Os homens das pontas
É engraçado como no cartaz que nunca chegou a ser colado, devido à oposição de Cavaco Silva, os homens da propaganda de Santana Lopes empurraram Pinto Balsemão e Durão Barroso para as pontas do mesmo, possibilitando ao senhor da pulseira encarnada aparecer à direita de Sá Carneiro (de quem se diz herdeiro, ainda que se saiba que o senhor não deixou testamento político...) e num lugar de elevada visibilidade.
Quanto ao ninguém fez mais por Portugal... bem, depende do que se entende por fazer mais por Portugal. Considerando que o PSD é o partido que soma mais anos de governação do país e tendo em conta o estado em que o dito está... é fazer as contas!
E ainda há quem se orgulhe...
E ainda há quem só estando no Governo (sem ser por eleição) durante meros meses ache (ou queira que os outros achem) que faz parte dos que mais fizeram por Portugal...
E, pior, ainda há quem acredite...
O senhor da pulseira encarnada não passa politicamente, em termos jazzísticos, da nota falhada no solo de trompete de Miles Davis, na ausência de swing do baterista medíocre, do saxofone sem lugar no naipe de sopros da orquestra de Duke Ellington, do piano espaventoso ou do contrabaixo dengoso.
É um novo tema que tem o pior dos clássicos standards (da política faz-de-conta) e a falta de consistência e originalidade para se tornar ele mesmo um novo standard.
Será por isso, felizmente, a pauta por tocar, o arranjo rasgado, a velha e gasta canção feita de acordes dissonantes esparramados no tom menor de uma triste melodia de embalar meninos.
Porém, o senhor que se seguirá, melhor música não nos dará também.
Portugal é, e continua a ser infelizmente, um país de surdos.
E em terra de surdos... quem tem dois ouvidos e boa cara é Primeiro-Ministro.
É tudo uma questão de imagem.
Jazz...
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