eu comecei com guitarra no meu primeiro grupo, assim como com percussão. Era um grupo formado por guitarra, percussão, contrabaixo e piano, por isso este concerto é um regresso ao futuro. Tematicamente será composto por 70 por cento de Jamal e 30 por cento de outros compositores.

[entrevista realizada telefonicamente em 6 de Dezembro de 1996 e publicada originalmente no jornal «A Capital», de 14/12/1996]

11 de novembro de 2007

Monterey Jazz Festival: 50 anos em discos únicos

Foi recentemente lançada no mercado nacional uma colecção de CD's que merece a maior atenção.

LIVE AT THE MONTEREY JAZZ FESTIVALS reúne um conjunto de gravações inéditas (isto é, nunca antes comercializadas) de grandes nomes do Jazz que acturam ao longo dos anos neste prestigiado festival que só tinha rival, nos EUA, no Newport Jazz Festival.

A colecção resulta duma parceria entre a editora Concord e Monterey Jazz Festival's MJF RECORDS (sendo a primeira vez que um festival de Jazz lança a sua própria editora) e pretende celebrar as 50 Primaveras deste festival, cuja primeira edição se realizou em 1958.

Para já foram lançados cinco CD's, prevendo-se novos lançamentos em 2008 e para os próximos anos, até porque nos arquivos da produção do festival de Monterey existem nada menos do que 1600 bobines com mais de 2000 horas de gravação de concertos...

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A gravação mais antiga desta colecção remonta a 1958, ano da primeira edição do Festival de Jazz de Monterey, e não podia ter melhor protagonista do que Louis Armstrong, para mais apresentado neste evento pelo trompetista mais importante que se lhe seguiu na história do Jazz: Dizzy Gillespie.

Armstrong actua com os seus All-Stars e percorre o repertório que sempre o acompanhou, com destaque para temas como "Blueberry Hill", "Tiger Rag", "Now You Has Jazz" (que proporciona um interessante dueto vocal com o trombonista Trummy Young), "It's Sleepy Time Down South", "When the Saints Go Marchin' In", "Bucket's got a whole in it", "St Louis Blues" e "Mack the Knife".

Com Amstrong actuaram Trummy Young (tb), Peanuts Hucko (cl), Billy Kyle (p), Danny Barcelona (bt) e ainda Velma Middleton (voz).

Faixas:

1. Introduction by Dizzy Gillespie
2. When It's Sleepy Time Down South
3. (Back Home Again In) Indiana
4. Blueberry Hill
5. Tiger Rag
6. Now You Has Jazz
7. High Society Calypso
8. Bucket's Got A Hole In It
9. Perdido
10. Autumn Leaves
11. After You've Gone
12. These Foolish Things
13. Mack The Knife
14. Stompin' At The Savoy
15. Undecided
16. St. Louis Blues
17. That's My Desire
18. When The Saints Go Marching In

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Razão tinha Miles Davis quando na sua biografia se queixava da existência de várias gravações suas por editar. A verdade é que ano após ano elas vão saindo das prateleiras a que estavam vetadas e chegando ao grande público amador de Jazz.

Neste disco Miles Davis surge no pico da sua forma nos anos 60, numa gravação realizada em 22 de Setembro de 1963, quando o trompetista apresentava um novo quinteto composto por George Coleman (sax-tenor), Herbie Hancock (piano), Ron Carter (contrabaixo) e pelo jovem (17 anos...) Tony Williams (bateria), quinteto com que havia tocado e gravado meses antes em Antibes, em França (Miles Davis in Europe).

Faixas:

1. Waiting for Miles
2. Autumn Leaves
3. So What
4. Stella By Starlight
5. Walkin'
6. The Theme

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O presente CD resulta de um concerto realizado por Thelonious Monk no Festival de Jazz de Monterey em 20 de Setembro de 1964 e apresenta o histórico pianista acompanhado por Charlie Rouse (sax-alto), Steve Swallow (contrabaixo) e Ben Riley (bateria), além do The Monterey Jazz Festival Workshop: Buddy Collette, Lou Blackburn; Jack Nimitz, Bobby Bryant e Melvin Moore.

Faixas:

1. Blue Monk
2. Evidence
3. Bright Mississippi
4. Rhythm A Ning
5. Think Of One
6. Straight No Chaser

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Dizzy Gillespie, histórico trompetista do jazz, é o protagonista deste CD que documenta o seu concerto de 19 de Setembro de 1965 no Festival de Jazz de Monterey. A acompanhá-lo estão James Moody (flauta e sax-tenor), Kenny Barron (piano), Christopher White (contrabaixo), Rudy Collins (bateria) e Big Black (congas).

Faixas:

1. Introduction
2. Trinidad, Goodbye
3. The Day After
4. Poor Joe
5. Dizzy's Comedy Sketch
6. A Night In Tunisia
7. Band Introduction
8. Ungawa
9. Chega De Saudade (No More Blues)

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O disco mais recente desta primeira "fornada" remonta a 1971 e apresenta Sarah Vaughan acompanhada pelo seu trio (Billy Mays playing - piano, Bob Magnusson - contrabaixo e Jimmy Cobb - bateria) e pelo Monterey Jazz Festival All-Stars, formação que reúne Bill Harris (trombone), Roy Eldridge (trompete), Clark Terry (trompete), Eddie “Lockjaw” Davis, Zoot Sims (sax-tenor), Benny Carter (sax—alto), Mundell Lowe (guitarra), John Lewis (piano) e Louie Bellson (barteria).

Um registo muito interessante não só pela prestação de Sarah, mas também pelas autênticas estrelas que a acompanham e por, na verdade, ser um disco que vem enriquecer a colecção de discos ao vivo desta voz maior do Jazz.

Faixas:

1. Introduction by Norman Granz
2. I Remember You
3. The Lamp Is Low
4. 'Round Midnight
5. There Will Never Be Another You
6. And I Love Him
7. Scattin' The Blues
8. Tenderly
9. All-Stars Introduction
10. A Monterey Jam
11. A Monterey Jam (Encore)

10 de novembro de 2007

I Roteiro do Jazz em Cascais: 80 anos de Jazz em Portugal!

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Anúncio do 1.º grupo de Jazz a actuar em Portugal de que há registos: Dezembro 1927.

Em finais de Dezembro de 1927 chegavam a Cascais os The Robinson’s Syncopators, formação cujos registos na imprensa da época permitem classificar como o primeiro grupo norte-americano de Jazz a apresentar-se ao vivo em Portugal, facto que era até hoje desconhecido e que resulta da investigação que vimos fazendo no âmbito da história do Jazz em Portugal.

Esta orquestra, que era publicitada como originária de Chicago e composta por “dez autênticos artistas negros”, actuou no reveillon do já desaparecido Grande Casino Internacional Monte Estoril, onde culminou uma pequena digressão que passou primeiramente pelo Teatro da Trindade, em Lisboa.

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Foto dos Robinson's Syncopators, já com outra designação.

Para celebrar os 80 anos desta importante (e até agora desconhecida) efeméride realiza-se no próximo dia 1 de Dezembro o Roteiro do Jazz em Cascais, projecto inovador e pioneiro - desenvolvido pelo autor deste blogue em colaboração com a cantora Maria Viana e o apoio da Câmara Municipal de Cascais - que pretende proporcionar ao público uma visita guiada aos locais históricos do Concelho por onde passaram os sons do Jazz no século XX ao longo destas oito décadas.

Entre os vários espaços a visitar contam-se, entre outros, o local do antigo Pavilhão do Dramático (sede do Cascais Jazz, de 1971 a 1980), a antiga sede do Rádio Clube Português (a partir da qual Luís Villas-Boas produziu entre 1946 e 1969 o programa Hot Clube), o Clube Luisiana (fundado por Villas-Boas em 1965), o local onde se ergueu em tempos o Grande Casino Internacional Monte Estoril e o actual Casino Estoril (palco de múltiplos concertos de Jazz a partir dos anos 40).

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Bill Evans e Eddie Gomez (Estoril, Julho 1975; Augusto Mayer).

A condução do Roteiro será realizada por João Moreira dos Santos, autor dos livros O Jazz Segundo Villas-Boas (2007) e Duarte Mendonça: 30 anos de Jazz em Portugal (2005), fundador do blogue Jazz No País do Improviso! (www.jnpdi.blogspot.com), colaborador do site norte-americano AllAboutJazz e investigador da história do Jazz em Portugal. O Roteiro conta ainda com a participação de Duarte Mendonça, produtor dos festivais Cascais Jazz, Jazz Num Dia de Verão e Estoril Jazz.

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Dave Brubeck e Gerry Mulligan (Cascais Jazz 1972; Duarte Mendonça).

O Roteiro realiza-se em autocarro turístico com o seguinte percurso:

- Grande Casino Internacional Monte Estoril
- Casino Estoril
- Estúdios do Rádio Clube Português
- Salesianos
- Parque Palmela
- Discoteca Ronda
- Palm Beach
- Cinema S. José
- Luisiana
- Pavilhão do Dramático
- Parque Marechal Carmona

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Maria Viana com Al Grey (Jazz Num Dia de Verão, 1989).

A culminar este passeio pela história do Jazz em Cascais nos últimos 80 anos realiza-se um concerto no Centro Cultural de Cascais, espectáculo que conta com o trio da cantora Maria Viana e o convidado especial Art Themen, saxofonista britânico.

I Roteiro do Jazz em Cascais
1 de Dezembro
Orientação: João Moreira dos Santos.
Inscrições pelo tel.: 214825017.1 Max. 15 pax.
PONTO DE ENCONTRO: Pç. 5 DE OUTUBRO
Sábado às 14h30

Trio de Maria Viana + Art Themen
1 de Dezembro
Maria Viana - Voz
Paulo Gomes - Piano
Hugo Carvalhais - Contrabaixo
Art Themen - Saxofone-Tenor
Sábado, Centro Cultural de Cascais, às 18h30

3 Pianos: Um DVD de luxo!

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Temos andado a saborear este DVD de luxo que apresenta, em concerto gravado no CCB, três pianistas de excelência: Bernardo Sassetti, Mário Laginha e Pedro Burmester.

Dir-se-á que de jazz pouco ou nada acontece aqui, o que, não sendo mentira, seria extremamente redutor do interesse musical mais vasto deste projecto que reúne músicos com diferentes e distintos percursos musicais.

O trio percorre obras de compositores (logo aqui se estabelece uma diferença fundamental entre a música dita clássica e o jazz, pois a primeira é a arte do compositor e a segunda é a arte do intérprete) como Béla Bartók, Bach, Mozart, Poulenc, e temas originais de Bernardo Sassetti, Mário Laginha e até Zeca Afonso ("Traz outro amigo também").

Os extras, que em muitos DVD são desprezados pela crítica, revelam-se neste volume um conteúdo de inegável interesse, sobretudo a entrevista a Sassetti, Laginha e Burmester, enriquecida pelo trabalho do realizador Nuno Campilho, que consegue dar-lhe um "look" cinematográfico, visível logo na primeira imagem.

7 de novembro de 2007

Miguel Martins apresenta CD no Lux

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O guitarrista Miguel Martins apresenta hoje, 7 de Novembro, às 23h00, na discoteca Lux, o disco The Newcomer (o seu primeiro), evento inserido nas Lux Jazz Sessions.

Este registo é uma gravação em trio, com Miguel Martins (guitarra), Carlos Barretto (contrabaixo) e José Salgueiro (bateria), e assenta exclusivamente em temas originais.

Miguel Martins nasceu em 1976 em Faro e iniciou a sua carreira como músico profissional a meio da década de 90. Desde então foi colaborando com nomes maiores do jazz português, como Carlos Bica, Zé Eduardo, Pedro Madaleno, Nelson Cascais ou Laurent Filipe. Em 1998 fundou o quinteto Portujazz, que contou com a participação intermitente de músicos como Johannes Krieger, Yuri Daniel, Bruno Pedroso, Alexandre Frazão ou Hugo Alves, tendo sido extinto em 2003.

Nos seus já mais de dez anos de actividade profissional, actuou em inúmeros festivais e clubes de jazz por todo o país e em Espanha e, entre outras manifestações do seu amor pela música improvisada, deu lições de guitarra e workshops em diversas escolas de jazz.

6 de novembro de 2007

Bruno Santos apresenta TrioAngular na FNAC

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O guitarrista Bruno Santos apresenta ao vivo no próximo dia 8 de Novembro, pelas 21h30, o seu novo disco, TrioAngular, que gravou com Bernardo Moreira e Bruno Pedroso.

O evento decorre na FNAC de Cascais, inserido nas Noites de Jazz com João Moreira dos Santos.

2 de novembro de 2007

Um toque de Jazz em Novembro

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Foto de Isabel Almasque.

Na RDP - ANTENA 2, um programa de Manuel Jorge Veloso, transmitido aos Sábados e Domingos, entre as 23h05 e as 24h00.

Destacamos na programação deste mês o programa de 4 de Novembro, no qual o respectivo autor divulga uma gravação não comercializada de um quinteto organizado pelo pianista António José de Barros Veloso (na foto) para um concerto único realizado na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, em 2005. Nesta formação participaram, além de Barros Veloso, Pedro Moreira (sax-tenor), João Moreira (trompete), Bernardo Moreira (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria), tendo como convidada espeical Marta Hugon (voz)

Sábado, 03.11.07 – Novos discos internacionais (1) – «Nocturnal Walks» (Franz Koglmann); «Timeless Portraits and Dreams» (Geri Allen); «Migration» (Antonio Sanchéz); «Art of Four» (Bill Cobman); «Tenor of The Times» (Jerry Bergonzi); «Jungle Soul» (Dr. Lonnie Smith); «Colina-Miralta-Sambeat» (Javier Colina, Marc Miralta, Perico Sambeat); «Chanson du Vieux Carré» (Harry Connick Jr.).

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Foto de Isabel Almasque.

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Foto de Isabel Almasque.

Domingo, 04.11.07 – Concertos portugueses (1) – António José Barros Veloso (piano), Pedro Moreira (sax-tenor), João Moreira (trompete), Bernardo Moreira (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria) com a colaboração de Marta Hugon (voz) na gravação inédita de um concerto realizado na Ordem dos Médicos em 30.09.05.

Sábado, 10.11.07 – Novos discos internacionais (2) – «Maximum Firepower» (Louis Hays & The Cannonball Legacy Band); «Griot Liberté» (Buster Williams); «The Inventions Trio» (Bill Mays); «The Swingin’ Bassoon» (Daniel Smith); «Follow The Red Line» (Chris Potter, ao vivo no Village Vanguard); Abbey Sings Abbey» (Abbey Lincoln); «For Sentimental Reasons» (Bobby Hutcherson).

Domingo, 11.11.07 – Concertos portugueses (2) – O quarteto da cantora Vânia Fernandes, com Júlio Resende (piano), Hugo Antunes (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) num concerto realizado no clube Onda Jazz (Lisboa) em 15.02.07.

Sábado, 17.11.07 – Novos discos internacionais (3) – «Playground» (Manu Katché); «Concert in the Garden» (Maria Schneider); «Play» (Frank Kimbrough); «Real Aberration» (Herb Robertson); «Nightmoves» (Kurt Elling); «Live at The London Jazz Festival» (Italian Instabile Orchestra); «Pilgrimage» (Michael Brecker).

Domingo, 18.11.07 – Concertos portugueses (3) – O quarteto do saxofonista-tenor Martin Jacobsen (Dinamarca) com Afonso Pais (guitarra), Nelson Cascais (contrabaixo) e Paulo Bandeira (bateria) num concerto realizado no clube Onda Jazz (Lisboa) em 16.02.07.

Sábado, 24.11.07 – Novos discos internacionais (4) – «Prezens» (David Torn); «Mary Lou Williams – The Lady Who Swings The Band» (Orquestra de Jazz da Rádio Dinamarquesa); «The Perfum Comes Before The Flower» (Alípio C. Neto); «Delphinius & Lira» (Raymond MacDonald / Günther «Baby» Sommer); «From The Plantation to The Penitenciary» (Wynton Marsalis); «Voices» (Marc Copland); «If You Know Love» (Molly Johnson); «This Meets That» (John Scofield).

Domingo, 25.11.07 – Concertos portugueses (4) – O quarteto do pianista Júlio Resende com José Pedro Coelho (sax-tenor), Hugo Antunes (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) num concerto realizado no clube Onda Jazz (Lisboa) em 19.01.07.

Ella Fitzgerald em DVD: Montreux 1977

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Acaba de sair um novo volume da colecção Jazz em DVD, desta vez dedicado a Ella Fitzgerald, cantora que por várias vezes actuou no Festival de Jazz de Montreux, sendo aqui apresentado o concerto realizado em Julho de 1977. Convém referir que existem também em DVD os concertos de 1969 e de 1979.

Ella tinha então, em 1977, completado 60 anos, encontrando-se ainda em boa forma vocal, o que este DVD demonstra bem. A proposta musical é simples - bom Jazz - o que fica desde logo explícito com o tema inicial, "Too close for comfort", atacado com um vigoroso swing. Com Ella estiveram então em palco Tommy Flanagan (pianista que a acompanhou durante largos anos), Keter Betts (contrabaixo) e Bobby Durham (bateria), que por vezes quase soam como uma verdadeira big band.

O mais interessante deste DVD são, porém, as várias baladas incluídas no repertório, temas que Ella interpreta com uma profundidade e musicalidade notáveis. Entre estas destaque para "My man" e especialmente "Ordinary Fool", tema em que Ella parece reviver em palco a sua própria (e conturbada) vida amorosa.

Não faltam neste DVD (também disponível em CD) os excelentes momentos de scat que caraterizaram Ella ao longo da sua carreira, aqui desenvolvidos em "One Note Samba" e "Billie's Bounce", e um "hit" de então, o tema "You are the sunshine of my life", gravado em 1972 por Stevie Wonder.

O visionamento deste documento audiovisual leva-nos a lamentar ainda mais o facto de se terem gorado as negociações desenvolvidas por Luís Villas-Boas e Duarte Mendonça para apresentar Ella ao vivo em Portugal em 1982, o que se ficou a dever à dificuldade em encontrar patrocinadores para o efeito.

Este DVD encontra-se disponível por apenas € 9,99 (mais portes de envio) exclusivamente através do nº de telefone 219 265 510 ou, eventualmente, num quiosque perto de si.

Jan Garbarek na Culturgest


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É já no próximo dia 11 de Novembro, às 21h30, que o saxofonista norueguês Jan Garbarek, verdadeiro feiticeiro de sons, sobe ao palco do Grande Auditório da Culturgest para apresentar um projecto musical marcado por várias influências, desde o Jazz aos sons orientais e ao folclore escandinavo.

Garbarek actua com um quarteto composto por Rainer Brüninghaus (piano), Yuri Daniel (contrabaixista que dispensa apresentações, ele que há anos se encontra radicado em Portugal e tocou, entre outros, com Maria João e Mário Laginha) e Manu Katche (bateria).

Os bilhetes têm o preço único de 5 euros para jovens até aos 30 anos e de 20 euros para o restante público.

Jan Garbarek é desde há vários anos um dos nossos saxofonistas preferidos, tendo assinado um concerto memorável na Gulbenkian, no Jazz em Agosto, trasnmitido pela RTP. Para os leitores não identificados com a sonoridade deste músico apresentamo-lo ao vivo num vídeo gravado no 37th internationale Jazzwoche Burghausen (Março de 2006), acompanhado por Eberhard Weber (cb), Rainer Bruninghaus (teclas) e Manu Katche (bateria).

"Twelve Moons" - Jan Garbarek Quartet



Nota biográfica da produção:

A história já foi contada muitas vezes.

Jan Garbarek, com 14 anos, ouviu na rádio John Coltrane e foi uma revelação. Comprou um livro de instruções de saxofone e aprendeu as posições dos dedos antes mesmo de ter um instrumento.

“Quando comprei um saxofone já estava realmente preparado para ele.
Estava muito, mas muito ansioso”.

Coltrane foi uma escolha fortuita para o papel de modelo. Seguindo os passos do percurso desse gigante da música abriram-se-lhe novos caminhos.

O interesse de Coltrane por Ravi Shankar, por exemplo, levou Garbarek a conhecer a música indiana já em 1963. Com o quarteto de Coltrane o jovem norueguês aprendeu a dinâmica de uma banda, a relação entre os instrumentos. E os exemplos podiam multiplicar-se.

Nesse tempo pela Escandinávia passavam muitos músicos americanos. Garbarek ouviu e aprendeu, entre outros, com Dexter Gordon, Ben Webster, Johnny Griffin. Mas sobretudo aprendeu com o pianista George Russell que o convidou para se juntar à sua banda em 1965, quando Garbarek tinha 18 anos.

Em 1968 Manfred Eicher convidou o saxofonista a gravar para a ECM, na altura dando os seus primeiros passos. A banda reunia ainda Terje Rypdal, Arild Andersen e Jon Cristiansen que, com Garbarek, foram designados como “os quatro grandes” que iriam marcar a música improvisada norueguesa.

Desde então Garbarek tem gravado para a ECM inúmeros e variados projectos com músicos como Keith Jarrett, Ralph Towner, Anouar Brahem, Egberto Gismonti, Charlie Haden, Hilliard Ensemble, Chick Corea, Jack DeJohnette, entre muitos outros. E definiu um som característico, inconfundível, que se revela com especial nitidez no seu Jan Garbarek Group, banda que tem tido várias formações e que nesta noite se apresenta em quarteto, com músicos que tocam juntos há mais de 15 anos.

Lee Konitz com a OJM: Prazer à primeira audição

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Foi recentemente lançado no mercado nacional o produto da colaboração da Orquestra de Jazz de Matosinhos com Lee Konitz e Ohad Talmor, um CD intitulado Portology, e cuja audição recomendamos sem qualquer embargo ou reserva, pois trata-se de um registo que se aprecia desde a primeira nota e onde há muito para descobrir entre os arranjos de Talmor.

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Criada em 1999, com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, a OJM tem vindo a afirmar-se como uma das formações mais dinâmicas do jazz português, sob a direcção de Carlos Azevedo e Pedro Guedes. A partir de 2001 esta orquestra (que este ano se tornou a primeira formação portuguesa de Jazz a actuar no célebre Carnegie Hall de Nova Iorque, justamente com Lee Konitz) começou a colaborar com músicos de renome mundial, um projecto notável em que ao longo dos anos participaram músicos como Ingrid Jensen, Bob Berg, Conrad Herwig, Stephan Ashbury, Carla Bley, Mark Turner, Rich Perry, Dieter Glawischnig e Chris Cheek (parceria que deu origem a um CD editado pela prestigiada Fresh Sound).

É, pois, neste contexto que surge a ligação da OJM a Lee Konitz (histórico saxofonista-alto que participou no disco Birth of the Cool, de Miles Davis, depois de ter estudado sob a orientação do piansita Lennie Tristano), plasmada numa série de concertos conjuntos e na gravação de um CD. A ponte de união entre ambos foi Ohad Talmor, responsável pela direcção musical do projecto.

E assim chegamos a Portology, gravado em Março de 2006 e agora editado pela Omnitone, com distribuição em Portugal pela Trem Azul, que é nem mais do que a estreia de Lee Konitz à frente de uma big band, isto apesar deste músico ter celebrado no corrente ano o seu 80.º aniversário (precisamente com um concerto com a OJM na Casa da Música, onde se esqueceu das pautas...). De carreira profissional são não menos do que 50... facto que este CD também celebra.

Portology conta com originais de Konitz e arranjos de Ohad Talmor, variando entre o clássico "Sound Lee" e o recente "Rhythm Suite", e é um dos discos que mais nos agradou nos últimos tempos, muito pela qualidade dos músicos presentes, mas também e sobretudo pelos arranjos e pelas diferentes "texturas" sonoras que permite. Este é um disco para ir ouvindo e ir descobrindo com tempo ou, como dizia Umberto Eco (a propósito das teses académicas), é como o porco: aproveita-se tudo!

Músicos

Lee Konitz, sax-alto
Ohad Talmor, direcção musical

Orquestra Jazz de Matosinhos

José Luis Rego, João Guimarães, João Pedro Brandão, Mário Santos, Zé Pedro Coelho, Rui Teixeira (saxofones)
Erick Poirier, Rogério Ribeiro, Susana Silva, José Silva (trompetes)
Michaël Joussein, Álvaro Pinto, Daniel Dias, Gonçalo Dias (trombones)
André Fernandes (guitarra)
Carlos Azevedo ou Pedro Guedes (piano)
Demian Cabaud (contrabaixo)
Mário Barreiros (bateria)

Entretanto, no próximo dia 15 de Dezembro a OJM volta a realizar nova parceria musical, apresentando-se na Casa da Música com DEE DEE & CECIL BRIDGWATER. Promete!

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Quanto a Lee Konitz acaba de ver publicado um novo registo, Ashiya, em que toca apenas acompanhado pelo piano de Walter Lang, o líder desta sessão discográfica.

1 de novembro de 2007

Os grandes standards do Jazz

JNPDI! apresenta hoje os grandes standards do Jazz, ou seja, temas compostos por músicos de Jazz e que ficaram na história desta arte musical, sendo como que um seu sinónimo.

Este é um apanhado incompleto, mas dentro dos vídeos que é possível encontrar no Youtube acaba por reunir os principais temas (cerca de 40), com uma ou outra excepção, como é o caso de "Song For My Father" ou "Whisper Not", entre outros.

O presente post é especialmente dedicado a todos os leitores que estão a dar os primeiros passos no jazz e querem conhecer os seus principais "hinos".

"A Night in Tunisia"



"Airegin"



"Along Came Betty"



"Bemsha Swing"



"Blood Count"



"Blue Bossa"



"Blue Monk"



"Blue Train"



"Blues March"



"C Jam Blues"



"Cantaloupe Island"



"Caravan"



"Donna Lee"



"Giant Steps"



"In a Mellow Tone"



"Impressions"



"Isfahan"



"It Don't mean a Thing (if it ain't got that Swing"



"Jumpin' At The Woodside"



"Lester Leaps In"





"Lullaby of Birdland"



"Lush Life"



"Maiden Voyage"



"Milestones"



"Moanin'"



"Mr. P.C."



"Now's The time"



"Oleo"



"Ornithology"



"Perdido"



"Rhythm-a-ning"



"'Round Midnight"





"Shiny Stockings"



"So What"



"Sophisticated Lady"



"St Thomas"



"Straight No Chaser"



"Take Five"



"Take the A-Train"



"Watermelon Man"



"Work Song"

Jazzês

O vídeo não é uma novidade absoluta, mas ilustra bem o que é o diálogo entre dois grandes músicos (Charlie Parker e Dizzy Gillespie), aqui personalizado por um ilustre desconhecido.

Jazz ao Centro 2007 recomeça hoje

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Começa hoje a segunda parte do Jazz ao Centro - Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra 2007, evento que se prolonga até sábado. O festival é promovido pela Câmara Municipal de Coimbra e pelo Jazz Ao Centro Clube e nele participam a Zé Eduardo Unit, Henry Grimes e Elliot Sharp, decorrendo todos os concertos no Salão Brazil, na Baixa de Coimbra.

P r o g r a m a

1 de Novembro (21h45)
Zé Eduardo Unit
Zé Eduardo (contrabaixo), Jesus Santandreu (saxofone-tenor) e Bruno Pedroso (bateria).

2 de Novembro (21h45)
Henry Grimes
Henry Grimes (contrabaixo e violino), Andrew Lamb (saxofones e flauta), Newman Taylor Baker (bateria).

23h30
Zé Eduardo Unit
Zé Eduardo (contrabaixo), Jesus Santandreu (saxofone-tenor) e Bruno Pedroso (bateria).

3 de Novembro (21h45)
Elliot Sharp toca Thelonius Monk
Elliot Sharp (guitarra)

23h30
Zé Eduardo Unit
Zé Eduardo (contrabaixo), Jesus Santandreu (saxofone-tenor) e Bruno Pedroso (bateria).

Para quem não puder estar presente aqui fica a informação de que todos os concertos têm transmissão em directo na RUC – Rádio Universidade de Coimbra.


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