Freddie Hubbard: partiu o último dos grandes trompetistas do Jazz
Depois dos rumores que circulavam sobre o estado debilitado de Freddie Hubbard, de que aqui demos nota em exclusivo, está confirmada a partida daquele que era o último dos grandes trompetistas históricos do jazz. Hubbard contava 70 anos e sucumbiu na passada segunda-feira a problemas cardíacos que tinham já motivado o seu internamento hospitalar.
Considerado por Miles Davis como um dos expoentes do trompete, a revista DownBeat descreve-o como tendo uma sonoridade que combinava a técnica de Clifford Brown, a bravura de Lee Morgan e a sensibilidade de Miles Davis.
"The night has a thousand eyes" (Berna, 1989)
JNPDI recorda-o através da sua biografia (adaptada a partir do site allmusic.com) ilustrada por alguns dos seus melhores registos em vídeo disponíveis no Youtube.
Um dos maiores trompetistas de jazz de sempre, Freddie Hubbard formou o seu som a partir do legado de Clifford Brown e Lee Morgan e no início dos anos 70 já tinha uma sonoridade distinta e era apontado como criador de tendências no jazz. Todavia, uma série de albums demasiadamente comerciais editados no final desta década acabaram por prejudicar a sua imagem e quando nos anos 90 (com a morte de Dizzy Gillespie e Miles Davis) parecia apto a herdar por direito o estatuto de mestre dos veteranos, problemas de saúde comprometeram demasiado a sua técnica, inibindo-o de goazar do merecido e devido prestígio. Foi precisamente nesta década que Hubbard actuou no Hot Clube de Portugal, já longe da sua sonoridade pujante de outrora.
Nascido e criado em Indianapolis, Hubbard tocou primeiramente com Wes e Monk Montgomery. Quando se mudou para Nova Iorque, em 1958, partilhou quarto com Eric Dolphy (com quem gravou em 1960) e integrou os grupos de Philly Joe Jones (1958-1959), Sonny Rollins, Slide Hampton e J.J. Johnson. Em 1960, rumou à Europa com Quincy Jones, onde actuou durante dois anos.
Discograficamente, a década de 60 haveria de se revelear muito frutífera para o jovem trompetista. Gravou com John Coltrane, participou com Ornette Coleman no disco Free Jazz (1960), acompanhou Oliver Nelson no clássico Blues and the Abstract Truth e gravou como líder para a Blue Note.
A fama de Hubbard adveio sobretudo de ter integrado os Jazz Messengers de Art Blakey entre 1961 e 1964, juntamente com Wayne Shorter e Curtis Fuller.
"Moanin'" (1962)
Entre os discos emblemáticos em que participou nesta década contam-se Ascension (John Coltrane, 1965), Out to Lunch (Eric Dolphy, 1964) e Empyrean Isles e Maiden Voyage (Herbie Hancock, 1964 e 1965). Em 1985, Hubbard e Hancock reuniram-se em palco para celebrar o renascimento da editora Blue Note e retomaram o célebre "Cantaloupe Island", tema extraído de Empyrean Isles. A forma como constrói o seu solo é absolutamente notável.
Depois de dois anos ao lado de Max Roach (1965-1966), Hubbard passou a liderar o seu próprio quinteto e em 1970, gravou dois dos seus mais notáveis registos (Red Clay e Straight Life) para a editora CTI, seguido pelo popular First Light (1971).
"Red Clay" (1970)
Desta década, vale a pena ver um concerto protagonizado em 1975 com Chick Corea, Stanley Clarke, Lenny White e Airto Moreira. O pretexto foi a entrega dos prémios da Downbeat.
"Straight life" (1975)
Seguiu-se um mau passo na sua carreira, com o contrato com a Columbia, parceria que deu azo a vários discos considerados menos conseguidos pela crítica. Mas a década ainda ia a meio e em 1977 Hubbard juntou-se ao super quinteto V.S.O.P. formado por Herbie Hancock, Ron Carter, Wayne Shorter e Tony Williams.
"Eye of the hurricane" (1986)
Nos anos 80, Hubbard gravou para a Pablo, Blue Note e Atlantic, mas nos anos 90 sobrevieram vários problemas pessoais e de saúde que afectaram seriamente a sua carreira. Ainda assim, o trompetista manteve-se musicalmente activo até ao presente, tendo produzido várias bons concertos, embora nunca tenha reganhado o seu prestígio de outrora.
"Fantasy in D" (Village Vanguard, 1982)
"A la mode" (1984)
"Bolivia" (Blue Note Tóquio, 1990)
Depois dos rumores que circulavam sobre o estado debilitado de Freddie Hubbard, de que aqui demos nota em exclusivo, está confirmada a partida daquele que era o último dos grandes trompetistas históricos do jazz. Hubbard contava 70 anos e sucumbiu na passada segunda-feira a problemas cardíacos que tinham já motivado o seu internamento hospitalar.
Considerado por Miles Davis como um dos expoentes do trompete, a revista DownBeat descreve-o como tendo uma sonoridade que combinava a técnica de Clifford Brown, a bravura de Lee Morgan e a sensibilidade de Miles Davis.
"The night has a thousand eyes" (Berna, 1989)
JNPDI recorda-o através da sua biografia (adaptada a partir do site allmusic.com) ilustrada por alguns dos seus melhores registos em vídeo disponíveis no Youtube.
Um dos maiores trompetistas de jazz de sempre, Freddie Hubbard formou o seu som a partir do legado de Clifford Brown e Lee Morgan e no início dos anos 70 já tinha uma sonoridade distinta e era apontado como criador de tendências no jazz. Todavia, uma série de albums demasiadamente comerciais editados no final desta década acabaram por prejudicar a sua imagem e quando nos anos 90 (com a morte de Dizzy Gillespie e Miles Davis) parecia apto a herdar por direito o estatuto de mestre dos veteranos, problemas de saúde comprometeram demasiado a sua técnica, inibindo-o de goazar do merecido e devido prestígio. Foi precisamente nesta década que Hubbard actuou no Hot Clube de Portugal, já longe da sua sonoridade pujante de outrora.
Nascido e criado em Indianapolis, Hubbard tocou primeiramente com Wes e Monk Montgomery. Quando se mudou para Nova Iorque, em 1958, partilhou quarto com Eric Dolphy (com quem gravou em 1960) e integrou os grupos de Philly Joe Jones (1958-1959), Sonny Rollins, Slide Hampton e J.J. Johnson. Em 1960, rumou à Europa com Quincy Jones, onde actuou durante dois anos.
Discograficamente, a década de 60 haveria de se revelear muito frutífera para o jovem trompetista. Gravou com John Coltrane, participou com Ornette Coleman no disco Free Jazz (1960), acompanhou Oliver Nelson no clássico Blues and the Abstract Truth e gravou como líder para a Blue Note.
A fama de Hubbard adveio sobretudo de ter integrado os Jazz Messengers de Art Blakey entre 1961 e 1964, juntamente com Wayne Shorter e Curtis Fuller.
"Moanin'" (1962)
Entre os discos emblemáticos em que participou nesta década contam-se Ascension (John Coltrane, 1965), Out to Lunch (Eric Dolphy, 1964) e Empyrean Isles e Maiden Voyage (Herbie Hancock, 1964 e 1965). Em 1985, Hubbard e Hancock reuniram-se em palco para celebrar o renascimento da editora Blue Note e retomaram o célebre "Cantaloupe Island", tema extraído de Empyrean Isles. A forma como constrói o seu solo é absolutamente notável.
Depois de dois anos ao lado de Max Roach (1965-1966), Hubbard passou a liderar o seu próprio quinteto e em 1970, gravou dois dos seus mais notáveis registos (Red Clay e Straight Life) para a editora CTI, seguido pelo popular First Light (1971).
"Red Clay" (1970)
Desta década, vale a pena ver um concerto protagonizado em 1975 com Chick Corea, Stanley Clarke, Lenny White e Airto Moreira. O pretexto foi a entrega dos prémios da Downbeat.
"Straight life" (1975)
Seguiu-se um mau passo na sua carreira, com o contrato com a Columbia, parceria que deu azo a vários discos considerados menos conseguidos pela crítica. Mas a década ainda ia a meio e em 1977 Hubbard juntou-se ao super quinteto V.S.O.P. formado por Herbie Hancock, Ron Carter, Wayne Shorter e Tony Williams.
"Eye of the hurricane" (1986)
Nos anos 80, Hubbard gravou para a Pablo, Blue Note e Atlantic, mas nos anos 90 sobrevieram vários problemas pessoais e de saúde que afectaram seriamente a sua carreira. Ainda assim, o trompetista manteve-se musicalmente activo até ao presente, tendo produzido várias bons concertos, embora nunca tenha reganhado o seu prestígio de outrora.
"Fantasy in D" (Village Vanguard, 1982)
"A la mode" (1984)
"Bolivia" (Blue Note Tóquio, 1990)
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