Estoril Jazz em imagens - Parte IV
[Foto de João Moreira dos Santos]
Terminamos hoje a reportagem fotográfica relativa ao Estoril Jazz 2005, com destaque para o concerto de Roy Haynes, o qual consideramos o melhor dos seis que tiveram lugar no Parque Palmela.
JAPP - Jazz At Palmela Park (8 Julho 2005)
Este ano o JAPP reuniu um sexteto cujos solistas eram três saxofonistas alto, isto para melhor homenagear Charlie Parker por ocasião dos 50 anos da sua morte.
[Foto de João Moreira dos Santos]
Jesse Davis, Wess Anderson e Vincent Herring (por esta ordem na fotografia) foram acompanhados por uma secção rítmica de luxo, composta pelo pianista Ronnie Mathews, pelo contrabaixista Ray Drummond e pelo mítico baterista Jimmy Cobb.
[Foto de João Moreira dos Santos]
[Foto de João Moreira dos Santos]
Dos três saxofonistas acabou por se destacar Vincent Herring, sem dúvida o melhor em palco e o mais Parkeriano.
Já na indumentária o "Óscar" vai directamente para Wess Anderson, pelos seus magníficos sapatos de pele de crocodilo pintada em vários tons de azul! No itnervalo do concerto haveríamos de lhe perguntar em tom de brincadeira: "where do you get those shoes that we can't find them here in Portugal?!"
Custa a creditar que, como nos confidenciava Ray Drummond no final do espectáculo, já dentro da carrinha que o transportaria ao hotel, este super grupo se formou para se apresentar ao vivo quatro vezes, nenhuma delas nos EUA, a pátria de Parker...
É caso para dizer que em muitos casos a Europa ainda continua a ser o El Dorado para o jazz. E também que nós, espectadores do Estoril Jazz, tivemos realmente um certo privilégio em vê-los por cá.
Roy Haynes (9 Julho)
[Foto de João Moreira dos Santos]
Roy Haynes é uma personagem por si só. Apesar dos seus 80 anos, ele é a alegria em pessoa e nos camarins nem uns toques de sapateado faltaram. É conversador, tem estilo (algo que manteve dos anos 50 quando integrava o grupo de Miles Davs e com ele "competia" pelo uso dos melhores fatos) e sabe criar empatia com a audiência.
[Foto de João Moreira dos Santos]
[Foto de João Moreira dos Santos]
Com Roy Haynes vinha um grupo que recebe a designação de Fountain of Youth, justamente por se tratar de um combo de jovens músicos. De entre estes destacou-se claramente o saxofonista Marcus Strickland. Lembram-se das baladas?
[Foto de João Moreira dos Santos]
No final, Roy Haynes agradeceu o apoio entusiástico da plateia e pediu desculpa por não pode tocar mais, mas o avião partia demasiado cedo na manhã do dia seguinte...
[Foto de João Moreira dos Santos]
Na bagagem fez questão de levar um par de garrafas do nosso vinho do Porto, isto depois de o ter provado nos camarins e também com ele ter criado empatia.
Count Basie Orchestra (10 Julho)
A orquestra de Count Basie (sem o conde, entenda-se) era uma das mais aguardadas formações deste Estoril Jazz e, em nossa opinião, não defraudou as expectativas, excedendo mesmo, porventura, a prestação ali assinada em 1992.
[Foto de João Moreira dos Santos]
Talvez por isso mesmo, foi uma casa cheia que, tal como há 13 anos, recebeu esta lendária orquestra do swing, este ano a comemorar 70 anos de actividade!
[Foto de João Moreira dos Santos]
Dirigida pelo trombonista Bill Hughes, agora que Frank Foster se encontra incapacitado por razões de saúde para continuar a sua regência, a grande estrela da companhia estava porém sentada na bateria e dá pelo nome de Butch Miles.
[Foto de João Moreira dos Santos]
Quem o viu e ouviu sabe bem porquê!
[Foto de João Moreira dos Santos]
Joe Williams já não está entre nós, ele que veio com a orquestra de Count Basie que actuou em 1956 no cinema Império, pelo que coube a Melba Joyce assegurar a voz da orquestra em temas como "All of Me".
[Foto de João Moreira dos Santos]
Os seus largos kilos, havia quem falasse em 120!, quase a impossibilitaram de cantar, tal era o inchaço nos pés, situação que foi resolvida com uma equipa da produção a ir de emergência ao centro de saúde local em demanda de ligaduras providenciais. E foi assim, já devidamente ligada, que Melba actuou na segunda parte do espectáculo.
Canta bem, tem uma bela voz e uma óptima presença. Não é uma Sarah nem um Ella, mas lembra fisicamente Mahalia Jackson.
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