Um contrabaixista injustamente esquecido
Já o conhecia de ouvir em disco, com Herb Ellis (no famos Doggin' Around), mas tive oportunidade de o conhecer pessoalmente em 1988 quando orientou um workshop sobre comunicação musical no Hot Clube de Portugal.
Refiro-me a Red Mitchel, contrabaixista com C maiúsculo que hoje celebraria o seu aniversário se fosse vivo.
Nascido em Nova Iorque, em 20 de Setembro de 1927, começou a tocar piano logo aos 3 anos de idade, sendo instruído na música dita clássica.
Porém, um dia o jovem Mitchell ficou sozinho em casa, ligou a aparelhagem hi-fi dos pais, colocou ao acaso um disco da orquestra de Count Basie e apaixonou-se pelo som do saxofonista tenor, Lester Young.
Após alguns anos a tocar piano, clarinete e saxofone alto de ouvido, aos 20 anos já estava a tocar contrabaixo, que seria o seu instrumento doravante. O seu primeiro trabalho enquanto contrabaixista teve lugar no clube Onyx, na 52nd Street, vindo a tocar com Jackie Paris (1947-1948), Mundell Lowe, orquestra de Chubby Jackson, Charlie Ventura (1949), orquestra de Woody Herman. De 1952 a 1954 integrou o trio de Red Norvo e tocou na Europa com a cantora Billie Holiday.
Isto até formar o seu próprio quarteto, com Billy Higgins, e um quinteto com Jim Hall, o que não o impediu de tocar com o trio de André Previn e de formar um quinteto em parceria com Harold Land, no início dos anos 60.
Red Norvo deixou os EUA no seguimento do assassinato de Martin Luther King e do Senador Robert Kennedy, fixando residência em Estocolmo e dedicando-se ao ensino e a tocar com alguns dos melhores músicos suecos.
A partir de 1977, Mitchell dedicou-se essencialmente aos duos, no que era mestre, tendo tocado com Hak Jones, Kenny Barron, Herb Ellis ou Clark Terry.
Curiosamente Red Mitchell morreria a 8 de Novembro de 1992, precisamente no mesmo dia do workshop realizado no Hot Clube quatro anos antes.
Discografia essencial:
PS: Alguém tem fotografias do workshop realizado por Red Mitchell no Hot?
5 Comments:
Ah, entao é este o blog do Ze das Couves!
Boa!
Incrível. Há "anónimos" que perdem TODAS as oportunidades de estarem "calados".
Pois, se fosse para dar um contributo positivo não se dava ao trabalho de escrever, mas como é para o disparate já vale a pena atacar o teclado e digitar umas palavras indecifráveis...
Jazz...
será que o João não pode filtrar as mensagens? mas vá lá, não têm aparecido mimos destes no JNPDI.
Um abraço
Mateus
Não sei como filtar, mas também acho que não devo fazê-lo. A expressão é livre. Cada um diz o que sabe e pode...
:)
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