31 de agosto de 2009

Maria Schneider Orchestra

JNPDI destaca hoje a figura de Maria Schneider - pianista, compositora e directora da sua própria orquestra - através de alguns vídeos do concerto que realizou no ano passado no festival Jazz à Vienne, em França.











30 de agosto de 2009

Mahatma Gandhi: Marcha sem fim em Lisboa...

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Mahatma Gandhi ficou célebre pelas muitas e longas marchas que fez ao longo da sua vida para promover de forma pacífica mudanças profundas nas injustas políticas do império britânico na Índia.

Pois em Lisboa, Gandhi, em forma de estátua, marcha há anos sem fim num local indigno da sua memória e a que os seus admiradores só podem aceder com risco de atropelamento ou intoxicação pelos escapes dos automóveis.

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Relegado para o triângulo que faz a confluência entre a Avª das Descobertas, Avª Vasco da Gama e Avª do Restelo, o monumento a uma das mais importantes figuras do século XX e da modernidade encontra-se na mais soturna penumbra (ditada pela densidade de pinheiros ali presentes) e no isolamento total da humanidade que abraçou em vida...

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É que à distância que está dos automobilistas e atendendo à penumbra do local e dimensão reduzida da estátua, é muito questionável que quem por ali passa saiba sequer quem é aquele ser que há anos marca passo na Avenida das Descobertas... isto depois de ter encompassado o império britânico (e a humanidade) com os direitos civis básicos.

Haverá por aí algum candidato à CML que se proponha tratar condignamente este vulto da ética e da paz, arranjado-lhe uma nova morada mais luminosa, acessível e à altura da sua vida e obra?

E se por acaso lhe faltar imaginação para o destino a dar à estátua de Gandhi JNPDI deixa aqui alguns exemplos da pátria do jazz, envolvendo espaços como um tribunal, um jardim, uma praça urbana e uma universidade.

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Tribunal do Condado de Milwaukee

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Cleveland Indian Cultural Garden

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Memorial em Washington DC

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James Madison University (EUA)

28 de agosto de 2009

José Ribeiro Pinto homenageado pelo município de Angra do Heroísmo

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José Ribeiro Pinto, autor do programa de rádio "Os Sabores do Jazz" (emitido na RDP Açores desde 1992) e fundador do festival AngraJazz, foi distinguido na passada sexta-feira com a medalha municipal de mérito cultural de Angra do Heroísmo.

A referida medalha foi entregue na sessão comemorativa dos 475 anos de elevação de Angra a cidade e destacou, de acordo com a autarquia, o facto de Ribeiro Pinto estar "indelevelmente associado à promoção e divulgação do jazz na Região e no nosso concelho, tendo contribuído para que Angra seja uma referencia internacional, graças á elevada qualidade do seu festival."

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A presidente da edilidade, Andreia Cardoso, referiu que "nas figuras do Engenheiro Marcelo Bettencourt, do Médico Luís Brito de Azevedo e do Engenheiro José Ribeiro Pinto espelham-se de forma notável a garra e o querer dos angrenses, em momentos únicos mas, sobretudo, no seu dia-a-dia feito de determinação, ousadia, garra e generosidade".

A sessão foi encerrada com um concerto, na Praça Velha, pela Orquestra AngraJazz com a cantora Paula Oliveira.

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JNPDI regojiza-se com esta distinção não só pela justiça que faz àquele que consideramos o "Villas-Boas" dos Açores - por tudo o que tem feito na promoção do jazz na região - mas também por este ser mais um sinal da institucionalização e reconhecimento ímpares que o jazz tem vindo a conhecer entre nós neste século XXI.

Os amadores de jazz em Portugal (e não só dos Açores ou da Terceira), têm, pois, razões para se congratular com a distinção de Ribeiro Pinto, que se estende também, simbolicamente, aos demais produtores e mentores do Angra Jazz: João Paulo Valadão, João Pedro Montalverne e Miguel Cunha. Pena é que no continente não existam mais personalidades tão empreendedoras e dedicadas como Ribeiro Pinto, pois o panorama do jazz seria ainda mais rico e diversificado.

Artur Portela: O mundo no ano 2000

Em Maio de 1947, Artur Portela (pai) - que, como já divulgámos várias vezes, não morria mesmo nada de amores pelo jazz - publicou no Século Ilustrado um artigo satírico com a sua visão do mundo no ano 2000.

Volvidos mais de 60 anos, vale a pena revisitar este pedaço de prosa deste histórico jornalista.

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27 de agosto de 2009

Hoje há jazz no Van Gogo

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Hoje pelas 23h30 há jazz na histórica discoteca Van Gogo, em Cascais. O espectáculo, protagonizado por Maria Viana (voz), Júlio Resende (piano) e Carlos Barretto (contrabaixo), é o primeiro de um pequeno ciclo de jazz que se realiza neste espaço durante as próximas semanas, sob orientação artística da referida cantora.

26 de agosto de 2009

Brubeck agraciado pela Berklee com doutoramento honoris causa

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O pianista e compositor Dave Brubeck, uma autêntica lenda viva do jazz prestes a completar 89 anos, vai ser agraciado com um doutoramento honoris causa pela prestigiada Berklee. A homenagem está agendada para 20 de Setembro, coincidindo com um espectáculo de Brubeck no Festival de Jazz de Monterey.

Arthur Rubinstein em Portugal

Em Novembro de 1948, Arthur Rubinstein (1916/1976), um dos mais virtuosos pianistas clássicos do século XX, actuou em Lisboa.

Embora o músico polaco nada tenha a ver com jazz, é sempre com interesse que JNPDI contribui para divulgar grandes vultos da música que passaram (e actuaram) por Portugal.

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E por falar em pianistas talentosos... neste mesmo ano de 1948, mas em Junho, foi notícia alguém que se viria a tornar uma referência na música e na sua pedagogia em Portugal.

Com apenas 7 anos, António Vitorino de Almeida já estava nas páginas do prestigiado O Século Ilustrado.

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O SI chamava-lhe "génio" e retratava assim as suas capacidades e a sua estreia:

"Irrequieto, traquina, buliçoso, como todas as crianças da sua idade, António Vitorino de Almeida, contando apenas sete anos, nem se dá conta de quanto vale já como pianista. Ainda há pouco mais de um mês, na sua primeira audição para gente crescida, a que assistiram cerca de cem pessoas, o pequeno António demonstrou com exuberância o seu talento".

Curioso é também ver a forma como a imprensa retratou o despertar de Vitorino de Almeida para a música, isto numa época em que a bateria ainda era apelidada de jazz...

"Era ainda pequerrucho - tinha três anos - quando o pai (...) se lembrou de lhe dar para brinquedo um quase minúsculo «jazz». E então o António ficou enlevado e começou a dar largas àquilo que é agora a sua paixão: cantando quanto ouvia e acompanhando-se a si próprio, com invulgar senso rítmico e musical, descobriu a vocação e o seu destino. Na idade em que as outras crianças só pensam na brincadeira, ele só queria tocar, tocar, tocar sempre e mais - de tal modo apaixonado com o seu pequeno «jazz» que os pais resolveram mandá-lo educar musicalmente".

24 de agosto de 2009

Josephine Baker: Ícone do século XX e dos primórdios do jazz

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Este post é especialmente dedicado às novas gerações, que já não contactaram com o fenómeno que foi a bailarina, cantora e actriz Josephine Baker (1906/1975), cuja carreira ficou ligada à filantropia (adoptou uma dúzia de crianças de diferentes países e ajudou muitas mais), activismo social e espionagem durante a II Guerra Mundial (a favor da França livre, claro).

Nascida nos EUA, em St. Louis, Baker chegou à Europa nos anos 20 (radicando-se desde então em França), década em que o jazz se afirmava gradualmente no velho continente. As suas danças ousadas ao som do ritmo sincopado e "estridente" (era o tempo do Charleston) causaram um misto de furor e repúdio, mas colocaram-na inicialmente como um sinónimo deste novo género musical.

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As suas fotografias e muitas estórias preencheram, então, as páginas da imprensa de vários países, incluindo Portugal.

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Ilustração, 1930. Fonte.

Baker passou seis vezes pelo nosso país e em nenhuma delas perdeu a oportunidade de deixar mensagens (ou inspirar outros a fazerem-no) a favor da igualdade racial e da dignidade humana, ainda que em pleno Estado Novo... A primeira das vezes foi há precisamente 70 anos, em Março de 1939.

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Josephine Baker e Félix Correia (à esqda.) na doca de Alcântara, em Março de 1939.

Sendo impossível retratar neste post a intensa e multifacetada vida de Josephine Baker, propomos para o efeito o seguinte documentário, alguns vídeos que ilustram diferentes fases da sua carreira e existência, a visita ao site oficial desta artista ímpar e a consulta do artigo de fundo que sobre ela publicámos na revista Blitz de Julho de 2007.



1927



1930



1934



1935



1953



196?



1968



1974



Terminamos com um vídeo que homenageia aquela que é considerada a primeira afro-americana a ter alcançado o estrelato internacional.



Aos interessados em mais informação biográfica, sugerimos o visionamento de um documentário produzido em 1986.

Play Your Own Thing: A Story of Jazz In Europe

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Já está disponível no mercado nacional o DVD Play Your Own Thing: A Story of Jazz In Europe, documentário realizado por Julian Benedikt e editado em 2007. Com um total de 90 minutos, este projecto traça a história do jazz na Europa e apresenta músicos tão díspares como Louis Armstrong, Jan Garbarek, Till Bronner, Enrico Rava ou Miles Davis.

22 de agosto de 2009

Betty Carter

Hoje recordamos Betty Carter, esse fenómeno criativo e vocal ímpar no jazz. O vídeo remonta a 1977, um ano depois da sua estreia em Portugal no Cascais Jazz.

21 de agosto de 2009

Miles Davis: "Jilli"

20 de agosto de 2009

Sines em Jazz 2009 arranca amanhã

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Sines recebe nos dias 21, 22 e 23 de Agosto de 2009 a terceira edição do festival Sines em Jazz, evento que acolhe um programa de concertos, realizados no Centro de Artes da cidade, palestras e workshops, estes sediados na nova Escola das Artes.

21 de Agosto

A primeira noite de música arranca, às 22h00, com o Afonso Pais Trio. Considerado um dos melhores jovens guitarristas do jazz nacional, Afonso Pais faz-se acompanhar do baterista Alexandre Frazão e do contrabaixista Nelson Cascais para um concerto em torno de “Subsequências” (Enja), o seu disco mais recente.

Às 23h15, é a vez de Acácio Salero – Secret Apache, o agrupamento de um dos mais consistentes “jazzmen” portugueses. Jazz, rock e música contemporânea, tudo se cruza num espectáculo conduzido pelos saxofones tenor, alto e soprano de Acácio Salero.

22 de Agosto

Quatro músicos de excepção num projecto de jazz contemporâneo com inspiração na música árabe abrem, às 22h00, a segunda noite do Sines Jazz. Em El Fad, o guitarrista José Peixoto chama Carlos Zíngaro (violino), Yuri Daniel (contrabaixo) e José Salgueiro (bateria e percussões) para uma exploração musical da memória da presença moura na Península Ibérica.

Às 23h15, o património do lendário compositor Frank Zappa é o ponto de partida para mais um concerto a não perder, com o octeto Low Budget Research Kitchen plays Zappa.

23 de Agosto

Na última noite do festival, às 22h00, a cantora Paula Oliveira sobe ao palco com pianista Leo Tardin para uma viagem pelo disco “Fado Roubado”, entre outro repertório. Jazz sobre música popular em língua portuguesa por uma das maiores referências do género no nosso país.

O programa de concertos fecha, às 23h15, com In Tempus - Quarteto de Vasco Agostinho. Jeff Davis (vibrafone), Filipe Teixeira (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria) trabalham em conjunto com a guitarra de Vasco Agostinho repertório variado que inclui não só composições originais, como também temas do cancioneiro português e de outras linguagens raramente incluídas no universo do jazz.

Palestras

Se os concertos têm como cenário o palco do Centro de Artes de Sines, a extensa programação de palestras realiza-se na nova Escola das Artes de Sines, que abriu em 2008 e tem no jazz um dos pilares do seu programa pedagógico.

O multi-instrumentista Luís Lapa está em Sines para explicar a tua tese de que a música não é uma arte, mas sim uma língua. Mais do que uma palestra, é um mini-curso dividido em quatro sessões: 21 de Agosto, das 10h30 às 13h00; 22 de Agosto, das 10h30 às 17h00; e 23 de Agosto, das 10h30 às 13h00.

Ainda no dia 21, às 17h30, Virgil Mihaui propõe o tema “Jazz no início do século XXI - Entre linguagem universal e identidades etnoculturais”, uma reflexão sobre a riqueza e a variedade do jazz no nosso tempo. Às 19h00, Carlos Azevedo, um dos grandes impulsionadores e pioneiros do ensino do jazz ao nível do ensino superior no nosso país, fala sobre as suas experiências com a academia e a Orquestra de Jazz de Matosinhos.

No dia 22 de Agosto, às 17h30, José Duarte, um dos maiores divulgadores da história do jazz em Portugal, parte do livro “Poezz” para explorar a poesia criada em torno deste género musical. Às 19h00, na palestra “Como ouvir o jazz?”, Zé Eduardo propõe desvendar alguns "truques" para a audição e compreensão do jazz.

Finalmente, no dia 23 de Agosto, às 17h30, Paulo Perfeito explica a sua interpretação do que “O que é um jazz composer?”, relacionando as temáticas da composição e da improvisação.

Workshops

Para além das palestras, realizam-se também workshops na Escola das Artes de Sines.

No dia 21 de Agosto, às 14h30, Acácio Salero conduz uma oficina sobre os Fundamentos Rítmicos do Jazz, para bateristas.

No dia 23 de Agosto, também às 14h30, Vasco Agostinho fala de Técnica de Estudo para Música Improvisada, para guitarristas e outros músicos.

Preços

Bilhete para os concertos: 5 euros / noite
Palestras: entrada gratuita, mediante inscrição na Escola das Artes de Sines
Workshops: gratuitos para os alunos da Escola das Artes de Sines e 5 euros para não alunos

Contactos

Centro de Artes de Sines: Tel. 269 860 080
Escola das Artes de Sines: Tel. 269 636 225

19 de agosto de 2009

Esperanza Spalding na Casa Branca

Não, Esperanza Spalding não vai concorrer contra Barack Obama. Referimo-nos a um concerto que a cantora e contrabaixista realizou na casa mais famosa dos EUA, ela que é uma admiradora do seu novo inquilino, tal como nos revelou em entrevista que lhe fizemos em Fevereiro deste ano.

17 de agosto de 2009

JNPDI completa hoje 1 mês de emissão na CSB rádio

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Estúdios CSB Rádio. Foto: JMS/JNPDI

Completa-se hoje um mês sobre a primeira emissão rádio de Jazz No País do Improviso, presente diariamente na CSB (105.4 e online) entre as 12h00 e as 13h00 e as 20h00 e 21h00.

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Foto: JMS/JNPDI

Até Setembro, JNPDI propõe aos ouvintes uma selecção musical de mais de 300 músicas. Só então começará verdadeiramente o programa Jazz no País do Improviso, o qual tema autoria e apresentação de João Moreira dos Santos.


16 de agosto de 2009

Chano Domínguez: Um pianista subvalorizado

Aqui ao lado em Espanha há excelentes músicos, é sabido, tal como em Portugal. Um deles é o pianista Chano Domínguez, natural de Cádiz, a terra do Flamenco. Hoje recordamo-lo através do seu ensemble New Flamenco Sound.

15 de agosto de 2009

Hans Groiner: O corrector da música de Monk

Aqui há uns anos o mundo foi surpreendido por um pianista austríaco que chamou a si a tarefa de corrigir a música composta por Thelonious Monk, nomeadamente as notas "erradas" e os ritmos. Hans Groiner tem, desde então, reinventado alguns temas clássicos deste ícone do jazz, tal como explica nos seus vídeos no Youtube.



Groiner não só não tem tido mãos a medir, como actuou já inclusivamente no Smalls Jazz Club.



Agradecemos à pianista e compositora Paula Sousa por nos ter alertado para este músico "genial" e para a sua notável cruzada. Monk, se fosse vivo, divirtir-se-ia certamente com as suas rábulas humorísticas.

14 de agosto de 2009

Rashied Ali: Morte aos 74 anos

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Rashied Ali e Sony Fortune em Lisboa (2005). Foto JMS/JNPDI

Faleceu o baterista Rashied Ali, músico que ficou famoso nos anos 60 quando tocou no disco Intestellar Space, de John Coltrane, e se tornou um dos pioneiros do free jazz. Ali morreu na passada quarta-feira, dia 12, aos 74 anos. As causas de sua morte não foram divulgadas.

13 de agosto de 2009

JNPDI: Blogue da semana no Cotonete

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JNPDI é esta semana o blogue destacado pelo site Cotonete na rubrica Blog da Semana, secção dedicada a blogs e a outras publicações online de reconhecido interesse.

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O Jazz no País do Improviso (JNPDI) é a prova definitiva de que um blog pode rapidamente afirmar-se e assumir novas vidas para lá da blogosfera. O destaque desta semana é obra de um homem só, João Moreira dos Santos, que se define como «produtor de espectáculos, escritor, investigador, divulgador e formador, sempre na área do jazz e da música improvisada». O blog nasceu para «partilhar conhecimentos sobre a história do jazz em Portugal» e também para «divulgar este género musical, afirmando-se como uma casa do jazz na Internet».

Como explica o seu autor, «tudo começou a 11 de Setembro de 2003 e o título do blog tem tanto a ver com o espírito do jazz (enquanto música improvisada), como com a conjuntura de Portugal de então». João refere-se «a uma fase muito aguda da vida política, económica e social do país que tinha saído do "pântano", mas ainda estava "de tanga"». O título carrega pois «a ideia desse Portugal improvisado, sem rumo e esperança que atravessa partidos políticos, governos e gerações», conclui.

Não demorou muito até que o JNPDI começasse a ser reconhecido, tendo-se tornado, nas palavras do seu autor, no «primeiro blog português a ser acreditado para festivais de música (como se de um vulgar órgão de comunicação social se tratasse) e a receber discos e livros para recensão crítica». Mas não só: o quarto aniversário foi assinalado com «um concerto memorável do saxofonista Herb Geller no Hot Clube de Portugal» e o quinto com «um concerto no Centro Cultural de Belém pela histórica cantora Sheila Jordan».

2008 foi também o ano em que começaram os podcasts do blog, sendo que antes a página online já tinha sido usada «como fonte para os media tradicionais (Expresso, Diário de Notícias, etc.)». Já este ano, o JNPDI «atingiu o quarto de milhão de visitas acumuladas e passou a ser também um programa radiofónico na CSB Rádio», que pode ser ouvida em 105.4 FM na Grande Lisboa e em www.csbradio.pt. Actualmente, o blog regista «mais de 250 000 visitas acumuladas, alimentadas por cerca de 400 visitas diárias», valores que o seu autor considera «muito elevados para um blog sobre jazz, uma música considerada de minorias».

João Moreira dos Santos dedica ao blog «nunca menos de duas horas», podendo ir até às quatro horas por dia. Do formato, o blogger destaca «a liberdade de estilos e formas e a independência editorial», além dos «custos praticamente inexistentes», mas realça que «um blog deve ter o mesmo rigor e objectividade de um qualquer órgão de comunicação social instituído». Quanto ao futuro, está a ser preparada «a evolução do Jazz no País do Improviso para site, o que permitirá uma melhor estruturação dos seus muitos conteúdos e referências». O autor também pretende que o JNPDI se assuma como «um embaixador do jazz português no estrangeiro e do jazz estrangeiro em Portugal».

Helder Gomes

12 de agosto de 2009

Kind of Blue visto por Baptistão

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No ano em que se celebram 50 anos da gravação do mítico Kind of Blue, JNPDI recorda como o caricaturista paulista Baptistão - um dos mais talentosos artistas da sua geração e colaborador do jornal Estado de S. Paulo e da revista Veja - caricaturou os músicos que participaram com Miles Davis na gravação deste ex-libris do jazz em disco.

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10 de agosto de 2009

Veja os grandes solos de trompete

JNPDI! traz hoje ao seu conhecimento um site onde pode ouvir alguns dos grandes solos de trompete ao mesmo tempo que segue a sua notação na pauta musical, facilitando a compreensão dos mesmos e vendo-os (literalmente) de uma nova perspectiva.

Mesmo quem não tenha grandes conhecimentos de música, desde que saiba acompanhar os compassos (sabendo que o 2.º e o 4.º tempo são marcados pelo prato de choques) consegue compreender em que parte do solo cada músico se encontra.

Não podemos seleccionar naturalmente todos, mas deixamos aqui alguns que nos parecem mais revelantes e também fáceis de seguir (com algums excepções...).

Chamamos a atenção dos leitores mais leigos para que não esperem que o que está no papel (neste caso, ecran) corresponda exactamente ao que está a ser tocado em termos de notação rítmica, isto porque como é sabido o swing consegue-se quando os músicos tocam sem estar, ao contrário dos clássicos, colados ao tempo. Quer isto dizer que há sempre um ligeiro atraso em relação ao que está escrito e que existem nuances rítmicas que as pautas não conseguem exprimir.

Vamos então organizar a nossa audição por discos, bastando clickar nos links para ouvir e ver o solo. Por limitações do site de origem só são audíveis cerca de 30 segundos de música, pelo que na maior parte dos casos o que se ouve termina antes do que está escrito.

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Temos de começar, claro, pelo clássico e antológico solo de Miles Davis em "So What".

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Miles Davis - "Summertime"

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Clifford Brown em "Joyspring".


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Chet Baker em "Fair Weather".

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Chet Baker em "Summertime".

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Chet Baker, ainda, em "How deep is the ocean".

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Dizzy Gillespie em "Pickin' The Cabbage".

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Fats Navarro em "Eb Pob".

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Freddie Hubbard em "There Will Never Be Another You"

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Freddie Hubbard - "Watermelon Man"

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Freddie Hubbard - "Society Red"

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Lee Morgan - "Blue Train"

Lee Morgan - "I'm Old Fashioned"

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Lee Morgan - "Moanin'" (um bom tema, excelente solo, com efeitos...)

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Louis Armstrong - "Wild Man Blues"

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Nat Adderley - "Work Song"

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Nicholas Payton - "Fingerpainting"

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Roy Hargrove - "Straight, No Chaser"

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Dave Douglas - "Blue Heaven"

Claro que faltam aqui solos essenciais, mas tivemos de "jogar" com o que está disponível neste site.

NA: Post publicado originalmente em JNPDI em 10/03/2006

8 de agosto de 2009

"Cascais foi «oásis artificial» do Jazz"

A agência noticiosa LUSA fez hoje eco das declarações prestadas por João Moreira dos Santos (autor de JNPDI) a propósito do seu mais recente livro: Jazz em Cascais: Uma História de 80 Anos.

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Lisboa, 08 Ago (Lusa) - O concelho de Cascais foi um oásis [do Jazz] relativamente ao resto país" onde a resistência das elites culturais não diferiu do resto da Europa, defendeu, em declarações à Lusa, o investigador João Moreira dos Santos.

Autor de "Jazz em Cascais. Uma história de 80 anos", Moreira dos Santos disse que "o Jazz beneficiava em Cascais de um oásis artificial. O país não transpirava Jazz, tinha alguns paraísos como Cascais, alguns clubes de Lisboa e Porto ou os casinos de Espinho e da Figueira da Foz".

"O Jazz não respirava cá para fora e era exactamente por causa disso que o regime [ditatorial] o tolerava, tanto mais que era ouvido por elites que estavam a favor da situação e a música dificilmente se assumia como acto subversivo", argumentou.

Todavia, ressalvou o autor, "o Jazz é o símbolo da afirmação de um povo, de igualdade, de liberdade, de tolerância, de diálogo, e não se pode desenquadrar do contexto socio-político em que surgiu. O Jazz foi o grito de revolta de um povo oprimido".

Em Portugal onde começa a surgir na década de 1920, apesar de tolerado politicamente, "o Jazz não era muito visível. A Emissora Nacional de António Ferro, um homem que até apreciava Jazz, pugnava pelo que era português".

"A parte social, política e cultural em Portugal foi muito parecida com o que se passava na Europa, mas inferior em termos de quantidade e qualidade, designadamente Londres e Paris, os principais centros difusores", afirmou Moreira dos Santos, segundo o qual "os grandes nomes do Jazz só começaram a actuar em Portugal na década de 1950".

As elites culturais portuguesas criticavam o jazz, tendo Moreira dos Santos citado os casos do escritor Ferreira de Castro e do jornalista Artur Portela (pai).

"O Jazz era visto como uma música infernal, que ia desmoronar as fronteiras entre as raças branca e negra, que era a carta de alforria da raça negra, que as elites culturais europeias, incluindo as portuguesas, consideraram bárbara, incivilizada e que iria destronar a civilização branca", sustentou.

Artur Portela - disse o investigador - "escreveu que a partir do momento em que os negros faziam cultura estavam enterradas as fronteiras que dividiam incivilizados de civilizados".

Aconteceram porém "fenómenos estranhos como o convite da Presidência da República para a Orquestra de Jazz brasileira de Romeu Silva tocar nos jardins do Palácio de Belém, corria o ano de 1926", depois de ter actuado no Teatro da Trindade por iniciativa de Erico Braga.

O livro sintetiza 80 anos de história do Jazz no concelho de Cascais em que o autor procurou "ser o mais exaustivo quanto possível, tentando não deixar esquecer nem perder nada".

"Não se pode, nem se deve desperdiçar nenhuma fonte. Se não o fizer, acho que é uma parte da história que se perde e por isso eu vou à procura nem que seja na Conxichina", disse o autor.

Para Moreira dos Santos, "a música é feita por pessoas, é a história de uma técnica e do género, mas é sobretudo a história de pessoas que a fizeram e estando vivas têm de ser ouvidas,(...) porque a música que fizeram é o resultado das suas experiências e vivências".

O investigador considera "fundamental" esta "dimensão humana e de experiência de vida que é, ao mesmo tempo, uma homenagem a essas pessoas que tanto se dediacarm a uma causa que é o Jazz".

O "cruzamento de fontes" foi também salientado pelo autor, que utilizou fontes documentais, iconográficas e testemunhos orais.

Outra preocupação do ensaísta que folheou "mais de 100.000 páginas de jornais" e dedicou dois anos a esta investigação foi "a objectividade".

"Tive sempre a preocupação de ser objectivo, daí não falar muito sobre esta (última) década, quando fiz muita coisa, para não ser juiz em causa própria", sublinhou.

"Jazz em Cascais", editado pela casa Sassetti, tem prefácio de Charles Lloyd e um posfácio de Jorge Costa Pinto, totalizando 175 páginas.

NL.

Lusa/Fim

Benny Carter: Recordar um saxofonista histórico

Se Benny Carter fosse vivo, completaria hoje 102 anos, ele que foi um dos mais importantes saxofonistas do jazz.

6 de agosto de 2009

Hank Jones na Culturgest em Novembro

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Hank Jones fotografado por JNPDI em Abril de 2005

Hank Jones, pianista lendário que conta actualmente 91 anos, regressa a Portugal a 15 de Novembro para um concerto em trio na Culturgest. Com ele actuam tão só George Mraz (contrabaixo) e Carl Allen (bateria).

Esta é provavelmente a derradeira oportunidade para ouvir ao vivo um músico que em mais de 70 anos de carreira tocou e gravou, entre outros, com Coleman Hawkins, Ella Fitzgerald, Charlie Parker, Benny Goodman, John Coltrane, Artie Shaw e Lester Young.

O que poucos sabem é que Hank Jones foi o pianista que acompanhou Marilyn Monroe quando esta cantou o célebre 'Happy Birthday Mr. President' a John F. Kennedy...

5 de agosto de 2009

Diana Krall participa em Public Enemies

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Diana Krall canta o clássico "Bye Bye Blackbird" em Public Enemies, filme realizado por Michael Mann e que conta com um elenco composto por Johnny Depp, Marion Cotillard e Christian Bale.



Public Enemies, cuja acção decorre nos anos 30, estreia em Portugal no início deste mês e tem uma participação portuguesa muito especial...


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