30 de setembro de 2008

Três rouxinóis do Jazz no CCB

O concerto de Sheila Jordan no Centro Cultural de Belém no próximo dia 1 de Outubro, amanhã, vai apresentar não uma, mas três vozes excepcionais.

JNPDI! pode revelar que além de Sheila Jordan e Maria Viana estará também em palco aquela que é considerada a voz mais internacional do jazz português... uma voz que tão bem casa com o piano de Mário Laginha...

Este trio vocal dará certamente um espectáculo inesquecível e único, bem ao jeito do que JNPDI tanto preza e portanto melhor não podia ser para celebrar o nosso 5.º aniversário.

29 de setembro de 2008

Sheila Jordan já está em Lisboa

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Sheila Jordan chegou hoje a Lisboa e mostrou-se logo entusiasmada e ansiosa por conhecer os músicos portugueses com quem vai tocar no CCB e na pequena digressão que a vai levar a vários pontos do continente e Madeira.

Desta cantora ímpar na história do jazz, divulgamos hoje alguns vídeos da sua estreia em Portugal em 1992, no Estoril Jazz, época em que tinha um duo de grande sucesso e criatividade com o notável contrabaixista Harvie Swartz.









28 de setembro de 2008

Sheila Jordan e JNPDI no Câmara Clara

O concerto de Sheila Jordan e o 5.º aniversário de Jazz no País do Improviso foram hoje noticiados por Paula Moura Pinheiro no programa Câmara Clara.




O nosso muito obrigado à autora e à produção deste importante programa que, num país de culto ao futebol e futebolices, ousa falar de livros e cultura.

Maria João e Mário Laginha no Jardim da Estrela: concerto para 3 gerações

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Fotos de JNPDI/JMS

Maria João e Mário Laginha actuaram hoje no coreto do Jardim da Estrela, um concerto que registou uma enchente de público rendido ao talento desta dupla sem par em Portugal e capaz de comunicar com várias gerações.

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50º aniversário de Kind of Blue

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É já no próximo dia 30 de Setembro que é posta à venda nos EUA a edição limitada que comemora os 50 anos da gravação do mítico disco Kind of Blue, registado por Miles Davis em 1959.

Esta edição custa 75 USD e é composta por um LP de vinyl, dois CD's com faixas inéditas, um DVD, memorabilia e um poster.

26 de setembro de 2008

Jazz para Obama

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No próximo dia 1 de Outubro Nova Iorque é palco de um concerto de jazz cujas receitas revertem para a campanha presidencial de Barack Obama.

Participam neste evento músicos como Robert Glasper, Dee Dee Bridgewater, Kurt Elling, Roberta Gambarini, Roy Hargrove, Stefon Harris, Roy Haynes, Hank Jones, Stanley Jordan, Joe Lovano, Christian McBride, Brad Mehldau e Dianne Reeves.

É caso para dizer que o "povo" do Jazz não quer outro Bush a dar música quadrada na Casa Branca.

24 de setembro de 2008

Adivinha quem vem tocar...

Em múltiplas iniciativas que temos realizado com principiantes no jazz, perguntam-nos frequentemente o que é uma jam-session.

Pois bem, na ida ontem ao Hot Clube de Portugal tivemos oportunidade de filmar o que é uma jam-session. Tudo sucedeu quando os músicos portugueses estavam em palco a tocar e de repente um anónimo espectador se levantou do seu lugar nos bancos laterais ao palco e se juntou inesperadamente ao grupo. E assim foi que músicos que não se conheciam e são originários de países distantes, se encontraram a tocar o mesmo tema (a universalidade dos standards assim o permite) sem qualquer ensaio.

O seguinte vídeo elucida bem este episódio, tão comum no jazz.



PS: O "anónimo" espectador é Robert Faulkner, trompetista e sociólogo norte-americano que se encontra em Portugal para participar em dois eventos promovidos pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra: uma conferência sobre o repertório do jazz americano e um concerto com H. S. Becker e Carlos Barretto.

23 de setembro de 2008

PODCAST #6

Já está disponível o Podcast #6 de JNPDI!, nesta edição totalmente dedicado a Sheila Jordan e ao concerto que dá no Centro Cultural de Belém no próximo dia 1 de Outubo no âmbito do 5.º aniversário deste blogue.

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Por dificuldades técnicas, o podcast só é publicado agora, embora remonte a 18 de Setembro.

Clean Feed Fest NY III

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Chega amanhã ao fim o Clean Feed Fest NY, evento anualmente realizado em Nova Iorque por esta editora portuguesa e que nesta terceira edição decorreu no The Living Theater, espaço alternativo fundado em 1947 por Judith Malina e Julian Beck.

No conjunto dos cinco dias, este festival apresentou 10 concertos em plena Big Apple.

22 de setembro de 2008

Sheila Jordan ensina na JB Jazz



A cantora Sheila Jordan realiza um único workshop em Portugal, evento que tem lugar na escola JB Jazz, em Lisboa, no próximo dia 7 de Outubro.

Os temas a abordar nesta acção de formação são:

- Interpretação de standards (getting your act together)

- Técnicas de comunicação dos vocalistas com os instrumentistas

- Técnicas de audição de progressões harmónicas (como ouvir os acordes)

- Como evitar os erros comuns no canto de Jazz~

A JNPDI! têm chegado e-mails de vários pontos do país e da Europa a solicitar informações sobre o workshop, o que diz bem do carinho e admiração que os músicos têm por Sheila Jordan.

21 de setembro de 2008

Roy Haynes em declarações no Cascais Jazz de 1975

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Roy Haynes no Estoril Jazz, cerca de 30 anos depois da sua estreia no Cascais Jazz

Recordamos hoje uma interessante afirmação do baterista Roy Haynes quando, durante o Cascais Jazz de 1975, foi questionado por um jornalista do Rádio Clube Português sobre o free jazz.

"The free jazz? Jazz has always been free!"

Sheila Jordan: o reconhecimento dos pares portugueses

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A vinda a Portugal de Sheila Jordan, a convite de JNPDI! para participar no concerto do seu 5.º aniversário, tem levado algumas figuras do jazz e da música nacional a pronunciarem-se sobre esta cantora histórica.

Aqui ficam alguns dos testemunhos que têm saído na imprensa.

Jacinta

"Não conheço a obra completa de Sheila Jordan, mas acho que ela teve um papel importante no canto vocal de jazz, 'scat singing. Apesar de não ter saltado, desde logo, para a ribalta, é uma figura de referência".

André Sarbib

"É muito boa intérprete e ocupa um papel de destaque no panorama das cantoras brancas de jazz".

Joel Xavier

"Sheila Jordan é uma das poucas vozes brancas de jazz da sua geração. E é sem dúvida uma lenda viva no que respeita ao panorama das intérpretes brancas. Mas o melhor é vê-la e ouvi-la ao vivo".

Jorge Borges

"É uma lenda viva do jazz e já tive o prazer e o privilégio de a ver e ouvir no Angrajazz 2005. Fiquei impressionado com a jovialidade e a grande empatia da senhora com o público e recomendo vivamente este concerto".

20 de setembro de 2008

Fly no Ciclo Internacional de Jazz 2008

O trio FLY, constituído por Mark Turner (sax-tenor), Larry Grenadier (contrabaixo) e Jeff Ballard (bateria), actuou ontem em Carnaxide integrado no Ciclo Internacional de Jazz 2008 - Som da Surpresa.

É um excerto deste espectáculo notável que o seguinte vídeo testemunha através do tema "I fall in love too easily", canção em que se destacam Mark Turner e o solo de contrabaixo de Grenadier


17 de setembro de 2008

Barros Veloso a solo no Hot Clube

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JNPDI! acompanhou esta semana uma das famosas terças-feiras de jazz de António José de Barros Veloso no Hot Clube de Portugal e registou em vídeo um excerto da sua interpretação de "Too late now".


Maria João grava com David Linx...

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Maria João e Mário Laginha andam imparáveis neste ano em que celebram 25 anos da sua carreira discográfica.

Depois do CD Chocolate, com edição prevista para Novembro, na passada semana estiveram no Porto a gravar um novo trabalho na Casa da Música. Este é um registo ambicioso e que conta a participação do cantor belga David Linx e da

...e actua com a orquestra de Count Basie

Mas as novidades não se ficam por aqui... No dia 29 de Outubro Maria João actua no Campo Pequeno com a Count Basie Orchestra, juntamente com Carlos do Carmo, Camané, Manuela Azevedo e Lula Pena.

Este é definitivamente um dos anos mais marcantes da sua carreira e aquele que marca todas as parcerias musicais.

15 de setembro de 2008

Jazz na Terceira: viagem aos bastidores de um livro

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Foto: JNPDI/JMS

JNPDI! foi hoje à noite acompanhar o início da impressão do livro Jazz na Terceira: 80 Anos de História, da autoria de João Moreira dos Santos e António Rubio, obra que é apresentada no dia 2 de Outubro, às 18h30, em Angra do Heroísmo, no decurso do AngraJazz.

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Foto: JNPDI/JMS

O primeiro passo da impressão em offset é gravar a laser numa chapa metálica foto-sensível o que se pretende imprimir. Como este livro é impresso a quatro cores são necessárias quatro chapas (uma para cada cor básica) para cada página (na verdade, tudo está planeado e é executado em cadernos, que no fundo são conjuntos de 16 páginas) que constitui o miolo do livro.

Obtidas as chapas, dá-se finalmente início ao processo de impressão. Para o efeito, o impressor ajusta electronicamente a máquina para que as quatro chapas fiquem perfeitamente alinhadas e as cores correspondam ao definido na maqueta do designer.




O passo seguinte é colocar as referidas chapas na gigantesca máquina, onde vão impressionar um rolo de cauchu que imprimirá depois por contacto com o papel. Terminado o processo de impressão, todas as chapas serão recicladas.




Programada a máquina, nomeadamente no que se refere à tiragem pretendida, é dada a ordem de imprimir. A reduzida tiragem de 1000 exemplares de o Jazz na Terceira não permite sequer que a máquina funcione ao ritmo mais elevado para que está preparada, o que já dá uma ideia da velocidade de impressão possível de obter em grandes projectos.




Iniciado o processo, são debitadas as primeiras folhas e com a máquina sempre em funcionamento é levada uma amostra para uma ampla mesa. O objectivo nesta fase é acertar a qualidade de impressão, garantir que as fotografias não saem tremidas (devido a diferenças na sobreposição das quatro chapas) e identificar eventuais imperfeições fruto de impurezas de anteriores impressões. Para aferir tudo isto, o impressor recorre a um conta-fios com uma capacidade de ampliação até 9x.




Feitos os ajustes necessários na máquina, começam desde logo a sair impressões já com as novas especificações, repetindo-se este processo até todas as chapas estarem perfeitamente alinhadas e as cores corresponderem ao pretendido pelo designer e autores.



O próximo passo são os acabamentos (corte, dobragem, formação dos cadernos, costura, etc), o qual tentaremos também acompanhar nos próximos dias.

14 de setembro de 2008

Hoje fala-se de Jazz em Cascais

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"Jazz em Cascais: Passado, presente e futuro" é o título da palestra que decorre hoje, dia 14 de Setembro, no Centro Cultural de Cascais pelas 18h0 no âmbito do ciclo de comemorações dos 80 Anos de Jazz neste Concelho.

Intervêm João Moreira dos Santos e António José de Barros Veloso.

A entrada é livre.

12 de setembro de 2008

Sofia Ribeiro consagrada na Polónia

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A cantora de jazz Sofia Ribeiro ficou classificada em primeiro lugar na primeira edição da competição internacional “Voicingers 2008: International Jazz Competition for Singing Musicians", que se disputou no auditório “Na Starówce” em Zory, na Polónia, entre 29 e 31 de Agosto.

A cantora foi uma das 12 seleccionadas através de uma maquete para as semi-finais, que se realizaram nos dias 29 e 30. Para a final foram seleccionadas 3 vozes, que tiveram a oportunidade de actuar novamente no dia 31, tendo Sofia arrecadado o primeiro prémio.

O júri foi presidido pela legendária cantora norueguesa Karin Krog, conhecida, entre outros, pelo seu trabalho com Dexter Gordon, sendo os restantes elementos Pascal Anquetil (editor da conceituada revista “Jazzman” e director do Centro de Informação de Jazz em Paris - IRMA) e o famoso cantor polaco Jorgos Skolias.

Esta é a confirmação de um talento que tem acumulado sucessos em diversos países da Europa e Estados Unidos. Sofia Ribeiro editou já dois CDs com o contrabaixista do Luxemburgo Marc Demuth e frequenta actualmente o segundo ano do mestrado em canto jazz no prestigiado Conservatório Nacional de Paris. Professora na Escola Superior de Música do Porto (ESMAE), ganhou em 2005 o segundo prémio da Competição Internacional de Jovens Cantores de Jazz em Bruxelas.

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Sofia Ribeiro nasceu em Lisboa em 1978.

É licenciada em canto jazz pela E.S.M.A.E. (Porto), onde foi aluna de Fay Claassen e Maria João, e onde actualmente lecciona. Durante o curso realizou intercâmbios de um ano na E.S.M.U.C. em Barcelona, e na Berklee College of Music em Boston, onde foi aluna de Bob Stoloff como bolseira, tendo recebido o prémio "Oliver Wagmann Memorial Scholarship", destinado a uma "cantora extraordinária que alcançou excelência académica".

Lançou em 2005 o seu primeiro CD, Dança da Solidão, em duo com o contrabaixista Marc Demuth, e o segundo CD Orik em 2008, com o Quarteto de Marc Demuth. Em 2005 ganhou o segundo prémio da Competição Internacional de Jovens Cantores de Jazz em Bruxelas. Em 2007 entrou no mestrado em canto jazz no Conservatório de Bruxelas como aluna de David Linx e frequenta actualmente o segundo ano no prestigiado Conservatório Nacional de Paris (CNSMDP).

11 de setembro de 2008

JNPDI completa hoje 5 anos e convida Sheila Jordan para festejar no CCB no dia 1 de Outubro

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O Jazz No País do Improviso! completa hoje 5 anos de existência. Criado em 11 de Setembro de 2003, o blogue recebeu até hoje mais de 200 000 visitas, registando uma média mensal superior a 4 000 visitantes e um total de quase 2300 posts.

O 5.º aniversário de JNPDI! é comemorado no próximo dia 1 de Outubro (Dia Mundial da Música) com um concerto pela lendária Sheila Jordan - a última sobrevivente das grandes vozes criativas do jazz - no pequeno auditório do Centro Cultural de Belém, acompanhada por uma secção rítmica nacional, composta por Filipe Melo (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria). O concerto conta ainda com a participação dos convidados Maria Viana (voz) e João Moreira (trompete).

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Natural de Detroit, cidade que a viu nascer um ano antes da Grande Depressão, Sheila Jordan foi criada pelos avós no cenário de pobreza das minas de carvão da Pensilvânia. Cantar tornou-se, assim, um escape para os blues infligidos por uma existência difícil no seio de uma família com problemas graves de alcoolismo.

A adolescência foi já vivida nos clubes de jazz de Detroit, um género de estágio para a futura profissionalização. Para já era tempo de aprender o idioma, o que Sheila Jordan fez ouvindo até à exaustão os discos do seu grande mestre, Charlie Parker, músico que lhe chamava “the kid with the million dollar ears”. A aprendizagem através da audição e emulação de um saxofonista e não de outras cantoras, marcou desde logo o carácter único da sua voz no panorama do jazz.

Data igualmente desta época a sua irreverência e inconformismo: se o jazz era uma música criada pelos negros, Sheila Jordan fazia questão de cantar com eles, o que gerou a recriminação por parte da comunidade branca nuns Estados Unidos racialmente segregacionistas.

Foi na Detroit dos anos 40 que conheceu músicos como Tommy Flanagan, Barry Harris e Kenny Burrell e também Skeeter e Mitch. Estes últimos reconheceram imediatamente o seu talento e convidaram-na a integrar aquele que viria a ser o trio vocal Skeeter, Mitch And Jean (Sheila), grupo que cantava pioneiramente versões dos solos de Parker. Foi com Skeeter que Sheila Jordan aprendeu a arte do scat singing, algo que domina como poucas vozes no jazz.

No início dos anos 50 os preconceitos raciais tinham assumido tal gravidade em Detroit que Sheila Jordan – constantemente interpelada e ameaçada pela polícia à saída dos clubes de negros – decidiu mudar-se para Nova Iorque, o que lhe possibilitou seguir Charlie Parker. Aí acabou por casar com Duke Jordan, então pianista deste ícone do jazz, e estudar com o célebre Lennie Tristano. Os primeiros tempos na Big Apple não foram, todavia, fáceis, obrigando-a trabalhar como secretária. Sheila aproveitava, contudo, as noites para mergulhar nos clubes de jazz, muito especialmente o Minton’s Playhouse, verdadeiro alfobre do be-bop, e no Page Three, o seu primeiro palco nova-iorquino.

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O ano de 1962 revelar-se-ia marcante e decisivo na sua carreira ao trazer-lhe a oportunidade de gravar pela primeira vez e fazer desde logo história. De facto, Sheila Jordan foi a primeira cantora contratada pela editora Blue Note durante o reinado de Alfred Lion e aí lançou Portrait of Sheila. Um mês antes, apenas, participara no disco The Outer View, de George Russell, e fizera já história ao cantar e gravar – pela primeira vez na história do jazz – sem qualquer acompanhamento instrumental.

A falta de um agente e a sua ousadia e originalidade como cantora haveriam, porém, de a penalizar. De facto, durante mais de 12 anos Sheila Jordan não voltaria a um estúdio de gravação, vendo-se obrigada a permanecer, de igual forma, no limitado circuito de clubes de Nova Iorque, actividade que complementava com o ensino no City College. A sua carreira sofria ainda com a maternidade “solteira” de uma pequena criança, o que era um obstáculo a uma carreira internacional que já se adivinhava, e com um período negro de dependências químicas.

Em 1975, os ventos começaram a soprar de feição e Sheila Jordan foi convidada a gravar pela editora japonesa East Wind e assim nascia Confirmation. Dois anos depois, lançava um disco decisivo na sua carreira, ao gravar Sheila apenas com o contrabaixo de Arild Andersen, fruto das experiências que já ensaiara anos antes com Steve Swallow no clube Page Three. Mais uma vez, assumia o risco da diferença… e, claro, da eventual rejeição, mas o público estava agora preparado para Sheila Jordan, assim como a crítica – nos anos 60 e 70, venceu por nove vezes a votação dos críticos da revista DownBeat na categoria «Talento que merece maior reconhecimento» – e as oportunidades de gravar e editar multiplicaram-se, com colaborações com o pianista Steve Kuhn, cujo quarteto integrou.

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A colaboração com Andersen seria apenas o prelúdio para uma intensa e profícua parceria musical que estabeleceria a partir dos anos 80 com os contrabaixistas Harvie Swartz – músico que a acompanharia durante largos anos – e Cameron Brown, músico com o qual gravou I’ve Grown Accustomed to the Bass (2000) e Celebration (2005).

Em 2008, Sheila Jordan recebeu o Mary Lou Williams Women in Jazz Award, prémio que vem somar-se às múltiplas distinções com que tem sido agraciada ao longo da sua carreira.

PODCAST #5 de JNPDI!

Já está disponível neste blogue o podcast #5 de JNPDI.

A emissão de hoje é dedicada aos seis novos lançamentos discográficos da notável colecção do Monterey Jazz Festival.

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10 de setembro de 2008

Mark Turner oferece 2000 dólares pelo saxofone roubado

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"O Mark Turner continua sem ter notícias do seu saxofone-tenor e em desepero de causa já está disposto a oferecer 2.000 USD pela recuperação do mesmo", informa Luís Hilário. A importância de um instrumento para um músico é elevada pois representa a sua sonoridade.

Para auxiliar na busca, Mark Turner, que agradece à comunidade jazzística pela ajuda que lhe tem dado nesta autêntica caça ao saxofone, disponibilizou agora os dados do seu instrumento:

"The horn is a super balanced action selmer, serial number49256. It is in a black Walt Johnson case with two mouthpieces in it (ottolink # 7, morgan # 9). Also there was a blue backpack with an iphone in it and a purple rolled up yoga mat".

Esperemos, pois, que o instrumento apareça, a bem do músico e da imagem de Lisboa como capital turística e de gente honesta, nomeadamente os profissionais dos táxis.

Se tal não suceder espontaneamente, JNPDI! manifesta desde já a sua diponibilidade para lançar on-line uma recolha de assinaturas para apresentar uma reclamação e queixa junto da ANTRAL, entidade associativa dos taxistas, que certamente terá mecanismos para identificar o autor do desvio deste instrumento.

JAZZ volta a Oeiras

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É já em Setembro que decorre a 5ª edição do Ciclo Internacional de Jazz de Oeiras, festival que este ano apresenta um cartaz composto por dois combos norte-americanos e dois grupos portugueses.

Dos EUA chegam o Trio FLY, que reúne dois acompanhantes do pianista Brad Mehldau (Larry Grenadier e Jeff Ballard) com o inspirado saxofonista Mark Turner, e o Quinteto do trompetista TOM HARRELL, cujo mais recente disco Light On (2007) tem recebido as mais elogiosas críticas quer nos EUA quer na Europa.

A representar Portugal apresentam-se a OJM - Orquestra de Jazz de Matosinhos, num projecto dedicado à música do guitarrista americano Kurt Rosenwinkel, que se apresenta igualmente como solista, e o Quarteto de LAURENT FILIPE, com o seu mais recente projecto “The Song Band”.

BILHETEIRA
Preço dos bilhetes:
plateia – 8,00 € / balcão – 6,00 € (desconto: 20% para: – 25 anos e + de 65 anos)

8 de setembro de 2008

Procura-se sax-tenor de Mark Turner...

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O músico Mark Turner, que participou no festival Jazz.pt, acaba de regressar a casa desolado e sem o seu saxofone-tenor...

A história é simples e chegou-nos através de Luís Hilário, programador do Hot Clube.

Mark Turner deixou o seu estimado saxofone na bagageira de um táxi de Lisboa e quando se apercebeu de tal facto parece que ainda correu atrás do mesmo, mas o taxista ou não ouviu ou não quis ouvir o pedido para parar.

O instrumento foi deixado no dito táxi por volta das 03h00 da noite de 7 para 8 de Setembro, num percurso entre o snack-bar Galeto, na Av. da Républica, e a Residencial Alegria , na praça com o mesmo nome.

Pede-se a quem tenha alguma informação sobre o paradeiro de um Saxofone-Tenor que aqui deixe nota disso sob a forma de comentário.

6 de setembro de 2008

Sangam no Museu do Oriente: música com alma e muito ritmo

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Como já se previa, o concerto do projecto Sangam de Charles Lloyd, Zakir Hussain e Eric Harland revelou-se não só um espectáculo notável, mas também cheio de surpresas e momentos inesperados, com Lloyd a aventurar-se na bateria e Harland a mostrar os seus dotes pianísticos, algo que o disco deste trio não permitia testemunhar tão bem quanto ao vivo.

Nota altíssima para Hussain na percussão (e há poucos como ele) e para os seus cânticos e diálogos com Harland por entre os intricados ritmos em múltiplos compassos ditos inconvencionais, mas que actualmente já são bastante correntes no jazz e na música improvisada de qualidade.

O grande impacto que o concerto criou obrigou a encore, tendo Lloyd surpreendido o público, que já abandonava o auditório do Museu do Oriente, ao regressar a solo para um último tema.

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É precisamente um excerto desse tema que o seguinte vídeo documenta.



À conversa com os músicos nos bastidores, apurámos que este é o 22.º e último concerto da digressão do Verão de 2008 de Lloyd, que agora regressa a casa, algures nas florestas da Califórnia. Aproveitámos a oportunidade para conversar com este saxofonista, flautista, pianista e compositor sobre a sua estreia em Portugal em 1966, episódio de que tem boa memória, recordando o papel decisivo de Villas-Boas: "O Luís Villas-Boas foi importante na época porque acreditou em nós e trouxe-nos. Lembro-me do Luisiana e do hotel com a esplêndida piscina. Na época eu era um fã de automóveis e havia o circuito de Cascais..."

Lloyd contou-nos ainda como em 1967, em plena Guerra Fria, foi convidado a tocar na URSS, o que sucedeu "porque um grupo de poetas e cientistas ouviu-nos na rádio através da Finlândia e convidou-nos". Esta lança na Rússia teve um episódio assaz curioso, como recorda Lloyd: "Depois de termos ido à Rússia eles baniram o saxofone. Disseram que tinha excitado muito as pessoas!"

Aos 70 anos, Lloyd continua a desbravar novos caminhos, tendo tocado recentemente na Coreia para uma audiência de 25 000 pessoas e apostando no emergente mercado asiático, para onde tem já vários concertos agendados.

Quanto a Zakir Hussain, segue amanhã para Nashville para gravar um CD com Bela Flack, célebre instrumentista de banjo que recentemente lançou um disco em parceria musical com Chick Corea.

Eric Harland revelou-nos que para além dos grupos Sangam e SF Jazz Collective, toca agora com o seu próprio projecto, no qual participam o jovem e talentoso Taylor Eigsti (piano) e Julian Lage e ainda um contrabaixista indiano, "um verdadeiro génio", afirma convictamente. "You gotta hear him!"

À saída do Museu do Oriente, os fãs mais afoitos não dispensaram os tradicionais autógrafos e as fotografias da praxe com Lloyd e com os músicos a quem este se dirige como "maestro Hussain" e "maestro Harland".

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Charles Lloyd hoje no Museu do Oriente

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O trio Sangam, formado por Charles Lloyd, Zakir Hussein e Eric Harland, estreia hoje em Portugal, no Museu do Oriente, pelas 21h30

Este projecto, que agrega elementos de música indiana e uma base coerente de jazz, surgiu em 2004 quando os três músicos se reuniram para homenagear o baterista Billy Higgins, com quem Lloyd gravou o álbum duplo Which way is East.



Neste espectáculo, Charles Lloyd interpreta saxofone, flauta, piano e tarogato, com Hussein nas tablas e Harland na bateria.

A não perder!

PREÇO: € 20,00

5 de setembro de 2008

I Festival Jazz.pt

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Foto JNPDI/JMS

Realizou-se ontem no pátio traseiro ao Hot Clube de Portugal o primeiro concerto do I Festival Jazz.pt, evento realizado pela revista homónima, a única que se publica entre nós sobre este género musical.

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Foto JNPDI/JMS

Este primeiro espectáculo foi preenchido pelo trio Talmor/Swallow/Nussbaum, formado pelos músicos Ohad Talmor (saxofone-tenor), Steve Swallow (baixo eléctrico) e Adam Nussbaum (bateria).

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Foto JNPDI/JMS

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Foto JNPDI/JMS

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Foto JNPDI/JMS

JNPDI! registou alguns momentos em vídeo.





Vejamos este concerto apenas sob a perspectiva da secção rítmica: baixo e bateria.



Além da componente musical, o pátio traseiro ao Hot Clube, transformado em esplanada graças ao esforço e carolice da equipa da Jazz.pt, do JACC e do Hot Clube, acomoda ainda uma banca de venda de discos, tendo sido arranjado para receber uma pequena mostra de todas as capas das 20 edições da revista Jazz.pt publicadas até à presente data.

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Foto JNPDI/JMS
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Foto JNPDI/JMS

Foi bom ver o Hot Clube receber estes três grandes músicos, tendo-nos motivado sobretudo a presença de Steve Swallow, para nós o baixista eléctrico de referência no jazz se exceptuarmos Jaco Pastorius, que sempre navegou sobretudo na área da fusão do jazz com o rock.

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Foto JNPDI/JMS
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Foto JNPDI/JMS
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Foto JNPDI/JMS

Daqui endereçamos os nossos parabéns à Jazz.pt (e ao JACC – Jazz ao Centro Clube) por esta excelente iniciativa e também pelo seu terceiro aniversário.

4 de setembro de 2008

Podcast #4 de JNPDI!

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Já está disponível na barra lateral direita deste blogue o podcast #4, aqui publicado semanalmente às quintas-feiras.

A edição desta semana é totalmente dedicada ao jazz português difundido pela RTP nos anos 80 e 90, o que equivale a dizer que se vai ouvir apenas material não editado comercialmente.

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