2 de novembro de 2007

Lee Konitz com a OJM: Prazer à primeira audição

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Foi recentemente lançado no mercado nacional o produto da colaboração da Orquestra de Jazz de Matosinhos com Lee Konitz e Ohad Talmor, um CD intitulado Portology, e cuja audição recomendamos sem qualquer embargo ou reserva, pois trata-se de um registo que se aprecia desde a primeira nota e onde há muito para descobrir entre os arranjos de Talmor.

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Criada em 1999, com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, a OJM tem vindo a afirmar-se como uma das formações mais dinâmicas do jazz português, sob a direcção de Carlos Azevedo e Pedro Guedes. A partir de 2001 esta orquestra (que este ano se tornou a primeira formação portuguesa de Jazz a actuar no célebre Carnegie Hall de Nova Iorque, justamente com Lee Konitz) começou a colaborar com músicos de renome mundial, um projecto notável em que ao longo dos anos participaram músicos como Ingrid Jensen, Bob Berg, Conrad Herwig, Stephan Ashbury, Carla Bley, Mark Turner, Rich Perry, Dieter Glawischnig e Chris Cheek (parceria que deu origem a um CD editado pela prestigiada Fresh Sound).

É, pois, neste contexto que surge a ligação da OJM a Lee Konitz (histórico saxofonista-alto que participou no disco Birth of the Cool, de Miles Davis, depois de ter estudado sob a orientação do piansita Lennie Tristano), plasmada numa série de concertos conjuntos e na gravação de um CD. A ponte de união entre ambos foi Ohad Talmor, responsável pela direcção musical do projecto.

E assim chegamos a Portology, gravado em Março de 2006 e agora editado pela Omnitone, com distribuição em Portugal pela Trem Azul, que é nem mais do que a estreia de Lee Konitz à frente de uma big band, isto apesar deste músico ter celebrado no corrente ano o seu 80.º aniversário (precisamente com um concerto com a OJM na Casa da Música, onde se esqueceu das pautas...). De carreira profissional são não menos do que 50... facto que este CD também celebra.

Portology conta com originais de Konitz e arranjos de Ohad Talmor, variando entre o clássico "Sound Lee" e o recente "Rhythm Suite", e é um dos discos que mais nos agradou nos últimos tempos, muito pela qualidade dos músicos presentes, mas também e sobretudo pelos arranjos e pelas diferentes "texturas" sonoras que permite. Este é um disco para ir ouvindo e ir descobrindo com tempo ou, como dizia Umberto Eco (a propósito das teses académicas), é como o porco: aproveita-se tudo!

Músicos

Lee Konitz, sax-alto
Ohad Talmor, direcção musical

Orquestra Jazz de Matosinhos

José Luis Rego, João Guimarães, João Pedro Brandão, Mário Santos, Zé Pedro Coelho, Rui Teixeira (saxofones)
Erick Poirier, Rogério Ribeiro, Susana Silva, José Silva (trompetes)
Michaël Joussein, Álvaro Pinto, Daniel Dias, Gonçalo Dias (trombones)
André Fernandes (guitarra)
Carlos Azevedo ou Pedro Guedes (piano)
Demian Cabaud (contrabaixo)
Mário Barreiros (bateria)

Entretanto, no próximo dia 15 de Dezembro a OJM volta a realizar nova parceria musical, apresentando-se na Casa da Música com DEE DEE & CECIL BRIDGWATER. Promete!

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Quanto a Lee Konitz acaba de ver publicado um novo registo, Ashiya, em que toca apenas acompanhado pelo piano de Walter Lang, o líder desta sessão discográfica.

1 Comments:

At sexta nov. 02, 01:42:00 da tarde 2007, Blogger odete pinto said...

Felizmente que existem os blogs para também nos darem notícias boas - que, por não terem sangue nem violência nem ódio - não passam nas TV's porque, dizem "eles" não dá audiências.

Estão de parabéns os jazzmen portugueses que alcançaram projecção internacional e está de parabéns a Câmara de Matosinhos que acarinhou a iniciativa musical.

 

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