BERNARDO SASSETTI: UM TOQUE DE ALMA NUM PIANO CONTIDO Por João Moreira dos Santos*
Fonte: Revista Blitz
Um sorriso rasgado, uma gargalhada sonante, dois braços sempre estendidos para acolher quem com ele convivia e duas mãos que traduziam para o piano a rica musicalidade e generosidade da sua alma. Assim era Bernardo Sassetti, cuja partida deixa a cultura portuguesa mais pobre e o mundo mais cinzento porque desprovido da sua colorida luz, feita de sons cristalinos e de puro génio e inspiração.
Difícil desafio este de compor um texto sobre esse ser de excepção que conheci quando em Maio de 1989 ambos participámos num workshop realizado por John Abercrombie no Palácio Fronteira, em Lisboa; ele com 18 anos, eu com 17. Apesar de jovem, tudo nele era já especial: a alegria de viver, flirtando com os mais pequenos acasos da vida, o gosto de comunicar com as pessoas – todas as pessoas –, a forma como articulava as palavras, buscando-lhes a semântica, e, sobretudo, o dom natural para a música e para o piano, que tocava com contagiante prazer.
No início dos anos 90 voltámos a encontrar-nos nos cursos Projazz, leccionados por alguns dos mais conceituados músicos de jazz norte-americanos. Ficou-me sempre na memória aquela tarde de um certo dia do verão de 1991 em que o pianista Hal Galper se deliciou a ouvi-lo tocar numa das aulas realizadas nos Salesianos do Estoril e no final exclamou alto e bom som: “This kid is dynamite!”
Não obstante vários breves diálogos casuais ao longo dos anos, reencontrámo-nos em Março de 2010 no estúdio Namouche, onde Sassetti ultimava, maravilhado, um filme para a apresentação do seu disco Motion no Centro Cultural de Belém. “Silêncio…”, pediu-me, brincando, como quem protege a intimidade de uma acarinhada obra por anunciar.
Finalmente, em Outubro passado cruzámo-nos de novo, agora no estúdio onde se deslocou para gravar a dois pianos com Barros Veloso, médico e músico amador que nos anos 80 lhe dera “a alternativa” numa de muitas jam-sessions realizadas no Hot Club de Portugal. Desta sessão resultou um inspirado “Olhar”, tema por si composto e integrado no CD Doctetos, que tive a honra de produzir. Foi talvez a sua última gravação e também a última vez que o vi e ouvi, mas fi-lo sentado no estúdio ao lado do seu piano, absorvendo a forma como sentia primeiro a música no espírito e procurava depois encontrar no piano, com os dedos tacteando o teclado, a sua mais fiel tradução. Assim era o seu processo criativo.
João Moreira dos Santos, Bernardo Sassetti e Barros Veloso (Out. 2011)
Da clássica para o jazz
Nascido em Lisboa em 1970, três dias depois do Solstício de Verão e sob o familiar, sensível e lunar signo de Caranguejo, Sassetti, o oitavo irmão de uma família ligada há décadas à edição musical e à música, era bisneto de Sidónio Pais, sobrinho-neto de Pedro de Freitas Branco e sobrinho de João de Freitas Branco.
Aos cinco anos já dedilhava na guitarra algumas canções dos Beatles, depois apaixonou-se platonicamente pelo baixo eléctrico e aos nove anos começou os seus estudos com a professora Maria Fernanda Costa, expandidos com António Menéres Barbosa e o ingresso na Academia dos Amadores de Música.
A sua aversão ao solfejo e ao rigor académico levava-o a improvisar sobre o conteúdo das lições pelo que aos 12 anos optou pelo estudo do jazz em detrimento da música clássica. “Era uma espécie de alimento para a alma (…), era uma necessidade vital”, conforme revelou em entrevista a Manuel Luís Goucha, exibida na TVI24 em Dezembro de 2010.
A paixão pelo “som da surpresa” levou-o a sorver sofregamente o jazz durante a adolescência. Fê-lo através da audição de discos dos grandes mestres do piano – que tocava no gira-discos com as rotações a metade da velocidade para melhor poder acompanhar os rápidos solos de Bud Powell –, dos muitos dias passados a copiar discos em casa de Duarte Mendonça (produtor do Cascais Jazz e Estoril Jazz) e nas longas jam-sessions realizadas no Hot Club com os primos Moreira e outros músicos.
Em 1987, com 17 anos, deu início à sua carreira profissional, tendo integrado o quarteto de Carlos Martins e o Moreiras Jazztet. Em Portugal e quando da sua estada em Barcelona, nos anos 90, onde formou um trio com Zé Eduardo, tocou com verdadeiras lendas do jazz, nomeadamente Al Grey, Art Farmer – com quem dizia ter aprendido muito de harmonia e não só –, Freddie Hubbard, Benny Golson e Kenny Wheeler.
Cumprido o serviço militar obrigatório (que o pôs a tocar caixa na banda da região militar de Lisboa), em 1992 partiu para Inglaterra à procura de um jazz mais contemporâneo. Aí tocou com o trompetista Guy Barker, tendo corrido mundo com o seu International Quintet e gravado, entre 1996 e 2002, três discos, um dos quais, Into the Blue, foi nomeado para os Mercury Awards.
A participação num destes discos, em que cantou também Sting, valeu-lhe, a ele que sempre nutrira uma enorme paixão pelo cinema, o convite para tocar no filme “O talentoso Mr. Ripley”, de Anthony Minghella, onde acompanhou a voz do actor Matt Damon. Neste mesmo ano, compôs uma suite orquestral para o filme mudo “Maria do Mar”, de Leitão de Barros.
Espelhos de identidade
Os primeiros discos como líder surgiram ainda nos anos 90: Salssetti, em 1994, e Mundos, em 1996, ambos inspirados pelas extrovertidas músicas do muito mundo que percorreu em digressão e pelas suas muitas influências e preferências.
Após uma ausência discográfica de sete anos, Nocturno, gravado em Belgais, usando um dos pianos de Maria João Pires, revelou em 2002 o Bernardo Sassetti intimista, mestre dos silêncios e das notas que convidam à meditação e ao encontro interior. O sucesso foi imediato, tanto como os muitos ouvidos que logo se apressaram a descobri-lo e redescobri-lo, com Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria), fazendo deste registo o disco instrumental de jazz mais vendido em Portugal.
Em 2003, surgiu ao lado de Mário Laginha, a dois pianos, com as mãos de ambos estampadas numa capa icónica e unidas numa comunhão musical que voltou a dar-se em Grândolas, editado em 2004. Neste mesmo ano, Indigo, o seu primeiro disco a solo, evidenciou um ambiente musical próximo da poesia e lírica de um Bill Evans (pianista que considerava responsável pela sua carreira no jazz), pautando-se por um respiração lenta e sentida, nomeadamente na arrepiante interpretação de «My Funny Valentine». Este disco foi, aliás, a banda sonora perfeita para ilustrar o desgaste que então sentia com as digressões, e mesmo com o jazz, e a sua consequente necessidade de abrandamento e interiorização. Foi esse sentimento que o levou a refugiar-se na fotografia, identificando mesmo a máquina fotográfica como prolongamento do seu corpo.
Um ano depois, Ascent revelou a sua dupla faceta de músico de jazz e compositor de bandas sonoras, combinando temas tocados com dois trios distintos, um jazzístico, formado por Barretto e Frazão, e outro erudito, composto por Ajda Zupancic (violoncelo) e Jean-François Lezé (vibrafone). Neste mesmo ano de 2005, editou Alice, o primeiro de três discos com algumas das várias bandas sonoras que compôs para cinema, incluindo Second Life (2009) e Um amor de perdição (2009).
Sassetti era cada vez mais um contador de histórias, um realizador cinematográfico por realizar que no entretanto ia fixando no piano e nas pautas as primeiras curtas metragens. Exemplo disso foi o disco Unreal sidewalk Cartoon (2006), cujo booklet, com fotografias e montagens fotográficas suas, foi o melhor substituto para uma película por revelar.
É, pois, natural que em face da sua multidisciplinaridade e talentos lhe tenha surgido em 2007 uma inquietante Dúvida, título do disco com a música original que compôs para o espectáculo teatral homónimo. Escreveu então neste CD: “Sobre a música, tenho muitas dúvidas”. Pelo contrário, o público tinha certeza absoluta na sua excepcionalidade como pianista e compositor, rendendo-se à versatilidade e empatia renovadas no disco 3 Pianos, gravado ao vivo no CCB, em 2007, com Mário Laginha e Pedro Burmester.
O seu último CD como líder, Motion, foi editado em 2010, reunindo-o aos seus “velhos” e estimados companheiros musicais, cuja importância evocou num texto da sua autoria: “Muito do que hoje sei devo-o a este trio, ao Carlos Barretto – irreverente como poucos, sempre em constante diálogo com os outros, "astrológico" – e ao Alexandre Frazão – simultaneamente pela força e subtileza que se ouve nas sonoridades da sua bateria e pela energia que dá à dinâmica do trio”.
O prazer de partilhar
Bernardo Sassetti fazia parte daquela categoria especial de pessoas que gostam e precisam de pessoas; aquelas pessoas capazes de, como dizia, aprenderem a “enfiar o ego numa caixa” e simplesmente dar-se, evitando o lado fechado e egocêntrico que reconhecia nos artistas ainda em processo de afirmação: “Estar em palco é sentir a energia da música e ao mesmo tempo sentir também a energia das pessoas” (Goucha, 2010).
Qualquer meio, desde a fotografia ao cinema, servia para cumprir a sua necessidade de partilhar e de se partilhar. E talvez tenha sido essa necessidade de vivências, de se dar, que o levou a abraçar músicas mais populares como a pop e o fado, tendo colaborado com Rui Veloso, Carlos do Carmo, Camané, Luís Represas, Rui Veloso, DaWeasel e tantos outros.
Mas o mais importante na vida e obra de Sassetti, que afirmou em entrevista a Maria João Seixas ser “um terrestre (…) que caminha de uma forma muito aérea, muito suspensa, à procura de qualquer coisa, sobretudo na música, que ainda não sabe muito bem o que é”, foi ter intuído ao piano a sua essência, partilhando esse enriquecedor processo connosco em jeito de um convite que precisa de ser honrado por todas as razões…
Esse convite é para que aprendamos a fazer silêncio num mundo frenético e saibamos ouvir-nos e sentir o coração e não apenas a mente e os múltiplos estímulos que nos rodeiam.
A questão é saber o que faremos com o legado e o exemplo da sua vida e obra.
* Publicado originalmente no «Jornal de Letras» de 16 de Maio de 2012.
«Cascais Jazz: 40 anos de um festival mítico» em brochura com DVD
Já está disponível no Cascais Jazz Club a brochura criada por João Moreira dos Santos, com design de Miguel Mendes, para assinalar o 40.º aniversário do Cascais Jazz (1971-2011).
É um documento de 14 páginas ilustradas que inclui também um DVD com o único documentário audiovisual (realizado por João Abecasis Fernandes e produzido por João Marques) existente especificamente sobre o 1.º Cascais Jazz, o pai de todos os festivais de Jazz em Portugal.
Na capa está, claro, Duke Ellington, e um ramo de cravos, isto em Novembro de 1973, cinco meses antes do 25 de Abril de 74...
A edição é da Jam-Session, Associação Cultural, com patrocínio da Câmara Municipal de Cascais.
Bernardo Sassetti recordado hoje no Jornal de Letras
Sai hoje no Jornal de Letras um artigo de fundo que este periódico me convidou a escrever sobre Bernardo Sassetti, esse astro maior do jazz com quem tive o privilégio de contactar desde os 17 anos de idade (18 dele).
É já amanhã, sexta-feira 11, que arranca mais uma edição do Estoril Jazz, festival histórico que tem conseguido ultrapassar as várias crises económicas e financeiras que têm abalado o país desde a sua criação em 1982, então ainda como Jazz num dia de Verão.
O saxofonista-tenor Art Themen, músico que está ligado a Portugal desde os anos 80, tendo actuado no Cascais Jazz, Estoril Jazz e Hot Club, foi em Abril passado capa da prestigiada revista britânica «Jazz Journal».
JNPDI endereça-lhe daqui um forte abraço de parabéns e o nosso agradecimento pelo envio e partilha da capa desta publicação.
"Roteiro do Jazz" na Ferin com Jazz ao vivo no próximo sábado às 18h00
É já no próximo Sábado, 5 de Maio, pelas 18h00, que é lançado na livraria Ferin (Rua Nova do Almada 70-74) o livro "Roteiro do Jazz na Lisboa dos anos 20-50", da autoria de João Moreira dos Santos. A apresentação está a cargo do maestro Jorge Costa Pinto e conta ainda com jazz ao vivo por Maria Anadon (voz) e Gabriel Godói (guitarra). A entrada é livre.
1.º DIA INTERNACIONAL DO JAZZ CELEBRADO ONTEM NO CNC
O primeiro Dia Internacional do Jazz foi ontem celebrado com uma conferência e a pré-apresentação de um livro no Centro Nacional de Cultura (CNC), evento promovido por JNPDI e o CNC com a participação da representante da UNESCO em Portugal e de Guilherme d'Oliveira Martins (presidente do CNC), António José de Barros Veloso (médico e músico amador de jazz),João Almeida (director da Antena 2) e João Moreira dos Santos (investigador e produtor de jazz).
A conferência decorreu sob moderação de Oliveira Martins, tendo a primeira intervenção sido realizada por Barros Veloso, que contextualizou notavelmente as origens do jazz, explicando a sua relação com as "outras músicas", nomeadamente a erudita e clássica, e também a importância decisiva que a segregação racial desempenhou no desenvolvimento e identidade deste género musical, que considerou "o fenómeno musical mais original e influente do século XX".
João Almeida proporcionou, seguidamente, uma invulgar e interessante viagem auditiva, e não só, pelos compositores da música clássica que desde o século XVII evidenciaram apetência pela improvisação e por formas musicais identificáveis com as que o jazz viria a utilizar a partir do ragtime, tendo revelado o "swing" de, entre muitos outros, Stravinsky, Shostakovich, Ravel e Gershwin.
A sessão prosseguiu com uma breve declaração da representante da UNESCO em Portugal, organismo felicitado presencialmente pela iniciativa de instituir o Dia Internacional do Jazz.
A finalizar, João Moreira dos Santos apresentou uma comunicação subordinada ao tema "Jazz em Portugal: Génese do mensageiro de um novo tempo". Esta palestra incidiu na reacção da sociedade portuguesa à eclosão do jazz entre nós durante os anos 20 e também nos 40 espaços históricos em que este género musical primeiramente se fez ouvir entre os anos 20 e 50, revelando, em primeira mão, muitos concertos e eventos jazzísticos desconhecidos até hoje. A referida intervenção foi pontuada com a audição de discos antigos de 78 rpm, tocados num gramofone da época, a qual permitiu contextualizar o jazz que se ouvia em Portugal nos anos loucos do charleston.
Este evento foi ainda palco da pré-apresentação do livro "Roteiro do Jazz na Lisboa dos anos 20-50", da autoria de João Moreira dos Santos, guia que é oficialmente lançado no próximo dia 5 de Maio, pelas 18h00, na livraria Ferin, em Lisboa, e que foi concebido para assinalar o primeiro Dia Internacional do Jazz
Também o artista plástico Xico Fran quis contribuir para a celebração desta efeméride, tendo exposto na sala de conferências do CNC várias telas da sua autoria.
Um agradecimento especial a Odete Pinto e Paula Colaço Almeida, que tão bem souberam operar a minha máquina fotográfica para obter estas imagens.
...aqui ficam algumas das condições que o Ministério da Educação Popular definiu, durante o Governo de Hitler, para a atribuição de licenças para espectáculos de música de dança.
DEPARTMENT OF POPULAR EDUCATION AND ART
Conditions Governing the Grant of Licenses for Dance Music
NEGROID: Belonging to a Negro race. This includes the African Negroes (and also those living outside of Africa), also Pygmies, Bushmen and Hottentots. NEGRITO: In the wider sense of the term, the short-statured, curly or frizzy-haired, dark-skinned inhabitants of Southeastern Asia, Melanesia and Central Africa.
1. Music: The Embargo on Negroid and Negrito Factors in dance Music and Music for Entertainments.
2. Introduction: The following regulations are intended to indicate the revival of the European spirit in the music played in this country for dances and amusements, by freeing the latter from the elements of that primitive Negroid and/or Negrito music, which may be justly regarded as being in flagrant conflict with the Europeon conception of music. These regulations constitute a transitory measure born of practical considerations and which must of necessity precede a general revival.
3. Prohibition: It is forbidden to play in public music which possesses to a marked degree characteristic features of the method of improvisation, execution, composition and arrangement adopted by Negroes and colored people. It is forbidden in publications, reports, programs, printed or verbal announcements, etc.:
(a) to describe music played or to be played with the words "jazz" or "jazz music."
(b) to use the technical jargon described below, except in reference to or as a description of the instrumental and vocal dance music of the North American Negroes.
Exceptions may Be permitted where such music is intended for a strictly scientific or strictly educational purpose and where such music is interpreted by persons having two or more Negroid or Negritic grandparents.
4. Descripton of The Main Characteristic Features of the Above-Mentioned Music which Differ from the European Conception of Music: The use of tonally undefined mordents, Ostentatious trills, double-stopping or ascendant glissandi, obtained in the Negro style by excessive vibrato, lip technique and/or shaking of the musical instrument. In jazz terminology, the effects known as "dinge," "smear" and "whip." Also the use of intentional vocalization of an instrumental tone by imitating a throaty sound. In jazz terminology, the adoption of the "growl" on brass wind instruments, and also the "scratchy" clarinet tone. Also the use of any intentional instrumentalization of the singing voice by substituting senseless syllables for the words in the text by "metalizing" the voice. In jazz terminology, so-called "scat" singing and the vocal imitation of brass wind instruments.
Also the use in Negro fashion of harshly timbered and harshly dynamic intonations unless already described. In jazz terminology, the use of "hot" intonations. Also the use in Negro fashion of dampers on brass and woodwind instruments in which the formation of the tone is achieved in solo items with more than the normal pressure. This does not apply to saxophones or trombones.
Likewise forbidden, in the melody, is any melody formed in the manner characteristic of Negro players, and which can be unmistakably recognized.
5. Expressly Forbidden: The adoption in Negro fashion of short motifs of exaggerated pitch and rhythm, repeated more than three times without interruption by a solo instrument (or soloist), or more than sixteen times in succession without interruption by a group of instruments played by a band. In jazz terminology, any adoption of "licks" and "riffs" repeated more than three times in succession by a soloist or more than sixteen times for one section or for two or more sections. Also the exaggeration of Negroid bass forms, based on the broken tritone. In jazz terminology, the "boogie-woogie," "honky tonk" or "barrelhouse" style.
6. Instruments Banned: Use of very primitive instruments such as the Cuban Negro "quijada" (jaw of a donkey) and the North American Negro "washboard." Also the use of rubber mutes (plungers) for wind brass instruments, the imitation of a throaty tone in the use of mutes which, whether accompanied by any special movement of the hand or not, effect an imitation of a nasal sound. In jazz terminology, use of "plungers" and "Wah Wah" dampers. The so-called "tone color" mutes may, however, be used.
Also the playing in Negro fashion of long, drawn-out percussion solos or an imitation thereof for more than two or four three-time beats, more frequently than three times or twice in the course of 32 successive beats in a complete interpretation. In jazz terminology, "stop choruses" by percussion instruments, except brass cymbals. There is no objection to providing a chorus with percussion solos in places where a break could also come, but at not more than three such places.
Also the use of a constant, long drawn-out exaggerated tonal emphasis on the second and fourth beats in 4/4 time. In jazz terminology, the use of the long drawn-out "off beat" effect.