Diz que é uma espécie de festival de Jazz...
JNPDI! passou ontem pelo CCB para ver o concerto de Evan Parker (saxofone soprano e tenor), Herb Robertson (trompete) e Agustí Fernandez (piano) na Cafetaria Quadrante... Jazz às 5.ªs, asssim se chama este evento.
Não resistimos muito tempo... é verdade... saímos ao fim de 15 minutos de ininterrupta agressividade musical...
Mas comecemos pelo princípio...
22h15: O público que se juntou no exterior da cafetaria aguarda enquanto lá dentro o trio improvisa um ensaio à vista desarmada.
22h30: As portas abrem e é a correria às mesas e às cadeiras das primeiras filas. Como música de fundo sons e gritos lancinantes. Alguém diz: "Parece que estão a matar um porco!". Casa cheia... fila habitual para os comes pré-pagos...
23h00: O programador do evento dirige-se ao palco e tenta fazer-se ouvir enquanto a multidão fala por cima dele. Sem microfone é difícil... Alguém ajuda ao gritar em vozeirão lá do fundo da sala: "Silêncio!!!!"... O programador anuncia que vamos ouvir um "extraordinário momento musical"... Já sabemos que sim, nas suas palavras e da sua editora tudo é extraordinário, único, fantástico, maravilhoso, imperdível.
O momento musical começa. O piano mal se ouve, já que a opção foi por tocar sem amplificação. Saxofone e trompete degladiam-se numa improvisação livre que pouco ou nada tem a ver com Jazz. Sem colocar em causa a competência técnica dos instrumentistas, o que sobressalta é uma extrema agressividade e um soprar por soprar. Um discurso narcisista que não convida ninguém para o mundo dos músicos, mas parece pelo contrário repelir qualquer tentativa de partilha com o que quer que seja que se passe no seu mundo. Nada a fazer... O trompetista deixar de emitir notas musicais e sopra apenas no instrumento. Alguém do público grita: "Toca isso, pah!!!". Damos mais cinco minutos.... pode ser que melhore... Não melhorou: "Dá-me licença?".... "Desculpe...". Saímos da sala em demanda de melhor ambiente sonoro.
De passagem pela recepção do CCB, por problemas com o ticket de estacionamento, testemunhamos casualmente o diálogo de um dos que como nós debandou. Pergunta à recepcionista onde pode encontrar um bar ali no CCB? "Tem a cafetaria Quadrante". Responde o debandado: "Viemos agora de lá e acredite que não é um ambiente nada aprazível!". Concordamos... Indedendentemente do que por lá se passasse musicalmente, aprazível não é certamente um adjectivo adequado para caracterizar o ambiente....
Conclusão...
O CCB tem obrigação de esclarecer o público sobre o tipo de jazz que apresenta e não induzir as pessoas em erro. Há Jazz e Jazz. Claro que se dissesse a verdade poucas pessoas apareceriam por lá... Referimo-nos apenas ao concerto de ontem, mas... a avaliar pelo que consta do site do CCB - "A programação foi pensada por Pedro Costa e Ilídio Nunes, proprietários da Trem Azul, loja especializada em jazz e das mais dinâmicas na organização de concertos" - sabemos que mais do mesmo se espera... É a sua estética, é o seu conceito de jazz fantástico... Nada contra... Nada a não ser que convém esclarecer o público. Eis a razão deste post...
Nada temos contra Jazz experimental. Ele é necessário. Mingus era experimental e era muito bom. O que ouvimos ontem não era nem experimental nem bom. Era algo, sem dúvida uma experiência... mas que nada traz de novo ao que se fazia há 30 anos... Antes pelo contrário...
Voltemos ao CCB... Será legítimo uma entidade pública, com dinheiros públicos, programar um "Jazz" hermético para meia dúzia? Como instituição de referência cultural, deverá embarcar nestes enganos pseudo-vanguardistas? Em suma: quer criar público ou afastar público? Por lá vimos ontem Mega Ferreira... Será que gostou? Era interessante saber... Uma coisa é certa: Mega Ferreira não foi ao Jazz em Agosto 2006. Como sabemos? Simples... Se tivesse ido tinha testemunhado as sucessivas debandadas de público a cada vez que Evan Parker terminava um tema... Mega Ferreira é competente e sensato; se tivesse testemunhado tal acontecimento não teria agora deixado incluir este músico no Jazz às 5.ªs...
Temos cá por Portugal músicos portugueses com projectos muito mais interessantes. Não era necessário mandar vir estes senhores de fora. Zé Eduardo e a sua música de Zeca Afonso? Não consta. Porém é um projecto de altíssima qualidade e que revisita a música popular portuguesa, construindo-lhe novas sonoridades. E tantos outros...
JNPDI! passou ontem pelo CCB para ver o concerto de Evan Parker (saxofone soprano e tenor), Herb Robertson (trompete) e Agustí Fernandez (piano) na Cafetaria Quadrante... Jazz às 5.ªs, asssim se chama este evento.
Não resistimos muito tempo... é verdade... saímos ao fim de 15 minutos de ininterrupta agressividade musical...
Mas comecemos pelo princípio...
22h15: O público que se juntou no exterior da cafetaria aguarda enquanto lá dentro o trio improvisa um ensaio à vista desarmada.
22h30: As portas abrem e é a correria às mesas e às cadeiras das primeiras filas. Como música de fundo sons e gritos lancinantes. Alguém diz: "Parece que estão a matar um porco!". Casa cheia... fila habitual para os comes pré-pagos...
23h00: O programador do evento dirige-se ao palco e tenta fazer-se ouvir enquanto a multidão fala por cima dele. Sem microfone é difícil... Alguém ajuda ao gritar em vozeirão lá do fundo da sala: "Silêncio!!!!"... O programador anuncia que vamos ouvir um "extraordinário momento musical"... Já sabemos que sim, nas suas palavras e da sua editora tudo é extraordinário, único, fantástico, maravilhoso, imperdível.
O momento musical começa. O piano mal se ouve, já que a opção foi por tocar sem amplificação. Saxofone e trompete degladiam-se numa improvisação livre que pouco ou nada tem a ver com Jazz. Sem colocar em causa a competência técnica dos instrumentistas, o que sobressalta é uma extrema agressividade e um soprar por soprar. Um discurso narcisista que não convida ninguém para o mundo dos músicos, mas parece pelo contrário repelir qualquer tentativa de partilha com o que quer que seja que se passe no seu mundo. Nada a fazer... O trompetista deixar de emitir notas musicais e sopra apenas no instrumento. Alguém do público grita: "Toca isso, pah!!!". Damos mais cinco minutos.... pode ser que melhore... Não melhorou: "Dá-me licença?".... "Desculpe...". Saímos da sala em demanda de melhor ambiente sonoro.
De passagem pela recepção do CCB, por problemas com o ticket de estacionamento, testemunhamos casualmente o diálogo de um dos que como nós debandou. Pergunta à recepcionista onde pode encontrar um bar ali no CCB? "Tem a cafetaria Quadrante". Responde o debandado: "Viemos agora de lá e acredite que não é um ambiente nada aprazível!". Concordamos... Indedendentemente do que por lá se passasse musicalmente, aprazível não é certamente um adjectivo adequado para caracterizar o ambiente....
Conclusão...
O CCB tem obrigação de esclarecer o público sobre o tipo de jazz que apresenta e não induzir as pessoas em erro. Há Jazz e Jazz. Claro que se dissesse a verdade poucas pessoas apareceriam por lá... Referimo-nos apenas ao concerto de ontem, mas... a avaliar pelo que consta do site do CCB - "A programação foi pensada por Pedro Costa e Ilídio Nunes, proprietários da Trem Azul, loja especializada em jazz e das mais dinâmicas na organização de concertos" - sabemos que mais do mesmo se espera... É a sua estética, é o seu conceito de jazz fantástico... Nada contra... Nada a não ser que convém esclarecer o público. Eis a razão deste post...
Nada temos contra Jazz experimental. Ele é necessário. Mingus era experimental e era muito bom. O que ouvimos ontem não era nem experimental nem bom. Era algo, sem dúvida uma experiência... mas que nada traz de novo ao que se fazia há 30 anos... Antes pelo contrário...
Voltemos ao CCB... Será legítimo uma entidade pública, com dinheiros públicos, programar um "Jazz" hermético para meia dúzia? Como instituição de referência cultural, deverá embarcar nestes enganos pseudo-vanguardistas? Em suma: quer criar público ou afastar público? Por lá vimos ontem Mega Ferreira... Será que gostou? Era interessante saber... Uma coisa é certa: Mega Ferreira não foi ao Jazz em Agosto 2006. Como sabemos? Simples... Se tivesse ido tinha testemunhado as sucessivas debandadas de público a cada vez que Evan Parker terminava um tema... Mega Ferreira é competente e sensato; se tivesse testemunhado tal acontecimento não teria agora deixado incluir este músico no Jazz às 5.ªs...
Temos cá por Portugal músicos portugueses com projectos muito mais interessantes. Não era necessário mandar vir estes senhores de fora. Zé Eduardo e a sua música de Zeca Afonso? Não consta. Porém é um projecto de altíssima qualidade e que revisita a música popular portuguesa, construindo-lhe novas sonoridades. E tantos outros...
E aqui ao lado, senhores do CCB (não é preciso pagar viagens dos EUA nem de Inglaterra!), aqui ao lado há músicos extraordinários. Barcelona, Madrid, Sevilha... é escolher... Faria mais sentido uma mostra de Jazz Ibérico. O CCB tem obrigação de ter critério, de ter política cultural. Produzir por produzir, não chega. Impõe-se um rumo, uma política, bem assentes no binómio qualidade/interesse público e musical.
No festival de Jazz "Trem Azul às 5.ªs"... o Jazz foi de comboio e não parou no CCB.
Venham os insultos, se são esses os melhores argumentos que têm! Já estamos habituados...
No festival de Jazz "Trem Azul às 5.ªs"... o Jazz foi de comboio e não parou no CCB.
Venham os insultos, se são esses os melhores argumentos que têm! Já estamos habituados...
69 Comments:
JNPDI não gostou e depois!!! A liberdade estética existe e o CCB tem que mostrar de tudo....goste o JNPDI ou não! Não seja mauzinho!!
Caro JNPDI, por que escolheu propositadamente ir ver este concerto, dizendo o senhor que detesta Evan Parker? A sério, por que não foi antes ver, na semana passada, o bem mais convencional Júlio Resende, que não tenho dúvidas ser do seu agrado? Escolheu este concerto de propósito para ter um pretexto para "bater"?
Eu estive lá ontem e só tenho uma razão de queixa: demasiada gente. Acho que músicos desta qualidade não merecem entradas de borla, muito menos de pessoas incapazes de os entender/apreciar (como aliás o senhor).
Um abraço, e continue com as suas "pertinentes" polémicas,
Horácio
Caro Horácio,
Escolhi este concerto porque foi o primeiro que pude ir ver. Simples. Na Gulbenkian o Evan Parker tinha tocado a solo. Ingenuidade minha pensar que em trio seria mais interessante...
Muito ingénuo, sem dúvida!
Devo dizer que compreendo perfeitamente que não tenha gostado do concerto, mas daí a tecer críticas à organização, parece-me um bocado má fé da sua parte, ainda para mais dada a sua animosidade para com o seu programador (cujo nome aliás apenas ousa pronunciar entre aspas).
Seja como for, está previsto que esta iniciativa decorra durante 5 meses (o que deve totalizar perto de 20 concertos) e o senhor está a fazer julgamentos tendo por base apenas um concerto, que por acaso nada teve a ver com o da semana anterior. Enfim, as suas críticas e generalizações parecem-me precipitadas e prematuras, não me leve a mal.
De qualquer forma, de uma coisa não se pode culpar a organização: do imenso sucesso desta iniciativa junto do público.
Um abraço,
Horácio
Caro João Moreira dos Santos.
Como habitualmente visitei o seu blog e espantou-me a forma primária como falou de Música e dum músico que eu respeito muito – Evan Parker. Digo-lhe desde já que não assisti a esse concerto (com muita pena minha). Tive um ensaio nessa noite. No fim do ensaio passei pelo Hot na esperança de lá “apanhar” o saxofonista. Hélas não acxonteceu. De resto tenho acompanhado todas os anteriores concertos de Evan Parker em Portugal e a maioria do seu trabalhos gravados.
Você sempre me tem parecido defender uma informação isenta sem pôr de lado os seus gostos pessoais. Sem problema .
No seu texto faz crer que aquilo a que você chama “as sucessivas debandadas de público a cada vez que Evan Parker terminava um tema” é a prova provada da falta de qualidade musical desse saxofonista. Não é séria essa forma de expor o seu ponto de vista. Você não tem autoridade musical, crítica ou técnica para questionar a qualidade de um dos maiores improvisadores e cultores do saxofone instrumento que eu há 25 toco, estudo e ensino.Espero que não questione a validade da minha opinião quando lhe digo que Evan Parker é um dos maiores saxofonistas vivos. E o mais engraçado é que eu , em muitos pontos tenho concordado consigo. Sim .Há muita palhaçada, muito gato por lebre na improvisação livre. Sim. Ela enferma dos mesmos problemas de que já sofria (e de que veio a “entrar em coma”) nos anos 70. Sim. Há muita gente que se arroga ao estatuto de músico free improvisador e não é capaz de fazer mais do que ruído com o instrumento. Nós sabemos.Mas tenha calma…. Não meta músicos como o Evan Parker ao barulho. E se o sr. Mega Ferreira gosta ou não gosta …isso não alterará em nada o papel important(íssimo) que o sr. Evan Parker tem na história pós-coltraneana do instrumento. O sr. Mega Ferreira ficará na história do Jazz? O sr. Evan Parker, sem dúvida.
Não comecei a ouvir jazz ontem . Desde 77 que o Jazz mudou a minha vida. Todos os dias são dias de jazz para mim. Não sob a forma de crítica ou escri(ti)ca mas sob a forma de sons dentro e fora da cabeça. Tenha a noção de que , se assumiu manter um blog e dar-lhe o carácter profissional, competente e issento que sei pretende, tenha a noção, dizia eu de que está a ser lido por muita e variada gente, alguma da qual muito mais culta musicalmente que o meu amigo. A forma como escreveu hoje estou certo irá fazer com que muita gente mais competente do que você no que refere a práctica, á crítica e ao ensino do Jazz deixe de o levar a sério. Talvez isso não seja uma preocupação sua. Por favor não meça o sucesso ou qualidade da música pelo número de pessoas que entram ou saem de um concerto. As estatísticas não funcionam em Arte. Stravinsky foi apupado, Wagner foi apupado, Coltrane foi apupado. Quem perde é quem sai a meio de um concerto do Evan Parker. Ele, como ninguém posteriormente a Coltrane sabe explorar o “outro lado” do saxofone, um mundo de multifónicos, de múltiplas melodias, de desenhos minimais de um finíssimo pormenor e encantamento sempre com a música de Trane , Lacy, Monk, Lester e Mingus como ponto de fuga. Você chama “riscos” a um quadro do Kandinsky? Ou dirá que Francis Bacon “desenha mal”?
Quanto á organização não posso comentar. Não estive lá. O que descreve não é de todo positivo e, a ter sido assim, prejudicou seriamente a Música. Por outro lado nota-se (demasiado) na sua crítica a “dor de cotovelo” pelo facto da programação daquele espaço do CCB não estar entregue ao Jazz “sério” (ou a si…talvez) A mensagem á direcção de programação do CCB (que nem sub-liminar é !) é por demais evidente - “E aqui ao lado, senhores do CCB (não é preciso pagar viagens dos EUA nem de Inglaterra!), aqui ao lado há músicos extraordinários. Barcelona, Madrid, Sevilha... é escolher...” . Por todas estas coisas ressalta (aos meus olhos, pelo menos) que você está a perder a calma …A calma e a isenção. Não deixe que isso aconteça. Realmente se não gosta de Evan Parker nem da Trem Azul não vá. Só se vai enervar e isso reflecte-se no seu (óptimo) blog.
Tenho respeitado a sua opinião porque sempre me tem convencido do seu intuito de isenção e imparcialidade na sua crítica. Nem lhe peço (aliás não lhe peço nada…) que se alheie dos seus gostos pessoais. Não…pelo contrário…diga-nos do que gosta..continue a dizer-nos do que gosta…de resto já no lo fez saber. Mas não deixe que o seu ressaibiamento em relação á Trem Azul ou a outra qualquer empresa ou organização lhe tolde a visão clara dos princípios a que nos tem habituado.
Cumprimentos
José Menezes
desculpe o longo post mas apeteceu-me
Caro José Menezes,
Agradeço o seu comentário, que humildemente aceito.
Porém, eu não liguei a falta de qualidade do projecto do Evan Parker às debandadas na Gulbenkian. Limitei-me a afirmar que cada vez que ele terminava um tema a sala esvaziava-se. Não creio que a sala estivesse repleta de músicos pelo que as pessoas debandavam apenas porque aquela música era intragável, por maior qualidade que tivesse. Era sonoramente agressiva e hermética. Coltrane é bom, gosto muito, mas há discos dele que não consigo ouvir, por mais fantásticos que sejam, tal como há quadros que não quereria na minha casa, nem que fsossem do Picasso ou do Kandiscky (que de resto muito aprecio, tal como o Miles Davis apreciava). Já do Dali queria... São gostos. Eu não critiquei a técnica do Sr. Evan Parker nem tenho competência para tal, mas tenho qb para avaliar o interesse final do seu produto cultural e o impacto que tem no público. Só isso.
Talvez o defeito seja meu, que vejo na música uma forma de comunicação entre artista e público e espero que ela me conte uma história ou emocione, ou me faça reflectir. Mas para que isso aconteça o músico tem de ter mais do que técnica. Tem de ter conteúdo, falar uma linguagem que todos percebam e, sobretudo, querer realmente comunicar, fazer público para a sua arte, como alguém conhecido disse: "Génio é o que faz público para a sua arte". Ora isso foi o que Evan Parker não fez nem na Gulbenkian, nem ontem.
Espero que com isto repense a sua acusação de que não é séria a crítica que fiz, pois penso que ficou claro o meu ponto de vista de que "não meço o sucesso ou qualidade da música pelo número de pessoas que entram ou saem de um concerto", mas sim pelo seu interesse e impacto no público. Se assim não fosse teria de considerar a música pimba a melhor do mundo, pois é a que enche coliseus. Certamente me fará a justiça de não me ver tão básico de pensamento.
Pego agora nas suas palavras quando afirma: "Por outro lado nota-se (demasiado) na sua crítica a “dor de cotovelo” pelo facto da programação daquele espaço do CCB não estar entregue ao Jazz “sério” (ou a si…talvez)".
Digo-lhe já que não tenho interesse nenhum em programar Jazz para o CCB. De resto, se quisesse fá-lo-ia e conto fazê-lo, mas à minha maneira, com o meu conceito próprio e não no CCB, mas explorando novos espaços e parcerias entre músicos portugueses e estrangeiros. De resto, já pus cá fora dois livros que foram autênticas aventuras e carolice e determinação e portanto sei que se quiser algo faço-o.
Dor de cotovelo não tenho pois só teria eventualmente se aquilo que resulta dessa empresa fosse algo digno de orgulho. O que tenho é o sentido da ética e da justiça e de facto já por várias vezes expus aqui por que razões discordo da forma de estar da Trem Azul no Jazz, com exemplos concretos e frontalidade. Nunca pactuarei com essa atitude e serei crítico até que ela mude. O público de JNPDI! não será vítima dessa atitude e de uma campanha de desinformação que visa colocar certos músicos como referências do jazz nacional (quando não o são nem serão nunca), contando com a benevolência de certa crítica de certos jornais. Mas este é só um ponto... Dos outros já falei em tempos.
A isenção de que fala relativemnte a JNPDI! passa por aqui, por não alinhar com certas ideias que sei serem falsas. Se recebo um dvd de uma editora e o mesmo tem defeitos digo-o. Se o disco tem má qualidade sonora porque foi gravado nos anos 40, escrevo-o. Isso não é bom para a minha relação com as editoras, mas o meu compromisso, como mediador, é com o público que lê o blog e que não recebe estes registos de forma gratuita como eu e, portanto, certamente agradece esta informação antes de comprar, por exemplo, um DVD da Dianne Reeves em que o som e a imagem não estão sincronizados, só para lhe dar um exemplo de algo que já aqui denunciei. Enquanto a Trem Azul agir como age, serei democrático na crítica e não a deixarei de fora, tal como não deixo outros. Só assim este blog faz sentido. Se assim não for as pessoas podem ler os jornais, que salvo raras excepções se tornaram num repositório de press-releases de editoras e músicos, sem olhar crítico, ou por ignorância ou por deferência/favores.
Mande sempre, pois a sua opinião de músico é importante.
Cordialmente,
JMS
Caro João Moreira dos Santos,
Cada um tem direito à sua opinião - felizmente, vivemos numa sociedade plural e nesta não só temos direito a pensar pelas nossas cabeças como a dizer disparates.
As suas opiniões e os seus disparates são uma prova de que Portugal é uma democracia.
O cenário das suas opiniões e dos seus disparates é que não é propriamente democrático. Para si, só há um jazz e só este deve "aparecer". Há muito tempo que não lia um dircurso tão reaccionário. Claro que em democracia o meu amigo tem direito a ser reaccionário. O problema é que todo o pensamento reaccionário se sustenta em desinformação, desconhecimento de causa, ignorância e estupidez. Ah, esquecia-me de mais um factor: maldade. Já toda a gente percebeu o que o move, e não são propriamente bons sentimentos.
Felizmente, em democracia podemos também não concordar com certas opiniões e disparates e é até nosso dever denunciá-las, sobretudo quando há um fundamento fascista nas ditas.
Estive no concerto de Parker, Robertson e Fernandez e saí no final com a noção de que tinha assistido a uma fantástica actuação, impressão aliás que me pareceu ter sido partilhada pela esmagadora maioria do público que lá estava. Estive também nos concertos anteriores, o do Quarteto de Júlio Resende, por exemplo, mainstream e muitíssimo bom. Aliás, o Jazz às Quintas tem uma característica que lhe parece fazer cócegas: tem lugar para tudo, desde a tradição à vanguarda. É assim que deve ser, pois visões do mundo (e do jazz) e gostos há muitos. Você deseja uma realidade a preto e branco, o resto de nós quer ver a cores
Péssimo serviço você presta ao jazz com tais atitudes...
João Dias
Verdadeiramente impressionante (preocupante?) como, passadas décadas, este tipo de informação (?!) ainda corre, alegremente tida como isenta, conhecedora e esclarecedora!
Em França os Panassié e os "vraidjâzze" já há muito que deapareceram. Aqui continuamos eternamente atrasados...
O grupo que entrou no CCB na passada 5ª feira era por demais evidente, estando já a dizer mal à entrada. Terá ido para ouvir alguma música ou já sabia que não ia gostar?...
Serão sempre os mesmos ou vão-se renovando geracionalmente?
Esperemos que não, para bem das músicas, qualquer a sua côr ou tonalidade!
Ó dos Santos, deixa lá os gajos com aquelas ruidosas e agressivas (que horror!) manifestações de anti-música!
Afinal, nós já ganhamos a batalha... quantas manifestações nacionais de jazz se atrevem a programar coisas destas?!
A mínima e insignificante percentagem que ainda o tenta, lá estamos nós com o nosso santificado e justíssimo fogo para lhe queimarmos a veleidade das entranhas!!!
São esses ainda desgraçadamente resistentes que deveremos procurar sem desfalecimento e com a eterna coragem da nossa indiscutível razão.
Felizmente ainda não temos que esconder a nossa identidade com capuzes...
Caro João Moreira dos Santos,
Releve-me a sinceridade e a rudeza com que o digo mas aquilo que você acaba de escrever sobre o Evan Parker – apesar da inteira liberdade e direito que lhe assistem em fazê-lo, ainda por cima num espaço que é da sua inteira responsabilidade – é uma enormidade inqualificável e só serve para o describilizar aos olhos da comunidade jazzística.
Não me refiro aos disparos e aos remoques a torto e a direito que você, tendo por álibi um simples concerto – e às cavalitas de um grande e respeitável músico –, entende dever fazer, no fundo parecendo que isso lhe é mais importante que a própria música, o que abona pouco em relação à sua frontalidade.
Refiro-me, sim, à superficialidade, à ignorância e à leviandade com que você aborda (mesmo confessando ter apenas assistido a 15 minutos do concerto!) uma personalidade artística de relevo (mesmo que nunca intocável, como acontece com qualquer músico de jazz) e um profissional que foi de extrema importância na história do jazz e da música improvisada, hoje continuando naturalmente a trilhar os caminhos estéticos que com toda a liberdade entendeu dever escolher, e que não pode ser alvo dos epítetos que você lhe lança.
Tal como o José Menezes, cujo arguto comentário e cuja legítima indignação subscrevo sem quaisquer reservas, também eu tenho como princípio jamais confundir o trigo com o joio; e sempre procurei, procuro e procurarei pôr a nu (mas com argumentos analíticos que me pareçam credíveis) as vigarices estéticas que por aí abundam e outras irresponsabilidades verbais de sentido contrário que, não raro, me ferem os ouvidos e me espantam os olhos. Mas, pelo menos, preocupo-me em medir as palavras, a fazer funcionar a meninge e a não contribuir para a confusão nem avançar com opiniões infundadas. Por exemplo, em relação ao Herb Robertson (que também participou no trio do CCB), já tive a oportunidade de avançar com fortíssima e duras reticências ou com justos aplausos, em relação a actuações suas às quais assisti.
Desta vez, infelizmente, não tive a oportunidade de assistir ao concerto do Evan Parker & Cia. no CCB, embora fosse minha intenção fazê-lo. Entretanto, á última hora, as «pantufas» falaram mais alto (que diabo, aos 70 anos de idade e ao fim de 40 e tal anos destas vidas, também tenho o direito de ceder às «pantufas»!); mas assisti, sim, ao recital em solo absoluto que o Evan Parker realizou no ano passado no Jazz em Agosto e que você também agora vitupera de uma forma inteiramente superficial (argumentando, por exemplo, com o número de pessoas que abandonaram a sala!) sem verdadeiramente fundamentar as suas reservas em termos musicais.
Por isso, em defesa de Evan Parker, tomo a liberdade de lhe enviar as linhas que (no âmbito de uma crítica a alguns dos concertos desse festival, então publicada no Diário de Notícias) dediquei a esse recital e que ajudam a melhor definir a minha opinião sobre o grande músico:
(…) «Embora por hábito deteste afirmações peremptórias, julgo ser fácil adivinhar que, de entre os vários concertos do Jazz em Agosto 2006 (e, mesmo, de toda a corrente temporada de jazz) o recital em solo absoluto realizado pelo saxofonista Evan Parker na passada sexta-feira se contará, seguramente, entre os melhores deste ano.
Talvez mais do que nunca - pelo menos, em relação às várias actuações que já pude partilhar - o grande músico britânico terá evidenciado em palco, com tamanha concentração absoluta e total entrega à aventura criativa, a sua arte de improvisador.
Do ponto de vista instrumental, não constituíram propriamente novidade as técnicas de embocadura capazes de transformar um instrumento monofónico (como o sax-soprano) num imaginário instrumento polifónico. Mas esta foi das vezes em que mais claramente descobri, em Parker, essa tão multifacetada construção de uma ilusão auditiva, suscitada pela dedilhação a meio curso das chaves do instrumento, em conjunto com os efeitos de percussão labial da palheta, o jogo de harmónicos, a respiração circular e o intrigante seccionamento em staccato de registos e timbres diferentes para as «várias» linhas melódicas. A ponto de nos fazer crer que estaríamos a ouvir, por fugazes momentos, um trio de flauta, sax-soprano e clarinete!
Porém, esta mestria instrumental não esteve ao serviço de meros efeitos técnicos.
Para além da criação de peças de cunho muito próprio nascidas da improvisação realizada em tempo real, Evan Parker pôde ainda dar-se ao luxo de fazer algumas vénias a mestres que muito admira. Interessante é que, ao fazê-lo, o saxofonista apenas incorporou de forma inteligente, no seu estilo, referências à matriz estética dos homenageados – mas, ainda e sempre, de forma inteiramente livre e jamais improvisando, como só apressada e levianamente poderia julgar-se, sobre os estritos acordes de tal ou tal peça, que apenas serviram de muito longínqua citação.
Assim se puderam ouvir, como breve alusão e ponto de partida, referências esparsas a Some Other Blues (Coltrane), Hubris (Lacy) e Little Rootie Tootie ou Played Twice (Monk). (…)
Meu caro, é de facto difícil admitir que quem, como você, não estremece de indignação perante esse talentoso e hábil vigarista que dá pelo nome de Peter Cincotti, assim se comporte em relação a um mestre como Evan Parker!
Um abraço,
Manuel Jorge Veloso
Caro João Moreira dos Santos,
Sabe alguma coisa do projecto PlenOutJazz, jazz aos domingos nos jardins de lxª?
Apartando-me da discussão acima, tão vã que ela é, e aproveitando terem citado o meu coleguinha Júlio, digo-lhe que vai adorar ouvi-lo tocar, e ao bravíssimo contrabaixista Hugo Antunes (se ainda não os ouviu)... Não sairá a meio! :)
Cumprimentos,
http://www.petitiononline.com/ctcnbpet/petition.html
Caro Manuel Jorge Veloso,
Respeito naturalmente a sua opinião sobre o Evan Parker, mas como reparou certamente a minha crítica relativamente a este músico resumiu-se a dois pontos: pratica 1) uma música agressiva e 2)hermética. Se alguém puder contestar isto, que o faça.
Não questionei a importância dele nem muito menos a sua técnica ou valor. Apenas o output, o resultado, o qual não me interessa minimamente, tal como a si não lhe interessa o Cincotti, músico que não me enche as medidas, mas que tem um valor inegável: enche auditórios e com isso traz público novo para o jazz, público que se expõe a clássicos como "St. Louis Blues", etc... Tal foi também a importância da Diana Krall e eu que sou professor universitário e lido com a malta nova bem sei a diferença que notei na opinião que os mais novos tinham do jazz antes e depois de Krall. Até já ouviam a Sarah Vaughan, o Miles Davis e o Louis Armstrong (que num teste de cultura geral em 1997 tinham confunfido com o senhor que foi à lua...).
Dito isto, creio que quem queira ler mais do que disse nesta simples, e realmente superficial crítica, estará obviamente a colocar-me palavras no discurso. Digo e repito: a música que me foi dada ouvir na 5.ª feira é agressiva, hermética e, até mais, autista. Tecnicamente pode ser o que quiser; o Evan Parker pode ter tido a importância que teve, tal não garante que todos os seus concertos são bons, apelativos ou interessantes. A questão de fundo aqui está na estética e não na qualidade e foi a estética que eu critiquei, uma estética fundada no free jazz, gasta, agressiva, isolacionista, autista, surda, arrogante, etc. Basta ver a reacção de algum do público. Não nego a ninguém o direito de gostar desta estética, mas também não admito que me obriguem a gostar dela ou a não dizer que não gosto.
Já agora, e como bem sabe, Anthony Braxton era visto por Miles Davis, cuja autoridade ninguém contesta, creio, como um charlatão. Se lermos os dicionários do jazz todos o apontam como uma pessoa importante na história do jazz... O próprio Ornette Coleman, como violinista, não escapou à crítica de Miles na sua autobiografia. Mas Miles sabia música a fundo, eu tenho de me limitar à estética, ao resultado final, pois os conhecimentos que possúo não são suficientes para realmente analisar a fundo uma performance de free jazz.
Cordialmente,
João Moreira dos Santos
Caro João Dias,
Ao contrário do que pensa, não me interessa apenas o jazz mainstream nem a preto e branco, que aliás, bem precisa de se renovar e encontrar novos caminhos.
Também não sou adepto de se apresentar apenas um tipo de jazz, antes pelo contrário. Do que sou adepto, isso sim, é que se esclareçam as pessoas sobre o que vão ouvir e que se chamem os bois pelos nomes. Repare... ao não o fazer a organização prestou-se aos urros que se ouviram no concerto do Evan Parker, coisa que em nada dignifica o CCB nem o Jazz em geral, que corrre o risco de ser tomado pelo que ali se passou. E não é. Ou também será... em parte. Ou talvez não, se formos rigorosos.
De resto podem escrever aqui que digo disparates, etc... pois sei muito bem que essa é a forma que toma o discurso de quem se sente incomodado quando alguém põe o dedo na ferida ou afronta interesses. Não me demove, não me atinge. Nesse aspecto devo ter uma costela Villas-Boas, que tão insultado foi ao longo da vida e sempre levou a sua avante sem se preocupar com as vozes alheias.
O objectivo de certos comentários que aqui são colocados, não digo que seja o seu, é que eu encerre este blog ou, pior, descredibilizar o seu autor, como tentaram fazer, aliás, com o Villas-Boas, ao qual naturalmente não ouso comparar-me. Mas falharam... E aqui falham novamente porque os blogs são um fenómeno livre, independente, economicamente não manipuláveis.
E para que não haja dúvidas sobre o tipo de Jazz que me interessa aqui fica de uma vez por todas: todo o jazz que seja honesto, tenha alma, seja comunicativo, faça reflectir, eleve a consciência e contribua para o encontro do ser humano consigo ou com os outros. O resto, até pode ser tocado por um novo Charlie Parker, mas francamente dispenso, não lhe retirando o valor que possa ter.
E já agora, de vez em quando apareça também para comentar positivamente... e aqui dirijo-me a todos os que aqui vêm só com o intuito do bota-abaixo: falam em describilização de JNPDI! mas os senhores só aparecem quando o assunto não vos agrada ou quando permite o insulto. Será que além de destruir não têm também o prazer pela construção, por contribuir para algo realmente positivo? Se têm não o manifestam, pelo menos aqui.
Cordialmente,
JMS
JNPDI vai mas é fazer oh oh! Que imbecilidade...estás cristalizado!
Quantidade nunca foi nem será sinónimo de qualidade meu caro!As pessoas que realmente gostam de jazz e não esquecendo que esta música é essencialmente instrumental não vão ver Cincottis e outros do género...isso é malta que gosta da mais banal canção! Digo-lhe também que a sua estética está cheia de preconceitos. Vá ouvir um dos tais discos que não gosta do Coltrane e talvez aprenda algo de muito útil.
Saber ouvir é difícil!!
O autor do último comentário confunde cristalização com esclarecimento. Já disse e repito que o jazz precisa de renovação, mas não é o Evan Parker que a vai fazer e espero que não seja pelo caminho que ele trilha que esta se
faça...
Saber ouvir é fácil e veja bem que até me dou ao trabalho de responder a insultos... e até de anónimos como o senhor que não se dá ao conhecimento, ao contrário de mim que assino os meus artigos e comentários, sem medo nem receio.
Saber assumir as opiniões e aceitar a reacção dos outros é difícil, não é? Mas isso é que faz a diferença. O adjectivo para o contrário disso deixo-o ao seu critério...
O autor do último comentário confunde cristalização com esclarecimento. Já disse e repito que o jazz precisa de renovação, mas não é o Evan Parker que a vai fazer e espero que não seja pelo caminho que ele trilha que esta se
faça...
Saber ouvir é fácil e veja bem que até me dou ao trabalho de responder a insultos... e até de anónimos como o senhor que não se dá ao conhecimento, ao contrário de mim que assino os meus artigos e comentários, sem medo nem receio.
Saber assumir as opiniões e aceitar a reacção dos outros é difícil, não é? Mas isso é que faz a diferença. O adjectivo para o contrário disso deixo-o ao seu critério...
Caro Moreira dos Santos,
Defende você, portanto, que os concertos do outro jazz, aquele que não gosta, tenham o seguinte aviso: "Música difícil, não venha."
Um bocado como a estrela de David a que eram obrigados os judeus a pregar na roupa em tempos que já lá vão. A obrigação da marginalidade...
Ficamos esclarecidos.
João Dias
Não... porque o jazz é virgem púdica e recatada e, por isso, deve ser preservada, institua-se que, a partir d'agora, se coloquem grandes etiquetas esclarecedoras:
- riscos de alguma desafinação e potencial hostilidade;
- de câmara e como tal autista;
- dos bas-fonds de NY portanto eventualmente chocante;
- cheio de blue notes pelo que eruditos se devem abster...
E gostaria imenso de ser esclarecido de como, em 15' de presença no concerto de passada 5ª, você teve a sorte de ouvir urros!
E já agora, uma outra etiqueta para jovens aprendizes a jazzmen = inscrevam-se também na PT - assim terão a garantia de comunicarem sempre com muita gente!...
Meus caros anónimos num país de opinião livre e democrático, mas que ainda assim vos leva a não dar a cara pelas vossas palavras:
Os programas dos concertos e os sites das entidades que os promovem servem exactamente para contextualizar aquilo que as pessoas podem ouvir e para as ajudar a perceber a estética dos músicos. O que defendo é que nesses meios, com meras biografias, como tantos outros festivais de jazz fazem, se providencie essa informação. ~
O resto que os senhores escreve,, permitam-me a expressão, são puros disparates, tontices e absurdos que nem merecem maior comentário e são uma ofensa para quem passou pela vergonha pública de usar tais insígnias.
Caro Moreira dos Santos
Os concertos do Jazz às Quintas têm todos textos a explicar o que se vai ouvir. Eu dei-me ao trabalho de os ler. Você, pelos vistos, não, e como não esteve para isso dita da sua cátedra que não houve contextualização.
A sua desonestidade intelectual é gritante e a sua vocação para ser o Goebbels do jazz uma evidência.
Oiça música, meu caro, e veja se ganha alguma cultura cívica.
João Dias
Caro João Dias,
Se existem esses textos diga-me onde eles estão pois eu procurei-os no site do CCB e não os encontrei... Procurei-os no dia do concerto e não os encontrei...
Se existem devem estar algures num armazém obscuro ou então os cortes orçamentais já só deram para imprimeir meia dúzia.
Antes de escrever sobre a minha honestidade intelectual pare e pense, pois nem todas as pessoas são um espelho dos outros.
Mais lhe digo, meu cado João Dias,
Recebi da parte do CCB informação dada à imprensa sobre este evento e não me recordo de ter recebido mais do que breves linhas sobre o evento, sem qualquer biografia dos músicos que nele iriam participar. Aliás, poucos dias depois de receber essa informação publiquei-a aqui no JNPDI!
Como vê o senhor precipitou-se no seu julgamento... Eu não escrevo por escrever nem raciono a partir do nada... Parto daquilo que existe e não existe. E neste caso até acredito que essa informação exista mas não a vi e, que me lembre, tão pouco me foi remetida pelo próprio CCB.
www.jazzasquintas.net
A INVEJA é realmente dos piores sentimentos do ser humano. Infelizmente é tudo o que se conclui do seu triste post. A Inveja e a vaidosa necessidade de chamar público ao seu blog...
Não precisei de ficar quinze minutos!!!
Rosa Maria
Agradeço muito o endereço que me providenciou, mas desconhcia a existência deste site e tal informação deveria constar no site do CCB e não num site autónomo a que só chega quem souber que ele existe...
No site do CCB entro por espectáculos/música (como é natural)e vou parar a uma página que apenas diz o seguinte:
Uma vez por semana, a Cafetaria Quadrante recebe um concerto e transforma-se em clube de jazz, num ambiente dinâmico, confortável e de convívio. No espaço de entrada pode-se refrescar com uma bebida enquanto se deixa contagiar pela música que vem da outra sala, assistir aí ao concerto ou, se preferir, sob as estrelas das primeiras noites quentes do ano, na varanda que estará aberta sobre o rio.
Russ Lossing é apenas o primeiro de uma iniciativa que inclui músicos portugueses e de várias influências e proveniências geográfico-culturais. A programação foi pensada por Pedro Costa e Ilídio Nunes, proprietários da Trem Azul, loja especializada em jazz e das mais dinâmicas na organização de concertos.
Em Jazz às Quintas será possível ouvir alguns dos mais interessantes músicos em actividade (Russ Lossing, Evan Parker, Herb Robertson, Agusti Fernandez, os irmãos Aaron e Stephan González, Alex Maguire e Rashiim Ausar Sahu, entre outros) e no rectângulo pátrio (Júlio Resende, Rodrigo Amado, Alípio Carvalho Neto, Carlos “Zíngaro”, Ernesto Rodrigues, Manuel Mota, Afonso Pais, e muitos mais).
As noites de Primavera e Verão prometem. Todas as quintas vão ser noites de jazz!
Se for aos comunicados de imprensa também nada encontro sobre o Jazz às 5.ªs...
De quem é este site? Se está associado ao CCB é estranho não se encontrar, pelo menos de forma visível, um link para o mesmo... Creio que não é.
Cara Rosa Maria,
Se acha que este post chama público ao blog penso que está enganada...
Inveja não tenho porque só se inveja aquilo que gostaríamos de fazer e, tal como já disse, nunca faria um evento nestes moldes.
Vê-se que JNPDI vive obcecado pelo "insulto".
Reparem que termina o seu post exclamando "Venham os insultos, se são esses os melhores argumentos que têm".
Pois bem, se era isso que procurava, falhou redondamente. Tirando um ou outro anónimo, que quanto muito "gozou" com a situação, não entendi as palavras de nenhum dos participantes como insultos ou ofensas. Pelo contrário, tem-me surpreendido a elevação com que se tem discutido, mais ainda pelo teor demagógico, banal e invejoso do post que originou esta discussão.
Surpreende-me também que JNPDI diga algo como "Meus caros anónimos num país de opinião livre e democrático, mas que ainda assim vos leva a não dar a cara pelas vossas palavras" quando ainda há bem pouco tempo não se coibíu da iniciativa de convidar um "anónimo" para uma entrevista. Pelos vistos as opiniões dos anónimos só são bem recebidas quando estes alinham pela bitola do autor.
Enfim, meros exemplos de um discurso disparatado, pouco coerente e, acima de tudo, intelectualmente (muito) questionável.
PS: Repare que com as minhas críticas não o estou a insultar. Por exemplo, quando digo a uma criança que fez um "disparate", não a estou a insultar, mas tão somente a repreendê-la e/ou a apontar um erro. Descubra as diferenças.
Horácio
Meu caro Horácio,
Quando convidei o JazzLunatic para uma entrevista certamente perceberá que não o iria apresentar posteriormente como anónimo, mas sim com a identidade dele. Se calhar por isso recusou...
Obviamente que uma pessoa que tem 5000 discos de jazz tem certamente algo para dizer e contar aos leitores de JNPDI! mas nunca deixaria que o fizesse como anónimo, ou já alguma vez viu aqui alguma entrevista com um encapuçado? Viu sim entrevistas com músicos estrangeiros e portugueses acompanhadas de fotografias, etc...
Tenha dó...
Deduzo pela sua resposta que, à excepção de um exemplo onde procurei demonstrar a sua incoerência em relação ao "estatuto do comentador anónimo", concorda com tudo o que eu escrevi no meu comentário.
Folgo muito em sabê-lo, obrigado.
Horácio
Afinal o meu caro Horácio é que pratica a demagogia pois tira conclusões do vazio.
Respondi apenas ao que merecia resposta. O resto já é chover no molhado e por outro lado o seu comentário sobre JNPDI! pretender dar palavra a um anónimo é tão disparatado que até me desnorteou.
Pois a mim desnorteia-me o facto de JNPDI me acusar de praticar o seu desporto favorito - o exercício da demagogia!
Nunca ouviu dizer "quem cala, consente"? Pois limitei-me a extrair uma conclusão com base na sua resposta, o que, como é evidente, nada tem de demagógico.
Enfim, acho que a sua posição já está tão desgastada, fragilizada e descredibilizada, que por mim pode ficar descansado: não bato mais no ceguinho.
Até à próxima.
Horácio
Parabéns!!!
Estive a ler o seu artigo e de facto parabéns é a primeira coisa que me ocorre dizer-lhe.
Ao ler os comentários que fizeram ao seu artigo não consigo deixar de me lembrar daquelas pessoas que compraram quadros feitos pelo filho de Picasso, a preços absurdos só porque tinham a assinatura do pintor.. Até acredito que gostassem dos desenhos ( tal como acredito que há pessoas que gostam de free jazz) mas é impossível que soubessem alguma coisa de pintura, muito menos ainda que a tenham estudado...
Piadas à parte, o que eu acho verdadeiramente triste é que neste país a ideia de promover cultura seja mostrar às pessoas que ela não lhes está acessível, que apenas está disponível para um pequeno grupo, ou então que cultura é uma coisa de que não se pode gostar e que é definida por duas ou três pessoas, que acreditam ser importantes ao ponto afirmarem que aquilo de que gostam, ou dizem gostar, é bom e que tudo o resto não presta ( quem são essas pessoas para definirem quem são os bons ou os maus músicos?).
Evidentemente se tivesse sido um concerto de que a maioria dos espectadores tivesse gostado, estariam críticas em todo o lado a dizer o quão maus eram os músicos e o quão ignorante era o público que os aplaudia...
É triste, mas infelizmente é assim que as coisas funcionam...Na mente de alguns, o jazz é um tipo de música erudita, que foi feita para que apenas um pequeno número de psessoas pudesse ouvi-la e "entende-la" (um dia ainda alguém me há-de explicar o que é isso de entender a música...).
Cara Marta,
Para mim o "pecado do Jazz", tenho-o dito, foi justamente ter querido ser uma música demasiado erudita, processo que o levou ao distanciamento das pessoas e que projectos como os de Evan Parker mais intensificam.
Caro João dos Santos,
Basta olhar para o seu blog para ver que o engano não é meu. Os únicos posts que conseguem atrair alguma participação são aqueles em que revela o pior de si - esse ressabiamento exasperado e incompreensível pela Trem Azul e pelos seus representantes. Tão descabido que só pode ser INVEJA(repito-o, identificando-me).
Quanto à realização de eventos, nestes moldes ou em quaisquer outros, parece-me a sua resposta tão imatura quanto desonesta - Não é preciso ser muito inteligente para o perceber.
Já agora, não posso deixar de me indagar sobre os verdadeiros motivos que o levam a bajular os nossos vizinhos Espanhóis.
Desta vez, chega até a fazer um apelo directo ao CCB "...senhores do CCB (não é preciso pagar viagens dos EUA nem de Inglaterra!), aqui ao lado há músicos extraordinários. Barcelona, Madrid, Sevilha...". Suponho que se disponibiliza para os contratar no caso dos senhores do CCB ouvirem o seu apelo... ou estou mais uma vez enganada?
Já admitiu que não se documenta convenientemente sobre os concertos ou os músicos, nem se dá ao trabalho de os ouvir a tempo inteiro para poder fazer uma critica isenta. Por esses motivos, permita que lhe diga que há excelentes músicos em Portugal.
Quem sabe, não foi mesmo por esse motivo que o CCB concordou com a programação? Pela variedade de músicos, estilos e nacionalidades?
Não é a primeira vez que ouço rumores sobre a sua ligação com determinados espanhóis, mas se prometeu alguma coisa a alguém e não a conseguiu cumprir, talvez fosse mais correcto assumir as suas falhas e deixar trabalhar quem é honesto e competente, como sempre o demonstraram ser os profissionais da Trem Azul.
Esta foi a segunda vez que comentei no seu blog, e desta vez demorei aqui mais do que quinze minutos...
Que Deus o ajude!!!!
Rosa Maria de Vasconcellos
Oh minha Cara Rosa Maria,
Essa de eu ter ligações com espanhóis é nova até para mim! Diga-me lá quem são que pode ser que realmente eu pense em organizar alguma coisa com eles... Como a minha cara amiga ouve coisa e sabe coisas... vá lá, diga-me, que lhe ficarei muito grato.
E sim gostaria muito de organizar um festival ibérico de Jazz. E se o CCB pode mandar vir músicos de Inglaterra e dos EUA, por que não pode fazer o mesmo relativamente aos espanhóis? Tem alguma coisa contra nuestros hermanos ou ainda pensa que só há bom jazz nos EUA?
Minha cara Rosa Maria,
Permita-me ainda usar as suas sábias palavras para dizer algo.
Diz a minha amiga: "Os únicos posts que conseguem atrair alguma participação são aqueles em que revela o pior de si - esse ressabiamento exasperado e incompreensível pela Trem Azul e pelos seus representantes".
Pois é verdade... Onde está a minha amiga quando publicamos posts interessantes sobre a história do jazz em Portugal ou entrevistas exclusivas com músicos como Jason Moran ? É que aí nunca a vi a comentar, a dizer que sim senhor, o rapaz até faz umas coisas positivas e interessantes...
Será que a minha amiga encarna o espírito do pior português, aquele que só gosta mesmo é de deitar abaixo? Aquele que só se eleva puxando os outros para baixo?
(só tenho pena que no meio de toda esta polémica - embora compreenda porquê, o enfoque da discussão foi virado para outros dois pontos - ninguém tenha comentado a referência elogiosa ao cd do zé eduardo. que, na minha opinião, é merecida)
(pronto, era só isso.)
(pessoalmente acho lamentável que numa caixa de comentários como estas haja opiniões, a favor ou contra o autor do post, anónimas)
Nota curiosa:
o Zé Eduardo tem gravado para a Clean Feed, editora da Trem Azul, e vai tocar no Jazz às Quintas.
José Meneses vai tocar dentro de dias na Trem Azul...
O que significa, simplesmente, que a dita Trem não é elitista nem parcial no que respeita ao jazz, ao contrário do que diz, apressadamente, o Sr. JNPDI. Os factos falam por si.
Francisco
Estava a ver que ninguém se lembrava destes factos, caro Francisco.
Ou que alguns não quereriam lembrar-se para alimentarem a hostilidade do sr. Santos...
Continuo a achar que é uma pena :(
Alberto Cruz
Oi, meu bem. Deixe lhe dar um conselho de amigo. Sempre que você vem a Lisboa, procura sempre se alojar no hotel Anjo Azul, ali mesmo no Bairro Alto.
Fico lhe esperando e olhe lá que não vai perder seu tempo e seu dinheiro, não. Vai ver que fará bons e muito frutuosos contactos que lhe serão muito úteis pr'o seu sucesso na vida. É o que tá dando... Fico esperando até lá.
Diz que vai de minha parte.
Nandinho
Meus caros,
Enquanto andam aqui entretidos eu aproveito o meu Domingo para escrever mais um livro sobre o Jazz em Portugal, fazendo algo positivo, e trabalho em mais um artigo para a revista Blitz, que terão depois oportunidade de ler.
Bem hajam!
Deixe-os falar...
Não perca o seu tempo com pessoas que querem o pensamento único e não aceitam uma crítica. Continue a escrever, sobretudo na Blitz. Já agora, de que trata o próximo artigo?
Ana Maria
Cara Ana Maria,
O artigo será sobre a presença (melhor dito, as várias presenças) de Josephine Baker em Portugal, explorando nomeadamente as suas actividades de espionagem em Lisboa, ao serviço da França livre, durante a II Guerra Mundial, e a verdadeira afronta ao governo de Salazar que constituíram as suas declarações na RTP, em directo, nos anos 60.
Está pronto e sairá na Blitz de Julho, publicada em finais de Junho.
Obrigado pelo interesse manifestado e espero que goste!
Joãozinho anda para dentro que ainda te constipas.
Mas porquê que você só fala do passado, João ?
Para si o jazz também morreu ?
Ana Maria
Se calhar já é tarde mas só agora vi o post.
Uma coisa não percebo: Se enjoa porque é que insiste?
No próximo dia 2 de junho vou ver com a minha esposa o trio do Evan Parker em Coimbra. Como ela não é aficionada destas coisas do jazz já lhe mostrei uns discos para ela entender a onda. Assim já sabe ao que vai... não vai ter surpresas!
Porque é que as pessoas vão assistir a espetáculos que não conhecem previamente? Ir por ir?
Mas pronto! Eu gosto destes posts... já estava com saudades!
É pena que o sr. joao dos santos nao tenha ficado em casa com as pantufas do manuel jorge veloso assim como é pena este ultimo nao ter visto o concerto.
Teriamos ficado com uma critica imcomparavelmente mais ilucidativa e inteligente.
Clara Rodrigues
Se há coisas que me irritam a sério são injustiças. Se essas injustiças se dirigem a pessoas que me são próximas, então nem eu me reconheço, sendo capaz de sentimentos altamente reprováveis até na minha própria escala de valores.
Posto isto, dirigo-me ao Sr. João-Ninguém-Pior-Dos-Imbecis: o que tenho para lhe dizer é que o senhor não passa de um energúmeno, um escroque infeliz. Vive a sua vida em função da inveja que nutre pela felicidade dos outros, nunca conseguindo atingi-la, por esse mesmo motivo.
Não posso, por razões que não lhe dizem respeito, identificar-me aqui mais do que aquilo que vê. Nem isso me parece relevante para o caso.
Para o caso, interessa apenas que sou certamente capaz de lhe dizer o que penso de si com muito maior frontalidade do que aquilo que a pequenez da sua inteligência algum dia permitirá acompanhar.
Concentre-se em arranjar uma vida feliz para si próprio e deixe os outros em paz. Há um ditado popular que diz sabiamente: “Nem nunca a Inveja medrou, nem quem ao pé dela morou”.
Pense nisso… sua víbora!
Maria dos Anjos
Jazz No País do Insulto!... gratuito.
Pois... é uma pena, como venho repetindo demasiado.
Mas não foi você quem disse, no 1º e provocador post:
- Venham os insultos, se são esses os melhores argumentos que têm! Já estamos habituados...
Os seus argumentos iniciais não terão sido dos mais sólidos e, em última análise, correctos.
Estes serão argumentos igualmente primários e correspondentes.
Já se perguntou se terá você, logo à partida, insultado alguém?!
E acrescento que me estou nas tintas para os Trem Azul pelo que os mandamentos não me servem...
Gosto apenas de música - muito!
E se gosto de Monk ou C. Parker ou Coleman ou Dolphy, também gosto de E. Parker ou Lacy ou Braxton ou Taylor ou Bailey... muitos dos que você aparentemente detesta e não perde uma oportunidade para massacrar na praça pública!
E sei perfeitamente separar o trigo do joio e já tenho idade para não ser comido por saloio, pelo menos com frequência...
Quando criticar publicamente, que seja com solidez e fundamento - talvez aí os insultos se diluam ou desapareçam.
Alberto Cruz
Oh Maria dos Anjos agora é que me partiu o coração! Então não se quer identificar, linda?
Era mesmo assim uma mulher doce e meiga como tu revelas ser pela tua linguagem que eu gostava mesmo de conhecer para falarmos de jazz e não só...
Pensa lá bem, doce!
Beijos ternos como tu, do teu Vasco.
Ah, temos um segundo Vasco.
O primeiro não faz aproximações destas, tão decididas a uma mulher. Pelo contrário tem o coração empedernido e cheio de ódio.
Benvindo Vasco II com tanto amor para dar.
Morgadinha dos Canaviais
...
a única coisa que retirei de tudo isto foi a confirmação do que já se sabia. Qualquer um, nesta aldeia, chega a critico dos jornais... muito triste...
Este senhor é mesmo respeitado? Porque me enviaram o link para ler isto?
Sinceramente… se era para rir não resultou… porque realmente incomoda :(
Escrevo este post para os que, enganados como eu, aqui vieram para ter conhecimento “da polémica estética” e apenas confirmaram o estado da "nação" :(
Já havia reparado que os críticos de cinema pouco sabem de literatura, que os de jazz pouco sabem de clássica, que os de teatro ignoram as artes plásticas... que nenhum, realmente, está a par dos debates da estética contemporânea… mas isto, lido nestes moldes, é mesmo deprimente...
Este senhor (que parece ter lata para escrever livros sobre o assunto) diria exactamente o mesmo, com a mesma convicção de ser pessoa informada e bem formada, se tivesse ido ver uma exposição da Doris Salcedo ou do Hirschhorn, se lhe tivessem oferecido um livro do Herberto Helder ou da Fiama, do Derrida ou do Deleuze, se fosse ver um David Lynch ou um Barney, um Viola ou um Christan Marclay. Diria o mesmo se fosse ouvir Xenakis ou Ligeti, uns Sonic Youth ou um Fennenz…Seria igualmente caricato ao sair de uma exposição dadaista no Moma ou do Cabrita Reis na Gulbenkian…
… um daqueles broncos que nos incomodam em Serralves com os risinhos e os famosos “este até a minha neta fazia”…
… pois… “aquilo até eu tocava”…
Ele nem sabe o que deveria ser o CCB… para que Lisboa não fosse tão tristemente provinciana ao ponto de termos de ler, como coisa seria, pessoas assim…
Seja humilde e fique-se pelo Blog. Na Internet o filtro é colaborativo e só vem cá quem quer estar ao seu nível (ou então, rir-se… como parece que deveria ter sido o meu caso…)
Este senhor não sabe o que é estética e parece um carroceiro a falar dos "elitistas" e dos "herméticos", da "comunicação e das coisas bonitas que o fazem reflectir".
Por favor… falar de jazz, como fenómeno estético, não começa nem acaba no jazz…
Mas podíamos resumir tudo em: este homem… nem sabe quem é o Evan Parker!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Sérgio e Ilidio… poupem-me, que eu gosto de gostar de viver à beira mar plantado :) (e não preciso de me lembrar que em redor o nível é este... e não por que a massa inculta prolifera no país mais ignorante da Europa (da OCDE)... mas porque os “opinion makers” não chegam sequer ao nível boçal dos nossos hermanos :)
Abraço
Rui Mascarenhas
P.S. o tom agressivo foi apenas para agradar o senhor, que queria insultos e polémicas. Tratemos as paixões tristes a golpes de martelo ;)
JV: muito bom post
Caro Rui Mascarenhas,
Não sei quem é, nunca o vi, não o conheço e por isso desobrigo-me de lhe responder, pois se o fizesse estaria a caracterizá-lo apenas pelas escassas linhas que aqui nos deu a ler, o que serião tão falacioso como o julgamento que de mim fez por ainda menos linhas.
Mande sempre e se a sua ideia de opinion é alguém que, como o senhor, usa termos como "carroceiro" e "bronco" para caracterizar os outros então realmente o melhor é fica nasua ilha, porque indígenas já temos cá que cheguem.
Eis tudo o que lhe posso dizer, não o conhecendo e não querendo descer ao nível do seu coméntário que, quero crer, será certamente menos elevado do que o meu caro Rui Mascarenhas.
Caro Rui Mascarenhas,
Não sei quem é, nunca o vi, não o conheço e por isso desobrigo-me de lhe responder, pois se o fizesse estaria a caracterizá-lo apenas pelas escassas linhas que aqui nos deu a ler, o que serião tão falacioso como o julgamento que de mim fez por ainda menos linhas.
Mande sempre e se a sua ideia de opinion maker é alguém que, como o senhor, usa termos como "carroceiro" e "bronco" para caracterizar os outros então realmente o melhor é ficar na sua ilha, porque indígenas já temos cá que cheguem.
Eis tudo o que lhe posso dizer, não o conhecendo e não querendo descer ao nível do seu coméntário que, quero crer, será certamente menos elevado do que o do meu caro Rui Mascarenhas.
Caro João Santos
Obrigado pela consideração :)
Peço desculpa pela agressividade. Foi a "golpes de martelo".
Não pretendi chamar-lhe directamente "carroceiro" e "bronco". Apenas que os seus argumentos me fazem lembrar:
"um daqueles broncos que nos incomodam em Serralves" e que "parece um carroceiro a falar dos "elitistas" e dos "herméticos"
:)
Tem que admitir que faz lembrar.
Tem todo o direito de não gostar do Parker. Devia porém saber quem ele é e o que o esperava, já que é um "estudioso" da matéria. Pagam-lhe inclusive, do que percebo. Mesmo para dizer mal, há que se munir de argumentos consistentes e informados.
Se o fizer desta forma, acredite que terá de mim o maior respeito e consideração, mesmo que não concorde com os seus ideais estéticos (e provavelmente éticos). Contribuirá para o debate informado, e isso é o que interessa.
O trabalho da critica é (e creio que concorda) uma tarefa de responsabilidade, ainda por cima num país carenciado como o nosso.
Mas pronto,aí, a culpa não é só sua. Deveriam mante-lo a fazer peças de cariz histórico, como o do Miles Davis. Aí, nada contra :)
Pessoalmente, não me parece que tenha o direito de dizer que o Evan Parker não deve estar no CCB (com ou sem dinheiros públicos) e que quem o lá leva, assim como quem o vai ouvir, anda a enganar os outros (e a si próprio, do que depreendo).
Peço desculpa, sinceramente. Assumo que descarreguei no seu blog o desconforto que sinto pela generalidade da critica no nosso país não estar sintonizada com o seu tempo (nem se esforçar o suficiente para isso). Além de que me fez lembrar os argumentos do Kimball e da sua reaccionária "New Criterion" (há argumentos que parecem tirados a papel químico :)
De resto, creio sinceramente, que até poderíamos conversar agradavelmente sobre Miles e Monet ;) Sobre Eça e Ruy Belo (esqueça lá o Paulo Coelho... tente um Pirsig se é a linha mística que o cativou e não o folhetim do "eleito" :)... ainda acaba no Don Brown...).
Tudo isto, claro, só tem pertinência quando nos colocamos no campo da estética e do papel da critica. De resto, esteja a vontade :)
Espero, sinceramente, que considere tudo isto uma saudável (e algo cómica) polémica, como a que confrontou a geração de 70 com os pós-românticos ;)
Ainda poderemos ser, um dia, bons amigos, vai ver :)
Melhores cumprimentos
Rui MAscarenhas
Caro Rui Mascarenhas,
Vejo que fiz bem em não me percipitar a julgá-lo pelo que anteriormente tinha escrito, pois, como agora se vê por este novo comentário de sua autoria, teria sido injusto e redutor.
Mande sempre!
Caro João,
O seu JNPDI deve ser de facto o blog sobre Jazz mais lido em Portugal. E aquele que mais paixões desperta. Vejo que já teve a honra de comentários escritos por críticos de Jazz, por músicos, por aspirantes a músicos, por outras pessoas ligadas à música e por intelectuais como este último senhor a quem, ao que entendo, foram fazer queixas de si…
Também eu não aprecio Evan Parker, João; mas a culpa não é minha. Nunca tive educação musical. Aqui onde trabalho a maior parte do tempo, um músico popular é o Quim Barreiros. Um músico sofisticado é o Tony Carreira. Tenho um vizinho já velhote que tocava concertina pelas festas e romarias. Como não podia viver só disso, passou a vida a trabalhar no campo: agora está reformado e insiste em tocar pelas ruas, ao fim da tarde. Mas toca mal, os braços e os dedos já não são o que eram. Sentia pena dele, mas descobri agora que os vizinhos, para ele ir tocar a outra porta, lhe dão uns cêntimos, o que ao fim do mês é um bom complemento para a reforma. Ainda ontem o vi. Sempre com a sua concertina. E de pantufas. As pantufas poderão mesmo ser iguais às do crítico Manuel Jorge Veloso. Experiências de vida totalmente diferentes, pantufas iguais. Isto não é nada importante, mas ocorreu-me. Estive ontem a ver o ouvir o DVD “Power of Three” com Michel Petrucciani, Jim Hall e Wayne Shorter. Comprei baratíssimo, em saldo. Vantagem dos tempos modernos, não é? Por meia dúzia de euros, três músicos excelentes. Um dia destes ainda vou gostar de Evan Parker. Porque admito que não gostar de Evan Parker é uma limitação minha, agora que tantos dos seus leitores se manifestaram a favor da música de Evan Parker. Aliás, já deixo aqui a minha modesta colaboração, ao escrever o nome Evan Parker deixe lá ver…quatro vezes.
Um abraço, João.
Pois é... a discussão resume-se a isso... estamos todos ao mesmo nível quando estamos de pantufas... :))
(Mas não fiques triste, não gostar de Evan Parker pode ser só uma mutação genética. Até pode ser que descubram uma cura)
ps: se continuas a ler estes infames blogs de jazz faço queixa à minha mãe!!!!!!
Há capelinhas neste mercado de competição desleal e mesquinha
INDUSTRIAIS e COMERCIAIS . Proclamam ser os Maiores , os Melhores e até os ÚNICOS ! A
Como no futebol , o que interessa é GANHAR e OBLITERAR A CONCORRÊNCIA
Alguns são educados - outros áté violentos
É POR CAUSA DO DINHEIRO , DO MONEY ...que , apesar de sempre POUCO é todo o que têm
Neste (sub)Mundo estabelece-se quem DÁ UM GOLPE...O maior aldrabão vende POLÍTICOS...quanto mais Artistas !!!
Os EDITORES têm-se transformado em EXRCITOS DE OCUPAÇÃO DE TERRITÓRIOS CONQUISTADOS - e o MERCADO um simulacro de GUERRA (Alecrim e Mangerona!) com métodos batidíssimos mas que são encarados por cada nova geração como A DESCOBERTA DA PÓLVORA e ALIMENTADOS pela VAIDADE ou INDIFERENÇA dos aparentemente IMPOTENTES Artistas e pelo EGO de cada um
O CCB poderia, parece-me , ter consultado 3 Programadores diferentes . Mesmo assim teria sempre sido APANHADO nesta troca de palavras FOSSE QUAL FOSSE o programador escolhido
O CCB é uma CASA onde cabem muitos, graças a Deus...
POR ISSO É APENAS ESPERAR ...e até TORCER para que esta experiência no
JAZZ AS 5ªS SATISFAÇA os mais SEDENTOS por NOVIDADES
O SISTEMA DE ROTATIVIDADE que é apanágio do CCB será , sem dúvida aplicado
Acredito que a INDIGNAÇÃO de JNPI é genuína e até fundamentada pois a questão dos RÓTULOS -TÃO IMPORTANTE PARA UM MERCADO HONESTO- está viciada e disfarçada em "criativa". Como consequência eterniza-se a LUTA entre o RECENTE e o ANTIGO ,o BRANCO E O PRETO confundindo-se o BOM com o MAU PRODUCTO ,PREJUDICANDO O CONSUMIDOR , claro
Considero o João um intelectual honesto ,um excelente Amador de Jazz- Estudioso,Activo , Curioso, Bem Intencionado, Musico
Partilho com ele a SAUDADE de um TEMPO que HÁ-DE CHEGAR quando houver TANTA FARTURA QUE OS RATOS CAIAM DAS PRATELEIRAS
Para ti ,Paladino das Boas Causas, um jinho
Maria Viana
Paladino das boas causas gostei muito dessa ... :) :) :)
Viva a pluralidade...bicefalos não obrigado!
António Costa
MAS QUE MANIA ESTA DE DEIXAR OS DEFICIENTES DE FORA...
M
vocês é que deixam muita coisa de fora...
Vá para fora cá dentro.
Jinhos,
Elga Raposa.
Vão para dentro, não se incomodem, nós ficamos bem.
Cada um na sua :)que bonito!!!
HEXAGRAMA 48 "O Poço. Uma cidade pode ser mudada, mas não um poço. A água de um poço não aumenta nem diminui. Todos vêm a ele para usufruir de sues benefícios. Mas se a corda é curta demais, antes de retirar a água o balde quebra-se. Desastre".
jINHOS DA mARIA
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