Wayne Shorter: sublime!
Wayne Shorter e o seu quarteto deram no passado dia 9 uma autêntica lição de modernidade e bom jazz na Culturgest, fazendo jus ao que este grande compositor e saxofonista tem afirmado ultimamente sobre a sua música:
"Cheguei a um ponto em que digo «não quero saber de regras». É o que faço agora com a música. Tenho 71 anos, não tenho nada a perder. Vou para o desconhecido".
Cremos que se Miles Davis não tivesse enveredado pela fusão teria provavelmente terminado os seus dias a tocar algo próximo da música actual de Shorter. Aliás, pequena subtileza, o concerto iniciou com o saxofone-tenor de Shorter a soar como o trompete de Miles soava na década de 50.
Talvez tenha sido um puro acaso, mas a verdade é que Miles acabou por ser assim evocado, embora a sua presença seja notória na forma como Shorter conduz o concerto: tal como Miles não dirige uma palavra ao público e fala por gestos com os músicos. A música parece ser a sua única preocupação quando está em palco, focando nela toda a sua atenção e energia.
Wayne Shorter e o seu quarteto deram no passado dia 9 uma autêntica lição de modernidade e bom jazz na Culturgest, fazendo jus ao que este grande compositor e saxofonista tem afirmado ultimamente sobre a sua música:
"Cheguei a um ponto em que digo «não quero saber de regras». É o que faço agora com a música. Tenho 71 anos, não tenho nada a perder. Vou para o desconhecido".
Cremos que se Miles Davis não tivesse enveredado pela fusão teria provavelmente terminado os seus dias a tocar algo próximo da música actual de Shorter. Aliás, pequena subtileza, o concerto iniciou com o saxofone-tenor de Shorter a soar como o trompete de Miles soava na década de 50.
Talvez tenha sido um puro acaso, mas a verdade é que Miles acabou por ser assim evocado, embora a sua presença seja notória na forma como Shorter conduz o concerto: tal como Miles não dirige uma palavra ao público e fala por gestos com os músicos. A música parece ser a sua única preocupação quando está em palco, focando nela toda a sua atenção e energia.
De realçar a excelente prestação do contrabaixo de Patitucci e da bateria de Brian Blade (capaz de incendiar o quarteto e de entender com grande precisão o que ele necessita em termos de percussão a cada momento). Danilo Perez pareceu-nos bem melhor do que no concerto do Estoril Jazz em 2003.
Para já, e de todos os concertos a que assistimos durante o presente ano, parece-nos ter sido este o mais conseguido. A ver vamos, pois o mês de Novembro ainda mal começou e jazz é o que não vai faltar!
3 Comments:
Ainda bem que foi bom. Para quem esteve presente. Infelizmente, quando soube deste espectáculo, já tinha comprado bilhetes para o Jamie Cullum e assumido o compromisso de acompanhar a minha filha. Não pude voltar a trás.
Tive oportunidade de ver o Wayne Shorter no Estoril Jazz (penso que em 2003) e adorei. Fiquei com vontade de voltar a ouvir (ao vivo) John Patitucci.
Fica para a próxima...
JNPDI! disse:
"A ver vamos, pois o mês de Novembro ainda mal começou e jazz é o que não vai faltar!"
Espero que hoje, essa sua afirmação, para bem do jazz, deixe de ser verdade.
Refiro-me ao mais que esperado concerto do Trio de Keith Jarrett no CCB.
ESTA É UMA CORREÇÃO AO COMENTÁRIO ANTERIOR
JNPDI! disse:
"Para já, e de todos os concertos a que assistimos durante o presente ano, parece-nos ter sido este o mais conseguido."
Espero que hoje, essa sua afirmação, para bem do jazz, deixe de ser verdade.
Refiro-me ao mais que esperado concerto do Trio de Keith Jarrett no CCB.
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