11 de fevereiro de 2006

Mehldau conquista CCB

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O pianista Brad Mehldau assegurou ontem à noite casa cheia no CCB e agradou sobejamente à audiência, que o obrigou a 3 encores (se não me falhou nenhum).

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Diga-se o que se disser, pense-se o que se pensar, a verdade é que já por cá passaram pianistas de maior craveira e que deram melhores concertos, mas não tiveram metade da assistência de Mehldau.

O marketing nestas coisas também dá uma mãosinha e é certo que a cada encore havia várias pessoas a debandar, talvez aquelas que foram ao concerto só porque se fala muito de Mehldau...

Quer isto dizer que se tratou de um concerto menos bom? Longe disso, estamos apenas a falar no campo da relatividade. A qualidade de Mehldau e seus companheiros é inquestionável. De resto, a segunda parte foi bem mais interessante do que a primeira e aí tanto Mehldau como acompanhantes mostraram bem o que são capazes de fazer.

Agora que deixou nostalgia de um pianista como Bill Evans, disso não haja dúvidas.

10 Comments:

At domingo fev. 12, 12:46:00 da manhã 2006, Anonymous Anónimo said...

E a casa da música também...
3 encores também aconteceram por cá..

 
At domingo fev. 12, 03:13:00 da tarde 2006, Anonymous Anónimo said...

Caro João

Que pianistas é que já passaram por cá melhores ou tão bons como o Mehldau nos últimos tempos ? Na minha opinião temos apenas um, e não passou por cá, ele é de cá!, e chama-se Mário Laginha. O Sassetti para lá caminha!
Ah, parabéns pela tua divulgação do Jazz!

 
At domingo fev. 12, 05:09:00 da tarde 2006, Anonymous Anónimo said...

Sugeria que fizesse uma crítica mais substancial. Afinal não se percebe o que lhe desagradou na actuação do Brad Mehldau, parecendo-me inclusivamente muito fácil dizer que "por cá jápassaram pianistas de maior craveira e que deram melhores concertos", sem dizer quais, e já agora, porquê.

 
At domingo fev. 12, 10:07:00 da tarde 2006, Blogger JMS said...

Caro Horácio,

Agradeço a sua sugestão.

Porém, a política de JNPDI! tem sido mais a de funcionar como divulgador dos espectáculos do que como crítico, já que o parco tempo de que dispomos para com toda a generosidade realizar este blog não nos permite fazer uma crítca com a seriedade que merece.

Porém, estaremos sempre abertos para o debate aqui na zona dos comentários, recebendo o feedback dos leitores (que aliás temos tido o prazer de nós se dirigirem nos concertos para nos conhecerem pessoalmente e trocar ideias) e aprofundando, na medida do possível, o nosso.

Certamente não deixaremos de realizar uma crítica quando um espectáculo qualquer possa ter sido francamente negativo ou claramente excepcional.

Como também fazemos sempre uma apreciação crítica dos espectáculos que aqui divulgamos, pois não somos uma agenda cultural e só divulgamos os concertos que acreditamos terem realmente qualidade dentro do nosso ponto de vista, naturalmente subjectivo, como todos.

 
At domingo fev. 12, 10:14:00 da tarde 2006, Blogger JMS said...

Caro amigo,

Pergunta que pianistas temos que tenham passado por cá e realizado melhores concertos do que o de Mehldau.

Recordo-me por exemplo do trio de Hank Jones no teatro auditório do Casino Estoril, praticamente deserto... Poderia também falar de McCoy Tyner, em 1997.

Recentemente, tivemos Mulgrew Miller no CCB, com Steve Nelson, concerto absolutamente notável realizado em 2004 persante uma sala que tinha menos de metade das pessoas de Mehldau.

Quem assistiu a estes concertos que diga se os trocava pelo de Mehldau.

São linhas bem distintas no jazz, é verdade. Mas não deixam de ser ambos projectos de jazz e em que o piano é a peça central.

 
At segunda fev. 13, 08:34:00 da tarde 2006, Anonymous Anónimo said...

Não ouvi o Brad Mehldau, mas lá que gosto muitíssimo do Bernardo Sassetti, isso é verdade! e também do Mário Laginha. E até acredito que conseguissem encher o CCB.

 
At terça fev. 14, 10:38:00 da tarde 2006, Blogger pb said...

Vi o concerto de Brad Mehldau na Casa da Música.
Tenho todos os cds dele (desde os tempos em que tocava com a formação inicial de Joshua Redman, passando pelos "Art of the Trio", os cds a solo até aos actuais "Anything goes" e "Day is done") e, francamente, não gostei do concerto. Tocou essencialmente os temas deste último cd passando pelo tema dos Radiohead e, imaginem, Thelonious Monk!
Não esperava ver um animal de Jazz em palco, sei que Mehldau não o é...
Mas mesmo assim, esperava muito mais!
Brad Mehldau toca ao vivo como nos discos em estúdio. Direitinho, sem falhas, mas sem nunca se empolgar. Se isto funciona de forma agradável num ambiente de estúdio, ao vivo já não é bem assim...
Ouvi, isso sim, dois grandes músicos a tocar com ele, o baterista e contrabaixista, sempre dispostos a sair da "linha" mas com o travão permanente do líder do trio.
Quanto a pianistas de jazz, de que gosto muito mais, são mesmo muitos!
Laginha, claro, Jason Moran, que já cá esteve, para não falar de Keith Jarrett com Peacock e DeJohnette (mas sobre este senhor nem vale a pena falar porque não volta cá! Já teve a dose dele de Portugal...). Podia ainda, é claro, referir uma série de outros pianistas europeus de grande fibra.
Quem ler isto até pode pensar de que não gosto de Mehldau e pronto! Mas não é verdade. Acho apenas que pelo facto Mehldau "estar na moda" isso não me deve deixar de diferenciar um bom concerto de jazz de um mau!
Nem vou falar de encher salas, não, por aí não vou, porque isso significa o que significa. Muito pouco!

No fim, também eu fiquei com vontade de ouvir Bill Evans, a tocar sozinho, ao fundo de um salão vazio...

 
At quarta fev. 15, 12:32:00 da manhã 2006, Blogger JMS said...

Caro Paulo,

Não podia concordar mais consigo.

E como comparam Mehldau a Bill Evans, mal ou bem, só me vinha à memória o concerto de Evans e Eddie Gomez em 1975 no S. Carlos... e uma vontade enorme de chegar a casa e visionar esse DVD.

Este concerto só em escassos momentos me empolgou, o que não quer dizer que não seja boa música.

 
At quinta fev. 16, 01:15:00 da tarde 2006, Anonymous Anónimo said...

Caro João

Eu não disse "que pianistas temos que tenham passado por cá e realizado melhores concertos do que o de Mehldau"; eu disse "Que pianistas é que já passaram por cá melhores ou tão bons como o Mehldau nos últimos tempos ?" Ou seja, eu não comparava concertos mas antes pianistas. É muito diferente! De qualquer maneira concordo convosco (João e outro blogers) em relação ao carácter "morno" do concerto. Mehldau está a passar por essa fase em trio - muito certinho (mas também pode ser o cansaço e/ou a estratégia para se fazer concertos todos os dias) - mas, tal não acontece nas suas performances a Solo. Basta ouvirem o Live in Tokyo : arrisca que se farta, e por isso é, aí, o Brad Mehldau que enche salas. Abraço!

 
At quinta fev. 16, 09:27:00 da tarde 2006, Blogger pb said...

O Live in Tokyo, sim!

 

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