Morreu Anita O'Day
Morreu Anita O'Day, uma das vozes mais emblemáticas do período do Swing e que ainda recentemente tinha completado 87 anos. Anita partiu ontem enquanto dormia, vítima de problemas cardíacos, em Los Angeles.
Esta é uma grande perda para o mundo do Jazz, ela que era a última grande representante do período do swing ainda viva e com cujo agente tínhamos já combinado uma longa entrevista sobre a sua também longa carreira. As perguntas ficarão agora sem resposta...
Anita tinha lançado um novo CD em Abril deste ano (o primeiro depois de um longo período de 13 anos passados longe dos estúdios de gravação) e actuado ao vivo num clube de Nova Iorque. Aliás, ainda recentemente Anita lançou um DVD de um espectáculo realizado em 2001...
Anita Belle Colton nasceu a 18 de Outubro de 1919, em Chicago, e começou por dançar, isto até descobrir os seus talentos vocais, tendo sido uma das primeiras cantoras de orquestra a colocar-se ao nível dos músicos, rompendo assim com o tradicional papel de ser "apenas uma voz".
De facto, Anita O'Day tinha a mesma garra e o mesmo swing dos músicos de jazz e a mesma vontade de improvisar e "brincar" com a música, características que lhe valeram grande popularidade, sobretudo com a memorável interpretação de "Let Me Off Uptown" (1941), em que dialoga com o trompetista Roy Eldridge numa gravação com a orquestra de Gene Krupa. Desse mesmo período podemos ver "Thanks For The Boogie Ride":
Volvido algum tempo, Anita deixou a orquestra de Krupa para se juntar à formação de Woody Herman, regressando à origem, mas para logo em 1943 passar a integrar a banda de Stan Kenton, com a qual gravaria em 1944 o primeiro gande êxito desta formação: "And Her Tears Flowed Like Wine".
Em 1946 (há 60 anos...) gravou a solo pela primeira vez, acompanhada por John Poole. Seria porém a Verve a lançá-la para o sucesso e bem se pode dizer que ambos o fizeram juntos, já que o primeiro album que gravou foi também o primeiro lançado por esta editora... Estávamos em 1955 quando o long playing Anita (aka This Is Anita) foi colocado à venda no mercado.
A partir daqui Anita aparecia em concertos e festivais de jazz ao lado de músicos como Louis Armstrong, Thelonious Monk e George Shearing. Seria um desses festivais que a tornaria famosa a nível mundial - o Newport Jazz Festival de 1958, gravado em filme e intitulado Jazz on a Summer's Day.
Não parece por vezes a nossa Maria Viana?
Entretanto, desde o início dos anos 50 até à década seguinte, Anita gravaria cerca de 20 lp para a Verve, tendo à sua disposição alguns dos melhores arranjadores musicais, como Billy May, e músicos: Oscar Peterson Quartet (Anita Sings the Most), Jimmy Giuffre (Cool Heat), Cal Tjader (Time for Two) e o fabuloso trio Three Sounds (Anita O'Day and the Three Sounds).
Tudo corria até que em 1967 a cantora sofreu um colapso físico provocado pelo uso de heroína e um ritmo alucinante de concertos. Seriam precisos três anos para Anita se libertar dos vícios de que se tornara dependente, fazendo o seu regresso artístico em 1970, no Festival de Jazz de Berlim. Por esta altura já Anita era bastante popular no Japão, onde gravou alguns LP, e já tinha a sua própria editora, a Emily Records.
A história da vida de Anita ficou contada na autobiografia High Times, Hard Times, publicada em 1981.
Morreu Anita O'Day, uma das vozes mais emblemáticas do período do Swing e que ainda recentemente tinha completado 87 anos. Anita partiu ontem enquanto dormia, vítima de problemas cardíacos, em Los Angeles.
Esta é uma grande perda para o mundo do Jazz, ela que era a última grande representante do período do swing ainda viva e com cujo agente tínhamos já combinado uma longa entrevista sobre a sua também longa carreira. As perguntas ficarão agora sem resposta...
Anita tinha lançado um novo CD em Abril deste ano (o primeiro depois de um longo período de 13 anos passados longe dos estúdios de gravação) e actuado ao vivo num clube de Nova Iorque. Aliás, ainda recentemente Anita lançou um DVD de um espectáculo realizado em 2001...
Anita Belle Colton nasceu a 18 de Outubro de 1919, em Chicago, e começou por dançar, isto até descobrir os seus talentos vocais, tendo sido uma das primeiras cantoras de orquestra a colocar-se ao nível dos músicos, rompendo assim com o tradicional papel de ser "apenas uma voz".
De facto, Anita O'Day tinha a mesma garra e o mesmo swing dos músicos de jazz e a mesma vontade de improvisar e "brincar" com a música, características que lhe valeram grande popularidade, sobretudo com a memorável interpretação de "Let Me Off Uptown" (1941), em que dialoga com o trompetista Roy Eldridge numa gravação com a orquestra de Gene Krupa. Desse mesmo período podemos ver "Thanks For The Boogie Ride":
Volvido algum tempo, Anita deixou a orquestra de Krupa para se juntar à formação de Woody Herman, regressando à origem, mas para logo em 1943 passar a integrar a banda de Stan Kenton, com a qual gravaria em 1944 o primeiro gande êxito desta formação: "And Her Tears Flowed Like Wine".
Em 1946 (há 60 anos...) gravou a solo pela primeira vez, acompanhada por John Poole. Seria porém a Verve a lançá-la para o sucesso e bem se pode dizer que ambos o fizeram juntos, já que o primeiro album que gravou foi também o primeiro lançado por esta editora... Estávamos em 1955 quando o long playing Anita (aka This Is Anita) foi colocado à venda no mercado.
A partir daqui Anita aparecia em concertos e festivais de jazz ao lado de músicos como Louis Armstrong, Thelonious Monk e George Shearing. Seria um desses festivais que a tornaria famosa a nível mundial - o Newport Jazz Festival de 1958, gravado em filme e intitulado Jazz on a Summer's Day.
Não parece por vezes a nossa Maria Viana?
Entretanto, desde o início dos anos 50 até à década seguinte, Anita gravaria cerca de 20 lp para a Verve, tendo à sua disposição alguns dos melhores arranjadores musicais, como Billy May, e músicos: Oscar Peterson Quartet (Anita Sings the Most), Jimmy Giuffre (Cool Heat), Cal Tjader (Time for Two) e o fabuloso trio Three Sounds (Anita O'Day and the Three Sounds).
Tudo corria até que em 1967 a cantora sofreu um colapso físico provocado pelo uso de heroína e um ritmo alucinante de concertos. Seriam precisos três anos para Anita se libertar dos vícios de que se tornara dependente, fazendo o seu regresso artístico em 1970, no Festival de Jazz de Berlim. Por esta altura já Anita era bastante popular no Japão, onde gravou alguns LP, e já tinha a sua própria editora, a Emily Records.
A história da vida de Anita ficou contada na autobiografia High Times, Hard Times, publicada em 1981.
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