Sob o signo de Marsalis
Hoje é o dia mais esperado no Estoril Jazz 2004. Sobe ao palco Branford Marsalis, inquestionavelmente um dos expoentes máximos do saxofone tenor e soprano e, claramente, um dos cabeças de cartaz desta edição do Estoril Jazz, não só pelo seu talento mas porque há mais de 10 anos que não pisava os palcos nacionais.
Pelos dados recolhidos, prevê-se uma enchente no Parque Palmela, à semelhança do que sucedeu com Wayne Shorter! Para tal contribui também o naipe de músicos que acompanham Marsalis, especialmente o autêntico mago da bateria que é Jeff 'tain' Watts.
Primogénito de uma irmandade de músicos de excepção, Branford tem sido, tal como o seu irmão Wynton, um paladino da evolução do jazz, mas sempre no âmbito da tradição deste género musical, partindo daí para forjar novos e modernos conceitos e para navegar na área do neo-bop e do hip-hop.
Igualmente preocupado com a interpretação instrumental e com a musicalidade, o saxofonista principiou a sua aprendizagem na Southern University e na conceituada Berklee, prosseguindo os seus estudos com uma verdadeira pós-graduação na ?universidade? de Art Blakey.
Inicialmente integrado na Big Band deste lendário baterista, Branford percorreu os principais palcos da Europa. Em 1981, o saxofonista integrou os Jazz Messengers, substituindo Bobby Watson, não sem antes ter passado uma temporada ao lado de Clark Terry. No ano seguinte, em 1982, Branford juntou-se ao grupo de Wynton Marsalis e realizou uma nova digressão europeia que, desta feita, passou também pelo Cascais Jazz (Salesianos, 1983).
Influenciado por Wayne Shorter, mas sempre aberto a várias sonoridades, em 1983 Branford realizou uma digressão com os V.S.O.P. de Herbie Hancock e em 1984 gravou Decoy com Miles Davis. Os anos de 1985-86, trouxeram uma temporária mudança de rumo, levando Branford a gravar The Dream on the Blue Turtle, com Sting, músico com o qual correu o mundo e obteve maior notoriedade para si e para o jazz.
Em 1986, Branford surgiu como líder do seu próprio combo, três anos depois de ter gravado o seu primeiro projecto discográfico, Scenes in the City (1983). Deste então, gravou inúmeros registos para a Columbia, incluindo os consagrados Trio Jeepy (1988) e Creation (2001).
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