Kurt Elling na capa da Downbeat de Agosto
Kurt Elling, que se estreou este ano em Portugal, no Estoril Jazz, com um concerto excepcional, continua a obter provas de reconhecimento na comunidade internacional do Jazz. Desta vez é a revista Downbeat a dedicar-lhe a capa da edição de Agosto.
Sobretudo para os amadores de Jazz que ainda conhecem mal este cantor deixamos aqui uma pequena biografia que tivemos oportunidade de escrever recentemente.
Considerado o mais completo e talentoso cantor de Jazz da actualidade – pese embora a sua ainda breve carreira de uma década apenas – Kurt Elling conta na sua bagagem musical com seis CD gravados para a Blue Note, todos eles nomeados para os GRAMMY, e a liderança desde o ano 2000 das tabelas de preferências dos críticos da revista Downbeat e dos leitores da JazzTimes, assim como dois prémios atribuídos pela Jazz Journalists’ Association, que o distinguiu como melhor vocalista masculino.
Natural de Chicago, onde nasceu em 1967, Elling planeava inicialmente uma pacata carreira académica, mas o encontro com o Jazz e particularmente com a voz e obra de Mark Murphy alterou-lhe os planos e catapultou-o para os palcos dos pequenos clubes da Wind City, os quais partilhou com músicos de referência como Von Freeman e Ed Peterson.
Como qualquer debutante no mundo do espectáculo, seguiu-se a tradicional demo, registo enviado para a editora Blue Note, na qual editaria em 1995, aos 27 anos, o seu primeiro registo discográfico: Close Your Eyes. Incluído no catálogo de uma editora de referência, Elling chamou a atenção da imprensa tanto pelo seu talento como pelos sidemen que o acompanhavam em discos: Laurence Hobgood e Paul Wertico. Em 1997 saía um novo registo, Messenger, logo seguido um ano depois por This Time It’s Love, cujo sucesso e críticas favoráveis levaram à gravação de um registo ao vivo: Live in Chicago. 2001 seria marcado pelo projecto mais ambicioso do cantor, Flirting With Twilight, onde surgia a cantar um solo de Charlie Haden. Os seus mais recentes trabalhos são Man in the Air (2003) e Nightmoves (2007).
Entre os seus dons contam-se o domínio técnico de uma voz de barítono com um alcance de quatro oitavas, a profundidade das suas interpretações, o forte sentido rítmico e o vasto fraseado e dinâmicas produzidas, o que faz com que seja muitas vezes visto como um verdadeiro instrumentista.
No seu repertório contam-se temas da sua lavra e bem assim uma leitura moderna dos velhos standards, ambos propícios ao seu scat singing, assim como ao vocalese, com letras por si escritas para solos emblemáticos dos grandes nomes do jazz (Wayne Shorter, Keith Jarrett, Dexter Gordon, Pat Metheny), revisitando a tradição de nomes como Eddie Jefferson e Jon Hendricks, dos quais se assume aliás como natural herdeiro.
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