23 de janeiro de 2004

A decadência do jazz dos mouros!

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Nos anos 20 a imprensa portuguesa parecia rejubilar com o eventual início da decadência do jazz. É nesse contexto que uma revista da época publica uma notícia emprestada do «Excelsior» e que, pela criatividade da prosa, não resisto a divulgar aqui em primeira mão:


A Decadência do «Jazz-Band»

Parece iniciar-se a decadência do «jazz-band». A princesa Ana de Saxónia aceitou a presidência de uma Associação cujos membros se comprometem a não assistir a nenhuma festa em que se dance ao compasso dos estridentes sons de uma orquestra de «jazz».

É de notar que na França e na Itália nunca foram bem aceites alguns excessos a que os negros do «jazz» se entregam impunemente nos Estados Unidos. O «Excelsior» conta que, recentemente, numa festa aristocrática do Faubourg Saint Germain, a dona da casa, uma condessa pouco tolerante para certos caprichos de moda, se viu obrigada a dispensar no meio da noite um jazz-band que tinha contratado e cujo director, um mouro autêntico, não se contentando em cantar, gritar e gesticular, em certo momento soltou o grito subversivo de «Abraçar as senhoras».



Digam lá que não é um mimo! Além de que tira aos Portistas o exclusivo da palavra mouro para designar o 'inimigo'....

Enfim, já sabem, esta e outras notícias estarão no tal livro sobre a história do jazz, cuja redacção me tem preenchido os dias e as noites e que os leitores deste blog têm a possibilidade de acompanhar em primeira mão.

Já agora, aproveito a deixa para informar que o primeiro disco de jazz gravado por portugueses data de 1957.

E esta, hã?


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