11 de dezembro de 2009

Espectador denuncia músico de jazz

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Definitivamente, os tempos estão a mudar e depois de uma crítica de jazz mais agressiva em Portugal, eis que nos chega agora uma inusitada ocorrência em Espanha. Se não acredita, leia a notícia publicada hoje no DN Artes...

Concerto de Larry Ochs foi interrompido por espectador descontente

Em mais de 30 anos de carreira, o saxofonista Larry Ochs nunca tinha vivido situação semelhante. Estava o músico descansado a tocar no V Festival de Jazz de Sigüenza, em Espanha, quando a sua actuação foi denunciada às autoridades. E tudo porque a música que se ouvia "não era jazz", relata o El País, mas sim "contemporânea".

Ao protesto do espectador acorreram elementos da Guardia Civil. Um deles decidiu "esmiuçar" o concerto e, surpreendentemente, chegou a uma conclusão semelhante à do espectador, que exigiu o dinheiro do bilhete de volta. Não houve outras consequências, mas Ochs acabou por levar do festival uma história para lembrar mais tarde: "Depois disto, já tenho mais uma para contar aos meus netos", brincou aquele que é um dos mais influentes saxofonistas.

Curiosamente, antes de Ochs actuaram músicos que cruzam o jazz com outras linguagens, adianta o El Pais, que apresenta como exemplos Digital Primitives, Brigada Bravo Y Díaz e o duo de baterias Daniel Humair e Ramon Lopez.

Quem também reagiu foi o director do festival, Ricardo Correa, que garantiu que "o espectador não recebeu o dinheiro de volta" por saber "exactamente o que vinha ver". Correa abordou a polémica criada em torno do que pode ser considerado jazz. "Essa questão é muito subjectiva, mas nem tudo tem de ser música fúnebre de Nova Orleães". O director descreveu ainda a música de Ochs como "jazz criativo e contemporâneo".

Esta notícia faz-nos lembrar de uma ocorrência que presenciámos há cerca de um ano no concerto de uma bem conhecida voz do jazz nacional. No final do espectáculo de apresentação do novo CD desta notável cantora, um espectador visivelmente irritado dirigiu-se a um representante da prestigiada sala de espectáculos para exigir o livro de reclamações, aí deixando lavrado o seu protesto pelo facto de "ter adquirido o bilhete para o concerto de uma artista portuguesa e esta ter cantado exclusivamente em inglês"...


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