18 de março de 2008

Marc Copland e Carlos Bica na Culturgest

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A Culturgest acaba de anunciar a sua programação de Abril a Julho, sendo de destacar a actuação do quarteto do pianista Marc Copland e do saxofonista Greg Osby, que aí toca a 29 de Abril.

O pianista Marc Copland, muitas vezes designado o “poeta do piano”, é talvez o principal expoente da escola do pianismo lírico do jazz actual. A forma única como entende a harmonia moderna, junta a um conhecimento profundo da cor e da textura, combinam-se numa experiência musical única. Nascido em 1948, na Pensilvânia, começou a tocar saxofone que abandonou para se dedicar ao piano. Com uma vasta obra gravada, tocou com grandes nomes do jazz actual em diversas formações e gravou também a solo.

Greg Osby, nascido em St. Louis, iniciou a sua carreira de saxofonista, compositor, produtor e professor, em 1975. Marcou indelevelmente o jazz contemporâneo nos últimos vinte anos, quer como líder das suas bandas, quer como convidado em grupos famosos. Entre muitos outros, tocou com Herbie Hancock, Dizzy Gillespie, Andrew Hill, Muhal Richard Abrams, Jack DeJohnette. Desde há anos que colabora com Marc Copland com quem gravou dois premiados CD’s em duo.

O contrabaixista John Hebert foi citado em 2006 e 2007 pelos críticos reunidos pela revista Downbeat como “Rising Star Acoustic Bassist”. Nascido em New Orleans, estudou na sua terra natal e em Nova Iorque, para onde se mudou, tornando-se rapidamente dos contrabaixistas mais requisitados em Manhattan. Trabalhou, por exemplo, com John Abercrombie, Paul Bley, Marc Copland, Fred Hersh, Andrew Hill (com o qual gravou o magnífico Time Lines e se apresentou na Culturgest em 2006), Lee Konitz, Paul Motion, Greg Osby, Maria Schneider, Toots Thielemans, Kenny Wheeler.

Bill Stewart, baterista, nasceu em Des Moines, Iowa, em 1966. No início da sua carreira gravou com o saxofonista Scott Kreitzer, tendo nessa altura encontrado Marc Copland com quem tem trabalhado e gravado desde há anos. Ao longo da sua carreira tem tocado com Peter Bernstein, Bill Carrothers, Bill Charlap, Larry Goldings, Joe Lovano, Pat Metheny, John Scofield, Steve Swallow, Gary Peacock. Talentoso compositor, gravou vários CD’s como líder.


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Foto: Raul Cruz

No dia 21 de Junho apresenta-se na Culturgest o contrabaixista Carlos Bica com o grupo Matéria Prima.

Ao longo do meu percurso musical tenho tido a oportunidade de tocar com músicos de diferentes nacionalidades, provenientes das mais diversas escolas e estilos musicais. Independentemente das suas qualidades individuais como instrumentistas o que desde sempre mais me surpreendeu foi a inteligência emocional que diferencia alguns desses músicos.

Essa “habilidade” de contar histórias que vivem de emoções através desta matéria-prima que é o som. Apesar da universalidade que a música possui, poder-se-á falar da existência de um “portuguesismo” na música improvisada feita em Portugal. O actual projecto musical surgiu dessa vontade de fazer nascer um colectivo musical constituído na sua essência por músicos portugueses. O pianista João Paulo e o guitarrista Mário Delgado são músicos e amigos de longa data cujo currículo dispensa qualquer apresentação e que eu muito admiro pela sua enorme criatividade e honestidade musical.

E como a música não escolhe idades, quis o destino dar-me a oportunidade de conhecer o jovem baterista João Lobo, que é na minha opinião um dos músicos mais talentosos e promissores de uma nova geração de músicos criativos que surgiu nos últimos anos em Portugal.

O convidado especial deste concerto, é o trompetista Matthias Schriefl, um jovem músico que recebeu inúmeros prémios nacionais e internacionais e que é considerado pela crítica especializada “o menino-prodígio do jazz alemão”. Dono de uma técnica e de uma maturidade musical invulgares, Schriefl surpreende qualquer um. O seu mais recente trabalho discográfico com a sua formação Scheefpunk (Jazz, Punk and sometimes even strings) é uma boa mostra do seu enorme talento e espírito irreverente.

Música é alegria e tristeza mas também é paz e revolta, a música tem dessas coisas, porque o Agora não tem nome.

Carlos Bica

Textos da produção


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