Colecção Blue Note em saldos
Pois é... mas é só em Espanha, país de onde podem não vir nem bons ventos nem bons casamentos, mas vem certamente bom Jazz e barato!
De facto os armazéns El Corte Inglés estão a vender a preços em conta (8,95 euros) os discos da editora Blue Note inseridos na coleccção Rudy van Gelder, ou seja, o melhor do seu catálogo. Também o catálogo da Prestige, agora nas mãos da editora Concord/Universal, se encontra em saldos, com discos históricos de Miles Davis, John Coltrane ou Eric Dolphy disponíveis a 7,95 euros.
Entretanto, em Barcelona, de onde regressámos ontem, decorre o Festival de Jazz desta cidade, evento que teve início em Novembro e se prolonga até Dezembro. Por lá passaram e passarão nomes como Jamie Cullum, Cassandra Wilson, Lucky Peterson, Brad Mehldau, Joe Lovano, Keith Jarrett, Camilo & Tomatito, Madeleine Peyroux, Herbie Hancock e Maria Schneider Orchestra.
Este evento tem ainda como ponto de interesse as master classes (este ano asseguradas por Joe Lovano, Christian McBride, Robby Ameen e Ben Monder) e as conferências (g-r-a-t-u-i-t-a-s). Estas últimas têm este ano como oradores Ashley Kahn (autor do livro sobre a editora Impulse), Michael Ricci (do site Allaboutjazz) e Jordi Pujol Baulenas (que em 2005 publicou um excelente livro sobre a história do Jazz em Barcelona, como aqui demos conta).
Mas a diferença deste festival para os que se fazem do lado de cá da fronteira não se fica pela grandeza dos nomes e pela extensão. O festival é patrocinado por uma marca de cerveja que, à semelhança do que fazem cá as marcas nacionais com o rock, exibe o cartaz do evento nas camionetas de distribuição dos seus produtos, contribuindo para a sua divulgação e afirmando o seu orgulho na ligação ao festival. Por outro lado, a FNAC promove realmente o festival pois em vez de colocar os panfletos promocionais na entrada das lojas (como se faz por cá) os mesmos surjem na secção de jazz, inseridos estrategicamente no escaparate dos discos. Dito isto, claro está que desta forma os "fregueses" potenciais do Festival não têm de fazer realmente qualquer esforço para tomar conhecimento do mesmo, sejam eles espanhóis ou turistas de passagem. Por seu lado a FNAC pode sempre esperar que alguns dos "fregueses" do festival acabem por comprar algum disco dos músicos do festival cujos concertos pretendem ver ou, porque não podem ver, podem pelo menos ouvir. Nós próprios fizemos isso comprando este excelente disco de um duo que actua em 2007 em Portugal e cuja audição desde já recomendamos:
O preço? 5,95 euros...
Já agora, será que era para este evento que se dirigia José Duarte, que ontem aterrou em Barcelona?
Mas ainda sobre Barcelona, convém referir que o Jazz não se esgota neste festival, pois existem vários clubes, entre os quais o conceituado Jamboree. Porém, o que ultimamente tem apresentado uma programação mais interessante e internacional é o Bel Luna, onde esta semana subia ao palco o trio de John Mayer.
Pois é... mas é só em Espanha, país de onde podem não vir nem bons ventos nem bons casamentos, mas vem certamente bom Jazz e barato!
De facto os armazéns El Corte Inglés estão a vender a preços em conta (8,95 euros) os discos da editora Blue Note inseridos na coleccção Rudy van Gelder, ou seja, o melhor do seu catálogo. Também o catálogo da Prestige, agora nas mãos da editora Concord/Universal, se encontra em saldos, com discos históricos de Miles Davis, John Coltrane ou Eric Dolphy disponíveis a 7,95 euros.
Entretanto, em Barcelona, de onde regressámos ontem, decorre o Festival de Jazz desta cidade, evento que teve início em Novembro e se prolonga até Dezembro. Por lá passaram e passarão nomes como Jamie Cullum, Cassandra Wilson, Lucky Peterson, Brad Mehldau, Joe Lovano, Keith Jarrett, Camilo & Tomatito, Madeleine Peyroux, Herbie Hancock e Maria Schneider Orchestra.
Este evento tem ainda como ponto de interesse as master classes (este ano asseguradas por Joe Lovano, Christian McBride, Robby Ameen e Ben Monder) e as conferências (g-r-a-t-u-i-t-a-s). Estas últimas têm este ano como oradores Ashley Kahn (autor do livro sobre a editora Impulse), Michael Ricci (do site Allaboutjazz) e Jordi Pujol Baulenas (que em 2005 publicou um excelente livro sobre a história do Jazz em Barcelona, como aqui demos conta).
Mas a diferença deste festival para os que se fazem do lado de cá da fronteira não se fica pela grandeza dos nomes e pela extensão. O festival é patrocinado por uma marca de cerveja que, à semelhança do que fazem cá as marcas nacionais com o rock, exibe o cartaz do evento nas camionetas de distribuição dos seus produtos, contribuindo para a sua divulgação e afirmando o seu orgulho na ligação ao festival. Por outro lado, a FNAC promove realmente o festival pois em vez de colocar os panfletos promocionais na entrada das lojas (como se faz por cá) os mesmos surjem na secção de jazz, inseridos estrategicamente no escaparate dos discos. Dito isto, claro está que desta forma os "fregueses" potenciais do Festival não têm de fazer realmente qualquer esforço para tomar conhecimento do mesmo, sejam eles espanhóis ou turistas de passagem. Por seu lado a FNAC pode sempre esperar que alguns dos "fregueses" do festival acabem por comprar algum disco dos músicos do festival cujos concertos pretendem ver ou, porque não podem ver, podem pelo menos ouvir. Nós próprios fizemos isso comprando este excelente disco de um duo que actua em 2007 em Portugal e cuja audição desde já recomendamos:
O preço? 5,95 euros...
Já agora, será que era para este evento que se dirigia José Duarte, que ontem aterrou em Barcelona?
Mas ainda sobre Barcelona, convém referir que o Jazz não se esgota neste festival, pois existem vários clubes, entre os quais o conceituado Jamboree. Porém, o que ultimamente tem apresentado uma programação mais interessante e internacional é o Bel Luna, onde esta semana subia ao palco o trio de John Mayer.
Quem procura discos que não se encontram facilmente nas grandes superfícies tem à sua disposição a loja Jazz Messengers, localizada em plena Rambla Catalunya, aonde sempre nos deslocamos quando visitamos esta cidade. A oferta é não só vasta como também variada, incluindo DVDs e livros.
Porém, se não se contenta com discos em formato CD e novos, preferindo os antigos e em vinil, então tem em Barcelona uma rua em que porta sim porta não existe uma pequena loja de discos à sua espera - Tallers - a 5 minutos apenas da Plaza de Catalunya. Mais abaixo, outra rua também interessante para o efeito é a Riera Baixa. Ambas estão localizadas no bairro El Raval (ver mapa: ruas assinaladas a cor-de-rosa).
6 Comments:
Caríssimo João,
Existe em Portugal uma loja especializada de Jazz na Rua do Alecrim, em Lisboa. Chama-se Trem Azul Jazz Store.
Não é preciso ir a Barcelona para ficar deslumbrado. Para além de CD's também têm DVD's, LP's, exposições permanentes e concertos semanais. Para além disso, eles têm uma colaboração com o Jazz em Agosto em que dão destaque aos grupos que tocam no festival, todos os anos.
Mas agora reparo que nunca fala nela. Já sabia ?
Cumprimentos, Miguel Santos.
Para além da existência de uma loja especializada de jazz em Portugal como há poucas na Europa, queria ainda dizer ao senhor JNPDI que mais de metade dos nomes "sonantes" que passaram ou passarão no supracitado festival, tiveram a honra de vir tocar a este país à beira mar plantado durante este mês.
Caro Miguel Santos,
Não só conheço a loja em questão, como este Blog foi o primeiro a divulgar a sua existência através de dois posts publicados no dia da respectiva inauguração e um dia depois desta.
Ou seja, a existência desta loja já não é novidade para os leitores de JNPDI! O que é novidade são os espaços que desconhecem e que vamos tendo oportunidade de encontrar nas nossas deambulações pelo estrangeiro.
Por outro lado, a Trem Azul e a editora Clean Feed, ao contrário de outras editoras e até lojas, nunca nos enviou um único CD seu para recensão crítica, nem sequer uma simples sinopse, pelo que não é por nossa culpa que aqui não se fala mais desse interessante projecto... Também nunca recebemos qualquer informação sobre a programação das actividades que aí se desenvolvem, pelo que não podemos divulgar o que desconhecemos. É evidente que lojas como a FNAC também não nos enviam a sua programação mas 1) A FNAC não é especializada em Jazz e 2) Eu sou um assíduo frequentador da FNAC, por ser um local aonde acedo facilmente de automóvel e onde consigo parquear o mesmo, pelo que estou sempre a par do que se passa, além de encontrar aí frequentemente muitas promoções, com excelentes discos de Jazz a 4 e 6 euros.
Já agora aqui deixo os posts de 14 e 15 de Outubro sobre a inauguração da Trem Azul:
10.14.2004
Loja da editora Trem Azul: all aboard today at 5 pm
Abre hoje ao público a loja da editora Trem Azul, com inauguração marcada para as 17h00 e a presença dos músicos Dennis Gonzalez, Carlos Barretto e Zé Eduardo.
Esta loja é exclusivamente dedicada ao jazz e à música improvisada e situa-se na Rua do Alecrim, n.º 21 A (aquela rua que desce do Largo Camões para o Cais do Sodré), funcionando de segunda a sábado, entre as 10h e as 19h.
«Jazz no País do Improviso!» vai tentar passar por lá hoje.
10.15.2004
Um espaço interessante
Conforme anunciado, «Jazz no País do Improviso!» esteve ontem na inauguração da nova loja da editora Trem Azul e gostou.
O espaço é original, a localização é boa e o catálogo disponível é bastante diversificado. Para além disso, encontram-se aqui vários discos a preços convidativos, a partir dos 4 euros e até aos 9.
Finalmente, o atendimento promete ser de qualidade, já que as pessoas que estão de serviço percebem mesmo de jazz e gostam de jazz.
Esta é, portanto, uma opção à FNAC e outras lojas de massas, um loja onde se pode entrar e trocar impressões com os vendedores no sentido de aconselhamento especializado e profissional.
Desejamos a maior sorte a esta nova morada do jazz!
Caro Horácio,
É bem verdade o que disse e JNPDI! foi o primeiro a dizer que este mês de Novembro em Portugal, com todos os concertos de jazz somados, equivalia a um grande festival.
A diferença é que em Barcelona os concertos foram organizados dentro de um só festival e por um só produtor...
Já em Portugal, não só não há um festival de Jazz na capital do país, como os vários concertos de Novembro envolveram pelo menos 9 produtoras (o que demonstra a falta de investimento próprio e de patrocinadores): Casino Estoril, Mandrake, Culturgest, Décima Colina, Incubadora d'Artes, Casino de Lisboa, CCB/DM Produções, SMOG e Música no Coração.
A intenção do post não é criticar Portugal, mas sim mostrar o que se faz lá fora e o caminho que ainda temos de percorrer para conseguir ser competitivos nesta e em tantas outras áreas, até bem mais importantes do que a música.
Custa-me ver um português apreciador de música jazz a falar assim da oferta que esse género de música tem hoje em Portugal!
Encontrei a loja Trem Azul por mero acaso, à mais ou menos um mês atrás, e desde então já falei dela a toda a gente que conheço e que também gosta de jazz. Eu, que não sou grande especialista, fui aconselhada por pessoas extremamente simpáticas, que me souberam aconselhar alguns discos que eu jamais descobriria sem apoio especializado. Saí de lá com discos incriveis e aos mesmos preços de que fala, senão mesmo mais baratos.
Mas tenho amigos que são verdadeiros conhecedores de jazz, que desde que conhecem a loja Trem Azul, nem sequer pensam em ir à Fnac comprar discos de jazz.
Agora ... Corte Inglés????
Não admira que em Portugal não haja nem vontade nem dinheiro para se fazer grandes festivais.
É a mentalidade tacanha do deslumbramento por tudo o que é estrangeiro. Pois se até os ditos conhecedores cantam a mesma canção do que é nacional não presta...
Deve ter sido por isso que a editora associada da Trem Azul, a Clean Feed, organizou um festival de jazz em Nova York! Mas os portugueses, em vez de apoiarem e divulgarem este tipo de eventos gastam o seu e o nosso tempo a promover os outros.
Que pena!!
MA
É assim mesmo MA, Bravíssimo
Sabem aquela anedota do pescador chinês que tem um balde cheio de de carangueijos destapado e alguém passa e pergunta: então mas o balde está destapado, será que os carangueijos não fogem? Ao que o pescador responde: não se preocupe, são portugueses, se algum tentar escapar os outros puxam-no logo para baixo
JMPIRA-TEDAQUI
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