31 de julho de 2010

V Roteiro do Jazz em Lisboa a 4 de Setembro de 2010

DSCN1213.jpg

Se quer conhecer os primórdios do Jazz em Lisboa, saiba que está marcada para 4 de Setembro próximo (Sábado) a 5.ª edição do Roteiro do Jazz na Lisboa dos Anos 20/50, um passeio pedonal que percorre cerca de 25 espaços da capital onde decorreram as grandes manifestações jazzísticas entre os anos 20 e 50, visitando teatros, clubes, cafés e antigas lojas de discos.

Com início no Teatro da Trindade (onde se realizaram nos anos 20 os primeiros concertos de Jazz na capital), o Roteiro cruza-se com as actividades de espionagem realizadas por Josephine Baker, nos anos 40, passa pelo restaurante onde a Vénus negra almoçou em 1939, visita clubes emblemáticos e plenos de mistério, como o Bristol e o Maxim, relembra o histórico café Chave D’Ouro e os concertos de Sidney Bechet e Don Byas, e termina junto da 1.ª e 3ª sedes do Hot Clube de Portugal – fundado há 60 anos por Luís Villas-Boas.

O Roteiro do Jazz é guiado por João Moreira dos Santos, historiador do Jazz em Portugal, autor dos livros Jazz em Cascais: Uma História de 80 Anos, O Jazz Segundo Villas-Boas, Duarte Mendonça: 30 anos de Jazz em Portugal, co-autor de Jazz na Terceira: 80 Anos de História, fundador do blogue Jazz no País do Improviso, autor de artigos de fundo sobre a história do Jazz para o jornal Expresso e a revista Blitz, colaborador do site norte-americano AllAboutJazz e antigo crítico de jazz do jornal A Capital (1995/99) e das revistas O Papel do Jazz (1997) e All Jazz (2001/2004).


V ROTEIRO DO JAZZ EM LISBOA - Sábado, 4 Setembro 2010
P R O G R A M A

10h00 - ENCONTRO

1 - Teatro da Trindade (10h00: ponto de encontro)
2 – Livraria Barateira
3 - Restaurante "Primavera do Jerónimo"
4 - Teatro São Luiz
5 - Teatro São Carlos
6 - Discoteca Columbia
7 - Casa Valentim de Carvalho
8 – Custódio Cardoso Pereira
9 - Café Chave D'Ouro
10 - Teatro Nacional D. Maria II
11 - Casa Odeon
12 - Bristol Club
13 - Clube Majestic/Monumental

13h00 - ALMOÇO (livre)

1 – Arcádia
2 - Coliseu
3 - Olympia
4 - Condes
5 - Eden
6 - Salão Foz
7 - Clube Maxim's
8 - Clube Bal Tabarin Montanha
9 - Clube Alhambra (referência)
10 - Discostudio
11 - CUJ - Clube Universitário de Jazz
12 - Hot Clube de Portugal (1.ª e 3.ª e actual sede)

18h00 - FIM DO ROTEIRO

O custo por cada participante é de 25 blue notes (não inclui almoço nem lanche). O pagamento pode ser feito na altura, desde que confirmada a inscrição.

As inscrições são feitas através do email: joaomoreirasantos@gmail.com



Roteiro do Jazz: História & Memória

O Roteiro do Jazz na Lisboa dos Anos 20/50 teve a sua primeira edição em Junho de 2005, numa organização conjunta de João Moreira dos Santos/JNPDI! e do Centro Nacional de Cultura, na qual participaram cerca de 40 pessoas.

IRoteirodoJazzemLisboa2005.jpg
Guilherme d'Oliveira Martins, Presidente do CNC, no I Roteiro do Jazz em Lisboa

DSCN1223.jpg
Bernardo Moreira, Presidente do Hot Clube, no I Roteiro do Jazz em Lisboa

Seguiram-se uma segunda e terceira edição em Junho e Setembro de 2007, esta última organizada para o Clube dos "Entas", entidade que promove igualmente a edição de 2008, estando ainda prevista uma edição exclusiva para os sócios do grupo desportivo e cultural de uma entidade bancária de referência.

IIRoteirodoJazzemLisboa2007.jpg
Maria Viana encantou no II Roteiro do Jazz em Lisboa

IIIRoteirodoJazzemLisboa2007.jpg
III Roteiro do Jazz em Lisboa: à porta do Bristol Clube, originalmente decorado por Almada Negreiros, palco do Charleston e de um assassínio nos anos 20

A segunda edição foi, porventura, a mais especial e que mais saudades deixou, pois contou com a participação de convidados muitos especiais - Paulo Gil, António José de Barros Veloso e Maria Viana - que proporcionaram momentos únicos a nível musical, felizmente registados em vídeo.




29 de julho de 2010

Charles Lloyd Quartet: Mirror

4144Q-gW9UL._SL500_AA300_.
Source: www.Amazon.com

Em Setembro, o aclamado e prestigiado saxofonista-tenor e compositor Charles Lloyd - cujos concertos em Portugal se têm pautado pela excelência musical, humana e emocional - lança Mirror, o seu mais recente CD na ECM, que será apresentado entre nós no Guimarães Jazz.

Até lá, aqui fica um vídeo/documentário sobre este muito aguardado registo.

.

26 de julho de 2010

"Too Darn Hot"!

A propósito da onda de calor, recordamos aqui uma canção composta por Cole Porter nos anos 40 para o musical Kiss me, Kate. Vale a pena apreciar a letra e as interpretações de Ella Fitzgerald (sem dúvida a mais emblemática) e de Stacey Kent. Separam-nas quase 50 anos.



20 de julho de 2010

Cursos Projazz: Há 20 anos fez-se história na formação jazz em Portugal

em1-3.jpg

Celebra-se no próximo dia 23 de Julho uma data histórica na história do Jazz em Portugal: o 20.º aniversário da criação dos Cursos Projazz.

Em Julho de 1990, seis estrelas do jazz (Clark Terry, Bobby Watson, Sir Roland Hanna, Kenny Burrell, Rufus Reid e Kenny WAshington) e um crítico de jazz notável (Ira Gitler) assentaram arraiais na Escola Salesiana do Estoril, convidados por Duarte Mendonça, produtor do Estoril Jazz.

cursos1990_23.jpg
Mário Franco, João Moreira Santos, Rufus Reid e Yuri Daniel.
Foto de: João Freire

Juntos, os "sete magníficos" protagonizaram durante uma semana (23 a 28 de Julho) a primeira grande acção de formação jazzística realizada em Portugal, ensinando muitos dos mais notáveis músicos portugueses da actualidade.

Além disso, realizaram um concerto notável no âmbito do Parque Palmela, com o qual deram por finda a sua presença em Portugal.



Antes dos cursos Projazz, que tiveram uma segunda edição em 1991, o ensino do Jazz em Portugal estava confinado à Escola do Hot Clube (que à data funcionava ainda na velha cave da Praça da Alegria) e à Escola de Jazz do Porto, esta ainda a dar os primeiros passos. Não surpreendeu, portanto, a afluência de músicos de todo o país aos cursos realizados no Estoril, os quais só tiveram paralelo na actual Lisbon Jazz Summer School, promovida pelo CCB.

19 de julho de 2010

Sachal Vasandani: a nova voz masculina do Jazz

Sachal Vasandani é capaz de vir a dar que falar como cantor de jazz pois tem vários ingredientes para tal, a começar pela voz, pela forma como interpreta e também pela postura. Ainda com apenas dois albuns no mercado, acaba de ganhar nova projecção ao ser classificado como "rising star" no Critics Poll deste ano da Downbeat.



Depois de vários anos de escassez de vozes masculinas, o jazz tem vindo lentamente a conhecer vários cantores, dos quais o expoente máximo continua a ser Kurt Elling.

Será que Elling já tem "par" à altura?

Sheila Jordan acha que sim, a avaliar pela sua apreciação de Vasandani:

"It is very thrilling to have a new male jazz vocalist on the scene. Having toured with Sachal in Japan made me realize what a wonderful jazz singer he is. It's so good to know that jazz singing is alive and doing great because of this talented young man".

17 de julho de 2010

Maria João Mendes dá cartas em Montreux

Há mais uma voz portuguesa a dar cartas nas competições internacionais. Maria João Mendes acaba de se classificar em terceiro lugar no concurso vocal integrado no prestigiado Montreux Jazz Festival, do qual foi júri, entre outros, o gigante Quincy Jones.



Natural do Porto, a cantora formou-se na ESMAE e aprofundou os seus estudos no Conservatório de Roterdão. Com apenas 25 anos, Maria João Mendes já arrecadou outros prémios, nomeadamente o Concurso Internacional de Jazz de Bruxelas e o Neederlands Jazz Vocalisten Concours, que venceu.

13 de julho de 2010

Universal Music reedita pérolas do Jazz

A Universal Music está a reeditar algumas das pérolas do seu extenso e precioso catálogo. Desta feita, são registos incluídos na colecção Original Jazz Classics Remasters e que foram originalmente, passe o pleonasmo, editados por labels como a Fantasy, Pablo, Jazzland e Contemporary.

Este catálogo já existia em CD, mas é agora enriquecido com novos booklets e com a remasterização a 24 bits. É caso para dizer que esta colecção nunca teve tantos atractivos marginais à música pois sobre as obras pouco é necessário dizer já que são praticamente todas grandes e essenciais clássicos do Jazz...

41YOTRmkhnL._SL500_AA300_.jpg

Um disco essencial para conhecer a obra do virtuoso guitarrista que foi Joe Pass, músico que alcançou o sucesso com este album em que toca a solo. O tema "All The Things You Are" vale, por si só, este disco gravado em 1973.

51qGgmQuM2L._SL500_AA300_.jpg

Não é dos discos mais conhecidos e emblemáticos do quarteto de Dave Brubeck, mas marca pontos pelas interpretações do pianista e de Paul Desmond em "These Foolish Things", "Perdido", "The Way You Look Tonight", "Stardust" (que tão bem demonstra a sonoridade lírica de Desmond) e "How High the Moon". Foi gravado em 1953 no Oberlin College, no Ohio, e daí o seu título.

51adnfl-LWL._SL500_AA300_.jpg

Aqui está um CD irresistível desde a primeira canção... Um verdadeiro clássico do jazz, juntando o piano de Thelonious Monk e o saxofone de John Coltrane. Dois gigantes, portanto. Este é contudo um disco atípico já que reúne três sessões distintas de gravação, participando numa delas, juntamente com Coltrane, o histórico Coleman Hawkins, entre outros.

51KI%2BHNe6bL._SL500_AA300_.jpg

Este disco evidencia o que acontece quando um saxofonista brilhante decide recriar musicalmente os filmes de cowboys da sua infância e convida, para o efeito, um contrabaixista de excelência, Ray Brown, e um baterista acima de toda a prova, Shelly Manne. O resultado é Way Out West... um clássico do Jazz para o qual foi criada uma capa também histórica em que Rollins surge vestido à cowboy num cenário de deserto. A foto é do consagrado William Claxton.

51jKDVeDjWL._SL500_AA300_.jpg

Deixámos para o fim um grande clássico do Jazz. E é difícil não ficar encantado logo desde o início com o sedutor "You'd be so nice to come home to", que define à partida o tom deste disco: swing e lirismo. O seu título deriva do facto de Art Pepper ter utilizado aqui a secção rítmica de Miles Davis - Red Garland, Paul Chambers e Philly Joe Jones - considerada a melhor da época (anos 50).

8 de julho de 2010

VOZES3 abrem hoje o Funchal Jazz

O grupo VOZES3, um projecto de JNPDI que junta Maria João, Maria Anadon e Maria Viana, abre hoje o Funchal Jazz, festival que vai na sua 11.ª edição.

O grupo actua com os músicos Joan Monne (Piano), João Farinha (Piano), Victor Zamora (Piano), Nelson Cascais (Contrabaixo) e Marcelo Araújo (Bateria).



Neste mesmo dia 8, actua seguidamente o Kenny Barron Trio + David Sanchez.

Estoril Jazz continua sexta-feira

Depois dos excelentes concertos da passada semana, sobretudo o do quarteto de Charles Lloyd - que foi notável e encerrou a digressão europeia de Verão desta formação - o Estoril Jazz regressa sexta-feira para a sua segunda semana da edição deste ano.

Vejamos o que se passa nesta segunda e última semana de espectáculos...

9 JULHO: 22h00
Dee Dee Bridgewater

DeeDeeBridgewater2.jpg

Detentora de uma voz poderosa e de grande amplitude e, ao mesmo tempo, de uma capacidade histriónica que lhe tem permitido orientar a sua carreira como cantora transversal a todos os públicos, Dee Dee Bridgewater não esconde, no seu estilo, no seu vibrato, no calor das suas interpretações e na forma de se movimentar em palco, a sua paixão pelas actuações em público.

Por isso estas faculdades lhe permitem nãoapenas exercer o seu métier como uma pura cantora de Jazz mas também como entertainer de espectro mais versátil com relevo para alguns projectos específicos e de certo impacte espectacular que ultrapassam as fronteiras do próprio Jazz, como tem sido patente em inúmeros shows temáticos que tem criado nos últimos anos.

Entretanto, a circunstância de Dee Dee se apresentar no Estoril Jazz num concerto subordinado ao título To Billie With Love: A Celebration of Lady Day leva a depreender que se trata de um projecto bem arreigado ao espírito do Jazz e, mais ainda, de uma séria e comovente homenagem a Billie Holiday, um dos vultos maiores da voz feminina no Jazz, na sequência aliás do disco que já este ano publicou com semelhante dedicatória: Eleanora Fagan (1915-1959): To Billie with Love from Dee Dee (Decca, 2010).

Não é de resto a primeira vez que Dee Dee Bridgewater se interessa pela voz inconfundível de Billie Holiday e pela vida dramática daquela que foi um dos maiores ícones do Jazz de todos os tempos, pois já representara a vida desta no teatro ao cantar em palco, nos anos 80, a personagem principal do musical Lady Day. Mas neste disco, a cantora não opta por qualquer evocação mais directa da voz de Billie, antes nos propõe uma recriação moderna de algum do repertório mais fascinante da sua homenageada, como Mother’s Son-in-Law, Fine and Mellow, Don’t Explain, God Bless the Child ou Strange Fruit que certamente ouviremos também em palco.

Dee Dee Bridgewater apresentar-se-á no XXIX Estoril Jazz com um quarteto de excelentes músicos, liderados pelo brilhante pianista porto-riquenho Edsel Gomez, responsável pelos arranjos, e ainda constituído pelos pendulares Kenny Davis (contrabaixo) e Lewis Nash (bateria) e pelo caloroso saxofonista-tenor Craig Handy.

10 JULHO: 22h00
TRIO 3: Lake, Workman, Cyrille

Trio3.jpg

As três personalidades que esta noite pisam o palco do Estoril Jazz representam a evocação de um certo espírito vanguardista que, durante os anos 60, 70 e seguintes, deu corpo a uma das mutações mais radicais no jazz moderno.

Perfilando-se como alguns dos instrumentistas que, nesse tempo, mais se destacaram em diversos contextos musicais, basta dizer que, para além das suas carreiras individuais ou dos seus estilos pessoais, todos eles estiveram ligados a grupos ou projectos que então emergiram como dos mais importantes da época: o saxofonista Oliver Lake, como membro co-fundador do célebre World Saxophone Quartet; o contrabaixista Regie Workman como membro do quarteto de John Coltrane; o baterista Andrew Cyrille como colaborador dos grupos de Cecil Taylor, Marion Brown, Grachan Moncur III ou Jimmy Giuffre.

Improvisador impetuoso, mesclando no seu estilo a modernidade de um Eric Dolphy ou o apego aos blues de um Maceo Parker, Oliver Lake liderou, com Julius Hemphill e Charles “Bobo” Shaw, entre outros, um colectivo de músicos afro-americanos, The Black Artist’s Group. Companheiro do mesmo Hemphill e ainda de Hamiet Bluiett e David Murray no já referido World Saxophone Quartet, Lake contribuiu para a inegável popularidade deste grupo durante mais de duas décadas.

Já Regie Workman, o mais “clássico” destes três modernistas, tornou-se conhecido na sua carreira como sideman de músicos esteticamente tão diversos como Gigi Gryce, Red Garland ou Roy Haynes, ocupando a estante de contrabaixista (após ter deixado o quarteto de Coltrane) dos grupos de Art Blakey, Yusef Lateef, Sam Rivers, David Murray ou dirigindo o seu próprio Reggie Workman Ensemble.

Quanto a Andrew Cyrille, a sua carreira atingiu o ponto mais alto nos anos 80 e 90, como um dos mais musicais e tecnicistas de todos os bateristas herdeiros do movimento free jazz, mas colaborando noutro tipo de formações como as de Mary Lou Williams, Roland Hanna, Coleman Hawkins, David S. Ware, Ted Daniel, Don Moye, John Carter ou Muhal Richard Abrams.

Por tudo isto, em termos musicais, o concerto pelo trio destes veteranos de peso perfila-se como um dos menos previsíveis do festival deste ano.


11 JULHO: 22h00
Esperanza Spalding

D+-+Esperanza+Spalding+Photo+By+Johann+Sauty_8x10.jpg

Um palminho de cara de traço exótico e um perfil elegante aconchegando um instrumento imprevisível – o contrabaixo – terão sido porventura decisivos para a popularidade de que hoje goza na cena do jazz actual a “latina” Esperanza Spalding. Mas a sua própria prática musical e as companhias com quem tem andado a tocar (e a cantar), bem como algumas das obras discográficas que já foi gravando ou nas quais participou nos últimos anos, ajudam a perceber que a musicalidade natural e a polivalência do seu talento nato desempenham um papel não menos imprescindível na crescente notoriedade da sua ainda curta carreira.

Nascida em 1984 e vivendo a sua difícil adolescência nas vizinhanças de Portland, Oregon, tendo de trabalhar em vários e duros ofícios para ajudar à subsistência de um lar mono-parental, Esperanza Spalding viu despertar nela a paixão pela música desde muito cedo, aprendendo violino e participando na Sociedade de Música de Câmara de Oregon, uma orquestra comunitária na qual tinham assento, enquanto amadores e profissionais, tanto músicos jovens como músicos adultos. Por volta dos 15 anos de idade, mesmo depois de ter sido 1ª. violino (concertino) da orquestra, Esperanza decidiu dedicar-se ao estudo do contrabaixo, estendendo os seus interesses musicais a outros domínios onde o instrumento podia impor-se, como os blues, o funk, o hip-hop e, numa sequência natural, o jazz de maior ou menor ascendência latina.

A partida para Boston e a frequência do Berklee College of Music seria entretanto decisiva para a escolha de uma via musical mais definida, alcançando o bacharelato aos 20 anos e logo passando a exercer a docência, o que a tornou a mais jovem professora de sempre daquela universidade. Em consequência desta sua mudança para a Costa Leste e, em particular, de uma mais profunda participação na cena jazzística nova-iorquina, multiplicou-se naturalmente a sua participação em formações muito diversas, como as de Michel Camilo, Stanley Clarke, Pat Metheny, Patti Austin, Donald Harrison ou Joe Lovano, com a qual já actuou entre nós.

Neste momento da sua carreira, do ponto de vista pessoal, a cantora, contrabaixista e compositora tem vindo a apresentar o seu mais recente disco Esperanza na formação de trio ou de quarteto, no qual participam Ricardo Vogt (guitarra), Otis Brown ou Dana Hawkins (bateria) e o notável pianista argentino Leo Genovese, também já conhecido dos meios jazzísticos portugueses.

NOTA: Biografias fornecidas pela produção do Estoril Jazz.

7 de julho de 2010

Paula Sousa apresenta novo álbum no Museu do Oriente

paula_sousa1.jpg

A pianista e compositora Paula Sousa apresenta Nirvanix, o seu mais recente trabalho, com a participação de músicos do jazz nacional como Afonso Pais, Luís Candeias, Demian Cabaud, João Paulo Esteves da Silva, Jorge Reis, Sara Serpa e André Matos, em concerto no Museu do Oriente, no dia 12 de Julho, às 22h00.

Numa formação standard do jazz contemporâneo, a irreverência do rock, com a universalidade da música clássica, dão uma peculiar sonoridade portuguesa ao novo álbum da artista. O repertório de originais dá lugar a uma liberdade artística honesta, que rompe com os compromissos estéticos habituais, numa reciclagem de som luso que reformula o conceito de importação.

Paula Sousa frequentou o Conservatório e integrou grupos da música pop nacional, como Três Tristes Tigres e Repórter Estrábico. Estudou na escola do Hot Clube e completou o curso em Jazz Performance na Berklee College of Music, de Boston.

Na compra do bilhete para o espectáculo é oferecido o CD da artista e um exemplar da revista Jazz.pt.

Paula Sousa apresenta Nirvanix
12 de Julho :: 22h00 :: Auditório – Museu do Oriente
Público-alvo: M/3
Duração: 90’, sem intervalo
Co-produção: Fundação Oriente/ Seivabruta.org
Preço: € 10,00 (oferta CD + revista Jazz.pt)

Museu do Oriente, Avenida Brasília Doca de Alcântara (Norte) 1350-362 Lisboa
Tel.: 213 585 200 E-mail: info@foriente.pt


NOTA: Texto cedido pela produção do espectáculo

6 de julho de 2010

Louis Armstrong: Good Evening Ev'rybody

51XIcv11o6L.jpg

A Universal Music Portugal acaba de lançar no mercado nacional um DVD que é antes de mais um verdadeiro documento histórico. Good Evening Ev'rybody, que o grande público tem agora oportunidade de ver pela primeira vez, capta em filme de 16mm o concerto de homenagem que George Wein, através do seu Newport Jazz Festival, ofereceu ao "rei do Jazz" quando do seu 70.º aniversário, em Julho de 1970. E em boa altura o fez pois esta foi uma das últimas actuações deste ícone do Jazz e da música do século XX, que veio a falecer precisamente um ano depois, a 6 de Julho, faz hoje 39 anos.

Para essa noite histórica foram convidados alguns gigantes do jazz e da música norte-americana, como Dizzy Gillespie e Mahalia Jackson, e também Ray Nance (que idolatrava Armstrong e deixou neste filme uma notável interpretação do tema "I'm in the market for you"), Jimmy Owens (cuja interpretação de "Nobody knows the trouble I've seen" vale a compra deste DVD só por si), Bobby Hackett (o trompetista favorito de Armstrong), Joe Newman e Wild Bill Davison (trompetista de Chicago que tinha grande admiração por Armstrong). De Nova Orleães, cidade berço de Armstrong, vieram a Preservation Hall Jazz Band (essa banda histórica) e a Eureka Brass Band.



O concerto encerrou com um não ensaiado (como se fosse preciso...) "When the saints go marchin' in" e com "Mack the knife", juntando em palco, num espírito de jam-session, todos os músicos envolvidos, o que por si só é já um momento muito especial, nomeadamente ver e ouvir Armstrong e Mahalia Jackson.

O que torna ainda este DVD especial é o facto de Wein ter decidido filmar também os ensaios para o concerto e registar em entrevista a opinião de Armstrong sobre aquela que foi a sua grande última noite em palco.

3 de julho de 2010

Lisbon Jazz Summer School

logo_LJSS.jpg

A Lisbon Jazz Summer School volta a assentar praça no Centro Cultural de Belém, este ano de 16 a 24 de Julho. Ao longo 9 dias, aí vão ensinar cinco prestigiados músicos de jazz: DANILO PEREZ (director musical e piano), ADAM CRUZ (bateria), BEN STREET (contrabaixo), RUDRESH MAHANTHAPPA (saxofone-alto) e ROGÉRIO BOCCATO (percussão). A pouco mais de uma semana, ainda estão abertas as pré-inscriçõe para contrabaixo ou baixo eléctrico, percussão e saxofone (ou outro sopro).

danilo%20perez%2001.jpg

A LJSS arranca dia 16 com um concerto pelo quinteto de Danilo Perez, espectáculo que representa simultaneamente o concerto de abertura do Festival CCB Fora de Si e é um dos momentos altos da temporada de jazz do CCB.

Danilo Perez, pianista e compositor natural do Panamá, foi este ano nomeado para o Jazz Person of the Year 2010. Apesar de colaborar regularmente com os músicos Wayne Shorter, Wynton Marsalis, Jack DeJohnette ou Roy Haynes, Perez não esconde as suas origens – o aroma do jazz latino está bem presente na sua música.Neste concerto, ao líder do quinteto juntam-se quatro músicos destacadíssimos do actual panorama jazzístico internacional: Adam Cruz, que muitos consideram o maior especialista de jazz em ritmos latinos, e Ben Street, baixista que já tocou e gravou com Kurt Rosenwinkel, Ben Monder e Sam Rivers, dois músicos que formam com Perez o Danilo Perez Trio. A eles juntam-se, neste quinteto, Rogério Boccato, percussionista brasileiro sediado em Nova Iorque, que já acompanhou músicos, como António Carlos Jobim, Hermeto Pascoal, Milton Nascimento, Egberto Gismonti; e Rudresh Mahanthappa, músico de ascendência indiana eleito em 2009 Rising Star-Alto Saxophone pela revista Downbeat, e também Alto Saxophonist of the Year pela Jazz Journalist Association.


Site Meter Powered by Blogger