1.º DIA INTERNACIONAL DO JAZZ CELEBRADO ONTEM NO CNC
O primeiro Dia Internacional do Jazz foi ontem celebrado com uma conferência e a pré-apresentação de um livro no Centro Nacional de Cultura (CNC), evento promovido por JNPDI e o CNC com a participação da representante da UNESCO em Portugal e de Guilherme d'Oliveira Martins (presidente do CNC), António José de Barros Veloso (médico e músico amador de jazz), João Almeida (director da Antena 2) e João Moreira dos Santos (investigador e produtor de jazz).
A conferência decorreu sob moderação de Oliveira Martins, tendo a primeira intervenção sido realizada por Barros Veloso, que contextualizou notavelmente as origens do jazz, explicando a sua relação com as "outras músicas", nomeadamente a erudita e clássica, e também a importância decisiva que a segregação racial desempenhou no desenvolvimento e identidade deste género musical, que considerou "o fenómeno musical mais original e influente do século XX".
João Almeida proporcionou, seguidamente, uma invulgar e interessante viagem auditiva, e não só, pelos compositores da música clássica que desde o século XVII evidenciaram apetência pela improvisação e por formas musicais identificáveis com as que o jazz viria a utilizar a partir do ragtime, tendo revelado o "swing" de, entre muitos outros, Stravinsky, Shostakovich, Ravel e Gershwin.
A sessão prosseguiu com uma breve declaração da representante da UNESCO em Portugal, organismo felicitado presencialmente pela iniciativa de instituir o Dia Internacional do Jazz.
A finalizar, João Moreira dos Santos apresentou uma comunicação subordinada ao tema "Jazz em Portugal: Génese do mensageiro de um novo tempo". Esta palestra incidiu na reacção da sociedade portuguesa à eclosão do jazz entre nós durante os anos 20 e também nos 40 espaços históricos em que este género musical primeiramente se fez ouvir entre os anos 20 e 50, revelando, em primeira mão, muitos concertos e eventos jazzísticos desconhecidos até hoje. A referida intervenção foi pontuada com a audição de discos antigos de 78 rpm, tocados num gramofone da época, a qual permitiu contextualizar o jazz que se ouvia em Portugal nos anos loucos do charleston.
Este evento foi ainda palco da pré-apresentação do livro "Roteiro do Jazz na Lisboa dos anos 20-50", da autoria de João Moreira dos Santos, guia que é oficialmente lançado no próximo dia 5 de Maio, pelas 18h00, na livraria Ferin, em Lisboa, e que foi concebido para assinalar o primeiro Dia Internacional do Jazz
Também o artista plástico Xico Fran quis contribuir para a celebração desta efeméride, tendo exposto na sala de conferências do CNC várias telas da sua autoria.
Um agradecimento especial a Odete Pinto e Paula Colaço Almeida, que tão bem souberam operar a minha máquina fotográfica para obter estas imagens.
1 Comments:
De nada :)
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