10 de julho de 2004

JAPP no Estoril Jazz!

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Tudo o que é bom acaba e amanhã chega ao fim mais um Estoril Jazz. E chega ao fim em grande, com mais um Jazz At Palmela Park.

Baseado nos célebres concertos Jazz At The Philharmonic ? conceito criado nos anos 40 pelo empresário Norman Granz ? o Jazz At Palmela Park tem sido ao longo dos anos uma fórmula de sucesso no Estoril Jazz, proporcionando alguns dos melhores momentos musicais deste Festival.

A ideia é simples: juntar num mesmo palco músicos consagrados que nunca antes tocaram juntos, tudo isto sem ensaio prévio e sem pautas, no espírito de uma verdadeira jam-session de estrelas. Na edição deste ano coube a Lewis Nash, baterista de reconhecidos méritos, seleccionar os músicos, tendo optado por alguns dos melhores jazzmen da cena internacional.

Este é, pois, um concerto único e definitivamente a não perder!

Vincent Herring

Vincent Herring é um saxofonista alto e soprano que se notabilizou ao lado de Nat Adderley e lembra sonoramente o irmão deste, o genial Julian ?Cannonball? Adderley.

Natural do Kentucky, que o viu nascer em 1964, Herring cresceu musicalmente na Caifórnia, vindo a aportar em Nova Iorque, cidade em que tocou ao lado de músicos consagrados como o vibrafonista Lionel Hampton, o saxofonista David Murray, o pianista e compositor Horace Silver e o lendário Art Blakey.

Entre 1987 e 1993, Vincent Herring integrou o combo de Nat Adderley, começando posteriormente a liderar as suas próprias formações musicais. Discograficamente, Herring iniciou a sua carreira em 1986, tendo gravado vários registos para as editoras Landmark, Music Masters e High Note.

Eric Alexander

Eric Alexander é um jovem saxofonista tenor que tem no hard-bop a sua morada e em Dexter Gordon e George Coleman os principais senhorios das suas influências musicais e sonoras.

Nascido em 1968, no Estado do Illinois, Alexander tem vindo a crescer musicalmente ano após ano, possuindo uma sólida formação musical, que inclui passagens pela Universidade de Indiana e pelo William Paterson College (Nova Iorque).

A carreira de Alexander iniciou-se em Chicago, com Charles Earland, ganhando maior visibilidade e projecção com a conquista do segundo lugar no concurso de saxofone promovido pelo Thelonious Monk Institute, logo atrás de Joshua Redman. Para além de Earland, Alexander tocou também com Mel Rhyne, Cecil Payne, Kenny Barron e Eddie Henderson.

Discograficamente, tudo começou em 1992, com o primeiro registo grasvado para a editora Criss Cross: «New York Calling».

Lew Sollof

Lew Soloff é um instrumentista especializado em agudos e na utilização da surdina, sendo frequentemente requisitado para tocar no ambiente das big bands.

Nascido em Nova Iorque, em 1944, Soloff estudou na famosa Juillard College of Music (célebre por aí ter passado como estudante o lendário Miles Davis), daí transitando para os combos de Maynard Ferguson, Joe Henderson e Clark Terry.

Após uma temporada com a banda Blood Sweat and Tears (1968-1973), o trompetista iniciou uma longa colaboração com Gil Evans e tocou com a George Gruntz?s Concert Jazz Band, o Manhattan Jazz Quintet, Carla Bley e Ray Anderson.

Discograficamente, Soloff não tem sido propriamente um grande criador, somando porém alguns bons registos desde o primeiro álbum gravado em 1983, nomeadamente «Speak Low», editado em 1987 pela Projazz.

Wycliffe Gordon

Tal como sucedeu na edição anterior do Estoril Jazz, com a presença de Steve Turre, Wycliffe Gordon vale por si só a presença neste concerto.
É que Gordon é um caso sério e de sucesso que rompe com a escassez de novos talentos de que este instrumento foi vítima nos últimos anos.

Músico da escola de Wynton Marsalis, com quem tocou, Gordon alcançou maior visibilidade a partir da sua colaboração com a Lincoln Center Jazz Orchestra e distingue-se por uma sonoridade que ecoa tradição, técnica e alma e remete claramente para o ambiente Ellingtoniano.

Gordon tem tido a oportunidade de tocar com alguns dos mais conceituados jazzmen, nomeadamente Dizzy Gillespie, Joe Henderson, Branford Marsalis, Lionel Hampton, Tommy Flanagan e Shirley Horn.
Influenciado por Armstrong, J.J. Johnson e Jack Teagarden, Wycliffe iniciou a sua carreira discográfica em 1996, com o álbum «Bone Structure», tendo vindo a produzir múltiplas obras ano após ano para as editoras Nagel-Heyer e Criss Cross.

Bill Cunliffe

Bill Cunliffe é um dos mais promissores pianistas de Los Angeles e tem ultimamente vindo a merecer a atenção da crítica mundial do jazz graças às suas inovadoras composições e ao swing que emana dos seus discos, pelo que conta já com uma nomeação para os Grammy.

Nascido em 1956, Cunliffe tem navegado por vários ambientes musicais, desde a banda de fusão Porcpine, até colaborações com Nathalie Cole e com a Clayton-Hamilton Jazz Orchestra e o Clayton Brothers Quartet.

Peter Washington

Peter Washington é definitivamente um dos melhores contrabaixistas da nova geração, ou não tivesse passado pela ?escola? de Art Blakey e tocado com músicos como Tommy Flanagan.

Senhor de um som forte e cheio, Washington é um verdadeiro guardião do tempo e da tradição de bem tocar contrabaixo, ombreando com outros talentosos instrumentistas, como Reginald Veal, Robert Hurst, Cecil McBride ou John Clayton.

Lewis Nash

São mais de 200 os discos já gravados por Lewis Nash... o que diz muito da sua credibilidade e das suas qualidades como instrumentista.
Nascido em 1958, em Phoenix, no Arizona, Nash mudou-se para Nova Iorque em 1981 e com apenas 23 anos abriu-se-lhe desde logo a oportunidade de tocar com Betty Carter, o que não só lhe deu visibilidade como também uma importante experiência e consistência musical.

Seria porém a sua associação ao pianista Tommy Flanagan que lhe traria o reconhecimento de que goza hoje entre o público e os jazzmen em geral. Curiosamente, tal como neste JAPP, Nash tinha então como parceiro no contrabaixo o talentoso Peter Washington. Este trio produziu vários registos de excepção nos anos 90, nomeadamente «Sea Changes», «Lady Be Good... For Ella» e «Live at the Village Vanguard».

A lista dos músicos com quem Nash já tocou é infindável e inclui um verdedeiro «Quem é Quem do Jazz»: Sonny Rollins, Wynton Kmarsalis, McCoy Tyner, Oscar Peterson ou Horace Silver...

[foto: Wycliffe Gordon]


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