Keith Jarrett: nos bastidores com o génio do piano
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
JNPDI! acompanhou de perto os bastidores do concerto do ano em Portugal, ou seja, a estreia entre nós do trio de Keith Jarret/Gary Pecacock/Jack DeJohnette, e dá-lhe conta do mais importante.
Jarrett e os seus companheiros chegaram ao Aeroporto de Lisboa por volta das 16h30, vindos de Madrid, num jacto fretado para o efeito. Dada a imensa bagagem que transportam, Jarrett, Peacock e DeJohnette preferiram ficar alojados em Madrid, onde haviam actuado na noite anterior e de onde partem posteriormente para Barcelona, onde realizam novo espectáculo na próxima quarta-feira.
Inicialmente ainda esteve prevista a estadia em Lisboa, no Hotel Bairro Alto, mas segundo o agente do músico, Stephen Cloud, não é costume o trio ficar instalado em hotéis tão pequenos, pelo que a opção foi Madrid, onde Jarrett gosta de passear pelas ruas acompanhado da sua mulher e dedicar-se ao seu hábito de comprar peças de relojoaria. Quanto ao Ritz, apesar do seu prestígio, foi considerado um pouco bafiento e afastado do centro da cidade...
Transportados em dois Mercedes para o CCB, onde os três fotógrafos autorizados a captar imangens estavam já sob constante vigilância da organização, sendo convidados a esconder máquinas e demais equipamento até sinal em contrário, os músicos rapidamente se dirigiram ao palco para dar início ao sound-check. Curiosamente, Jarrett e a sua mulher são entusiastas da fotografia, viajando com equipamento fotográfico avaliado em nada menos do que 55 000 USD, entre máquinas e lentes...
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
À espera de Jarrett estavam dois pianos Steinway que o músico experimentou alternadamente, saltando de um para o outro. A escolha acabou por recair no que a organização já previra (à direita na foto).
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Foi ao som de temas como "For All We Know" e até "Happy Birthday To You" que o trio foi explorando a acústica da sala e o equipamento de som.
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Entretanto, os fotógrafos aguardavam impacientemente a ordem do agente de Jarrett para começar a disparar.
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Não ficariam, porém, desiludidos pois para além do tempo de que dispuseram para fotografar o trio puderam ainda captar o momento em que Jarrett decidiu trocar de lugar com DeJohnette: o primeiro sentou-se à bateria e o segundo ao piano. Fotografias pouco habituais estas do mestre do piano de baquetas na mão...
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Já DeJohnette ao piano não é tão raro, ele que é conhecido pela sua habilidade também neste instrumento.
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Só Gary Peacock se manteve fiel ao seu contrabaixo.
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Após o sound-check, tempo para jantar, refeição que esteve para mudar de sala devido ao braulho do ar condicionado, mas acabou porém por se manter na original. A ementa, essa, tinha sido enviada com alumas semanas de antecedência e a produção do CCB esforçou-se por providenciar os pratos solicitados por Jarrett e seu trio: frango assado, arroz, pasta, cafés ("Keith loves Expresso", afirma o agente), bom vinho e muita água. As sobremesas, autênticas iguarias, acabaram entretanto por ser ignoradas pelos músicos, que preferiram ir ao bar dos artistas comer uns simples pães de Deus...
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
JNPDI! acompanhou de perto os bastidores do concerto do ano em Portugal, ou seja, a estreia entre nós do trio de Keith Jarret/Gary Pecacock/Jack DeJohnette, e dá-lhe conta do mais importante.
Jarrett e os seus companheiros chegaram ao Aeroporto de Lisboa por volta das 16h30, vindos de Madrid, num jacto fretado para o efeito. Dada a imensa bagagem que transportam, Jarrett, Peacock e DeJohnette preferiram ficar alojados em Madrid, onde haviam actuado na noite anterior e de onde partem posteriormente para Barcelona, onde realizam novo espectáculo na próxima quarta-feira.
Inicialmente ainda esteve prevista a estadia em Lisboa, no Hotel Bairro Alto, mas segundo o agente do músico, Stephen Cloud, não é costume o trio ficar instalado em hotéis tão pequenos, pelo que a opção foi Madrid, onde Jarrett gosta de passear pelas ruas acompanhado da sua mulher e dedicar-se ao seu hábito de comprar peças de relojoaria. Quanto ao Ritz, apesar do seu prestígio, foi considerado um pouco bafiento e afastado do centro da cidade...
Transportados em dois Mercedes para o CCB, onde os três fotógrafos autorizados a captar imangens estavam já sob constante vigilância da organização, sendo convidados a esconder máquinas e demais equipamento até sinal em contrário, os músicos rapidamente se dirigiram ao palco para dar início ao sound-check. Curiosamente, Jarrett e a sua mulher são entusiastas da fotografia, viajando com equipamento fotográfico avaliado em nada menos do que 55 000 USD, entre máquinas e lentes...
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
À espera de Jarrett estavam dois pianos Steinway que o músico experimentou alternadamente, saltando de um para o outro. A escolha acabou por recair no que a organização já previra (à direita na foto).
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Foi ao som de temas como "For All We Know" e até "Happy Birthday To You" que o trio foi explorando a acústica da sala e o equipamento de som.
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Entretanto, os fotógrafos aguardavam impacientemente a ordem do agente de Jarrett para começar a disparar.
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Não ficariam, porém, desiludidos pois para além do tempo de que dispuseram para fotografar o trio puderam ainda captar o momento em que Jarrett decidiu trocar de lugar com DeJohnette: o primeiro sentou-se à bateria e o segundo ao piano. Fotografias pouco habituais estas do mestre do piano de baquetas na mão...
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Já DeJohnette ao piano não é tão raro, ele que é conhecido pela sua habilidade também neste instrumento.
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Só Gary Peacock se manteve fiel ao seu contrabaixo.
Foto de João Moreira dos Santos (Direitos reservados)
Após o sound-check, tempo para jantar, refeição que esteve para mudar de sala devido ao braulho do ar condicionado, mas acabou porém por se manter na original. A ementa, essa, tinha sido enviada com alumas semanas de antecedência e a produção do CCB esforçou-se por providenciar os pratos solicitados por Jarrett e seu trio: frango assado, arroz, pasta, cafés ("Keith loves Expresso", afirma o agente), bom vinho e muita água. As sobremesas, autênticas iguarias, acabaram entretanto por ser ignoradas pelos músicos, que preferiram ir ao bar dos artistas comer uns simples pães de Deus...
Após o concerto, Keiih Jarrett foi convidado por Carlos Moura, Relações Públicas do CCB, a assinar o livro de honra deste espaço cultural. Sem grande espanto, os membros do trio limitaram-se a deixar a sua assinatura e mais não disseram...
E poucos minutos depois do concerto já Jarrett e o seu trio iam a caminho do aeroporto, não sem que o respectivo agente prevenisse o piloto do avião para que se preparasse para o take-off... Da sua passagem por Lisboa e do contacto com este génio do piano, ficou a ideia de uma pessoa muito fechada, pouco sociável (à chegada ao aeroporto de Lisboa deixou mesmo pendurada uma mão que lhe fora estendida por um dos elementos da produção e preocupou-se apenas em chegar rapidamente aos Mercedes) e muito sensível.
No final, só não demos pela presença do grupo de italianos que o agente de Jarrett nos disse viajarem por toda a Europa, acompanhando os seus concertos, mas provavelmente estiveram presentes de forma discreta.
De referir que o concerto foi gravado, ao invés do que sucedeu em Madrid e Sevilha. Com efeito, o engenheiro de som do trio passou desde há algum tempo a carregar um sofisticado gravador de 12 pistas (possível de expansão até às 24 pistas), isto após a frustração de nos últimos cinco anos Jarrett ter gravado por duas vezes concertos num antigo aparelho de duas pistas e ter-se visto depois impossibilitado de o editar em disco devido à baixa qualidade da gravação.
Quem sabe, pois, se não teremos um dia este trio ao vivo em Lisboa, num disco ECM...
E poucos minutos depois do concerto já Jarrett e o seu trio iam a caminho do aeroporto, não sem que o respectivo agente prevenisse o piloto do avião para que se preparasse para o take-off... Da sua passagem por Lisboa e do contacto com este génio do piano, ficou a ideia de uma pessoa muito fechada, pouco sociável (à chegada ao aeroporto de Lisboa deixou mesmo pendurada uma mão que lhe fora estendida por um dos elementos da produção e preocupou-se apenas em chegar rapidamente aos Mercedes) e muito sensível.
No final, só não demos pela presença do grupo de italianos que o agente de Jarrett nos disse viajarem por toda a Europa, acompanhando os seus concertos, mas provavelmente estiveram presentes de forma discreta.
De referir que o concerto foi gravado, ao invés do que sucedeu em Madrid e Sevilha. Com efeito, o engenheiro de som do trio passou desde há algum tempo a carregar um sofisticado gravador de 12 pistas (possível de expansão até às 24 pistas), isto após a frustração de nos últimos cinco anos Jarrett ter gravado por duas vezes concertos num antigo aparelho de duas pistas e ter-se visto depois impossibilitado de o editar em disco devido à baixa qualidade da gravação.
Quem sabe, pois, se não teremos um dia este trio ao vivo em Lisboa, num disco ECM...
2 Comments:
http://dn.sapo.pt/2006/11/14/artes/depois_panico_soltouse_o_genio.html
Obrigado.
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