3 de agosto de 2005

Morreu Dom Um Romão

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[Foto de João Freire, 8/11/1985]

Morreu o percussionista Dom Um Romão (primeiro a contar da direita na fotografia), que em 1985 actuou em Portugal, na Aula Magna, no âmbito do I Festival Internacional de Jazz de Lisboa, organizado por Luís Villas-Boas e Duarte Mendonça.

A notícia é do site brasileiro Clube de Jazz, a qual passamos a transcrever:

Nome importante na bossa nova e um dos maiores bateristas brasileiros, Dom Um Romão morreu anteontem [26 de Julho], no Rio de Janeiro, vítima de um derrame cerebral. O enterro aconteceu no mesmo dia, no cemitério de Mesquita, na Baixada Fluminense. Dom Um, como era mais conhecido, completaria 80 anos na próxima quarta-feira.

O carioca Dom Um Romão (seu nome de batismo) iniciou a carreira no final dos anos 40, tocando em gafieiras, cabarés e rádios. Na década seguinte, integrou o Copa Trio e conviveu com os músicos que gerariam a bossa nova. O histórico disco Canção do amor demais (1958), em que Elizeth Cardoso cantava músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, tinha Dom Um na bateria.

Em 1962, Dom Um participou da primeira formação do sexteto Bossa Rio, de Sérgio Mendes, e se apresentou com o conjunto no Carnegie Hall, na noite que consagrou a bossa nova em Nova York. Foi Dom Um quem levou Elis Regina, em 1964, para cantar nas boates do Beco das Garrafas, em Copacabana, dando um empurrão decisivo na carreira da ainda desconhecida cantora.

Ainda em 1964, o baterista gravou seu primeiro disco solo, Dom Um, capítulo importante na história da música instrumental brasileira, em especial do chamado samba-jazz. "Ele fundiu, da melhor forma, o samba de gafieira com o jazz, criando uma escola. Dom Um fez uma ponte Rio-Nova York-Los Angeles que está bem explicada nesse disco", afirma Charles Gavin, baterista dos Titãs, ao comentar a morte do colega músico.

Ao lado de Edison Machado, Milton Banana, Helcio Milito, Wilson das Neves e alguns outros, Dom Um Romão firmou um estilo de bateria que atraiu os ouvidos norte-americanos, pois incorporava os andamentos do samba aos movimentos do jazz. Em 1965, engrenou uma longa carreira internacional, tocando com o saxofonista Stan Getz e com brasileiros que se radicaram nos EUA, onde ele lançou nove discos solo.

Entre os músicos que Dom Um Romão acompanhou estão como Astrud Gilberto e Flora Purim. Tocou também com Tom Jobim - participou de Wave e do disco de Jobim com Sinatra - e nos anos 70, fez parte do Weather Report, um dos principais conjuntos da história do jazz e do qual faziam parte Joe Zawinul, Jaco Pastorius e Wayne Shorter.

1 Comments:

At segunda mar. 09, 05:17:00 da tarde 2009, Blogger Henrique Cruz said...

Quando o Dom Um estava no Weather Report, o Jaco Pastorius não fazia parte ainda...

Dom Um fez parte da primeira formaço do Weather Report, logo depois de Airto Moreira. =)

 

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