31 de janeiro de 2004

Finalmente um novo disco de Norah Jones

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Digo finalmente porque já cansa ouvir o anterior repetido até à exaustão nas rádios nacionais.

Agora é tempo de «Feels like home», editado pela Blue Note e posto à venda a partir de 10 de Fevereiro. Antes dessa data, no dia 2 de Fevereiro, já será todavia possível ouvir este registo a partir do site do VH1. O vídeo do primeiro single deste CD, «Sunrise», poderá ser visto antes, no dia 1, também em exclusivo neste canal.

Em «Feels like home» entram três covers: “Be Here To Love Me”, de Townes Van Zandt’s, “The Long Way Home”, de Tom Waits e Kathleen Brennan’s, e “Melancholia”, de Duke Ellington’s, para o qual Norah Jones escreveu uma nova letra, rebaptizando-o de “Don’t Miss You At All”.

Finalmente, este novo CD conta com alguns convidados especiais: Dolly Parton, Garth Hudson, Levon Helm, Tony Scherr, Jesse Harris, Brian Blade (esse fenomenal baterista que tocou com Wayne Shorter no Estoril Jazz 2003), Rob Burger, Jane Scarpentoni e David Gold.

Já agora, este CD vem ainda equipado com o sistema bandlink o que faz com que, inserido numa unidade de CD-Rom e ligado à internet, permita o acesso às letras, a visualização de fotografias e a conversa em chat rooms.

Informação só para fans (eu nem por isso incluído...)

Para quem quiser ver a Norah Jones, aqui fica uma relação dos programas de televisão por onde a sua voz vai passar nos próximos tempos:

Sunday, February 8: The 46th Annual Grammy Awards (CBS, presenting only)
Tuesday, February 10: The Tonight Show with Jay Leno (NBC)
Thursday, February 12: The Today Show (NBC)
Monday, February 23: The Late Show with David Letterman (CBS)
Wednesday, February 25: The Daily Show with Jon Stewart (Comedy Central)
Tuesday, March 9: Late Night with Conan O'Brien (NBC)

Onde param o trompete de Armstrong e o sax de Bechet?

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Param, em grande parte, no Louisiana State Museum. É de facto aqui que está depositada a maior colecção de instrumentos tocados pelos mais lendários jazzmen: Louis Armstrong, Bix Beiderbecke, Kid Ory, Sidney Bechet, Dizzy Gillespie, etc...

Já agora aqui ficam alguns dos instrumentos com que tocaram em tantos dos discos que todos temos em casa.

Sydney Bechet (saxofone soprano):

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Dizzy Gillespie (trompete):

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Kid Ory (trombone):

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O American Jazz Museum não enterrou o jazz

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É na terra natal de Charlie Parker que encontramos o American Jazz Museum, instalado num edifício ultra moderno que narra, em quatro salas, a memória do passado da American Classical Music.

O museu conta com exposições sobre os históricos Louis "Satchmo" Armstrong, Edward Kennedy "Duke" Ellington, Ella Fitzgerald e Charlie "Bird" Parker, animadas pela presença dos seus objectos pessoais e de fotografias raras.

Mas como qualquer museu à americana, o passado é sempre trazido para o presente e de forma interactiva e é por isso que este museu do jazz tem um pequeno estúdio de gravação (a ideia é os visitantes experimentarem ritmos, testarem melodias e ritmos), uma sala para crianças até aos 8 anos (onde se fomenta o seu interesse pelo jazz), um centro de recursos informativos (discos, etc) e um clube de jazz... decorado com reminiscências de um clube dos anos 30.

E eu, enfim, cá vou acalentando a ideia de termos algo do género em Portugal, seja em Lisboa ou em Cascais. Hannover, por exemplo, já está em marcha desde 1998 com um projecto similar, fruto do empenho do presidente desta edilidade. Lisboa, que como a minha investigação tem revelado, foi uma das capitais do jazz na Europa no Século XX, não deve ficar atrás nem deve perder o seu espólio.

30 de janeiro de 2004

O barco do jazz

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O barco do amor já era. Agora, é a vez do barco do jazz, o ms Zaandam. Durante 7 dias pode fazer-se um cruzeiro pelas caraíbas ao som do jazz, contando com a companhia de 70 dos melhores jazzmen da actualidade.

Entre os grupos do cruzeiro de 2004 contam-se: Monty Alexander Trio, Freddy Cole Quartet, Wycliffe Gordon Quintet, Jackie King/Richie Cole Duo, Kristin Korb Trio, Bill Mays Trio, Dick Morgan Trio Plus One, Lewis Nash Quartet , Johnny O’Neal Trio, Rebecca Parris Trio, Houston Person Quartet, Rickey Woodard Quartet e FIU Big Band com o cantgor Kevin Mahogany.

O barco sai da Florida a 30 de Outubro e regressa a 6 de Novembro, com paragens previstas na Republica Dominicana e em St. Martin.

A alma por detrás do The Jazz Cruise é Anita Berry, que combinou a sua experiência de 28 anos na indústria das viagens com a sua paixão pelo jazz. O primeiro destes eventos teve início em 2001 e em 2003 esgotou totalmente seis meses antes da data do início...

29 de janeiro de 2004

Tierney Sutton tem novo disco

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A simpática e talentosa Tierney Sutton, que actuou no Estoril Jazz em 2002, tem um novo disco pronto a ser lançado.

«Dancing in the Dark: inspired by the music of Frank Sinatra» vê a luz do dia já no próximo dia 10 de Fevereiro. Quem tiver curiosidade pode ouvi-lo antecipadamente no site da Telarc, a editora.

A acompanhar Sutton está o seu tradicional quarteto, formado por Christian Jacob no piano, Trey Henry no contrabaixo e Ray Brinker na bateria.

E atenção a Sutton porque ela começa a receber o crédito que merece e estará brevemente na capa da prestigiada revista «Jazz Times»...

28 de janeiro de 2004

Adivinhem quem vem nesta «DownBeat»...

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Claro, eu avisei que ele ia dar que falar...

Sim, eu sei que a Cassandra Wilson é o destaque, mas esta edição fala também de Peter Cincotti.

Diz ele que: «I am touring all over the world, playing music with some of the world’s best musicians, meeting new people, seeing new places and playing venues from Carnegie Hall to small jazz clubs in Europe».

Desculpem não traduzir mas a noite já vai longa...

E já agora, por falar em Cassandra, não acham que é uma pena esta senhora ter deixado de cantar standards, já para não dizer jazz? Eu acho, embora aprecie algumas das novas coisas que ela canta e bem. Só não me enCanta é como dantes...

Keep an eye on this boy!

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Jamie Cullum tem 23 anos, parece mais uma pop star mas canta mesmo é jazz, tal como demonstra o seu primeiro registo discográfico, gravado para a Candid: «Pointless Nostalgic».

A Inglaterra parece render-se ao talento desta nova voz do jazz cantado no masculino, isto a avaliar pelas excelentes críticas que tem recolhido ultimamente: "(his) music rocks our world" (Time Out); "A Star in the making" (The Sunday Times); "Has charisma.. rock-star swagger.. will be a star himself soon" (The Times); "A rare touch of class" (Daily Express); "A voice to make your knees tremble" (More!); "Best Newcomer" (The Times); "Cool and Talented " (The Daily Express); "Engaging and energetic" (The Guardian); "Dynamic" (The Evening Standard); ".. worth the buzz" (The Observer); "The cool face of 21st - century jazz" (More!).

Também a revista «Jazz UK» lhe concedeu recentemente grande destaque, escolhendo-o para tema da sua capa... e considerando-o uma «rising star».

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A verdade é que a ascensão se traduz igualmente em cifrões e Cullum assinou recentemente um contrato com uma nova editora (creio que é a Universal) no módico valor de £1,000,000 tendo almejado a categoria de «rising star» também nos BBC Jazz awards.

Já agora, é importante dizer que no espaço de apenas um ano, Jamie Cullum foi protagonista de uma ascensão no mínimo meteórica. É que se em 2002 o cantor tinha aberto o London Jazz Festival de Londres a cantar num concerto gratuito no foyer, em 2003 coube-lhe a honra de subir ao palco principal e encerrar este importante evento...

A mim parece-me, porém, que Cullum ainda não definiu exactamente onde se quer encaixar, pelo que não é líquido que seja no jazz. É esperar para ver, embora tudo aponte no bom caminho.

27 de janeiro de 2004

Ele vai dar que falar...

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Ele chama-se Peter Cincotti, é um pianista cantor, tal como o foi Nat King Cole, por exemplo, vem de Nova Iorque e apesar de jovem (21 anos!) começa já a beneficiar daquele word-of-mouth que costuma trazer rápida notoriedade e sucesso.

A Rádio Marginal, por exemplo, já não o larga e lá o encontramos na playlist que ciclicamente o põe a cantar o excelente 'Sway', retirado de «Peter Cincotti», o primeiro album da sua promissora carreira, gravado para a editora Concord em Março de 2003.

Sucede que Cincotti está também a ser muito promovido à la Diana Krall... isto é, o menino bonito com muito glamour e sedução. Não é por acaso que o seu primeiro álbum tem ocupado os lugares de topo da tabela de jazz tradicional da revista 'Billboard'.

Porém, tal como com Diana Krall, será injusto dizer que ele não é mais do que uma embalagem. Cincotti tem voz, tem estilo, sabe o que faz e tem aquela atitude de quem quer e pode ir longe. E mais, os seus professores metem respeito: Ellis Marsalis, James Williams e Fred Hersch.

Quem tiver dúvidas pode ouvir 'Are you the one', por exemplo. E quem esteve atento pôde vê-lo recentemente na RTP 2, no 150.º Aniversário dos pianos Steinway. Por falar em ver, a máquina do seu marketing já tratou de o colocar em cena no próxmo filme «Spiderman 2» e em «Beyond the Sea», de Kevin Spacey.

Já agora, recomendo uma visita ao site de Cincotti, um excelente site, por sinal, onde poderá inclusivamente ouvir um profile áudio deste músico.

Não resisto a testemunhar aqui que chega a ser impressionante como é possível aos 20 anos cantar como Cincotti canta neste seu primeiro disco! E, atenção, que ele é também o autor e compositor de algumas letras e músicas... uma delas escrita aos 13 anos.

Madrid já o ouviu. E Lisboa, por que espera?

25 de janeiro de 2004

Um disco a PONDERar

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Jimmy Ponder é um guitarrista norte-americano e toca jazz. Podia ser mais um mas não é. Primeiro, porque toca excepcionalmente bem. Segundo, porque está ligado à história do jazz em Portugal, particularmente à do Hot Clube, que é quase a mesma coisa. Foi aí que Ponder se apresentou pela primeira vez entre nós, em Novembro de 1991, acompanhado pelo carismático baterista Greg Bandy (um verdadeiro Senhor do jazz, sempre de bengala, fato completo e lenço a condizer), por Bernardo Sassetti e pelos irmãos Moreira.

Vem isto a propósito de chegarem agora a Portugal discos de Ponder, por iniciativa da FNAC, loja que está a importar o catálogo da editora High Note. Tanto quanto sei o único que está disponível é «Alone», representado na imagem desta página, o qual é possível ouvir parcialmente no site desta editora.

Do que conheço de Ponder ao vivo e do que já ouvi, este é seriamente um disco a PONDERar, sobretudo para quem gosta de guitarra solo ou, simplesmente, de guitarra.

Uma pérola de Stan Getz

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Chegou recentemente ao mercado nacional «Empty Shells», disco que regista um concerto ao vivo protagonizado em 1980, em Cannes, pelo inigualável Stan Getz.

E o que está dentro deste registo é uma autêntica pérola, captando o saxofonista num dos seus melhores períodos criativos, ao lado de Chuck Loeballa (guitarra), Andy La Verne (piano), Victor Jones (bateria) e Brian Bromberg (contrabaixo), este com apenas 19 anos na época... A este grupo juntam-se ainda alguns convidados: Paul Horn (Flauta); Mike Garson (Piano eléctrico); Patrick Artero (Trompete); Joe Farrell (Sax Tenor); Gayle Moran (voz).

No seu conjunto, este é um grupo que mistura instrumentos acústicos e eléctricos, fruto das experiências de fusão que começavam a estar presentes no jazz, e é possível aqui apreciar uma incursão moderada de Getz pelos terrenos do funky e da electrónica, mas sem que isso perturbe minimamente o resultado final do disco. Getz continua a soar a Getz.

Para mim o melhor tema é sem dúvida 'Lady Day', composto por Wayne Shorter em homenagem a Billie Holiday. A exposição do tema e o solo de Getz são absolutamente antológicos e de arrepiar pela sensibilidade e profundidade emocional e musical.

Um conselho porém, para quem pondere adquirir este album. É que a versão original custa cerca de 20,00 € enquanto a versão da Giants of Jazz custa apenas 7,98 €... isto na FNAC. A única diferença é que a da GJ tem menos uma faixa e a capa não é luxuosa como a primeira, mas, enfim, para quem valoriza sobretudo a música isso acaba por não ser impeditivo para adquirir uma boa obra a um bom preço.

23 de janeiro de 2004

Pior que mau, só The Bad Plus?

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Não sei, não estive lá, não vi, nem ouvi. E parece que felizmente porque os relatos que me chegaram têm algo em comum: uma discreta saída no intervalo, só para não dar muito mau aspecto.

Refiro-me ao concerto que os Bad Plus deram ontem (Sexta-feira) no CCB, em Lisboa. Dizem-me que o único do trio que se 'safou' foi o contrabaixista. Será?

Se algum dos leitores deste blog passou por lá é favor deixar aqui a sua opinião... para esclarecimento dos demais, eu incluído.

A decadência do jazz dos mouros!

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Nos anos 20 a imprensa portuguesa parecia rejubilar com o eventual início da decadência do jazz. É nesse contexto que uma revista da época publica uma notícia emprestada do «Excelsior» e que, pela criatividade da prosa, não resisto a divulgar aqui em primeira mão:


A Decadência do «Jazz-Band»

Parece iniciar-se a decadência do «jazz-band». A princesa Ana de Saxónia aceitou a presidência de uma Associação cujos membros se comprometem a não assistir a nenhuma festa em que se dance ao compasso dos estridentes sons de uma orquestra de «jazz».

É de notar que na França e na Itália nunca foram bem aceites alguns excessos a que os negros do «jazz» se entregam impunemente nos Estados Unidos. O «Excelsior» conta que, recentemente, numa festa aristocrática do Faubourg Saint Germain, a dona da casa, uma condessa pouco tolerante para certos caprichos de moda, se viu obrigada a dispensar no meio da noite um jazz-band que tinha contratado e cujo director, um mouro autêntico, não se contentando em cantar, gritar e gesticular, em certo momento soltou o grito subversivo de «Abraçar as senhoras».



Digam lá que não é um mimo! Além de que tira aos Portistas o exclusivo da palavra mouro para designar o 'inimigo'....

Enfim, já sabem, esta e outras notícias estarão no tal livro sobre a história do jazz, cuja redacção me tem preenchido os dias e as noites e que os leitores deste blog têm a possibilidade de acompanhar em primeira mão.

Já agora, aproveito a deixa para informar que o primeiro disco de jazz gravado por portugueses data de 1957.

E esta, hã?

22 de janeiro de 2004

Se você fosse produtor de jazz...

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Já sei que nós os portugueses somos pouco dados a participar, salvo algumas excepções, como o Katz e a Teresa Sushi, eternos comentadores deste blog.

Ainda, assim, gostaria de lançar aqui um desafio que é também e simultaneamente um barómetro útil para os produtores de jazz em Portugal.

A ideia é simples: se você fosse produtor de jazz que músicos/grupos de jazz/fusão/world music traria a Portugal pela sua qualidade/originalidade/ineditismo ?

Aceitam-se comentários. Os músicos já mortos não valem!

Já agora, a fotografia em cima é de um festival de jazz que se realiza anualmente em França, perto de Lyon, desde há 21 anos: Jazz à Vienne. Este auditório é um antigo teatro romano, o maior da Europa, e lá têm tocado os maiores nomes do jazz: Ella Fitzgerald, Miles Davis, George Benson, Stan Getz, Sonny Rollins, Al Jarreau, Lionel Hampton, James Brown, Michel Petrucciani, etc.

Vendem que nem pão quentinho!

Parece impressionante, num país que liga pouco à cultura e menos ainda ao jazz, mas a verdade é que as poucas «Down Beat» que chegam até nós vendem que nem pão quente.

Ainda há poucos dias passei no Oeiras Parque, na Press Linha, e lá estavam alguns exemplares. Ontem, nem um para amostra. Apenas umas revistas francesas de jazz que, definitivamente, não têm o mesmo read appeal.

Já agora, já alguém reparou que nos noticiários da TVI e da SIC nem uma notícia há sobre cultura? Na SIC, para ser rigoroso, há uma qando o Rei faz anos, mas na TVI é que nem pó!

Pois é, pois é, eu sei que quando foi da abertura da televisão à iniciativa privada nos venderam a ideia de que a qualidade ia melhorar, etc... etc.. etc... Enfim, «A Vida é Bela» e basicamente «All You Need is Love», mas «Perdoa-me», Deus, se peco, porque no meio desta qualidade toda eu «Confesso» que já não tenho pachorra para o «Big Brother» e para aqueles «Ídolos» que não são os meus, nem para os programas das «Vidas Reais» de pessoas que são tristemente reais na sua pobreza de espírito e valores, pelo que passo a vida a blasfemar contra eles.

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Tudo isto existe, tudo isto me leva a perguntar qual será «O preço certo em euros» de tanta qualidade?

Valem valores negativos?

20 de janeiro de 2004

Lisboa precisava de um assim...

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Já que falei no clube Iridium a propósito de Anita O'Day, não resisto a tratar aqui deste restaurante que também serve jazz e por isso é um misto de snack/clube. Foi fundado em 1994 e está localizado na 1650 Broadway/51st, em NYC.

Lisboa precisava de um clube assim, moderno, grande, com espaço para os músicos tocarem e os clientes se instalarem confortavelmente. A restauração haveria de chamar mais pessoas e ajudar a financiar os concertos.

O Hot como está, está muito bem e gostamos dele assim, com aquele seu ar quase clandestino, de caveau; absolutamente histórico. Mas, era preciso também um espaço como este:

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Claro que o Hot pode e deve vir a sê-lo, assim a eventual mudança para o Parque Mayer lhe dê as condições que o seu Presidente, Bernardo Moreira, me confidenciou em entrevista a publicar na próxima «All Jazz».

Eu acompanho-o neste sonho e espero que ele se torne realidade até porque já temos actualmente jazzmen portugueses de elevada qualidade e que bem mereciam ter um espaço com melhores condições.

E já agora, ou não fosse a minha área profissional ligada ao marketing, quanto é que os leitores deste blog, amantes do jazz, estariam dispostos a pagar para assistir a boa música (jantar não incluído) num ambiente como o do Iridium, mas em Portugal? Aceitam-se comentários!

Anita O'Day canta no Iridium

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Aos 85 anos, Anita O'Day, lendária cantora da época do swing e das big bands, efectua a 10 e 11 de Fevereiro deste ano uma rara apresentação ao vivo no clube Iridium, em Nova Iorque.

A carreira de Anita começou em 1941, na orquestra de Gene Krupa (músico que tivemos a oportunidade ver e ouvir ao vivo em Lisboa, nos anos noventa) e ficou marcada pela associação a Roy Eldridge em temas como "Let Me Off Uptown," "Boogie Blues" e "Just a Little Bit South of North Carolina".

Sem que tenha sido tão 'grande' como Ella, Sarah ou Billie, Anita marcou uma época e alcançou grande sucesso no tempo das big bands, sendo catapultada para a fama graças a um histórico concerto no Festival de Jazz de Newport, em 1958, de que há aliás registos em vídeo. Talvez devido a essa projecção, Anita gravou nada menos de 20 discos para a Verve nos anos cinquenta e sessenta...

John Coltrane em Blindfold Test

Quem não gostaria de ler um blindfold test com o lendário saxofonista John Coltrane?

A revista «Down Beat» tem online excatamente esse encontro às escuras, em que Coltrane é confontado pelo também lendário Leonard Feather com discos de Woody Herman ("Crazy Rhythm"), Art Farmer Quintet ("Mox Nix"), Horace Silver Quintet ("Soulville"), Coleman Hawkins ("Chant"), Ben Webster–Art Tatum ("Have You Met Miss Jones?"), Toshiko Akiyoshi ("Broadway") e Chet Baker ("Fair Weather").

Este blindfold teve lugar há exactamente 45 anos, pouco tempo antes de Coltrane lançar o histórico «Giant Steps».

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Já agora, aproveito para informar que se encontra à venda entre nós o mais recente número da «Down Beat», desta vez dedicada a Frank Zappa e contendo ainda um guia muito interessante com os discos que mereceram 4,5 e 4 estrelas pelos críticos da revista.

Um novo Blog sobre Jazz

O programa radiofónico 'Improvisos ao Sul', emitido pela Rádio Voz da Planí­cie (104.5 FM - Beja) às Sextas-feiras, entre as 23h e as 24h, acaba de estrear o seu blog, o qual recebeu naturalmente a mesma denominação.

Em análise estão fundamentalmente o Jazz e o Alentejo. E poderá haver melhor casamento do que o destas duas paixões? Pena que os portugueses que gostam de jazz não sejam pelo menos tantos como os que gostam do Alentejo, que são milhares, eu incluído.

Desejo as maiores felicidades ao blog 'Improvisos ao Sul' e ao seu mentor, o nosso amigo António Branco, que teve a gentileza de aí­ se referir elogiosamente ao 'Jazz no País do Improviso' e de lhe conceder um link, gesto que desde já retribuiremos, contribuindo também para formar uma rede comunicante de blogs sobre jazz.

18 de janeiro de 2004

Diana Krall grava novo álbum

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Esta é, certamente, uma excelente notícia para os milhares de fans de Diana Krall em Portugal.

A cantora canadiana está em estúdio a preparar um novo trabalho, desta feita com lugar para as suas próprias composições e para temas mais recentes, interpretados, por exemplo, por Joni Mitchell.

Jazz take-away no Blue Note de NYC!

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É assim mesmo. O clube Blue Note de Nova Iorque está a implementar um sistema de registo de CD's que permite aos clientes adquirirem à saída a gravação do concerto a que acabaram de assistir.

Esta inovação tecnológica já está a ser utilizada em alguns grandes festivais e concertos de rock nos E.U.A. e chega agora ao jazz. A ideia terá partido das editoras procurando contrariar os discos pirata e a pirataria na internet.

Para o Blue Note esta é mais um fonte adicional de receita a adicionar à sua estratégica oferta de merchandising.

Agora só nos resta esperar e ver quando é que esta tecnologia chega a Portugal. Para um país que tem um mercado discográfico reduzido esta solução altamente personalizada e limitada (isto é, não dependente da massificação) pode ser uma aposta muito interessante...

15 de janeiro de 2004

Uma excelente ideia! Pena ser em NYC...

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É nos pequenos pormenores que as cidades e os seus espaços se diferenciam.

No clube de jazz Blue Note de NYC são organizadas regularmente Master Classes com jazzmen de renome.

A ideia é simples: colocar os melhores à disposição de quem quer aprender.

Por apenas 10 USD (estudantes) ou 20 USD (não estudantes) é possível ter uma aula ao vivo com John Scofield, Richard Bona (um virtuoso do baixo eléctrico na linha de Jaco Pastorius) ou Lenny White.

As sessões decorrem à tarde, entre as 14h e as 16.

Que pena Lisboa estar tão longe. É que 20 anos de 'atraso' até NYC é muito tempo!

14 de janeiro de 2004

Jazz na rádio nos anos 20


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Foi em plenos anos 20 que o jazz entrou pela rádio dos portugueses, inicialmente apenas como música de dança.

Disso dá conta um artigo da imprensa que em 1924 titulava: «A Telefonia Sem Fios: Pode dançar-se em Lisboa ao som de 'jazz-bands' tocados em Inglaterra».

Como se depreende da notícia, eram as emissoras estrangeiras as responsáveis pela transmissão de jazz, até porque em Portugal a rádio só começou a emitir regularmente a partir de 1931.

Mas para haver jazz na rádio era necessário existirem receptores. A fotografia acima representada ilustra uma das marcas vendidas em Portugal, a VITUS, anunciada na época como ideal para ouvir jazz.

Não me importava nada de ter um...


Ex. Secretário de Vasco Morgado, procura-se

Pois é, se alguém tiver pistas que levem ao ex. secretário do empresário do teatro Vasco Morgado a 'gerência' aqui desta casa agradece.

É que Vasco Morgado desempenhou um papel muito importante na história do jazz em Portugal e é fundamental para o livro que tenho em mãos chegar à fala com as pessoas que o ajudaram nessa tarefa.

Afinal de contas, foi Vasco Morgado que trouxe a Portugal Ella Fitzgerald e Duke Ellington, Sydney Bechet, Louis Armstrong ou Oscar Peterson, por exemplo.

Informações sobre a pessoa em causa podem ser enviadas para: joao_m_santos@hotmail.com

Entretanto, ontem foi mais um dia passado nas investigações para este livro, com resultados muito interessantes no que se refere à divulgação do jazz na rádio nacional. Com efeito, é já possível afirmar e provar que no início dos anos 20 se ouvia jazz na rádio em Portugal... mas só através das emissoras estrangeiras, claro.

Ainda a propósito de jazz na rádio, tive na sexta-feira uma conversa muito interessante com Manuel Jorge Veloso, no Hot Clube, e fiquei a saber de novos factos sobre o papel da Rádio Renascença na divulgação do nosso 'som da surpresa'.

Já agora, agradeço que encaminhem para o meu e-mail eventuais informações que tenham sobre a história do jazz em Portugal ou de quem nela tenha participado destacadamente.

11 de janeiro de 2004

Keep an eye on this record!

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Benny Green, pianista, e Russell Malone, guitarrista, acabam de lançar um disco em duo, na esteira doutros grandes duetos do passado, tais como Bill Evans e Jim Hall, por exemplo.

Este «Jazz at the Bistro» é particularmente importante porque permite antecipar um concerto destes músicos já agendado para Lisboa daqui a uns meses.

Para quem precisar de credenciais, diga-se que estes músicos colaboraram com Ray Brown, Betty Carter, Diana Krall, Branford Marsalis e Harry Connick Jr. Aliás, ambos já tocaram em Lisboa mas em formações distintas: Benny Green veio ao Estoril Jazz integrado no trio de Ray Brown; Russell Malone acompanhou Diana Krall e deu show no CCB.

Para ouvir umas faixas deste disco basta ir ao site da editora, a Telarc.

Fim de semana quente no Hot

Este fim de semana valeu a pena passar pelo Hot e pelas suas noites quentes, como pude testemunhar na passada sexta-feira.

Foi lá que se apresentou o Septeto do Hot Clube de Portugal, constituído por Pedro Moreira, João Moreira, Claus Nymark, Bruno Santos, Rodrigo Gonçalves, Bernardo Moreira e Bruno Pedroso.

O repertório é do melhor - temas de Wayne Shorter ligados ao seu período nos Jazz Messengers de Art Blakey - e João Moreira, particularmente, está a um nível excelente. Ele faz da secção rítmica o que quer, utiliza plenamente os seus recursos, obriga-a a segui-lo, cria dinâmicas, 'estica' e 'faz vibrar' as notas do trompete.

Presente neste concerto esteve ainda Dulce Pontes, como fiel assistente (não sabia que esta bela voz gostava de jazz). Que debateria ela com Pedro Moreira no intervalo: está a pensar gravar jazz?

Apesar do balanço extremamente positivo, saí contudo pensativo desta sessão: que farão em Portugal músicos com o talento dos meus amigos Moreiras? Este é um tema que tenho de debater com eles em breve. Não se percebe como é que tais talentos estão perfeitamente estrangulados pela dimensão artística e cultural do país.

Definitivamente, o Hot começa a ser mais pequeno do que eles ou eles maiores do que o Hot.

8 de janeiro de 2004

Clubes de jazz na internet

Tendo acabado de escrever para a «All Jazz» um artigo de fundo sobre o mítico clube Village Vanguard, há 70 anos a animar as noites de NYC, parce-me boa ideia aproveitar para divulgar o endere?o internet de alguns clubes de jazz mais conhecidos.

Portugal

Hot Clube de Portugal (Lisboa): http://www.isa.utl.pt/HCP/HCPhome.html
Speakeasy (Lisboa): http://www.speakeasy-bar.com/
Catacumbas (Lisboa): --------
Parlatorio Cafe (Alcobaça): http://www.parlatoriocafe.com/
Classic Jazz Bar (Braga): http://bragatel.pt/ns000448/
Vilamoura Jazz Club (Algarve): http://www.vilamoura-jazz-club.com/pages/786278/index.htm
B Flat (Matosinhos): ------------

Mundo


Ronnie Scotts (Londres): http://www.ronniescotts.co.uk/
Village Vaguard (NYC): http://www.villagevanguard.net/
Birdland (NYC): http://www.birdlandjazz.com/main.html
Knitting FActory: http://www.knittingfactory.com/
Blue Note (NYC): http://www.bluenote.net/newyork/index.shtml
Blue Note (Milão): http://www.bluenotejazz.com/milan/index.shtml
Blue Note (Toquio): http: http://www.bluenote.co.jp/
Blue Note (Osaka): http://osaka-bluenote.co.jp/
Blue Note (Fukuoka): http://fukuoka-bluenote.com/
Blue Note (Nagoya): http://www.nagoya-bluenote.com/
Blue Note (Seoul): http://www.bluenotejazz.com/seoul/index.html
Jamboree (Barcelona): http://www.masimas.com/jamboree/index.htm

Para mais informações sobre clubes noutros países o seguinte site é muito completo: http://www.jazz-clubs-worldwide.com

6 de janeiro de 2004

O regresso do Rei

Hoje é dia de Reis!

No jazz houve muitos reis, também.

Houve o Paul Whiteman (ele próprio se auto intitulou) nos anos 20 e o King Oliver.

E, claro, houve o Louis Armstrong, rei negro e plebeu.

Houve o Duke Ellington, que era mais Rei do que Whiteman, era O Rei, e houve o Count Basie, que também reinou no grande condado do swing.

Depois, reis sem título houve muitos: o Hawkins, o Carter, o Parker, o Gillespie, o Miles, o Coltrane.

Hoje já não há reis como dantes e o jazz também aguarda pelo seu D. Sebastião.

Para quando o regresso do Rei?

12 locais para ouvir Jazz em 2004

A quem de direito, especialmente à Câmara Municipal de Lisboa e aos produtores de espectáculos, aqui ficam as sugestões de 12 espaços privilegiados onde gostaríamos de ouvir jazz nos 12 meses de 2004:

1 - Na praça do Museu da Marinha, com o Planetário e os Jerónimos por fundo;
2 - Nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos;
3 - No Convento do Carmo;
4 - No teatro Taborda;
5 - No jardim de São Pedro de Alcântara, a ver Lisboa;
6 - Em Monsanto (onde tocou o Kenny Garrett em 2003);
7 - Junto ao Padrão dos Descobrimentos, com o tejo, os barcos e tudo;
8 - No Teatro Camões (será que ainda existe? é um feudo?);
9 - No Jardim Botânico / Jardim do Ultramar (desde que não colida com a fauna e a flora);
10 - No Castelo de São Jorge
11 - No Chiado:
12 - Na Central Tejo (não conheço mas parece-me uma boa ideia).

Que grande utopia esta... mas enfim é início do ano e é permitido sonhar!

Já agora, aqui ficam também os 12 locais onde definitivamente não queremos ouvir jazz em 2004:

1 - Pavilhão Atlântico (pela acústica);
2 - Coliseu dos Recreios (pela acústica);
3 - Praça do Comércio (pelo barulho ensurdecedor);
4 - Martim Moniz (por tudo);
5 - Praça Sony (por tudo);
6 - Pala debaixo da Ponte Sobre o Tejo (de quem terá sido a ideia de organizar concertos com o ruído dos automóveis e com o comboio a passar por cima e atrás?! Alguém que não gosta de música...);
7 - Rock in Rio em Lisboa (óbvio);
8 - Estádios do Euro 2004 (para improviso bastam os argumentos para os fazer!);
9 - Docas (por tudo, especialmente porque não estamos para pagar o parque e ainda ter de dar dinheiro ao arrumador...);
10 - Forum Roma (falta-lhe qualquer coisa... alma);
11 - Cidade Universitária (com os aviões a passar não dá mesmo);
12 - Mãe D'Água (tem um eco medonho, além de que é um monumento autista porque não explica nada sobre si a quem paga para o visitar).

Querida Telepac

Querida Telepac, escrevo-te para te agradecer o presente de Natal que me enviaste e a amizade que, ainda que não correspondida por mim, me dedicaste nesta importante quadra de fraternidade e paz.

Queria agradecer-te por me teres enviado 4 bilhetes de cinema juntamente com um aviso para pagar uma factura em atraso, ainda que esta se refira a um fornecimento de um contrato cancelado 5 meses antes... Não consigo encontrar melhor exemplo de filantropia e altruísmo do que o teu.

Já agora, sabendo tu da minha paixão pelo jazz, por acaso não me envias uns bilhetes para a Norah Jones? Só peço dois, não precisas de enviar quatro.

Tudo isto existe, tudo isto é fado, nada disto é jazz!

5 de janeiro de 2004

Jazz no País do Improviso também é lido no Brasil!

Um grande abraço para o nosso amigo José Domingos Raffaelli, cidadão brasileiro que passou aqui por este blog e deixou um comentário simpático, que já agora transcrevemos até porque tem a ver com a velha questão do preço dos CDs:

Como intruso brasileiro, peço permissão para entrar no site de vocês, que achei muito interessante. CDs a 7.98 euros ? É um maná caído do céu. Cá no Rio de Janeiro, os CDs de jazz importados são vendidos na base de U$ 20.00/25.00!!
Não fosse a distância, iria a Lisboa comprar esses tesouros.
Grande abraço do lado de cá do vosso além-mar,
José


Pois é, nem só em Portugal os preços da cultura são proibitivos. É que estes CD's a 7,98 euros são uma excepção à regra. O normal é custarem também os 20.00 / 25.00 euros, se bem que no caso das reedições, por exemplo, há lojas que vendem em alguns casos a 11.00 / 12.00 euros.

Já agora, gostaríamos que nos dissesse como vai o jazz aí pelo Brasil, particularmente no Rio de Janeiro: onde se ouve? é frequente actuarem aí os grandes jazzmen? como é que o jazz se desenvolveu historicamente?

Volte sempre e aqui fica um abraço para um excelente 2004, extensível a todos os leitores e leitoras deste blog!

4 de janeiro de 2004

A visita de Maria Viana ao Jazz no País do Improviso

Recebi um e-mail da cantora Maria Viana na sequência da sua passagem aqui por este humilde blog, a qual agradecemos porque a consideramos uma das melhores vozes femininas do jazz made in Portugal e não conseguimos esquecer a sua brilhante prestação no Estoril Jazz ao lado do trombonista Al Grey, transmitida pela RTP há cerca de 10 anos.

Neste concerto está tudo o que quanto a nós define Maria Viana: talento, voz, emoção, honestidade na interpretação e muito swing. Se a isto somarmos o génio de Al Grey, um mítico membro da orquestra de Count Basie, o resultado só pode ser único.

Este é, portanto, um concerto que bem gostávamos de ver editado em CD, assim como toda a série do Estoril Jazz. Ou, melhor, em DVD; assim um género de um best-of do Estoril Jazz.

Quem apoiar esta iniciativa pode deixar aqui o seu comentário/opinião, até para avaliar o interesse público neste projecto e, se for caso disso, apresentá-lo a quem de direito.

3 de janeiro de 2004

Jam-session ao vivo na Rádio Reanscença

Jam-session ao vivo na Rádio Renascença, houve sim senhor, mas nos anos quarenta, e a RR foi mesmo a primeira estação a transmitir uma sessão deste género em Portugal.

E foi também a primeira vez que em Portugal se ouviu tocar be-bop ao vivo, senão vejam bem a descrição que um jornalista da época fez da tal jam-session:

Neste trecho [«After You’ve Gone»] , o saxofonista introduziu [...] algumas curtas frases do novo estilo «re-bop», revelando plenos conhecimentos deste estilo que tão discutido tem sido ultimamente no meio do «jazz».

Resta dizer que quando o be-bop apareceu era designado por re-bop, mesmo nos EUA.

Tudo isto agora porque estou justamente a escrever os capítulos sobre jazz e rádio no meu livro dedicado à história do jazz em Portugal. E que grandes descobertas me tem proporcionado a investigação neste âmbito!

O trabalho está a correr bem e o livro deve sair em finais deste ano, assim os patrocinadores apareçam e o viabilizem. Se tiverem ideias...


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