Django Reinhardt, o virtuoso da guitarra
Se fosse vivo, o guitarrista Django Reinhardt completaria hoje 98 anos, ocasião para lembrar este virtuoso.
Nada melhor, para o efeito, do que recordar o que sobre ele escreveu Luís Villas-Boas em Maio de 1953, num guião para o seu programa radiofónico Hot Clube em que anunciava a morte deste músico. A totalidade deste guião encontra-se no livro "O Jazz segundo Villas-Boas", transcrevendo-se aqui apenas alguns excertos mais importantes para situar a importância e biografia de Django.
Se fosse vivo, o guitarrista Django Reinhardt completaria hoje 98 anos, ocasião para lembrar este virtuoso.
Nada melhor, para o efeito, do que recordar o que sobre ele escreveu Luís Villas-Boas em Maio de 1953, num guião para o seu programa radiofónico Hot Clube em que anunciava a morte deste músico. A totalidade deste guião encontra-se no livro "O Jazz segundo Villas-Boas", transcrevendo-se aqui apenas alguns excertos mais importantes para situar a importância e biografia de Django.
De regresso de uma tournée pela Suiça à sua residência em Samois-sur-Seine, faleceu no Sábado dia 17 do corrente o grande guitarrista Django Reinhardt, com a idade de 43 anos, vítima de uma hemorragia cerebral.
De todos os músicos de jazz aquele cujo desaparecimento mais nos impressionou até agora foi o de Django. Como justificação, poderíamos entre outras razões invocar a de ter sido Reinhardt um dos nossos primeiros ídolos a quem sempre desejámos ouvir pessoalmente e que circunstâncias diversas, entre elas o seu feitio cigano de vaguear de terra em terra, ninguém sabendo onde se encontrava sempre que estivemos em França, não permitissem que este nosso desejo se realizasse, fazendo assim ainda mais avolumar a lenda que à volta deste grande músico sempre existiu…
Django Reinhardt foi sem dúvida um dos maiores guitarristas de jazz de todos os tempos, se não o maior e o músico europeu número um deste género musical.
Apesar de não saber uma nota de música e ter paralizados devido a um acidente dois dedos da mão esquerda (aquela com que se formam os acordes), a sua técnica e musicalidade eram perfeitas.
Dotado de uma sensibilidade requintada e de grande inspiração, compôs diversas melodias que ditava a um músico usando para isso a guitarra. Uma das suas mais belas melodias é sem dúvida “Nuages” – “Nuvens”, onde se encontra bem patente uma leve tristeza e tom românticos sempre presentes em todas as interpretações deste virtuoso.
Django Reinhardt, Stephane Grappelli e o Quinteto do Hot Club de France, c. 1934
Django Reinhardt, Stephane Grappelli e o Quinteto do Hot Club de France, c. 1934
Em 1935, com o violinista [Stéphane Grappelli], Django Reinhardt e mais dois violas, um dos quais o seu irmão Joseph, e um contrabaixista, formava o célebre “Quinteto do Hot Club de France”, clube que há pouco tinha sido criado. Entre as inúmeras gravações que Django realizou com este Quinteto de cordas, uma se destaca pela prodigiosa exibição da técnica de Django: “Mistery Pacific” que nos evoca um comboio e que há sete anos serve de abertura aos nossos programas.
O sentido rítmico de Django só é igualado pelo seu sentido melódico.
Nenhum músico de jazz que viesse a França deixava de gravar com Django. Convidado por Duke Ellington depois da guerra para fazer uma tournée pelos Estados Unidos como atracção deslocou-se àquele país onde as suas actuações foram outros tantos êxitos.
Vejamos agora Django em alguns vídeos.
Documentário sobre o Quinteto do Hot Club de França
Concurso de Jazz na Holanda (1937)
No filme 'La Route Du Bonheur' (1952)
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