Maria Schneider: Sky Blue
Hoje falamos de Sky Blue, o mais recente CD de Maria Schneider, registo que lhe valeu no passado mês o Grammy para Melhor Composição Instrumental, atribuído ao tema "Cerulean Skies".
Hoje falamos de Sky Blue, o mais recente CD de Maria Schneider, registo que lhe valeu no passado mês o Grammy para Melhor Composição Instrumental, atribuído ao tema "Cerulean Skies".
Antes de falar da música é importante situar a edição deste disco, realizada através do sistema ArtistShare. Há já três anos que Schneider vem editando os seus próprios projectos, fruto do desinteresse e desinvestimento das grandes editoras por edições consideradas pouco comerciais e da erosão das vendas causada pela pirataria digital e pelo download. O financiamento é, assim, assegurado pelo patrocínio de fans, que pagam para ter o seu nome associado a cada disco, existindo quatro níveis de patrocínio: Produtor executivo (a que correspondem $ 18 000,00), Ouro ($ 7 500), Prata ($ 2500) e Bronze ($ 1000). Este sistema permitiu a Schneider um orçamento de cerca de $ 40 000 para Sky Blue e em contrapartida os patrocinadores puderam assistir às sessões de gravação e acompanhar on-line o processo criativo.
De regresso à música... Schneider, uma das mais interessantes compositoras para orquestra na área do jazz, apresenta em Sky Blue um conjunto de cinco temas, todos da sua autoria, interpretados por 17 músicos, a que se juntam ainda alguns convidados, como é o caso da cantora Luciana Souza.
A genese destes temas é muito Ellingtoniana já que, tal como Duke Ellington, Schneider compõe em função dos solistas. É assim que surgem neste CD temas construídos em torno de Ingrid Jensen (“The ‘Pretty’ Road”), Scott Robinson (“Aires de Lando”), Rich Perry (“Rich’s Piece”) e Steve Wilson (“Sky Blue”). Importa ainda salientar que quatro destes temas resultaram de encomendas directas a Schneider.
Schneider na cerimónia de entrega dos Grammy (2008)
O ex-libris de Sky Blue é "Cerulean skies" (Cerulean é o nome de um pequeno pássaro que em Portugal se designa Mariquita Azul), que valeu a Schneider o Grammy para Melhor Composição Instrumental. Esta é uma peça de cerca de 22 minutos, povoada por sons de pássaros e de florestas.
Sky Blue é uma obra que merece ser explorada e absorvida. É um CD ímpar no universo actual do jazz e que revela o talento criativo de Maria Schneider. Por isso mesmo não é apenas mais um disco, mas sim um disco único.
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