DEE DEE BRIDGEWATER: "Sou um animal diferente da Billie Holiday"
JNPDI entrevistou Dee Dee Bridgewater a propósito do CD que esta notável cantora acaba de lançar em homenagem a esse ícone vocal do século XX que foi Billie Holliday. Este é sem dúvida um dos seus melhores trabalhos e a presença de James Carter contribui muito para isso, sobretudo em temas como "God Bless the Child" e "Strange Fruit".
De notar que a entrevista foi realizada no final de 2009, quando o CD estava ainda em preparação.
A primeira questão que colocámos a Dee Dee Bridgewater foi, obviamente, como surgiu a ideia de realizar este CD.
Quisemos aprofundar um pouco mais como tem sido a reacção do público nos concertos ao vivo dado que Dee Dee interpreta, naturalmente, os temas de Billie Holiday no seu estilo próprio.
Uma questão importante era obviamente perceber como a cantora seleccionou o repertório para este projecto.
Em 2006, quando do seu concerto em Lisboa, Dee Dee tinha-nos confidenciado que há anos atrás, quando homenageou Billie Holiday numa peça de teatro, em Londres, sentira a sua presença em palco. Quisemos, pois, saber se viveu a mesma sensação agora em estúdio. A resposta levou a cantora a falar de outra experiência que este CD permitiu... e de como este tem, como que magicamente, adquirido uma vida própria e alcançado uma promoção que supera trabalhos anteriores, como Red Earth, profusamente mediatizados.
Red Earth, e a digressão que motivou (com uma actuação no Allgarve Jazz, em 2008), foi, aliás, recordado pela cantora nesta entrevista, que explicou como a exposição à música do Mali a influenciou decisivamente.
Outra questão importante nesta entrevista era salientar a forma como Dee Dee Bridgewater transcendeu o estilo mais melancólico de Billie Holiday, impondo ao repertório a sua personalidade mais assertiva e efusiva.
Há um paralelo entre a fome que Billie Holiday passou (e que esteve na origem da sua carreira) e o papel activo que Dee Dee tem desenvolvido neste âmbito como embaixadora da FAO, motivo mais que suficiente para saber que visão tem desta problemática e da crise económica que afecta o mundo...
Este foi o mote ideal para questionar Dee Dee sobre a possibilidade de o jazz voltar a ter um cunho político de contra-poder, tal como o fizeram no passado músicos como Charles Mingus e Max Roach, o que levou naturalmente à canção "Strange Fruit", um hino contra o racismo que Billie tão bem cantou no tempo de uma América segregada e que Dee Dee, obviamente, retomou neste CD para relembrar que o racismo continua bem presente nos EUA... Pode o jazz reganhar esse lado de intervenção política?
Vale a pena referir que o CD está disponível em duas versões. Uma tem CD + DVD e outra apenas o CD. JNPDI recomenda vivamente a primeira pois o DVD tem momentos excepcionais, nomeadamente no diálogo de Dee Dee com James Carter.
JNPDI entrevistou Dee Dee Bridgewater a propósito do CD que esta notável cantora acaba de lançar em homenagem a esse ícone vocal do século XX que foi Billie Holliday. Este é sem dúvida um dos seus melhores trabalhos e a presença de James Carter contribui muito para isso, sobretudo em temas como "God Bless the Child" e "Strange Fruit".
De notar que a entrevista foi realizada no final de 2009, quando o CD estava ainda em preparação.
A primeira questão que colocámos a Dee Dee Bridgewater foi, obviamente, como surgiu a ideia de realizar este CD.
Quisemos aprofundar um pouco mais como tem sido a reacção do público nos concertos ao vivo dado que Dee Dee interpreta, naturalmente, os temas de Billie Holiday no seu estilo próprio.
Uma questão importante era obviamente perceber como a cantora seleccionou o repertório para este projecto.
Em 2006, quando do seu concerto em Lisboa, Dee Dee tinha-nos confidenciado que há anos atrás, quando homenageou Billie Holiday numa peça de teatro, em Londres, sentira a sua presença em palco. Quisemos, pois, saber se viveu a mesma sensação agora em estúdio. A resposta levou a cantora a falar de outra experiência que este CD permitiu... e de como este tem, como que magicamente, adquirido uma vida própria e alcançado uma promoção que supera trabalhos anteriores, como Red Earth, profusamente mediatizados.
Red Earth, e a digressão que motivou (com uma actuação no Allgarve Jazz, em 2008), foi, aliás, recordado pela cantora nesta entrevista, que explicou como a exposição à música do Mali a influenciou decisivamente.
Outra questão importante nesta entrevista era salientar a forma como Dee Dee Bridgewater transcendeu o estilo mais melancólico de Billie Holiday, impondo ao repertório a sua personalidade mais assertiva e efusiva.
Há um paralelo entre a fome que Billie Holiday passou (e que esteve na origem da sua carreira) e o papel activo que Dee Dee tem desenvolvido neste âmbito como embaixadora da FAO, motivo mais que suficiente para saber que visão tem desta problemática e da crise económica que afecta o mundo...
Este foi o mote ideal para questionar Dee Dee sobre a possibilidade de o jazz voltar a ter um cunho político de contra-poder, tal como o fizeram no passado músicos como Charles Mingus e Max Roach, o que levou naturalmente à canção "Strange Fruit", um hino contra o racismo que Billie tão bem cantou no tempo de uma América segregada e que Dee Dee, obviamente, retomou neste CD para relembrar que o racismo continua bem presente nos EUA... Pode o jazz reganhar esse lado de intervenção política?
Vale a pena referir que o CD está disponível em duas versões. Uma tem CD + DVD e outra apenas o CD. JNPDI recomenda vivamente a primeira pois o DVD tem momentos excepcionais, nomeadamente no diálogo de Dee Dee com James Carter.
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