Os meus melhores discos de Jazz - Parte I
Vários amigos me têm pedido para divulgar aqui uma lista com alguns discos que considere indicados para começar a ganhar o gostinho pelo jazz, daqueles que se podem comprar à confiança porque se vai certamente gostar.
Por isso mesmo decidi partilhar alguns dos discos de que gosto mais e que julgo poderem encantar quaisquer ouvidos, à excepção, claro, dos do meu amigo Pedro, um caso perdido para o jazz já que não conseguiu gostar do 'Kind of Blue'.... Paciência, a próxima reencarnação também é vida!
Vamos começar pelo disco que me trouxe para o jazz. Chama-se «How Long Has This Been Going On?» e é cantado por Sarah Vaughan. A secção rítmica é de Oscar Peterson, Herb Ellis, Ray Brown e Louis Bellson. Está tudo dito. É para ouvir à noite, em casa, luzes no mínimo ou apagadas, absorvendo cada nota e cada emoção.
Podemos continuar com, obviamente, o mítico «Kind of Blue», gravado há 45 anos por Miles Davis. É um dos melhores discos de jazz de sempre e um daqueles que esperamos encontrar na discoteca de todo e qualquer amador de jazz. Não dá mesmo para não ter e para perder «Flamenco Sketches» ou «So What».
De John Coltrane, que colaborou com Miles Davis no disco anterior, há uma obra prima que é «Blue Train».
Este aqui, «Bam, Bam, Bam», é uma pérola e descobri-o por acaso porque, como contrabaixista que era e ainda sou ocasionalmente, tinha e tenho uma grande admiração por Ray Brown. Pois bem, este disco é simplesmente fabuloso e a versão de 'Summertime' tocada por Gene Harris é uma lição de piano e uma bênção para os ouvidos. Até já a estou a ouvir... É também um bom disco para quem gosta de jazz com muitas dinâmicas e subtilezas rítmicas.
Stan Getz é o meu saxofonista favorito e nenhum outro consegue ter o som que ele tem. Cruzou o jazz com a música brasileira e a bossa-nova, mas o disco que mais me encanta é «Serenity»; puro jazz, puro Getz, puro prazer. É aquele jazz smooth, para ouvir com tempo e com calma ou para meditar. Ele vai tocando e nós vamos ouvindo tranquilamente. No stress.
Ainda não consegui decidir se gosto mais de Sarah Vaughan ou de Ella Fitzgerald, mas de uma coisa tenho a certeza: adoro este disco! Tem por título «A Perfect MAtch» e conta com a orquestra de Count Basie. O tema 'You've Changed' é obrigatório, assim como o scat d'Ella em 'St. Louis Blues', em diálogo com o trompete e com o trombone, ainda para mais com a imitação vocal do timbre destes instrumentos... Já não se faz disto!
Por falar em Count Basie, este disco é dos melhores que tenho da sua orquestra, muito pelos geniais arranjos de Neal Hefti. Há aqui pano para mangas... Muito jazz de primeira para ouvir uma, duas, três, muitas vezes.
Um disco que não cessa de me apaixonar é «Moonlight In Vermont», gravado pelo saxofonista Sonny Stitt. Descobri-o por acaso quando estava na direcção do Hot Clube de Portugal e percorria a sua discoteca. Lá estava ele, com aquele olhar de capa soturna de quem não queria nada comigo, mas gravei-o para cassete e desde então temo-nos dado muito bem!
Ok, a partir daqui as coisas começam a fiar mais fino e já é preciso gostar mesmo. Entramos em terras do hard-bop!. Comecemos por «Ugetsu», para mim o melhor de Art Blakey e dos Jazz Messengers. É para ouvir bem alto e delirar com os arranjos dos temas e com os solos. Ajuda a recarregar as baterias!
Como não gostar de Dexter Gordon? Além de ser uma figura ímpar, produziu excelentes registos, como «GO». Sirva-se de uma boa fatia de 'Cheescake' e vai ver que não quer outra coisa.
E como esta colecção já vai longa prometo continuar daqui a uns dias com outros tantos.
That's all folks!
1 Comments:
Gostei bastante do seu Blog.Sou brasileiro e moro em São Paulo.
Amo Jazz e tenho varias Comunidades sôbre o tema.
Parabens por êsse seu espaço.
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