17 de maio de 2007

Dee Dee Bridgewater: Red Earth

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Red Earth - A Malian Journey é mais um excelente registo discográfico de Dee Dee Bridgewater, para nós a melhor e mais completa cantora de jazz da actualidade, só comparável com Dianne Reeves. Este título fica a dever-se à paisagem que Dee Dee viu do quarto do seu hotel, na primeira manhã da sua visita ao Mali, na respectiva capital, Bamako.

Depois de projectos dedicados a grandes músicos de jazz e de um registo baseado no cancioneiro francês, em Red Earth Dee Dee visita a música do Mali, numa viagem em busca das suas próprias raízes e que a levou de facto a passar algum tempo neste país, acompanhando, por exemplo, as actividades da FAO e das mulheres locais. Em resultado surge um disco que é simultaneamente um projecto "musical, político e espiritual", como refere a cantora.

Este projecto está obviamente intimamente ligado às sonoridades africanas, contando com a participação de vários músicos deste país, nomeadamente Cheick Tidiane Seck, que ficou responsável pela congregação dos músicos e pela selecção das músicas tradicionais do Mali, como por exemplo "Bani" (Bad Spirits), "Mama Digna Sara Ye" (Mama don't ever go away), "Demissènw" (Children Go 'Round), "Sakhodougou" (The Griots) e "Massane Cissé" (Red Earth). Ainda dentro dos temas tradicionais gostamos sobretudo de "Djarabi" (Oh my love), em que Dee Dee canta em dueto com Oumou Sangaré. Finalmente, um dos temas que Dee Dee fez questão de incluir foi "Bambo (No More)", canção de forte mensagem política e social que nos anos 60 levou o governo do Mali a abolir os casamentos forçados, então ainda em "voga", e que aqui neste registo conta com belos cânticos africanos.

Fora do repertório do Mali, Dee Dee foi buscar "Four Women" (que esteve para dar o título ao presente cd) a Nina Simone, "Afro Blue" a Mongo Santamaria e "Footprints" a Wayne Shorter, escreveu "Meanwhile" e "Dee Dee" e interpreta ainda "Compared to what".

Red Earth permite também o contacto com instrumentos tradicionais do Mali, como a Kora, que se fundem com os instrumentos convencionais, tendo sido praticamente todo gravado neste país, à excepção de três temas registados em Paris.

A acompanhar o CD encontra-se um DVD que documenta a produção deste disco e que tão bem capta a carismática Dee Dee e a sua capacidade de se fundir com a cultura do Mali.

Resta falar sobre a extraordinária qualidade das fotografias que acompanham Red Earth, à imagem do que tem sucedido nos mais recentes trabalhos de Dee Dee, ela própria muito beneficiada pela fotogenia, o que contribui para uma obra muito completa e apelativa também a este nível.

2 Comments:

At sexta mai. 18, 10:22:00 da manhã 2007, Anonymous Anónimo said...

Você continua a não distinguir a árvore da floresta. Mesmo que isso a si lhe custe muito, a Dee Dee ao lado da Dianne Reeves é uma vulgar cantora de cabaret. Este novo «projecto», além da falta gritante de originalidade, quer capitalizar na «paixão», sempre muito estranha, dos franceses por África. É por isso, mais um disco de World Music disfarçado de jazz. A culpa é dela, porque desde que foi para França, estragou-se completamente para o jazz. Uma pena ! Acho que é tempo de você falar de outras e novas cantoras, certamente mais esimulantes que a Dee Dee.

 
At sexta mai. 18, 10:46:00 da manhã 2007, Blogger JMS said...

Desculpe, mas não posso concordar consigo. Quem já ouviu a Dee Dee ao vivo conhece muito bem as suas capacidades e a sua alma. Aliás, discordo completamente. Quanto a este disco, é evidente que é um projecto de world music, mas com raízes no Jazz.

 

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