30 de dezembro de 2003

Se fosse músico de jazz, seria o Chet Baker!

Pois é, depois de visitar o blog A Forma do Jazz a Vir, realizado por um habitué aqui do Jazz No País do Improviso, o Katz, e de responder a um pequeno quizz que dá pelo título de 'Que artista de jazz seria você?' fui confrontado com a realidade: Chet Baker.

E que bela realidade! Teria criado alguns do mais belos momentos de jazz, teria um som inconfundível e um parceiro musical do melhor, o próprio Stan Getz. Já para não falar de algumas das melhores secções rítmicas de sempre, com o Ron Carter, por exemplo, ou o Philly Jo Jones.

Já agora deixo aqui o texto do resultado do quizz:

Voce seria Chet Baker (1929-1988). Chet Baker foi o expoente maximo do West Coast jazz, estilo muito em voga nos anos 50. Trompetista e cantor, o seu estilo intimista atraiu atencoes que foram para alem da sua musica e, ate ao seu tragico fim, despedacou coracoes.

Por falar nisso, e para quem não saiba, o trágico fim a que se refere o texto é a queda da janela de um hotel... Trágico!

29 de dezembro de 2003

Norah Jones para inglês ver e ouvir...

Quanto a Norah Jones há duas notícias a dar.

A primeira é que vem tocar a Lisboa, ao Coliseu (sendo no Coliseu e na acústica que esta sala tem terei de repensar se é assim uma notícia tão boa...), no dia 8 de Junho!

A segunda é que os preços são absolutamente exagerados, claramente proibitivos, notoriamente para inglês ver e ouvir!

Senão vejamos as opções: 20,00 euros e 55,00 euros... Por este último preço só se fosse a Ella Fitzgerald, a Sarah Vaughan ou a Betty Carter.

Pois é, com concertos a estes preços e os discos aos preços que estão, não admira, neste último caso, que floresçam a olhos vistos a pirataria e o download de música pelos mais novos. Discos de Jazz vendidos em Portugal a 18,00 e 20,00 euros, encontram-se nos EUA e na Amazon a partir dos 11,00 euros e até menos.

Lá dizem os especialistas de marketing: «nunca vendas um produto muito acima do preço psicológico, isto é, aquele que o cliente está disposto a pagar por ele, ou arriscas-te a que ele o substitua por outro idêntico que não o teu».

Vem aí Cecil Taylor!

Creio que esta informação é suficiente para pôr muitos em fuga e alguns, poucos, em euforia... É que Cecil Taylor não é propriamente um músico consensual dado o seu estilo muito próprio, muito marcado pelo experimentalismo e pela música atonal.

Da última vez que o vi, foi em Nova Iorque, no Village Vanguard e ainda hoje os amigos que me acompanharam nessa odisseia se referem a ele como «aquele gajo que tocava com os cotovelos»... o que até nem é mentira!

Mas, a verdade é que Cecil Taylor vem mesmo aí e toca no Centro Cultural de Belém em Fevereiro, no dia 17, com o baterista Tony Oxley.

28 de dezembro de 2003

A guitarra de André Fernandes

Ontem fui ao Hot Clube ver e ouvir o grupo Spill, liderado pelo guitarrista André Fernandes, músico que até agora só tinha tido oportunidade de ouvir em disco, no «Ao Paredes Confesso», do contrabaixista Bernardo Moreira.

Este é um grupo que navega pelas áreas da fusão, fazendo pleno uso dos samplers e de outras ferramentas electrónicas, e que ousa inovar, o que é fundamental. Na minha opinião o resultado final é bastante interessante e tem muito potencial, sobretudo se conseguir interagir com a identidade musical portuguesa; talvez só assim consiga adquirir uma voz própria e realmente diferenciada das experiências que se fazem neste mesmo domínio noutros países.

Mas o mais surpreendente para mim foi mesmo o próprio André Fernandes enquanto guitarrista. Está lá a técnica, está o feeling, está a musicalidade e está a capacidade de se adaptar a diferentes contextos. É bom ver que em Portugal a guitarra jazz/fusão já está a um nível tão elevado, o que infelizmente não se pode dizer de todos os instrumentos.

Deste quarteto, destaque ainda para o André Sousa Machado, um 'velho' amigo dos meus tempos na Direcção do Hot Clube, sempre a dar o seu melhor e a viver intensamente cada projecto!

Se o piano eléctrico Rhodes era o do Hot, então é o mesmo em que tocou o próprio Bill Evans, em pleno 'Verão Quente' de 1975. Uma verdadeira peça de museu que na época era transportado em cima de uma camioneta de caixa aberta, o que quase ditou a sua apreensão pelos revolucionários de Abril. O Bill Evans, esse, só perguntava ao Villas e ao Duarte Mendonça o que era aquela palavra escrita em todas as paredes e muros ao longo das estradas: «Revolução».

De certa forma, os Spill são também uma revolução no experimentalismo com raízes no jazz e não deixa de ser curioso vê-los ao vivo na catedral da tradição que é o Hot. É sinal que o clube se sabe adaptar às novas tendências.

26 de dezembro de 2003

Jacinta Live at FNAC

Passeando hoje pela FNAC do Chiado deparei-me com uma excelente surpresa, uma edição do primeiro CD de Jacinta, «A Tribute to Bessie Smith» , agora com um segundo disco contendo quatro temas gravados ao vivo no Forum FNAC.

Ora, eu que tinha assistido maravilhado à actuação de Jacinta na FNAC Chiado, e à sua extraordinária interpretação do clássico «My favourite things», não podia ter melhor prenda discográfica para o meu pós-Natal. E lá está este tema, embora gravado em Março, e mais três outros, estes últimos gravados na FNAC do Norte Shopping.

Para sorte minha, a gravação de «My favourite things» está tecnicamente melhor do que as dos restantes temas, embora não capte a mesma emoção que Jacinta colocou neste mesmo tema já em Setembro, quando tive oportunidade de a ouvir ao vivo pela primeira vez.

Mas o que importa mesmo é que o jazz 'made in' Portugal começa a ter portas abertas que não dão para o abismo!

23 de dezembro de 2003

Já saíu o # 9 da revista «All Jazz»

Já está nas bancas a mais recente edição da única revista portuguesa de jazz, a «AllJazz», talvez a edição com a capa mais conseguida de todas, fazendo uso dos novos discos de Sassetti/Laginha e de Carlos Barretto.

Os destaques desta edição vão para uma entrevista com o pianista Frank Kimbrough, um texto sobre Guido Crepax (o autor de Valentina Rosselli, personagem de BD), um artigo meu sobre a peça de teatro ‘Jazz-Band Infernal’ (a tal do Txim, Txim, Txim, pó, pó, pó, pó...) e um artigo sobre Cecil Taylor, da autoria de Jorge Lima Barreto. Há ainda uma revisão crítica dos mais recentes festivais e concertos. Quanto ao blindfold test o desafio coube ao jovem guitarrista Nuno Ferreira.

Na seccção de discos há muitas novidades e um tratamento aprofundado das reedições da VERVE LPR e das novas edições da FRESH SOUND.

A «All Jazz» está desde hoje à venda nas discotecas Roma (Lisboa), Dargil (Lisboa) e Mundo da Canção (Lisboa), na Viasonica (Lisboa) e nas livrarias Leitura (Porto), Barata (Lisboa e Évora), Bulhosa Livreiros (Lisboa), Tema Publicações (Lisboa), Assírio e Alvim (Lisboa) e Culsete (Setúbal). Na FNAC só a partir de Janeiro, por questões de logística desta rede de lojas.

Já agora, como colaborador da revista, gostava de ter aqui comentários sobre estas 72 páginas de jazz e cultura que bimestralmente saem para o mercado: o que gostam mais, o que gostam menos, o que tem interesse e não tem, pontos fracos e fortes, etc...

O próximo Estoril Jazz é de 'arrajazzar'!

Estive hoje em casa do meu amigo Duarte Mendonça, uma casa onde facilmente qualquer melómano do jazz é feliz, tal a profusão de discos, CD, vídeos, posters, livros, muitos livros!

Além de ter tirado a barriga de misérias, tocando no seu piano alguns trechos de temas como 'Moanin' e 'Summertime' ou 'My Funny Valentine', ainda tive o prazer de ouvir com uma acústica fabulosa um disco do jovem teenager Wynton Marsalis com os Jazz Messengers, uma gravação dos anos 80 que infelizmente ao fim de 20 anos ainda não chegou a Portugal...

Mas o que interessa é o próximo Estoril Jazz. Já aqui tinha falado dele anteriormente e o programa começa agora a ficar definitivo. E que programa! É caso para dizer que em Cascais não será só o Estoril Sol a vir abaixo! Infelizmente e com muita pena minha não posso ainda dar pormenores, os quais guardarei para meados do próximo ano. De qualquer forma os grandes nomes das novas gerações estão representados em força e parece que combinaram todos encontrar-se no Parque Palmela em Julho...

21 de dezembro de 2003

Ainda a Worten...

Ainda sobre as promoções na Worten, não se deixem intimidar se um disco tiver um preço marcado muito superior aos 7,98 euros. É que o preço que conta é o que está no código de barras e não o que está na etiqueta autocolante, que não foi actualizado.

Um conselho: escolham os CDs de que gostam e antes de comprarem vão a uma caixa e peçam apenas para saber o preço. Nalguns deles terão a grata surpresa dos tais 7,98 euros. Não são todos...

Novidades, novidades só na Worten

Se ainda não fez as compras de Natal e o jazz está entre os presentes que pretende (e muito bem!) oferecer, então corra para a Worten do Continente da Amadora.

E porquê? Bom, é que por uma razão misteriosa (creio que para despachar o catálogo de jazz...) há muitos CDs novinhos em folha por apenas 7,98 euros!

Aqui fica uma lista de CDs que comprei nas últimas semanas por este preço:

Mark Turner: Dharma Days
Mark Turner: Ballad Session
Joe Henderson: Lush Life
Joe Henderson: So near, so far
Louis Armstrong: I've Got The World On a String (duplo CD)
Dinah Washington: Dinah Sings Bessie Smith:
Ella Fitzgerald: Ella at Duke's Place
Ella Fitzgerald: Sings The Irving Berlim Song Book (duplo CD)
Shirley Horn: You Won't Forget Me
Nicholas Payton: Dear Louis

As maiores promoções são no catálogo da VERVE, especialmente nos clássicos que estão agora a ser reeditados, e da WARNER. Discos que na FNAC custam 18.00 euros, 20.00 euros ou mesmo 25.00 no caso dos duplos.

Agora já não há desculpas para não oferecer bom jazz aos amigos neste Natal!

Obrigado Pedro e Bizarrologia!

Tenho de reparar aqui uma grande falta da minha parte; é que este blog não seria possível sem o apoio do meu irmão Pedro e da sua empresa, a Bizarrologia.

A ele, programador informático, e à Bizarrologia um muito obrigado!

É no servidor da Bizarrologia (www.bizarrologia.com) que está alojado gratuitamente o Jazz No País do Improviso! Esta empresa é especializada em formação e desenvolvimento de software e lá trabalham alguns dos Coltrane, Miles, Paker e Monk desta área.

Há swing em Finding Nemo!

Há neste filme da Disney dois intervenientes de que gosto particularmente.

O primeiro é o peixe-palhaço protagonizado pelo Nemo. Quem já teve, como eu, um aquário de água salgada com peixes tropicais conhece bem o encanto deste pequeno peixe das anémonas que dá pelo termo científico de amphiprion. Eutive um muito pequeno, como o Nemo, e era irresistível. O que talvez as pessoas não saibam é que há vários tipos de peixe palhaço para além do clássico cor de laranja com riscas brancas.

O segundo é o swing e um toque de jazz que percorre algumas das canções da banda sonora composta por Thomas Newman. Uma das canções, e logo a que fecha o filme, parece-me muito bem interpretada e é bom sair do cinema a estalar os dedos, cheio de swing. Estive agora a pesquisar na net e este tema dá pelo nome de "Beyond the Sea", foi composto por Bobby Darin e é aqui cantado por Robbie Williams. Muito bem cantado, diga-se, até para os meus ouvidos que não apreciam por aí além o dito cantor.

19 de dezembro de 2003

It's cookin'!

Boa notícia esta que acabo de receber via e-mail.

Há uma editora no mercado nacional que está interessada em editar as minhas gravações dos grandes concertos no Hot Clube de Portugal.

São gravações históricas que cobrem o início dos anos 90, uma das épocas de ouro do Hot, tal a qualidade dos músicos que passaram pela Praça da Alegria.

Desde há algum tempo que tem sido minha intenção partilhá-las com os amantes do jazz e esta editora foi-me agora aconselhada pelo presidente do HOT, o Eng.º Bernardo Moreira, de cuja direcção fiz parte nos primeiros anos.

O que se pode esperar destas gravações?

Muito, sobretudo as actuações de alguns gigantes do jazz e também o concerto de comemoração do 40º aniversário do HOT, com um pequeno discurso de Luís Villas-Boas, em 1990, a anteceder uma excepcional apresentação de Eddie Henderson.

A concretizar-se, esta edição será também uma importante iniciativa para documentar a história do HOT, isto sem falar no prazer que certamente dará a quem presenciou os concertos ou a quem tão simplesmente gosta de ouvir bom jazz.

Um sonho que pode vir a ser realidade, assim se reúnam as necessárias condições.

18 de dezembro de 2003

O jazz nasceu no minho...!

Realmente os portugueses estão um pouco por todo o lado. Imagine-se que até no jazz fomos 'pioneiros'!

É esta a tese de uma senhora que há muitos, muitos anos atrás afirmava aos quatro ventos que o pai dela, um senhor do minho, é que tinha inventado o jazz e que um 'preto inteligente' o tinha roubado quando da sua permanência nos EUA.

Voltarei a este assunto no meu livro sobre a história do jazz em Portugal.

Stay tuned!

One night with Blue Note - DVD


Está no mercado um excelente DVD que dá pelo título de «One Night With Blue Note».

Este DVD exibe um espectáculo com alguns dos melhores nomes da editora Blue Note, gravado nos anos 80 (salvo erro em 1985) e que a RTP já tinha emitido entre nós há alguns anos atrás.

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Entre os gigantes do jazz participantes contam-se: Lou Donaldson, Art Blakey, Freddie Hubbard, McCoy Tyner, Herbie Hancock, Grover Washington Jr., Reggie Workman ou Ron Carter.

Os temas são do melhor (é obrigatório ouvir o contrabaixo de Reggie Workman em «Summertime»...), a qualidade áudio e vídeo é irrepreensível e só é mesmo pena não existirem extras.

À venda na FNAC (e haverá alternativa??) por cerca de 25,00 euros.

17 de dezembro de 2003

Duarte Mendonça, 30 anos a produzir o jazz de que a 'gente' gosta!

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Regresso hoje a um assunto de que já tratei aqui há uns dias, os 30 anos de produção de jazz que Duarte Mendonça completa em 2004. São trinta anos imbatíveis uma vez que foram vividos non-stop, sempre a produzir, ano após ano, o que faz também de DM o produtor que mais músicos de jazz trouxe a Portugal.

Volto a este assunto porque a listagem de músicos que DM trouxe a Portugal e que eu aqui tinha publicado estava incompleta, uma vez que só se reportava ao Cascais Jazz (1974-1988), e também porque esta listagem é útil para quem queira situar o ano em que determinado jazzman tocou entre nós.

Aqui fica, pois, o que faltava... e que mesmo assim ainda não está completa porque não contempla o GALP JAZZ e outros concertos!

PROJAZZ 1989-2002 'ESTORIL JAZZ/JAZZ ON A SUMMER DAY FESTIVALS'

1989 - Tommy Smith (UK),Al Grey, Red Rodney, Dick Oatts, Norman Simmons, The Manhattan Transfer, Timeless/Glenn Miller Band, Sacha Distel.

1990 - Michel Legrand,George Benson, The Harper Brothers, Marcus Roberts, Rufus Reid, Clark Terry, Sir Roland Hanna, Kenny Burrell, Kenny Washington, New York Voices, Roberta Flack, Betty Carter.

1991- Supremes, Timeless/Glenn Miller Orchestra, Tito Puente/Celia Cruz, Moore By Four, NYJO Orchestra, Leny Andrade, Reggie Workman, Alan Dawson, Barney Kessel, Hal Galper, Bill Pierce, Terence Blanchard, Hal Galper Trio.

1992 - Robin Jones 'King Salsa', Kit Mc Clure Orchestra, Chris Connor, Annie Ross, 'Queen' Esther Marrow, Sheila Jordan, Frank Morgan/George Cables, Thelonious Monk Jr, Hank Jones, Count Basie Orchestra, Hilton Ruiz, Paquito D'Rivera, Maceo Parker, Bill Bruford's Earthworks.

1993 - Tito Puente and his Golden Men of Latin Jazz, Joe Henderson, Jimmy Smith, Lionel Hampton and his Golden Men of Jazz, John Horler, Art Themen, J. J. Johnson, Sonny Rollins, Jeanie Bryson, Etta Jones, Carol Sloane, Houston Person, Norman Simmons, Rufus Reid.

1994 - Jesse Davis/Tete Montoliu, Tom Harrell Quintet, Mc Coy Tyner?s Big Band, Bernardo Sassetti trio with Buck Hill, Danilo Perez/David Sanchez Quartet, Joshua Redman Quartet, with Brad Mheldau, Lucky Peterson Blues Band, Toots Thielemans Brasil Project Johnny Griffin/Horace Parlan, Aly Ryerson, Unpredictable Nature, Kronos Quartet.

1995 - Joe Louis Walker, Irakere,Mário Barreiros Sextet, Maceo Parker Sextet, James Carter Quartet, Nat Adderley Quintet, Jimmy Johnson Blues Band, George Shearing Quintet, Ray Brown Trio, Kevin Mahogany, Count Basie Orchestra, Tribute to Charlie Parker, Mulgrew Miller Trio, Gary Bartz, Nicholas Payton, Kim Kalesti, Marion Cowings, Modern Jazz Quartet, 1996 ? Stephan Grappelli, Charlie Haden, Trudy Lynn, Tony Bennett, Vanguard Jazz Orchestra, Lucky Peterson, Betty Carter, Blue Note All Stars, Bobby Watson & 'New Horizon', Carnegie Hall Jaz Band, Phil Woods, Shirley Scott Trio, David ?Fathead? Newman, Jon Hendricks, Brian Lynch, Tanareid, Nick Brignola, Jane Ira Bloom, Diana Krall, Joe Lovano, Ahmad Jamal.

1997 - Tribute to Gerry Mulligan with Nick Brignola, Ronnie Cuber, Gary Smulyan, 'Guitar Summit' w/ Mark Whitfield, Russell Malone, Doug Raney + Kenny Barron Trio, 'Golden Gate Quartet',Dave Brubeck Quartet, Mc Coy Tyner, Woody Herman, Abbey Lincoln, Jerry Gonzalez, Bud Shank, Conte Candoli, Sue Raney, Frank Foster Orchestra, Nicholas Payton, Tony Bennett, Vanessa Rubin, Leroy Jones, Glenn Miller Orchestra, Jessica Williams, Ingrid Jensen, Paquito D'Rivera.

1998 - Lincoln Center Jazz Orchestra, 'The Temptations', Dianne Reeves, Ray Brown, Steve Turre, Jerome Richardson, Lew Tabakin, Terell Stafford, Phil Woods Orchestra, Joe Louis Walker Blues Band, Keith Smith, Scott Hamilton, Tony Bennett, , Art Garfunkel, António Hart, Tribute 'to Ella & Chick' w/ Charmine Michelle, + Tuxedo Big Band.

1999 - 'Mambomania', Ray Brown, Diana Krall, Kevin Mahogany, Nancy King, Eddie Palmieri, Kenny Barron, Charlie Haden Duo.

2000 - 'Mambomania', Regina Carter

2001 - Alfredo Rodriguez, Orlando Poleo, Charles Lloyd, Chris Potter, Hal Galper, Frank Wess/Terell Stafford, The Brecker Brothers, Frank SinatraJr./Woody Herman, Bill Carrothers, Warren Vaché, Benny Green, Jesse Davis

2002 - Yaida de La Casa de La Trova, Orlando Poleo, Diane Schuur, Mingus Big Band, Tierney Sutton, 'El Indio', Heath Brothers, Gary Bartz, Stefon Harris, Rufus Reid, Bobby Mc Ferrin, Kenny Barron, Russell Malone, Terence Blanchard

2003 - Mulgrew Miller trio e Benny Wallace, Claudio Roditi, Harry Allen, Steve Turre, Cedar Walton, Rodney Whitaker, Carl Allen, Vanguard Jazz Orquestra, Orquestra de Jorge Costa Pinto, Jean Pierre Gebler All Stars, Quinteto de Ralph Peterson, Quarteto de Wayne Shorter, Dave Holland Big Band, Scott Hamilton.

16 de dezembro de 2003

O seu a seu dono!

Por falar em TV Interactiva, lembrei-me de lançar aqui um repto interactivo aos leitores deste blog, mediante um jogo simples e lúdico.

A coisa é simples: lembrem-se dos vossos temas de jazz preferidos, standards ou não, pensem neles como um barrete e então escolham uma ou mais personalidades, portuguesas ou internacionais, em que ele melhor sirva. Ou dediquem-lhes simplesmente aquela canção que sempre quiseram dedicar...

Eu dou o pontapé de saída.

Marcelo Rebelo de Sousa: «Teach Me Tonight»
Ferro Rodrigues: «Perdido»
Alberto João Jardim: «Stormy Weather»
Manuela Ferreira Leite «Put'em Down Blues» / «Oh, Lady Be Good!»
Durão Barroso: «Mercy, Mercy, Mercy»
Paulo Pedroso: «Never Make Your Move Too Soon»
Fidel Castro «You're next»
Saddam Hussein «Mr. Gone» / «Memories of You»
George Bush: «I've Got The World On a String»

E depois ainda dizem que o jazz não é contemporâneo...

Ok, agora é só colocarem as vossas dedicatórias nos comentários que eu depois faço uma lista final com as melhores!

Obviamente, devolvo-a!

Confesso que a notícia que li no «Expresso» deste Sábado foi a gota de água ou, melhor, o último byte.

Então não é que depois de convencerem as pessoas que a TV Interactiva é que era, agora a TV Cabo vem dizer a um jornalista do «Expresso» que já não é importante, que vão desinvestir, etc...

E eu que estava à espera que me substituíssem o bicharoco que tenho cá em casa, que além de roncar (e bem alto) não faz mais nada! Há dois meses que não dá cor de si e que da linha de apoio da TV Cabo prometeram enviar o 'veterinário' para levar o monstro e trazer algo mais user-friendly e, sobretudo, que funcionasse!!

Pois, mas sendo assim e uma vez que 'a TV interactiva já não é importante para a TV Cabo' dos trabalhos, obviamente devolvo-a e rescindo o contrato. É que sendo cliente esta notícia fez-me fazer um bocado figura de urso...

Mas o que é que isto tem a ver com jazz, perguntam os leitores deste blog?

Tudo. É nas entranhas do calinas do bicho que estão as minhas gravações preferidas do canal Muzzik e do Sax Azul... Ou seja, impõe-se uma autópsia com recuperação dos órgãos ainda vitais do bicho.

Assim não tem Graça, Bau.

Bum!!

Pronto, já interagi com a minha set-top box... podem mandar o cangalheiro!

A ameaça do jazz na rádio

Nós, amantes do jazz, que tanto nos queixamos que hoje em dia a rádio é mais 'pimba' e vira-o-disco-e-toca-o-mesmo (as famosas playlists), só podemos sorrir com a ameaça que os jornalistas viam no jazz em plenos anos 30.

Nessa época foi manifestada alguma preocupação pública com a possibilidade altamente indesejável de, sem o controlo directo do Estado, poder aparecer alguma estação radiofónica que ameaçasse a cultura portuguesa com o excesso de 'jazz-bandismo', tal era a força deste fenómeno nas elites culturais.

'Jazz-bandismo' até era uma expressão que convinha aos detractores do jazz, já que remetia para o 'jazz-banditismo'... o que quer dizer o 'assalto dos negros' ao último reduto dos brancos no século XX: a cultura.

Deste 'assalto' falarei no meu livro sobre a história do jazz em Portugal, que tem para já um título provisório: «Jazz em Portugal: 80 anos de xim, xim, xim, pó, pó, pó, pó». Este nome deriva de uma peça de teatro anti-jazz, escrita precisamente nos anos 30, por um funcionário do regime de Salazar.

É uma daquelas pérolas que só Portugal e os portugueses sabem produzir...

14 de dezembro de 2003

Ella nem sabe nem sonha...

Ella Fitzgerald nem sabe nem sonha que há em Portugal, no século XXI, quem pense que Ella se distinguiu nas lutas feministas!

Pois é, mas há. Esta é a verdade nua e crua.

Quetionada no concurso 'Quem Quer Ser Milionário', hoje emitido pela RTP 1, uma concorrente escolheu esta opção entre as que permitiam responder à pergunta 'Em que se distinguiu Ella Fitzgerald?'.

As outras opções eram a) na música jazz; c) no canto lírico; d) na luta contra o racismo.

A desconfiança, porém de que esta não seria a resposta correcta levou a concorrente a gastar uma ajuda do público entre o qual ainda houve quem votasse nas opções que não a a), que, enfim, lá saíu ganhadora com cerca de 75%.

Ela há cada uma...


Rão Kyao no Cascais Jazz 80

Interessante este disco que nos apresenta o concerto de Rão Kyao no Cascais Jazz 80, com 'prefácio' de Villas-Boas. Encontrei-o hoje, ao disco, abandonado numa prateleira do Carrefour de Oeiras, eu que nem me lembrava da sua existência.

10 euros? Nem hesitei! E ainda bem porque este registo evidencia o excelente músico que Kyao é. Há aqui uma sonoridade e um estilo que lembram Dexter Gordon, por exemplo, e há um fraseado bem jazzy.

Música do tempo em que ainda não abundavam em Portugal bons músicos de jazz e portanto Rão surge acompanhado de três ingleses: Mike Carr (piano), Erica Howard (contrabaixo, em alta!) e Alan Clare (bateria). Os temas, esses, são todos de Rão, o mais espiritual de todos os nossos músicos e o que mais pontes lançou para o cruzamento musical com outras culturas, creio.

A edição é da Movieplay Portuguesa, editora que desde já saúdo e a quem endereço os parabéns por apostar no jazz. Já agora deixo-lhe também uma sugestão: porque não editar o melhor de cada Cascais Jazz? O registo áudio e vídeo existe; é só uma questão de obter as necessárias autorizações dos músicos (os que ainda estão vivos) e das editoras.

Ora aqui está algo em que a Câmara Municipal de Cascais podia participar, já que o Cascais Jazz é o grande marco cultural deste concelho nos anos 70 e 80, tal como o é hoje o Estoril Jazz.

Jazz nas repartições de finanças...

O meu amigo Bernardo Fontes, activista cívico, acaba de me explicar a importância do swing para caracterizar o jazz, isto partindo de uma analogia simples com a administração pública em geral e as repartições de finanças em particular.

É que apesar de aí haver muita improvisação nem por isso há jazz! Falta, diz ele, o swing...

Eu até nem estou muito de acordo porque o que nós, míseros e reles contribuintes, mais fazemos é balançar de guichet em guichet, de repartição em repartição. Mas concordo que ainda assim não há jazz na Administração Pública até porque nas ditas repartições a música é outra e o principal hit é ainda e sempre o «Paga primeiro, reclama depois». Ora o jazz é a música do momento...

Agora digo eu... porque será que o governo e os políticos em geral não conseguem produzir bom 'jazz' de que o povo goste, isto apesar de toda a improvisação que caracteriza a sua actividade?

Resposta: porque a sua actividade é feita de clichés (muitos deles repetidamente ensaiados e combinados), porque não temos um Coltrane, um Parker, um Miles (sobretudo um Miles, um inovador e visionário) mas temos imensos Braxtron, e porque a música que nos dão é produzida essencialmente para a sua auto-satisfação ou para entreter meninos, ou seja, pouco própria para seres pensantes.

Pois é, e depois quando nos chega aos ouvidos 'música' do estrangeiro cai o Carmo e a Trindade! Se Bruxelas tocasse mais alto, haveria de haver muito político em baixa...

Há jazz no Natal

Quem quiser passar um Natal embalado pelo swing tem à sua disposição um apreciável conjunto de discos de notável qualidade e de tal musicalidade que até o Pai Natal bate o pé e marca o ritmo à sua audição. Além do mais são discos que nos trazem uma certa proximidade à Big Apple, o que é sempre agradável.

Aqui ficam, pois, algumas sugestões, ainda que correndo risco de ser acusado de comercialismo... rótulo em que não me revejo:

- Verve Presents: The Very Best of Christmas Jazz
- Ella Fitzgerald: Ella Wishes You a Swingin' Christmas
- Jingle Bell Jam: Jazz Christmas Classics
- NPR Jazz Christmas With Marian McPartland and Friends II
- Rosemary Clooney: White Christmas
- Making Spirits Bright: A Smooth Jazz Christmas
- A Nancy Wilson Christmas
- A Concord Jazz Christmas, Vol. 2
- Warner Bros. Jazz Christmas Party
- Jeff Hamilton: Late Night Christmas Eve
- Traditional Jazz Christmas
- Helen Merrill: Christmas Song Book
- Ella Fitzgerald's Christmas
- Merry Christmas from Cole & Fitzgerald

Infelizmente nem todos estes discos estão disponíveis em Portugal, mas podem sempre chegar-nos pelas renas da Amazon...




11 de dezembro de 2003

Duarte Mendonça, 30 anos a produzir jazz em Portugal

Duarte Mendonça é o produtor que mais anos de experiência soma na promoção do jazz em Portugal e em 2004 comemora excatamente 30 anos neste ofício.

Tudo começou em 1974, ao lado de Luís Villas-Boas, no Cascais Jazz. Onde Villas-Boas representava o sonho e o pinoneirismo de ver nascer um grande festival de jazz, Duarte Mendonça trouxe o profissionalismo e a determinação indispensáveis para o concretizar.

A ele se devem, por exemplo, os primeiros esforços organizados, profissionais e sistematizados de promoção dos concertos de jazz na imprensa, a planificação rigorosa e temática dos programas de cada festival e uma gestão criteriosa e realista dos orçamentos.

A ele se devem o Jazz Num Dia de Verão, o Jazz Num Dia de Primavera, o Estoril Jazz, o Galp Jazz e muitos mais concertos organizados um pouco por todo o país a partir dos anos 70.

Já nos anos 90, Duarte Mendonça foi pionerio e visionário ao apostar nos Cursos Projazz como instrumento de enraizamento cultural do jazz nos jovens músicos portugueses, alguns dos quais se apresentaram anos depois nos seus festivais. Estes cursos trouxeram a Portugal professores que eram/são autênticas lendas vivas do jazz: Clark Terry, Kenny Burrell, Rufus Reid, Bobby Watson, Sir Roland Hanna, Kenny Washington, Reggie Workman, Alan Dawson, Barney Kessell, Hal Galper, Billy Pierce, Terence Blanchard.

Estruturalmente, Duarte Mendonça tem pautado as suas produções por um princípio consistente: tentar não repetir os músicos. É assim que tem contribuido para revelar novos talentos como, por exemplo, Diana Krall, vinda a Portugal em 1996, quando era ainda uma ilustre desconhecida.

Fundamentais para a concretização destes 30 anos foram, claro, o público, as autarquias, particularmente a Câmara Municipal de Cascais, algumas empresas, como a GALP, e uma equipa sólida e coesa, assim como os contactos internacionais que possibilitam a contratação dos melhores nomes do jazz.

Os 30 anos de Duarte Mendonça na produção de jazz vão ser comemorados apropriadamente em 2004, para o que foi constituída uma Comissão de Honra (que conta já, entre outros, com António Capucho, Presidente da Câmara Municipal de Cascais) e uma Comissão Organizadora. Além disso, o programa do Estoril Jazz 2004 é dos melhores de sempre, assim estejam reunidas as condições para o concretizar.

Este pequeno artigo não ficaria completo sem uma retrospectiva do vasto e impressionante elenco de músicos que Duarte Mendonça trouxe a Portugal desde 1974, um grupo impressionante e suficiente em qualidade e em quantidade para organizar um mega-festival durante meses a fio...

Dexter Gordon, Phil Woods, “Musical life of Charlie Parker” with Red Rodney, Ray Copeland, Waymon Reed, Francis Williams, Al Cobbs, John Gordon, Sonny Stitt, Charles Mc Pherson, Eddie “Lockjaw” Davis, Budd Johnson, Cecil Payne, Jay Mc Shann/George Wein, Bobby Tucker, Earl May, Mickey Rocker, Dizzy Gillespie, Curtis Fuller, Gato Barbieri, Charles Tolliver, “The Music of Louis Amstrong” with: Joe Newman, Pee Wee Erwin, Jimmy Maxwell, Eddie Hubble, Kenny Davern, Dick Hyman, George Duvivier, Bobby Rosengarden, Blanche Thomas, Earl Hines, Marva Josie, Gary Bartz, Roy Haynes, Charlie Mingus, Johnny Griffin, George Duke, Art Blakey, and the Jazz Messengers (twice), Shelly Manne, Clifford Thornton, Odetta, Sammy Price, Freddie Hubbard, Toots Thielemans, Nancy Wilson, Albert King, Thad Jones/Mel Lewis Orchestra, Milt Jackson, Sonny Stitt / Tete Montoliu, Billy Higgins, Sam Rivers, Betty Carter, Buddy Guy / Junior Welles, Didier Lockwood, Dizzy Gillespie/ James Moody, Billy Harper, Cedar Walton, John Abercrombie, Martial Solal, George Adams / Don Pullen, Chet Baker (twice), La Four (Bud Shank/ Laurindo Almeida), Richie Cole, Mingus Dinasty : Sir Roland Hanna, Jimmy Knepper, Ricky Ford, Johnny Coles, Reggie Johnson, Joe Chambers, Arthur Blythe, Magic Slim and Teardrops, Big Voice Odom, Chicago Blues Festival, c/ Buster Borton / John Little John, Wynton Marsalis, “Tribute to Louis Amstrong” and Benny Goodman with Peanuts Hucko, Billy Butterfield, Trummy Young, Marty Napoleon, Jack Lesberg, Gus Johnson, Fenton Robinson, Joanne Brackeen, with Joe Henderson, Pharoah Sanders, David Schnitter, Lou Donaldson, Horace Silver, Adam Makovicz / James Morrison, Carmen Mc Rae, Red Norvo/Tal Farlow, Chico and Von Freeman, Bobby Mc Ferrin, Al Haig, Bobby Hutcherson/Jackie Mc Lean, Machito, Don Friedman, Johnny Griffin / Eddie “Lockjaw” Davis, John Eardley, Benny Golson/Art Farmer Jazztet, Kevin Eubanks, Phil Woods Quintet with Tom Harrell, Tony Williams Quintet, Archie Shepp, Stephane Grappelli, Lonnie Smith, Chet Baker, Bill Evans, Harry “Sweets” Edison, Bud Johnson, Marian Mc Partland, George Duvivier, Alan Dawson, Clark Terry, Illinois Jacquet, Hank Jones, Oliver Jackson, Soft Machine Buck Clayton, Arlo Guthrie, Country Joe Mc Donald.

10 de dezembro de 2003

Qual é a editora qual é ela...?

Há entre nós uma editora de jazz que tem vindo a demonstrar ao mercado como se 'vende' esta música aos críticos, sabendo exactamente quem escreve sobre o quê e onde, para depois enviar à pessoa certa o disco certo.

Desta forma, a tal editora garante que os seus discos encaixam o melhor possível nas preferências pessoais de cada crítico, não os condenando à partida. Isto porque é notório que há críticos que preferem o jazz mainstream e outros são mais dados ao free, por exemplo. Assim, quando um disco de Braxton aterra nas mãos dos primeiros ou um disco de Parker sobrevoa os ouvidos dos segundos há três coisas que normalmente acontecem: 1) escrevem e arrasam; 2) não escrevem; 3) escrevem uma crítica morna, sem qualquer compromisso de opinião para evitar melindres.

Já agora, qual será a representante de uma grande editora norte-americana de jazz que promete discos aos críticos e depois na volta do correio envia um envelope cheio de nada? Concordemos que não é a melhor estratégia para promover o jazz e algo me diz que um dia destes a estória acaba nos escritórios da casa mãe...

Um mesmo país, uma mesma música e duas realidades tão distintas.

Enfim, tudo isto existe, tudo isto é... jazz!

9 de dezembro de 2003

104.5 FM: Há Jazz no Alentejo

Recebi um e-mail simpático de António Branco, o realizador e apresentador do "Improvisos Ao Sul", um programa de jazz da Rádio Voz da Planície, emitido às sextas-feiras, entre as 23h e as 24h, a partir de Beja.

Jazz e Alentejo parece-me um casamento muito feliz: o da boa musica com uma das poucas regiões em Portugal que ainda não cedeu ao betão e onde é possível ouvir o silêncio e ver um magnífico céu estrelado.


5 de dezembro de 2003

Hoje é noite de Curtis Stigers, o último concerto de jazz de 2003

Para quem quer acabar o ano 2003 em grande - depois de todas as desgraças que estes 12 meses trouxeram aos portugueses - hoje à noite há jazz do bom no CCB (Centro Cultural de Belém), com Curtis Stigers e a sua voz revelação.

Esta é uma iniciativa de Duarte Mendonça e da Projazz, com o patrocínio exclusivo da GALP, uma das poucas empresas, além da Jazztel (melhor seria se com este nome...) e da Citroen, que apoia a chamada 'música clássica norte-americana', e já lá vão quase 15 anos.

Há tantos empresários e políticos que afirmam nas entrevistas à imprensa que gostam de jazz, mas apoios nem vê-los! Pelo menos o Eng.º Belmiro já deixou bem claro que jazz não é com ele.

Não havia necessidade...

O 'azar' bate à porta de todos e desta vez houve 'gato' (e preto) na 10ª Colina, empresa produtora de espectáculos.

É que, francamente, anunciar o concerto do Chick Corea no CCB como o primeiro deste pianista em Portugal depois de uma ausência de 10 anos... 'não lembra ao careca', como gosta de dizer o Professor Marcelo Rebelo de Sousa.

Ora, se as minhas contas não falham é muito simples: estamos em 2003; 2003 menos 10 anos dá 1993; em 1993 ainda não havia Seixal Jazz nem em sonhos; o Seixal Jazz começou em 1996.

Moral da história, o Chick Corea tocou no Seixal Jazz em 1998... Ou seria um clone? Um fantasma? É verdade que não tocou com esta formação que trouxe ao CCB, mas tocou.

Ok, ok, nós até gostamos que mais produtoras tragam jazz a Portugal, mas cuidado com os 'gatos' porque estas imprecisões normalmente dão azar...

3 de dezembro de 2003

O que se passa na Rádio Marginal?

Bem, primeiro do que tudo passa-se jazz e do bom! Jazz clássico, a maior parte dele cantado, jazz 'soft' para ouvir em casa ou no trânsito numa fuga ao stress dos dias atribulados próprios desta época.

Mas também se passa algo que me parece bem menos positivo. Na semana passada a Rádio Marginal anunciava o sorteio de bilhetes para o concerto da Jacinta no CCB, no dia 2 de Dezembro, mediante um simples telefonema dos ouvintes para um número que nem sequer era de valor acrescentado. Sucede que este número mal era anunciado ficava imediatamente ocupado e quando cinco minutos depois alguém do lado de lá atendia a chamada era para dizer que os bilhetes disponíveis já se tinham esgotado... «Ligue amanhã...».

Ora bem, parece-me a mim que a haver poucos (2, 4?) bilhetes disponíveis para o sorteio diário (conclusão a que chego pelo acima exposto), melhor seria terem concentrado a oferta num só dia e numa só hora. O contrário equivale a irritar os ouvintes que como eu ligaram e não viram nada, ponderando seriamente a hipótese de deixar de ouvir esta rádio. O contrário equivale ainda a total desapontamento: depois de tanta publicidade em torno desta oferta o ouvinte é confrontado finalmente com um rotundo «não há».

Já diz a sabedoria popular que não se deve dar um passo maior do que a perna... para que não se tropece e estenda ao comprido.

Ou, como diriam os profissionais de marketing, 'se tens um tonelada de milho para vender anuncia na televisão; se tens uma saca anuncia na rádio; se tens uns parcos kilos anuncia na imprensa; se tens uns grãos conta apenas aos amigos'.


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