Sangam no Museu do Oriente: música com alma e muito ritmo
Como já se previa, o concerto do projecto Sangam de Charles Lloyd, Zakir Hussain e Eric Harland revelou-se não só um espectáculo notável, mas também cheio de surpresas e momentos inesperados, com Lloyd a aventurar-se na bateria e Harland a mostrar os seus dotes pianísticos, algo que o disco deste trio não permitia testemunhar tão bem quanto ao vivo.
Nota altíssima para Hussain na percussão (e há poucos como ele) e para os seus cânticos e diálogos com Harland por entre os intricados ritmos em múltiplos compassos ditos inconvencionais, mas que actualmente já são bastante correntes no jazz e na música improvisada de qualidade.
O grande impacto que o concerto criou obrigou a encore, tendo Lloyd surpreendido o público, que já abandonava o auditório do Museu do Oriente, ao regressar a solo para um último tema.
É precisamente um excerto desse tema que o seguinte vídeo documenta.
À conversa com os músicos nos bastidores, apurámos que este é o 22.º e último concerto da digressão do Verão de 2008 de Lloyd, que agora regressa a casa, algures nas florestas da Califórnia. Aproveitámos a oportunidade para conversar com este saxofonista, flautista, pianista e compositor sobre a sua estreia em Portugal em 1966, episódio de que tem boa memória, recordando o papel decisivo de Villas-Boas: "O Luís Villas-Boas foi importante na época porque acreditou em nós e trouxe-nos. Lembro-me do Luisiana e do hotel com a esplêndida piscina. Na época eu era um fã de automóveis e havia o circuito de Cascais..."
Lloyd contou-nos ainda como em 1967, em plena Guerra Fria, foi convidado a tocar na URSS, o que sucedeu "porque um grupo de poetas e cientistas ouviu-nos na rádio através da Finlândia e convidou-nos". Esta lança na Rússia teve um episódio assaz curioso, como recorda Lloyd: "Depois de termos ido à Rússia eles baniram o saxofone. Disseram que tinha excitado muito as pessoas!"
Aos 70 anos, Lloyd continua a desbravar novos caminhos, tendo tocado recentemente na Coreia para uma audiência de 25 000 pessoas e apostando no emergente mercado asiático, para onde tem já vários concertos agendados.
Quanto a Zakir Hussain, segue amanhã para Nashville para gravar um CD com Bela Flack, célebre instrumentista de banjo que recentemente lançou um disco em parceria musical com Chick Corea.
Eric Harland revelou-nos que para além dos grupos Sangam e SF Jazz Collective, toca agora com o seu próprio projecto, no qual participam o jovem e talentoso Taylor Eigsti (piano) e Julian Lage e ainda um contrabaixista indiano, "um verdadeiro génio", afirma convictamente. "You gotta hear him!"
À saída do Museu do Oriente, os fãs mais afoitos não dispensaram os tradicionais autógrafos e as fotografias da praxe com Lloyd e com os músicos a quem este se dirige como "maestro Hussain" e "maestro Harland".
Como já se previa, o concerto do projecto Sangam de Charles Lloyd, Zakir Hussain e Eric Harland revelou-se não só um espectáculo notável, mas também cheio de surpresas e momentos inesperados, com Lloyd a aventurar-se na bateria e Harland a mostrar os seus dotes pianísticos, algo que o disco deste trio não permitia testemunhar tão bem quanto ao vivo.
Nota altíssima para Hussain na percussão (e há poucos como ele) e para os seus cânticos e diálogos com Harland por entre os intricados ritmos em múltiplos compassos ditos inconvencionais, mas que actualmente já são bastante correntes no jazz e na música improvisada de qualidade.
O grande impacto que o concerto criou obrigou a encore, tendo Lloyd surpreendido o público, que já abandonava o auditório do Museu do Oriente, ao regressar a solo para um último tema.
É precisamente um excerto desse tema que o seguinte vídeo documenta.
À conversa com os músicos nos bastidores, apurámos que este é o 22.º e último concerto da digressão do Verão de 2008 de Lloyd, que agora regressa a casa, algures nas florestas da Califórnia. Aproveitámos a oportunidade para conversar com este saxofonista, flautista, pianista e compositor sobre a sua estreia em Portugal em 1966, episódio de que tem boa memória, recordando o papel decisivo de Villas-Boas: "O Luís Villas-Boas foi importante na época porque acreditou em nós e trouxe-nos. Lembro-me do Luisiana e do hotel com a esplêndida piscina. Na época eu era um fã de automóveis e havia o circuito de Cascais..."
Lloyd contou-nos ainda como em 1967, em plena Guerra Fria, foi convidado a tocar na URSS, o que sucedeu "porque um grupo de poetas e cientistas ouviu-nos na rádio através da Finlândia e convidou-nos". Esta lança na Rússia teve um episódio assaz curioso, como recorda Lloyd: "Depois de termos ido à Rússia eles baniram o saxofone. Disseram que tinha excitado muito as pessoas!"
Aos 70 anos, Lloyd continua a desbravar novos caminhos, tendo tocado recentemente na Coreia para uma audiência de 25 000 pessoas e apostando no emergente mercado asiático, para onde tem já vários concertos agendados.
Quanto a Zakir Hussain, segue amanhã para Nashville para gravar um CD com Bela Flack, célebre instrumentista de banjo que recentemente lançou um disco em parceria musical com Chick Corea.
Eric Harland revelou-nos que para além dos grupos Sangam e SF Jazz Collective, toca agora com o seu próprio projecto, no qual participam o jovem e talentoso Taylor Eigsti (piano) e Julian Lage e ainda um contrabaixista indiano, "um verdadeiro génio", afirma convictamente. "You gotta hear him!"
À saída do Museu do Oriente, os fãs mais afoitos não dispensaram os tradicionais autógrafos e as fotografias da praxe com Lloyd e com os músicos a quem este se dirige como "maestro Hussain" e "maestro Harland".
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