A propósito de Payton
A propósito de Payton, aqui fica uma breve biografia que escrevi há três anos para o programa de um espectáculo que deu no Estoril Jazz.
Oriundo desse berço revigorado que tem sido Nova Orleães, Payton mostrou desde cedo a sua paixão pelo jazz e pela música ao pedir, aos quatro anos de idade, um trompete como presente de Natal. Para a rápida aprendizagem do instrumento que o músico revelou muito contribuíram, claro, a formação musical do pai (contrabaixista) e da mãe (pianista).
Não é assim de estranhar que aos nove anos Payton já acompanhasse o pai na Young Tuxedo Brass Band, mesmo não sabendo ainda ler música, e que aos doze anos obtivesse o seu primeiro trabalho, tocando com a ?The All Stars Jazz Band?. Mas foi Wynton Marsalis, seu conterrâneo, que desempenhou um papel crucial na carreira do trompetista, orientando a sua aprendizagem e recomendando-o ao pianista Marcus Roberts e ao baterista Elvin Jones.
Virtuoso, Nicholas Payton, tal como tantos outros músicos da nova geração de jazzmen, possui uma sólida formação musical, tendo começado por ingressar na New Orleans Center for Creative Arts (NOCCA), na qual estudou com o trompetista Clyde Kerr Jr., daí seguindo para os bancos da Universidade de Nova Orleães, para estudar com Ellis Marsalis.
Desde 1990, então com 17 anos, Payton tem tocado com alguns dos nomes maiores do jazz, de entre os quais se destacam principalmente Clark Terry, Marcus Roberts, Elvin Jones, Joe Henderson e Jimmy Smith, e, paralelamente, tem igualmente trabalhado com as orquestras do Lincoln Center e do Carnegie Hall, as quais tem integrado para interpretar obras de Jelly Roll Morton, King Oliver, Count Basie e Duke Ellington. Mais recentemente, Payton participou numa série de concertos na Europa, denominados ?Trumpet Summit?, com Jon Faddis, Wynton Marsalis e Roy Hargrove.
Em 1994, Payton gravou com o saxofonista Jesse Davis o álbum «High Standards», editando em 1995 o primeiro registo discográfico como líder, intitulado «From This Moment». E, desde esse preciso momento, Payton editou já mais alguns registos de grande qualidade: «Gumbo Nouveau», «Payton?s Place» e «Nick@Night».
Além de músico, Payton assume também o papel de formador, tendo inclusivamente participado nos Cursos Projazz, em Portugal, e de actor, papel em que se estreou em 1996, no filme ?Kansas City?, do realizador Robert Altman.
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