Apogeu e queda dos bilhetes dos concertos e festivais de Jazz
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Hoje vamos falar de algo em que já todos provavelmente pensámos de alguma forma, ainda que ao de leve e em jeito de mera constatação. Referimo-nos aos bilhetes dos concertos e festivais de Jazz em Portugal e à forma como desde há alguns anos têm vindo a perder a sua identidade e originalidade gráfica, estando hoje resumidos praticamente a um mero talão, isto em termos de nível de design.
Está por fazer a história deste veículo de comunicação, mas podemos contextualizar o seu declínio artístico com a mecanização das salas de espectáculos, que passaram a imprimir os bilhetes de forma padronizada e standardizada a tal ponto que se alguém adquirir bilhetes para concertos Punk e de Jazz e não tiver atenção pode bem correr o sério risco de os trocar. Este fenómeno coincidiu com a emergência de novas salas de espectáculos (como o CCB, a Culturgest e a Casa da Música) e o término da tradição anterior em que os produtores alugavam um pavilhão (Desportos, Dramático, etc) ou um recinto (Aula Magna, etc), não propriamente concebidos para concertos e portanto desprovidos de quaisquer serviços administrativos nesta área, e reponsabilizavam-se pela impressão dos bilhetes, inserindo-os na identidade visual do evento. A subordinação dos concertos e festivais a determinadas salas gerou, pois, o empobrecimento do estacionário de cada concerto e festival.
Ao contexto já referido há talvez que associar ainda a entrada em cena das empresas que vendem bilhetes on-line, também elas agentes da referida padronização, nomeadamente a ticket-line.
Vejamos, pois, alguns exemplos (ainda que escassos) de bilhetes de concertos e festivais de Jazz do antigamente, quando o design era uma peça fundamental e os bilhetes se guardavam de bom grado, todos eles se diferenciando entre si, ficando como memória do evento.
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Agora para ilustrar o que dissemos anteriormente vejamos a diferença entre bilhetes de um mesmo festival, o Estoril Jazz, notando-se claramente o empobrecimento dos respectivos bilhetes entre 1995 e 2001.
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Vejamos, de igual forma, o Seixal Jazz:
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Longe vão os tempos em que os bilhetes tinham até factores de segurança, como sejam marcas holográficas, o que fazia com que os seus detentores os gardassem com todo o cuidado e quase respeito até à data do concerto...
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Só há talvez uma função que os actuais insípidos e deslavados bilhetes desempenham melhor: a de porta autógrafos.
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Serve este post também para pedir aos leitores que tenham bilhetes de concertos e de festivais de Jazz guardados e que os queiram partilhar connosco que os enviem digitalizados para joaomoreirasantos@gmail.com Embora tenhamos uma razoável colecção, sobretudo desde a década de 80 até ao presente, serão muito bem-vindas todas as contribuições pois falhámos certamente muitos espectáculos e quanto aos anos 70 apenas temos um do Cascais Jazz e dois do Bill Evans.
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Hoje vamos falar de algo em que já todos provavelmente pensámos de alguma forma, ainda que ao de leve e em jeito de mera constatação. Referimo-nos aos bilhetes dos concertos e festivais de Jazz em Portugal e à forma como desde há alguns anos têm vindo a perder a sua identidade e originalidade gráfica, estando hoje resumidos praticamente a um mero talão, isto em termos de nível de design.
Está por fazer a história deste veículo de comunicação, mas podemos contextualizar o seu declínio artístico com a mecanização das salas de espectáculos, que passaram a imprimir os bilhetes de forma padronizada e standardizada a tal ponto que se alguém adquirir bilhetes para concertos Punk e de Jazz e não tiver atenção pode bem correr o sério risco de os trocar. Este fenómeno coincidiu com a emergência de novas salas de espectáculos (como o CCB, a Culturgest e a Casa da Música) e o término da tradição anterior em que os produtores alugavam um pavilhão (Desportos, Dramático, etc) ou um recinto (Aula Magna, etc), não propriamente concebidos para concertos e portanto desprovidos de quaisquer serviços administrativos nesta área, e reponsabilizavam-se pela impressão dos bilhetes, inserindo-os na identidade visual do evento. A subordinação dos concertos e festivais a determinadas salas gerou, pois, o empobrecimento do estacionário de cada concerto e festival.
Ao contexto já referido há talvez que associar ainda a entrada em cena das empresas que vendem bilhetes on-line, também elas agentes da referida padronização, nomeadamente a ticket-line.
Vejamos, pois, alguns exemplos (ainda que escassos) de bilhetes de concertos e festivais de Jazz do antigamente, quando o design era uma peça fundamental e os bilhetes se guardavam de bom grado, todos eles se diferenciando entre si, ficando como memória do evento.
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Agora para ilustrar o que dissemos anteriormente vejamos a diferença entre bilhetes de um mesmo festival, o Estoril Jazz, notando-se claramente o empobrecimento dos respectivos bilhetes entre 1995 e 2001.
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Vejamos, de igual forma, o Seixal Jazz:
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Longe vão os tempos em que os bilhetes tinham até factores de segurança, como sejam marcas holográficas, o que fazia com que os seus detentores os gardassem com todo o cuidado e quase respeito até à data do concerto...
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Só há talvez uma função que os actuais insípidos e deslavados bilhetes desempenham melhor: a de porta autógrafos.
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Serve este post também para pedir aos leitores que tenham bilhetes de concertos e de festivais de Jazz guardados e que os queiram partilhar connosco que os enviem digitalizados para joaomoreirasantos@gmail.com Embora tenhamos uma razoável colecção, sobretudo desde a década de 80 até ao presente, serão muito bem-vindas todas as contribuições pois falhámos certamente muitos espectáculos e quanto aos anos 70 apenas temos um do Cascais Jazz e dois do Bill Evans.
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