Que personagem histórica do jazz português é você?
JNPDI acaba de criar um quiz no Facebook que permite aos seus leitores "saberem" - com precisão praticamente "científica" e risada garantida - qual a personagem histórica do jazz português com que mais se identificam...
Faça o quiz aqui(NB: tem de estar registado no Facebook) e divirta-se com o resultado deste divertido "teste".
No exacto dia em que se assinala em Marselha o 65.º aniversário da morte de Antoine de Saint-Exupéry (1900/1944), JNPDI recorda a sua passagem por Portugal há 70 anos.
Às 05h52 da manhã de 8 de Julho de 1939, o autor de O Principezinho (obra que só escreveria três anos depois, em 1942) descia no hidroavião «Lieutenant de Vaisseau Paris» em direcção à doca de Cabo Ruivo, em Lisboa. A bordo, além de Saint-Exupéry, vinham, entre outros, Louis Couhé (administrador da Air-France Transatlantique), Henri Guillaumet (piloto) e João Júdice de Vasconcelos (director da Aero Portuguesa).
O mítico escritor e aviador teria, porém, passado discretamente por Lisboa se os repórteres do Diário de Lisboa não se tivessem feito ao rio para o entrevistar a bordo do "grande barco com asas" (de onde não saiu), motivados pelos seus feitos na aviação e pelos três livros já publicados então: Courrier Sud (1929), Vol de Nuit (1931) e Terre des Hommes (1939).
"Atracámos no «Lieutenant» e, penetrando na carlinga, descemos ao piso inferior. Aqui o segundo piloto, Cariou, com o seu «macaco» branco, «passe montagne» enfiado, descansava uns minutos no leito. Ali, mecânicos, atarefados, faziam os últimos preparativos para a largada. Da pôpa do paquete aéreo, surge-nos «Saint-Ex», como lhe chama «L'Intransigeant» de Paris, chegado hoje, com data de hoje, em mangas de camisa, os olhos acusando uma noite perdida. O Sr. Couhé faz as apresentações e ele recebe afectuosamente o seu «camarade» que não lhe deixa livre nenhum dos poucos minutos que faltam para a largada".
Os repórteres do DL conseguiram então arrancar algumas palavras a Saint-Exupéry, realizando uma pequena entrevista, publicada nesse mesmo dia neste verspertino.
- Qual é o objectivo desta sua viagem?
- Venho como terceiro piloto. O primeiro é o meu querido camarada Guillaumet, e o segundo Cariou. Eles, como o navegador Comet, os radiotelegrafistas Neri e Bouchard, e os mecânicos Lemorvan, Chapaton e Coustaline - que nos acompanham - fazem a sua sétima travessia de estudo no Atlântico Norte. O meu principal objectivo foi apreciar o esforço que tem sido realizado pelos meus camaradas e ficar conhecendo esta nova linha.
- Assunto para um novo livro?
- Provavelmente...
- É a primeira vez que atravessa o Atlântico de avião?
- É. Em 1926 entrei como piloto de linha para a carreira Toulouse-Dakar. Como digo no meu último livro, antes de termos a honra de pilotar o correio aéreo, «nós vivíamos no receio pelas montanhas de Espanha, que ainda não conhecíamos, e no respeito pelos antigos». Foi Guillaumet quem me «iniciou». Depois, estive nas carreiras sul-americanas e tive o prazer inolvidável de encontrar, depois de estar perdido, durante uma semana, em pleno inverno, nos Andes, em seguida a uma aterragem forçada numa região deserta, o meu «iniciador». Nesse momento, Guillaumet disse-me: «Ce que j'ai fait, je te le jure, jamais aucune bête ne l'aurait fait!». Depois, coube-me, várias vezes, a sensação de estar perdido no Sahara. Mas adiante... Isso não lhe interessa agora - e temos pouco tempo!
- Qual é o programa desta viagem?
- Vamos daqui à Horta, onde faremos o reabastecimento. Partiremos, não sei se ainda hoje, para a América. Mas se o vento for fortemente contrário, como se anuncia, não iremos directamente a Nova-York, fazendo escala nas Bermudas. No regresso, devemos passar pela Terra Nova, porque nos interessa muito ver o que já há feito, como preparação para as carreiras aéreas.
- Quando partiram de Biscarosse?
- À meia noite. Durante duas horas tivemos que vir «au ralenti», para não chegar a Lisboa antes de nascer o sol. E mesmo assim amarámos com três quartos de hora de avanço.
- Julga que brevemente poderão iniciar carreiras regulares no Atlântico Norte?
- Os americanos já as estão fazendo e nós esperamos inaugurá-las no próximo ano. O problema, sob o ponto de vista técnico, está resolvido. Estamos muito satisfeitos com o material. Há, apenas, em tal capítulo, um aspecto que requer uma solução melhor: as dificuldades originadas pelo gelo, pela extraordinária diferença entre a temperatura interior do aparelho e a do exterior. Mas tudo se resolverá... É verdade: quer uma lembrança de Paris?
E deu-nos a última edição do «Paris-Midi» de ontem, que se ocupa largamente desta viagem, classificando-a de cortesia, em resposta à visita a França dos srs. Trippe, Whitney e Cone, dirigentes da aviação norte-americana, e dando o pormenor de que a descolagem de Biscarosse seria feita utilizando a balisagem luminosa inventada pelo engenheiro americano Lightbody, e a 6.ª de «L'Intransigeant», já com data de hoje, que chama a Couhé e a Saint-Exupéry «embaixadores da Aviação francesa». Uma dedicatória afectuosa, escrita no seu «Terre des Hommes» - e um aperto de mão de despedida:
- «Au revoir!»
Eram 7 e 7. Começava a roncar o primeiro motor, logo acompanhado pelos outros três. E 10 minutos depois, o «Lieutenant de Vaisseau Paris» descolava para os Açores, onde deve ter chegado às 15 horas.
Saint-Exupéry regressou a Portugal em finais de 1940, tendo ficado hospedado no Hotel Palácio do Estoril, que trocou posteriormente por uma vivenda perto do Casino Estoril. De Lisboa, apanhou um paquete para Nova Iorque, mas foi na nossa capital que ficou a saber do falecimento de Guillaumet, abatido em voo durante a II Guerra Mundial. Da sua estada entre nós, reteve a imagem de Portugal como "O paraíso triste".
Foi hoje divulgada a nova identidade visual da CSB Rádio, estação em que Jazz no País do Improviso está presente diariamente desde o passado dia 20, podendo ser ouvido de segunda a sexta-feira entre as 12h00 e as 13h00 e as 20h00 e 21h00.
Sediada no Concelho de Cascais, a CSB está ao alcance de toda a Grande Lisboa e a sua identidade musical centra-se na música erudita, jazz, bossa nova e grandes clássicos.
Recentemente adquirida por um grupo de investidores, entre os quais se conta Paulo Sérgio, antigo director de programas do R.C.P. e actual director desta estação, a CSB tem a ambição de ser a primeira rádio de cultura privada em Portugal.
Os amantes do som ECM têm um bom motivo para se deslocarem à FNAC de Alfragide, loja que está a promover preços mínimos (9,99 euros) para vários CD's desta editora. Entre a oferta disponível encontram-se diversos registos, antigos e actuais (a maioria), de músicos como Keith Jarrett, Charles Lloyd, Dave Holland, Jan Garbarek e Carla Bley.
De realaçar que esta promoção está apenas disponível na FNAC de Alfragide, muito embora os preços mínimos abranjam todas as lojas desta cadeia francesa.
Está patente em Barcelona, no Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona, uma exposição que documenta a relação entre o jazz e as artes ao longo do século XX. El Segle del Jazz é comissariada pelo crítico de arte Daniel Soutif e pode ser visitada até 18 de Outubro.
A mostra em causa resulta duma co-produção entre três organismos de três países: Museo di arte moderna e contemporanea di Trento e Rovereto (Itália), Musée du quai Branly (França) e Centre de Cultura Contemporània de Barcelona (Espanha).
O catálogo da exposição é um belo e extenso livro que pode ser adquirido em Portugal, mas está apenas publicado em francês.
JNPDI agradece a Filipe Pinto Teixeira, que nos fez chegar a notícia desta exposição.
É já no próximo dia 25 de Agosto que George Benson edita o seu mais recente CD, intitulado Songs and Stories. O album é uma colecção de canções compostas por alguns dos mais prolíficos compositores da última metade do século XX, incluindo James Taylor, Smokey Robinson, Lamont Dozier, Bill Withers e Donny Hathaway.
Os leitores podem acompanhar a evolução deste CD através dos webisodes, um conjunto de vídeos que são divulgados quinzenalmente pela editora Concord. Até ao momento foram editados três, um de introdução ao disco e dois referentes a dois temas do disco:
The George Benson Sessions: Introduction To Songs & Stories
The George Benson Sessions: Living In High Definition
Em Setembro de 1929, Guglielmo Marconi - inventor do primeiro sistema prático de telegrafia sem fios - passou por Portugal em visita dedicada à Companhia Rádio-Marconi, ele que já em Maio de 1912 e Abril de 1920 havia passado pelo País.
O físico italiano chegou a Lisboa a 23 de Setembro deste ano e no dia seguinte visitou a sede da empresa na Rua de S. Julião (de onde enviou um telegrama para Londres) e o posto emissor de Alfragide, conforme documenta a notícia publicada em 24/09/1929 pelo Diário de Lisboa.
O Elletra, iate em que viajou, era, de acordo com a Wikipedia, "um navio de 61 metros que comprou e equipou para ser seu laboratório no estudo de ondas curtas e também seu lar. Além da família, as cabines do Elettra vivia cheias de visitantes ilustres, entre eles os reis da Itália, da espanha e George V e a Rainha Mary da inglaterra, as festas no Elettra ficaram famosas pelas músicas transmitidas pela rádio directamente de Londres".
A Marconi se deve a invenção da rádio, meio de comunicação que por sua vez possibilitou a divulgação do jazz por todo o mundo.
Faleceu segunda-feira passada o compositor de jazz George Russell, cujas teorias influenciaram a música modal desenvolvida por Miles Davis e John Coltrane a partir dos anos 50.
A sua história de vida é muito pouco ortodoxa já que o seu percurso foi bastante influenciado por questões de saúde. De facto, em 1941, por exemplo, foi acometido de tuberculose, o que o obrigou a seis meses de internamento hospitalar. Foi durante este período que um doente lhe ensinou os fundamentos da harmonia e que Russell compôs e vendeu a Benny Carter a sua primeira peça, "New World".
Cinco anos depois, Russell foi convidado por Charlie Parker a assumir a bateria do seu grupo, mas adoeceu novamente, passando 16 meses num hospital de Nova Iorque. Aí desenvolveu um novo conceito de tocar jazz que se baseava em escalas e não em progressões de acordes. Foi sobre este novo conceito, a que o seu nome ficou sempre marcado, que se desenvolveu anos mais tarde a música modal, introduzida por Miles Davis nos célebres LP Milestones e Kind of Blue.
Há precisamente uma semana que Jazz no País do Improviso está também presente na rádio, através da CSB, sintonizável em 105,4 e online. A emissão é diária, de segunda a sexta-feira, e abrange dois espaços horários distintos: 12h/13h e 20h/21h.
Enquanto não avança o programa homónimo, que só deverá ir para o ar em Setembro, os ouvintes têm para já acesso a uma selecção musical jazzística. Esta selecção diária inclui algum do melhor jazz nacional e internacional, abrangendo mais de 300 temas representativos de vários artistas e estilos.
A CSB é uma rádio privada sediada em Cascais e dirigida por Paulo Sérgio, que transita do Rádio Club Português, onde era responsável pela direcção de programas. A emissão abrange, fundamentalmente, os distritos de Lisboa e Setúbal.
Há um pianista que por estes dias está a dar que falar no mundo do jazz nos Estados Unidos. O jovem Alfredo Rodríguez (23 anos) é cubano e chegou recentemente a este país depois de ter fugido do seu país natal com a "ajuda" de Quincy Jones, que o considera "um dos melhores músicos" que já conheceu...
Enquanto se prepara para o seu primeiro espectáculo em Nova Iorque, a realizar-se amanhã, 28 de Julho, no clube Jazz Standard, vejamo-lo em acção nos seguintes vídeos.
Os dois próximos vídeos foram filmados em casa do próprio Quincy Jones, o que demonstra bem o envolvimento deste na carreira de Rodríguez e o seu entusiasmo com este pianista excepcional.
Chick Corea e Gary Burton actuam hoje, 26 de Julho, no Allgarve Jazz. O espectáculo realiza-se a partir das 22h00 no Monumento Duarte Pacheco, em Loulé.
O duo de Chick Corea (piano) e Gary Burton (vibrafone) remonta a 1973, ano em que estes músicos começaram a colaborar e gravaram para a ECM o clássico e aclamado LP Crystal Silence, registo revisitado em 2008 com a edição do The New Crystal Silence.
Dois expoentes nos respectivos instrumentos, os seus concertos ao vivo reflectem a excelência da improvisação no jazz e constituem momentos de grande empatia e cumplicidade musical.
Este duo actuou pela primeira vez em Portugal em Setembro de 2006, exibindo-se perante um vasto auditório no Coliseu dos Recreios.
Clarke, Miller e Wooten: A casa veio (a)baixo ontem em Oeiras!
Stanley Clarke, Marcus Miller e Victor Wooten, os "três malucos do baixo", como se apresentaram ao microfone, realizaram ontem um concerto memorável em Oeiras, oferecendo ao muito público um autêntico show de baixo e contrabaixo.
O espectáculo, onde não faltaram clássicos como "Tutu" (popularizado por Miles Davis, mas composto por Miller) e "Human Nature" (uma homenagem a Michael Jackson), terminou com o clássico "School Days" e um convite a que o público abandonasse as suas cadeiras e se chegasse à boca de cena para "curtir" com os músicos este grande êxito de Stanley Clarke que data de 1976, mas mantém toda a sua vitalidade. Do princípio ao fim, ficou claro que os músicos encararam este espectáculo como se fosse o primeiro, irradiando alegria por estar em palco e dando ao público praticamente tudo o que sabem e podem.
Ontem Portugal recebeu sem dúvida o maior espectáculo de baixo jamais presenciado entre nós. Os três virtuosos - que se estrearam no País (parece incrível, mas é verdade!) - não só dialogaram abundantemente em conjunto, como relizaram notáveis momentos a solo. O destaque vai claramente para Stanley Clarke, cujo contrabaixo só faltou cantar, porque para além disso houve praticamente de tudo, incluindo momentos de hard-rock. De resto, só quem esteve presente pode testemunhar o que este músico conseguiu fazer com um instrumento que é de facto bem mais exigente e limitado do que o baixo eléctrico no que se refere a proporcionar grandes demonstrações de virtuosidade por quem não o seja de facto. Marcus Miller arrasou (é a expressão correcta) com o seu potente e inconfundível slap e Victor Wooten não lhe ficou muito atrás, mas se a técnica está ao nível do primeiro, já o som e estilo não são ainda tão marcantes.
Por tudo isto, não perca um próximo espectáculo deste grupo, mas prepare-se para muitos decibéis, muitas notas e uma audiência em delírio!
As VOZES3 foram recentemente pintadas por Xico Fran, um notável artista plástico que tem vindo a ser premiado, nomeadamente pelas suas criações na área do jazz.
A tela das VOZES3 foi criada especialmente para a participação deste projecto musical na Festa do Jazz, concerto realizado no passado dia 27 de Junho, no S. Luiz Teatro Municipal.
O facto parece ser actual, mas tem precisamente 75 anos e foi noticiado no Diário de Lisboa de 30 de Outubro de 1934. E muito embora esta notícia nada tenha a ver com jazz, na verdade foi precisamente ao investigar a história do mesmo para um novo livro que nos deparámos com ela.
A actualidade (e peculiaridade) da mesma, volvidas sete décadas, justifica a "graça" de aqui a divulgarmos, não obstante o seu teor politicamente incorrecto à luz do presente respeito pela diversidade cultural e étnica.
De resto, o texto da notícia é simplesmente delicioso nos seus detalhes e considerações. E, simultaneamente, até pode ter algum valor para quem queira estudar o fenómeno do comércio chinês em Portugal no século XX.
O PERIGO AMARELO? Lisboa Invadida por Chineses Diário de Lisboa - 30/10/1934
Lisboa está invadida de chineses. Ontem, a bordo do «Fulda», navio das linhas do Extremo Oriente, chegou um carregamento de quarenta. A passagem dos exóticos pela cidade provocou uma intensa sensação. O homem da rua, por natureza tímido e desconfiado, chegou a asseverar que o perigo amarelo era uma tremenda realidade. Puro engano!
Os quarenta chineses vêm com boas intenções. Se não se lembram de Fernão Mendes Pinto, o primeuiro jornalista da Áia, de boa fibra clássica, sabem muito bem que, em certa década, as nossas naus e fustas limparam os mares da China, - tinta de Nanquim dos viajantes trota-mondos - da pirataria infrene que os enxovalhava. E foi, então, que se levantou, numa cabo perdido do país amarelo, a mui nobre e leal cidade de Macau.
Os quarenta chineses, dos quatrocentos milhões que povoam a Ásia, desde os confins gelados da Sibéria até aos pauis do Sião e da vermelha e comunista Conchichina, dedicam-se, prosaicamente, ao comércio. Não vestem cabaia nem usam rabicho. Essa velha e pitoresca indumentária foi substituida pelo insípido fardamento europeu.
Confucio foi vencido pelos alfaiates da Regent Street e da rua do Alecrim. Mas têm carácter fisionómico e escrevem ainda, como nós vimos, em linhas verticais da direita para a esquerda, naqueles hierogificos, que tanto valem uma letra, como uma sílaba, como uma palavra.
Fomos surpreender um grupo de quinze, numa casa da rua da Madalena, artéria que, de resto, está minada de asiáticos. A caravana chegada, no «Fulda», foi distribuida por um moço de esquina, pelas pensões que existem naquela rua. São todos rapazes novos, entre os quinze e os vinte anos, que vêm tentar fortuna na Europa. Vêm de longes terras, de Chekiang muitos, vila de pescadores, na margem do rio Amarelo; outros da cosmopolita Changai, «cocktail» de raças e de civilizações; outros de Peiping [NR: actual Pequim], dos bairros pobres, com casas construídas de lama.
Contam demorar-se pouco tempo em Portugal, o máximo quinze dias para aqui fazerem o seu comércio de colares de âmbar, autenticamente chineses «made in Germany», berloques, missangas, toda a vidraria exótica e bariolada, com que as belezas de hoje se adornam, copiando do cinema o gosto pelo oriente. Daqui, dividem-se, repartem-se como formigueiros pela Espanha, França, Alemanha, mais longe ainda, com o seu sorriso inalteravelmente oblíquo e os seus olhos fendidos em amêndoa. Têm um chefe, não sabemos se mandarim de alguma ordem, em exílio filosófico, que os guia com a bússola da sua fantasia delirante.
Como todos os chefes, este é invisível, mas todo poderoso. Logo que arrumou no quarto as suas malas, de couro inglês, sem rótulos tricolores, dos grandes «palaces», abalou num passeio de investigação pela cidade.
Conseguimos, porém, por sinais, entendermo-nos com Chu-Ching-Din, que no seu modesto quarto de pensão escrevia uma carta, laboriosa, cujos dizeres mosqueados eram enriquecidos por curiosíssimos desenhos dum avião e da torre de Belém, duma meticulosidade e duma observação, que muitos artistas europeus invejariam.
Chu-Ching-Din, sem zumbaias fez-nos compreender que era impenetrável aos míseros dialectos do ocidente. Entendemos, no entanto que a viagem o satisfez plenamente, que nunca esteve alistado em nenhum dos numerosos exércitos que ocupam a China e que estimaria muito não ser fotografado porque não tenciona fazer cinema, nem entrar em nenhuma cadeia. Em questões de culinária foi mais explícito.
Pela primeira vez, o nosso bacalhau foi desacreditado. Pelo visto o chinês para onde vai leva a China consigo. A China e o arroz cosido, que eles próprios cosinham, com um segundo prato, peixe seco, tudo isto adubado dum estranho condimento, que tem a cor e o cheiro acre do tabaco.
Mais declarou Chu-Ching-Din - sempre por sinais bem entendido, que conta voltar à sua pátria quando tiver muitos milhões de taels e não morrer como o «Mandarim», do Eça, longiquamente, ao som argentino duma campainha, empunhada pela mão rapace de qualquer valdevinos ambiciosos.
Bitches Brew: Disco que fundou o jazz-rock completa 40 anos em Agosto
Em Agosto de 1969, Miles Davis entrou em estúdio, em Nova Iorque, para gravar durante três dias (19-21) aquele que é considerado o disco mais revolucionário na história do jazz.
Com Bitches Brew, Miles lançava os alicerces do jazz-rock, contando com nada menos do que 12 músicos, entre os quais se incluiam Joe Zawinul, Wayne Shorter, Airto Moreira, John McLaughlin, Chick Corea, Jack DeJohnette, Dave Holland, Don Alias e Lenny White.
Quase tão importante como Miles e os músicos foi o produtor Teo Macero, que, com o seu trabalho de montagem, contribuiu activamente para o resultado final deste duplo LP.
Em Novembro deste ano, Miles Davis realizou uma curta digressão europeia com Wayne Shorter, Chick Corea, Dave Holland e Jack DeJohnette, apresentando já o novo universo musical que acabara de criar em estúdio. O seguinte vídeo ilustra o espectáculo que este quinteto realizou em Copenhaga.
Já que falamos de Miles Davis, aqui fica também uma entrevista de 1990 realizada pelo genial músico no programa de Arsenio Hall, na qual explica como em miúdo desenvolveu a sua técnica de embocadura no trompete "cuspindo" arroz e feijão frade no caminho para a escola.
E, para terminar, aqui fica um tema de Bitches Brew: "Sanctuary".
É já no próximo dia 24 (sexta-feira) que Lisa Ekdahl apresenta na FNAC de Cascais o seu mais recente CD. Este é um trabalho exclusivamente preenchido por originais da cantora e que projecta o seu lado mais pop.
A partir de hoje o Jazz no País do Improviso converte-se num espaço diário de rádio emitido pela CSB em 105,4 e online.
Enquanto não avança o programa homónimo, que só deverá ir para o ar em Setembro, os ouvintes têm para já acesso a uma selecção musical jazzística em dois espaços horários distintos: 12h/13h e 20h/21h. Esta selecção diária inclui algum do melhor jazz nacional e internacional, abrangendo mais de 300 temas representativos de vários artistas e estilos.
A CSB é uma rádio privada sediada em Cascais e dirigida por Paulo Sérgio, que transita do Rádio Club Português, onde era responsável pela direcção de programas. A emissão abrange, fundamentalmente, os distritos de Lisboa e Setúbal.
Jazz na Alemanha Nazi: "Música degenerada" e instrumentalizada
No ano em que se assinalam 70 anos sobre o início da II Guerra Mundial, JNPDI recorre a alguns vídeos que ilustram como os Nazis olharam para o jazz, esse género musical que o regime de Hitler considerava uma Entartete Musik (música degenerada) e que em 1935 baniu da rádio alemã.
O seguinte vídeo foi realizado pela propaganda Nazi com o objectivo de convencer a Holanda subjugada a aderir à ideologia alemã e a abandonar velhos vícios, nomeadamente o jazz...
Na Alemanha propriamente dita tinham surgido logo nos anos 30 vários avisos de que o regime não tolerava o jazz e o swing. Foi neste âmbito que à entrada dos clubes e locais de dança surgiram placas com a inscrição "Swing tanzen verboten!" (proibido dançar o swing)"
Tal não impediu o movimento que ficou conhecido por "Swing Kids"(Swingjugend), composto por um grupo de amantes do swing e do jazz que desafiavam a proibição deste género musical, não só por ouvirem a "indesejável música norte-americana", mas também por nos seus encontros parodiarem o regime de Hitler com ditos como "Swing Heil" (em vez do oficial "Sieg Heil").
O referido movimento era formado por miúdos alemães entre os 14 e os 18 anos e abrangeu sobretudo Berlim e Hamburgo. Muitos destes jovens do swing foram presos e enviados para campos de concentração, onde vieram a morrer, mas a sua memória foi perpetuada num filme realizado em 1993 por Thomas Carter.
Perante este cenário e a deportação e morte de vários músicos, alguns líderes de orquestras de jazz só puderam manter a sua actividade na Alemanha travestindo as canções. Foi assim que a orquestra de Hans Rehmstedt substituiu o clássico "The Lambeth Walk" por "In Lambert's Nachtlokal". É que em 1939 o partido Nazi tinha declarado esta música como sendo "Corrupção judaica e animalesca".
A propósito desta canção, em 1942 Charles A. Ridley (do Ministério Britânico da Informação) pegou em algumas imagens do filme Triunfo da Vontade (de Leni Riefenstahl) e fez uma montagem em que Hitler e alguns soldados pareciam dançar ao som de "Lambeth Walk". Consta que quando Josef Goebbels (o ministro da propaganda Nazi) viu o resultado final saiu da sala de projecção soltando impropérios...
Goebbels não ficava porém atrás em matéria de propaganda, ele que estava bem ciente do poder popular da música e, especificamente, do swing. Foi nesse sentido que contratou uma orquestra para subverter as canções mais famosas dos norte-americanos e do swing, alterando as suas letras de forma a parodiar os aliados e os judeus. Ficaram célebres as gravações de Charlie and His Orchestra, agrupamento liderado por Karl Schwendler. Ouçamos, por exemplo, como ficou o clássico "Makin' Whoopee" na sua versão Nazi difundida para todo o mundo pelas rádios alemãs.
Finalmente, eis um vídeo que documenta um pouco a polémica em torno do jazz na II Guerra Mundial.
Ray McVay, maestro da Orquestra de Glenn Miller(Foto JMS/JNPDI)
Mais de 800 pessoas assistiram ontem ao concerto da Orquestra Glenn Miller, no Centro de Congressos do Arade, em Lagoa, no âmbito do festival Allgarve Jazz, que mais uma vez registou uma sala (praticamente) cheia.
O grupo encantou a assistência num tributo ao conhecido trombonista americano, interpretando temas clássicos e intemporais como "Moonlight Serenade", "In The Mood", "Tuxedo Junction" e "Chattanooga Choo Choo".
Quando um músico de 80 anos, como é o caso de Herb Geller, compõe um tema de claros contornos políticos é caso para pensar... Talvez este gesto simbolize que não há idade para desistir de pugnar por um mundo com mais justica, mais ética e mais transparência.
"Diplobamacy" conta com Herb Geller (saxofone-alto), Kai Podack (voz), Burkhard "Buggy" Braune (piano), Phillip Steen (contrabaixo) e Derek Scherzer (bateria).
De recordar que Herb Geller já tinha anteriormente, por ocasião da campanha eleitoral para a presidência dos EUA, composto um tema em homenagem a Obama.
A orquestra de Glenn Miller actua hoje no Centro de Congressos do Arade, em Portimão. O concerto tem início às 22h00 e insere-se no Allgarve Jazz.
Um dos primeiros ídolos da música à escala mundial, Glenn Miller foi um dos grandes “monstros” do período do swing e das históricas big bands norte-americanas.
Desaparecido misteriosamente em 1944, o seu legado musical foi perpetuado por duas orquestras que lhe prestam homenagem oficialmente, sendo a mais destacada a dirigida pelo maestro e trombonista Ray McVay.
Fundado no Reino Unido em 1989, as origens emocionais deste agrupamento prendem-se com o facto de durante a II Guerra Mundial Glenn Miller ter servido o exército norte-americano baseado em Inglaterra, criando-se assim fortes laços com a sua universal e sedutora música marcada por grandes êxitos intemporais como “In the Mood” ou “Chattanooga choo choo”.
A revista JazzTimes, que tem estado suspensa devido a problemas financeiros, deve ser reeditada já em Agosto, afirmou recentemente o seu editor, Lee Mergner.
Glenn Sabin, filho do fundador, vendeu a marca e os seus activos ao grupo Medavor Media, mas os novos proprietários pretendem manter a antiga equipa redactorial.
JNPDI agradece a António Rubio, que nos enviou a informação sobre a anunciada reedição da JazzTimes.
A cantora Madeleine Peyroux trouxe ao Allgarve Jazz a sua música, tendo ontem esgotado por completo o Teatro Municipal de Portimão. Considerada timbricamente próxima de Billie Holiday, o que é um facto, Peyroux protagonizou um espectáculo muito consistente e diversificado, deixando o público totalmente rendido ao seu talento e arte.
Esperanza Spalding regressou esta semana a Portugal para um concerto no âmbito do Allgarve Jazz, tendo esgotado por completo o auditório do Sítio das Fontes, em Lagoa, no passado 10 de Julho. As cerca de 700 pessoas presentes no espectáculo renderam-se ao talento de Spalding, não regateando aplausos nem elogios, alguns deles bem audíveis.
JNPDI mostra hoje algumas imagens deste concerto e deste local especial que tanto encantou a cantora e contrabaixista, assim como a cozinha portuguesa, à qual, como pudemos testemunhar, ficou totalmente rendida.
Foto: JMS/JNPDI
Foto: JMS/JNPDI
O espectáculo decorreu no belo Parque Municipal do Sítio das Fontes, instalado num terreno com cerca de 18 hectares na margem esquerda do rio Arade.
A cantora Madeleine Peyroux regressa a Portugal para um concerto no Allgarve Jazz. O espectáculo decorre hoje à noite, 11 de Julho, no Teatro Municipal de Portimão.
Há aqueles – muitos – que vêem na sua voz evidentes reminiscências da saudosa Billie Holiday e há aqueles – ainda mais – que a saúdam como uma fonte de inspiração e de renovação do jazz. A verdadeira essência de Madeleine Peyroxu repousa algures no meio termo entre ambas as perspectivas. Natural dos EUA e criada entre Brooklyn e Paris, Peyroux teve uma carreira de ascensão rápida, passando de incógnita instrumentista de rua a reputada artista solicitada pelos maiores e melhores palcos europeus e norte-americanos. Na transição entre ambos esteve o seu primeiro CD, Dreamland, registo editado em 1996 e que vendeu umas expressivas 200 000 cópias.
A cantora e contrabaixista Esperanza Spalding actua hoje, 10 de Julho, no Allgarve Jazz. O concerto decorre no Sítio das Fontes, em Lagoa.
Esperanza Spalding é um daqueles casos raros de sucesso galopante alicerçado num real talento nato. Com apenas 24 anos, tem sido elogiada nas principais revistas de jazz ao mesmo tempo que vê abrirem-se-lhe as portas das mais prestigiadas salas de espectáculo um pouco por todo o mundo. Quem já a viu interpretar ao vivo o clássico “Body and Soul” afirma, fruto da sua total entrega em palco, ter descoberto a verdadeira essência deste tema sobre a dualidade da existencia humana. Contrabaixista e cantora, aos 20 anos Esperanza foi a mais jovem professora da prestigiada Berklee School of Music…
JNPDI atingiu recentemente um total de 275 000 visitas acumuladas desde a sua fundação em Setembro de 2003.
Recorde-se que o quarto de milhão de visitas foi atingido em Abril deste ano, o que demonstra a vitalidade de JNPDI, expressa nos mais de 8000 acessos mensais que vem registando em média desde Março passado, superando todos os recordes anteriores.
Factor bem definido é a dispersão geográfica de JNPDI. Tomando como exemplo a estatística das visitas de 8 de Julho de 2009, denota-se a importância dos leitores nacionais (26%), mas também dos EUA (20%), Brasil (13%) e França (7%).
Por continentes, os leitores da Europa representam 49% das visitas, percentagem que compara com 22% da América do Norte e 17% da América do Sul.
Stanley Clarke, Marcus Miller e Victor Wooten em Oeiras: "Show" de baixo!
Stanley Clarke, Marcus Miller e Victor Wooten, três dos baxistas eléctricos mais conceituados e virtuosos, actuam no próximo dia 24 de Julho nos Jardins do Marquês Pombal, integrados no cartaz do festival Oeiras Sounds. Juntos, formam o grupo S.M.V.
É a oportunidade de ver e ouvir músicos que, se a memória não nos atraiçoa, nunca se exibiram em Portugal.
STANLEY CLARKE
Stanley Clarke is nothing short of a living legend, having liberated the bass in much the same way that Louis Armstrong and Charlie Parker liberated their instruments decades earlier.
Born in Philadelphia, Clarke headed to New York City right after college as a classically trained bass virtuoso. He quickly made his mark on the New York jazz scene by gigging with Stan Getz, Joe Henderson and Horace Silver before joining Getz pianist Chick Corea to form the seminal, GRAMMY-winning fusion outfit Return to Forever in 1972. As the band took more of an electric focus (with Al Di Meola and Lenny White), Clarke not only split his time between upright and electric bass, but also launched the high-end boutique bass guitar market via his use of custom made Alembic basses.
Taking issue with the narrow perception of the bass as a support rather than solo instrument, Clarke released a string of solo albums, beginning with Children Forever in 1973. The watershed recording, School Days, came three years later, with a title track that served as the first bona fide bass anthem. Clarke also pushed the tonal range of the electric bass upward, inventing the piccolo and tenor basses in an effort to speak in the range of his musical hero, John Coltrane.
Having solidified his solo career, Clarke moved on to more acclaimed pairings, including the Clarke/Duke Project (with keyboardist George Duke), the New Barbarians (with Keith Richards and Ron Wood), appearances on two Paul McCartney albums, Animal Logic (with Police drummer Stewart Copeland) and Rite of Strings (with Jean-Luc Ponty and Al Di Meola).
The late ‘80s brought new opportunities, as Clarke was hired to score the TV series Pee Wee’s Playhouse. This led to his first movie score for the film Boyz ‘N’ the Hood, and what has become his second career as an acclaimed film composer. Other notable soundtracks include Passenger 57, What’s Love Got To Do With It?, Poetic Justice, The Transporter and the Showtime series, Soul Food.
Having stated repeatedly that the bass is a permanent, internal part of him, Clarke continues to live up to his moniker of Lord of the Low Frequencies. Of late, he has been on the road with the Clarke/Duke Band, Rite of Strings and McCoy Tyner, as well as his own group. In addition, the summer of 2008 also marks the highly-anticipated Return To Forever reunion tour.
In 2007, Clarke’s Roxboro Entertainment signed with Heads Up International and released Night School, a star-studded DVD tribute concert touching on all aspects of his career, and Toys of Men, his commercially and critically acclaimed war-conscious CD.
MARCUS MILLER
Striking a chord with music fans and music critics has been a consistent thread running through Marcus Miller’s GRAMMY-winning career. Born in Brooklyn, New York, Miller was raised among jazz royalty (his second cousin is Miles Davis pianist Wynton Kelly) in nearby Jamaica, Queens. Inspired by his father, church organist William Miller, young Marcus played piano, organ, clarinet and sax, before gravitating to bass guitar by age 13 in order to get gigs with local bands. He made his professional debut at 16, with flautist Bobbi Humphrey, and then hit the road with drummer Lenny White.
Returning from the road, Miller planted some important seeds: In addition to cracking New York’s lucrative jingle and session scene, he joined the bands of Saturday Night Live and Roberta Flack, where he met David Sanborn and Luther Vandross. Both Sanborn and Vandross quickly tapped Miller’s writing, producing, and multi-instrumental gifts to come up with a steady string of hit records and tours. Soon after, Miles Davis came calling with an invitation that led to six albums – three of which Miller produced, most notably the landmark Tutu.
Firmly established as a producer, Miller guided recordings by Vandross (including the 1991 GRAMMY-winning R&B Song of the Year, “Power of Love/Love Power”), Roberta Flack, Aretha Franklin, Chaka Khan, Wayne Shorter and Al Jarreau, while at the same time contributing killer bass lines (his peers nicknamed him the Thumbslinger) to discs by Donald Fagen, the Brecker Brothers, Grover Washington, Jr., Paul Simon, Don Grolnick, Was (Not Was) and countless others. He also formed the Jamaica Boys (with Lenny White and Mark Stevens), and broke into film composing with scores for Siesta, House Party and Boomerang.
In 1992, Miller turned his focus to his solo career with the release of The Sun Don’t Lie. Armed with the unmistakable sound of his ’76 Fender Jazz Bass, Miller accepted the torch passed by Stanley Clarke and Jaco Pastorius and reignited the spark for solo bass albums, setting a new standard in the process. Miller’s seven subsequent solo efforts include the GRAMMY-winning M2, in 2001 (making him the only solo bassist to have ever won a GRAMMY for Best Contemporary Jazz Album), plus the biographical DVD, Master of All Trades.
Miller continues to keep numerous creative irons in the fire, scoring for films as well as the Chris Rock TV show, Everybody Hates Chris. He hosts the North Sea and Playboy Jazz Cruises, all while keeping up a rigorous touring pace for his latest CD, Marcus.
VICTOR WOOTEN
Like Marcus, “Victor” is the lone name among bass fans that signals the last great hero of the instrument, Victor Wooten. Also like Miller, Wooten’s musical reach extends far beyond the four-string. Born in Idaho to a military family, raised on the island of Oahu and on the West Coast, Wooten received bass lessons at age 3 from his brother, Regi. By the age of 5, he had made his stage debut with his four older brothers, collectively known as The Wootens. The family act spent the ’70s opening for high-profile groups like Curtis Mayfield and War, and eventually settled in Newport News, Virginia, in the early ’80s. There, the brothers landed steady gigs at the Busch Gardens theme park in Williamsburg, and began meeting musicians from Nashville and New York.
In 1988, Wooten moved to Nashville, where he worked with vocalist Jonell Mosser and met New Grass Revival banjo ace Béla Fleck. Within a year, Fleck, Wooten, Wooten’s brother Roy (a.k.a. Futureman) and Howard Levy formed the Flecktones, and were on their way to their first of three GRAMMYs to date. Wooten continued his bass focus, first forming Bass Extremes with fretless 6-string savant Steve Bailey, and then releasing the shot heard ’round the bass world: his remarkable 1996 solo debut, A Show of Hands.
Meanwhile, seemingly everyone wanted the award-winning and poll-winning bassist to appear on their recording projects. Wooten’s recording and/or touring credentials quickly expanded to include a range of artists like Branford Marsalis, Dave Matthews, Bruce Hornsby, Prince, Mark O’Connor, Gov’t Mule, Susan Tedeschi, Bill Evans, Vital Tech Tones (with Scott Henderson and Steve Smith), the Jaco Pastorius Word Of Mouth Big Band and India.Arie.
In addition, Wooten took big steps forward in the field of education, offering music and life lessons though his popular Bass Nature Camps in his home base of Tennessee, and his enlightening novel, The Music Lesson. He currently maintains an ambitious dual solo/sideman pace, regularly recording and touring with the Flecktones (who have released a dozen albums), Mike Stern and Chick Corea’s Elektric Band. With each new solo CD (six so far), Wooten has expanded his musical focus and knack for genre-uniting via his songwriting, producing and multi-instrumental skills – all while maintaining a stellar level of bass playing. This has never been more evident than on Palmystery, his most recent CD on Heads Up.
Nota: Textos em inglês criados pela editora Concord
Está suspensa a publicação da revista JazzTimes, periódico que se debate com a crise e as dívidas acumuladas - correndo rumores que que alguns colaboradores têm os ordenados em atraso desde Março - e também com a crescente concorrência dos meios online (websites, blogs, etc).
Embora no site oficial se avance com a hipótese da revista ser retomada por novos proprietários, parece haver poucas hipóteses de tal suceder em breve. A confirmar-se o fecho definitivo da JazzTimes este é um rude golpe para a divulgação do jazz, que fica praticamente confinado à revista Downbeat.
A JazzTimes foi fundada em 1970, em Washington, por iniciativa de Ira Sabin, um antigo baterista e proprietário de uma loja de discos. Inicialmente designada de Radio Free Jazz, só em 1980 adquiriu o título de JazzTimes. Entre os seus colaboradores contam-se, ao longo do tempo, personalidades como Martin Williams, Leonard Feather, Stanley Dance, Ira Gitler, Doug Ramsey, Nat Hentoff, Gary Giddins, Howard Mandel e Nate Chinen.
A JazzTimes contava actualmente mais de 100 000 assinantes, muito à frente da Downbeat, e o seu website é sem dúvida mais interessante e informativo do que o da sua histórica concorrente.
O previsível encerramento desta revista segue-se ao fecho da Tower Records (uma importantíssima cadeia de discotecas nos EUA, onde os amantes de jazz tinham solo fértil para a sua procura) e à falência da IAJE (International Association of Jazz Education).
A crise global que afecta as nações e, particularmente, os media tradicionais chegou ao jazz, mas não é caso para alarme. Novas estruturas e novos meios, provavlmente online, tomarão o lugar das antigas fundações pois o jazz é cada vez mais uma música viva e vivida.
Chegou esta semana às livrarias o livro Jazz em Cascais: Uma História de 80 anos.
O preço de capa é de 28,00 euros (25,20 nas lojas que praticam 10% de desconto: FNAC e Bertrand) e dá direito a um livro inédito com cerca de 170 páginas, integralmente impresso a cores e com prefácio de Charles Lloyd e posfácio de Jorge Costa Pinto.
Aqui ficam, a título de amostra, algumas páginas deste livro. Pedimos desculpa pela distorção no texto causada pela digitalização e apresentação em ecran da versão em papel, o que dá uma pálida imagem da elevada qualidade de paginação desta obra.
...aqui ficam algumas das condições que o Ministério da Educação Popular definiu, durante o Governo de Hitler, para a atribuição de licenças para espectáculos de música de dança.
DEPARTMENT OF POPULAR EDUCATION AND ART
Conditions Governing the Grant of Licenses for Dance Music
NEGROID: Belonging to a Negro race. This includes the African Negroes (and also those living outside of Africa), also Pygmies, Bushmen and Hottentots. NEGRITO: In the wider sense of the term, the short-statured, curly or frizzy-haired, dark-skinned inhabitants of Southeastern Asia, Melanesia and Central Africa.
1. Music: The Embargo on Negroid and Negrito Factors in dance Music and Music for Entertainments.
2. Introduction: The following regulations are intended to indicate the revival of the European spirit in the music played in this country for dances and amusements, by freeing the latter from the elements of that primitive Negroid and/or Negrito music, which may be justly regarded as being in flagrant conflict with the Europeon conception of music. These regulations constitute a transitory measure born of practical considerations and which must of necessity precede a general revival.
3. Prohibition: It is forbidden to play in public music which possesses to a marked degree characteristic features of the method of improvisation, execution, composition and arrangement adopted by Negroes and colored people. It is forbidden in publications, reports, programs, printed or verbal announcements, etc.:
(a) to describe music played or to be played with the words "jazz" or "jazz music."
(b) to use the technical jargon described below, except in reference to or as a description of the instrumental and vocal dance music of the North American Negroes.
Exceptions may Be permitted where such music is intended for a strictly scientific or strictly educational purpose and where such music is interpreted by persons having two or more Negroid or Negritic grandparents.
4. Descripton of The Main Characteristic Features of the Above-Mentioned Music which Differ from the European Conception of Music: The use of tonally undefined mordents, Ostentatious trills, double-stopping or ascendant glissandi, obtained in the Negro style by excessive vibrato, lip technique and/or shaking of the musical instrument. In jazz terminology, the effects known as "dinge," "smear" and "whip." Also the use of intentional vocalization of an instrumental tone by imitating a throaty sound. In jazz terminology, the adoption of the "growl" on brass wind instruments, and also the "scratchy" clarinet tone. Also the use of any intentional instrumentalization of the singing voice by substituting senseless syllables for the words in the text by "metalizing" the voice. In jazz terminology, so-called "scat" singing and the vocal imitation of brass wind instruments.
Also the use in Negro fashion of harshly timbered and harshly dynamic intonations unless already described. In jazz terminology, the use of "hot" intonations. Also the use in Negro fashion of dampers on brass and woodwind instruments in which the formation of the tone is achieved in solo items with more than the normal pressure. This does not apply to saxophones or trombones.
Likewise forbidden, in the melody, is any melody formed in the manner characteristic of Negro players, and which can be unmistakably recognized.
5. Expressly Forbidden: The adoption in Negro fashion of short motifs of exaggerated pitch and rhythm, repeated more than three times without interruption by a solo instrument (or soloist), or more than sixteen times in succession without interruption by a group of instruments played by a band. In jazz terminology, any adoption of "licks" and "riffs" repeated more than three times in succession by a soloist or more than sixteen times for one section or for two or more sections. Also the exaggeration of Negroid bass forms, based on the broken tritone. In jazz terminology, the "boogie-woogie," "honky tonk" or "barrelhouse" style.
6. Instruments Banned: Use of very primitive instruments such as the Cuban Negro "quijada" (jaw of a donkey) and the North American Negro "washboard." Also the use of rubber mutes (plungers) for wind brass instruments, the imitation of a throaty tone in the use of mutes which, whether accompanied by any special movement of the hand or not, effect an imitation of a nasal sound. In jazz terminology, use of "plungers" and "Wah Wah" dampers. The so-called "tone color" mutes may, however, be used.
Also the playing in Negro fashion of long, drawn-out percussion solos or an imitation thereof for more than two or four three-time beats, more frequently than three times or twice in the course of 32 successive beats in a complete interpretation. In jazz terminology, "stop choruses" by percussion instruments, except brass cymbals. There is no objection to providing a chorus with percussion solos in places where a break could also come, but at not more than three such places.
Also the use of a constant, long drawn-out exaggerated tonal emphasis on the second and fourth beats in 4/4 time. In jazz terminology, the use of the long drawn-out "off beat" effect.