1 ano de «Jazz no País do Improviso!»
Porquê um Blog sobre Jazz?
Bem, a ideia nasceu em Setembro de 2003, fruto do tédio típico do Verão e da vontade de partilhar a investigação que então me encontrava a iniciar com vista à edição de uma obra sobre a história do jazz em Portugal.
Além disso, um Blog poderia também ser uma excelente ferramenta para obter informação para este livro, chegando a pessoas que de outra forma não teriam conhecimento da minha investigação, mas que possuíam importantes informações sobre a evolução do jazz entre nós.
Passado um ano, mais de 340 posts e quase 10 000 visitantes, o balanço é extraordinariamente positivo e supera todas e quaisquer expectativas que pudesse ter. Não só foi possível partilhar informação, como o Blog acabou por entrar por terrenos inesperados, emergindo pouco a pouco como fórum de discussão de novos discos, de concertos, de eventos sobre o jazz e mesmo de crítica à situação política do País.
Aliás, «Jazz No País do Improviso!» transporta desde logo na sua designação uma visão crítica da lusitana forma de estar na vida. Se o Jazz vive do improviso, também a nossa nação tem vivido do improviso, do precário, do temporário, do provisório, sobretudo, do provisório, esse mesmo que se eterniza por décadas e décadas, por vezes sem que ninguém saiba exactamente porquê.
A única diferença é que no Jazz o improviso é desejável porque permite aos músicos a livre expressão dos seus sentimentos e da sua musicalidade... Já num país, o improviso como leitmotiv redunda no caos, na imprevisibilidade, na desigualdade, na injustiça e até mesmo no questionamento da Democracia.
Com uma tal designação, era óbvio, ainda que ao início eu próprio o desconhecesse, que mais cedo ao mais tarde estes temas teriam de surgir. E ainda bem que assim foi porque a cultura não pode viver isolada do mundo que a rodeia e antes de ser um melómano sou, sobretudo, um cidadão atento e que quer para o seu país um futuro de desenvolvimento e verdade.
Sendo este, no entanto, um blog essencialmente de jazz, quando «Jazz no País do Improviso!» se debruçou sobre a política e os políticos nunca manifestou porém qualquer opção partidária, respeitando um dever de isenção que, não sendo característica dos blogs (plantados desde o início no terreno da opinião), entendemos ser essencial por uma questão de credibilidade e respeito pelos leitores.
Agradeço a todos os leitores que têm o hábito de leitura deste blog e aos que simplesmente por aqui passam circunstancialmente. Sem audiência um blog torna-se num género de diário e não faz sentido existir senão em formato papel, guardado algures na privacidade de uma gaveta.
João Moreira dos Santos
PS: Estou a considerar a edição em livro destes 12 meses, sobretudo atendendo às entrevistas publicadas e às reflexões sobre o passado, presente e futuro do jazz. Haverá interesse numa tal obra?
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