Mr. Benny no Hot Club
JNPDI! esteve ontem no Hot Club para ouvir o trio de Benny Lackner, pianista cuja aprendizagem foi em grande parte realizada com Brad Mehldau.
Esperava-se, pois, o melhor.
A visão de uma parafernália de sintetizadores e de um computador portátil em palco colocou-nos porém logo ao início algumas reticências que o concerto viria a provar infundadas, pois Lackner apenas usou tais utensílios para pontuar algumas passagens na exposição dos temas ou nas improvisações.
O que se revelou foi antes um trio muito coeso com dois excelentes instrumentistas a acompanhar bem Benny Lackner: Derek Nievergelt, no contrabaixo, e John B. Arnold, na bateria.
De acordo com a crítica, que nos parece ter uma visão acertada, a música deste trio situa-se algures entre os Bad Plus e Matthew Shipp?s nu bop, a que há que acrescentar uma pitada de Brad Mehldau.
Porém, a mesma crítica diferencia simultaneamente Lackner dos Bad Plus, o que é visível numa crítica publicada na revista JazzTimes: de Fevereiro de 2005:
Despite sharing a fondness for funky grooves, hard drumbeats and covers of pop tunes, the Benny Lackner Trio differs markedly from the BadPlus: Where the BP goes for the jugular on it's recordings, the Lacknerites keep it understated on Not The Same. (...) And despite the jam-band feel of some of songs, not one track of Not The Same runs longer than it absolutely has to-a rarity for any jazz album.
JNPDI! esteve ontem no Hot Club para ouvir o trio de Benny Lackner, pianista cuja aprendizagem foi em grande parte realizada com Brad Mehldau.
Esperava-se, pois, o melhor.
A visão de uma parafernália de sintetizadores e de um computador portátil em palco colocou-nos porém logo ao início algumas reticências que o concerto viria a provar infundadas, pois Lackner apenas usou tais utensílios para pontuar algumas passagens na exposição dos temas ou nas improvisações.
O que se revelou foi antes um trio muito coeso com dois excelentes instrumentistas a acompanhar bem Benny Lackner: Derek Nievergelt, no contrabaixo, e John B. Arnold, na bateria.
De acordo com a crítica, que nos parece ter uma visão acertada, a música deste trio situa-se algures entre os Bad Plus e Matthew Shipp?s nu bop, a que há que acrescentar uma pitada de Brad Mehldau.
Porém, a mesma crítica diferencia simultaneamente Lackner dos Bad Plus, o que é visível numa crítica publicada na revista JazzTimes: de Fevereiro de 2005:
Despite sharing a fondness for funky grooves, hard drumbeats and covers of pop tunes, the Benny Lackner Trio differs markedly from the BadPlus: Where the BP goes for the jugular on it's recordings, the Lacknerites keep it understated on Not The Same. (...) And despite the jam-band feel of some of songs, not one track of Not The Same runs longer than it absolutely has to-a rarity for any jazz album.
Benny Lackner mostrou-se de igual forma um músico à vontade em palco, na interactividade com o público e só não foi bem sucedido quando pediu à audiência a tradução para português da sua mais recente composição: "Dos cojones"...
Quanto ao trio em si revela-se muito coeso e tem dois pilares fundamentais no contrabaixo de Derek Nievergelt e na bateria de John B. Arnold, ambos a funcionar muito bem em conjunto e claramente identificados com os temas e com a linguagem musical que cada um impõe, com um groove global é muito próximo do funky.
À conversa com Benny Lackner, já após o fim dos dois sets, ficámos a saber que para a gravação do seu disco ao vivo no Village Vanguard Brad Mehldau experimentou neste clube nada menos do que meia dúzia de pianos Steinway, que tiveram de entrar e sair pela estreita entrada do clube... E no final, para cúmulo, o grand piano escolhido tinha o pedal emperrado e teve de ser oleado logo após o primeiro tema. É caso para dizer que quem muito escolhe...
Ficámos também a saber que ainda há empresários que contratam músicos para clubes e não pagam o cachet acordado... ou pagam o contratado mas cortam no hotel e na alimentação, obrigando os músicos a recorrer a amigos para pernoitar... Aliás a este propósito as "curiosidades" e "preciosidades" não ficam por aqui. Contou-nos Lackner que já lhe sucedeu nos EUA ser contratado com o seu trio de piano para um clube que não tinha... piano!
Confirmámos ainda que definitivamente é na Europa que os músicos de jazz norte-americanos encontram mais público e que clubes como o Blue Note de Nova Iorque só subsistem graças aos turistas, nomeadamente os nipónicos.
Já agora, registe-se que para encontrar uma editora que aceite divulgar o seu trabalho um músico de jazz chega a enviar cerca de 800 e-mails para centenas de labels...
Moral da história: não é fácil a vida de músico de jazz num mundo dominado pela fast-music, mas também não é caso para baixar os braços!
Hoje e amanhã, à mesma hora (23h00), há mais deste super simpático e comunicativo músico.
Fotografias de João Moreira dos Santos. Proibida a reprodução sem autorização prévia.
3 Comments:
Afinal não é só em Portugal que os músicos lutam com dificuldades para conseguir singrar e viver só da música. Causa alguma admiração aquilo que Lackner lhe contou, mas se não forem estes testemunhos até parece que lá fora é tudo muito fácil, e se calhar para alguns músicos, até será! Sempre que puder vá dando notícias das suas entrevistas, serão sempre bem vindas.Um bom fim de semana.
Passei pelo Hot, e não poderia estar mais em desacordo com o que disse: tirando o contrabaixista, pianista e baterista perceram-me músicos muito medianos.
os musicos tambem tem os seus dias de baixo rendimento. fui sexta e gostei.
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