Curtis Stigers, a voz de que se fala faz-se ouvir dia 5 no CCB
Já a preparar o concerto de Curtis Stigers no CCB, no próximo dia 5 de Dezembro, hoje foi dia de ouvir dois dos seus registos para a editora Concord e confirmar que esta voz tem futuro no jazz, tanto como o passado que teve na pop, onde contracenou com os grandes nomes, de Clapton a Rod Stewart (este músico lançou recentemente o II volume de canções do american songbook e não está nada mal!).
Já agora, aqui fica uma breve biografia de Stigers, que também toca saxofone.
CURTIS STIGERS
A voz deste cantor e a sua carreira são um caso sério de ambivalência e sucesso a duas vias, combinando o melhor de dois mundos. É que Curtis Stigers faz a ponte entre o jazz e a pop, entre os quais tem alternado no seu percurso musical, mas sem nunca comprometer a identidade específica de cada um destes estilos.
É por isso que a crítica musical o tem visto como um híbrido entre o Elvis Costello, da pop/rock, e o Mark Murphy, do bebop, tal como o descreveu recentemente o jornalista Stephen Holden, do «New York Times». Sobre Curtis Stigers, afirmou Holden que ainda que a sua voz seja «mais forte e o seu fraseado mais fluente do que o de Costello, possui a mesma vibração». Por outro lado, a semelhança com Murphy manifesta-se ao nível dos solos em scat singing.
Acontece que agora Curtis Stigers está de volta ao jazz de corpo e alma, ou o jazz a ele, e traz consigo um novo registo discográfico, «Secret Heart», e um trio musculado que pratica um jazz «straight-ahead» e sem concessões. Além disso, traz ainda o seu saxofone tenor, o que ajuda a imprimir ainda mais swing aos arranjos musicais dos temas e a emprestar-lhes uma certa chama do rock ?n? roll.
Nascido no Estado do Idaho, Stigers dirigiu-se para a ?big apple? aos 21 anos, onde musicalmente tudo acontece, mas também onde o trigo é separado do joio e é necessário muito talento e infinita persistência para vencer. Stigers evidenciou ambas as qualidades e quatro anos depois, em 1991, o seu disco de estreia, «Curtis Stigers», já vendia nada menos do que dois milhões de exemplares. «I Wonder Why» foi o single com mais sucesso, embora restem poucas dúvidas do porquê do sucesso quando se ouve a sua obra discográfica e se percebe que Stigers procura vestir os velhos standards com uma nova indumentária musical e vocal, além de trazer novos temas para o jazz e uma voz irrepreensível.
Na música pop e rock, Stigers apontou ao topo e foi no topo, com Elton John, Eric Clapton, Bonnie Raitt e Rod Stewart, que teve a oportunidade de efectuar várias digressões a nível mundial. Em 1992, alcançou enorme sucesso com ?(What?s so funny ?bout) Peace, Love and Understanding?, um tema de Nick Lowe que integrou a banda sonora do célebre filme «The Bodyguard».
Discograficamente, Stigers tem estado activo e em 1995 gravou o seu segundo registo, com o título «Time Was», a que se seguiram «Brighter Days» (1999), «Baby Plays Around» (2001) e «Secret Heart» (2002). Estes dois últimos registos foram já gravados para a prestigiada editora Concord, cujos créditos são sobejamente conhecidos, assim como as suas exigências de qualidade no que respeita ao seu catálogo de artistas.
Stigers tem ainda participado em gravações e tocado com músicos de renome no jazz, como Gene Harris, Toots Thielmans, Randy Brecker, Jimmy Scott, Frank Wess ou Red Holloway.