5 de julho de 2004

Mark sim!

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Começou da melhor forma a presente edição do Estoril Jazz, com a actuação do trio do saxofonista Mark Shim.

Em homenagem a Joe Henderson, por pedido directo do produtor do festival, desfilaram pelo palco do Parque Palmela vários originais deste saxofonista tenor, incluindo os incontornáveis «Recorda Me» e «Isotope». Quem quiser ouvir este tema no seu melhor pode e deve ouvir este disco de Joe Henderson:

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Mark Shim demonstrou todo o seu talento no saxofone e a musicalidade que lhe corre pelas veias. Olhou com humildade mas de alto para os temas de Henderson e encontrou forma de os renovar. Quanto a nós, os momentos mais empolgantes viveram-se nas baladas e também nas dinâmicas que Shim e a sua secção rítmica foram criando ao sabor dos seus improvisos. É também de elementar justiça elogiar o som envolvente que Shim subtrai do seu saxofone, com claras influências dos grandes saxofonistas tenores da história do jazz.

A nota menos positiva do concerto foi porventura o contrabaixo de Helias (músico prejudicado por não ter trazido o seu próprio instrumento e ter de se adaptar a um de menor qualidade), mal amplificado e sem grande drive nas walking basslines ou nos solos, com uma ou outra excepção. Mas, a compensar, a bateria de Jonathan Blake foi absolutamente irrepreensível e de uma inteligência musical extrema. Assim se diferenciam os grande bateristas dos medianos; é que Blake conhece os temas e sabe onde colocar os acentos e criar as necessárias dinâmicas. E depois havia sempre aquela mão direita a imprimir um drive de puro swing nos pratos.

Quanto a Shim, quem quiser ouvi-lo tranquilamente em casa pode sempre recorrer a dois registos por si gravados, respectivamente em 1998 e 2000, mas só por encomenda do estrangeiro porque em Portugal noves fora nada...

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Então, até ao Kenny Garrett!


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