D Day e V Records - Jazz na II Guerra
Com a guerra em marcha e com a necessidade de elevar o moral das tropas, o governo dos EUA decidiu copiar para discos de alumínio os principais êxitos musicais da época, desde Duke Ellington a Fats Waller. O jazz era então a música do momento e por isso era natural que os jovens nas frentes de batalha quisessem ouvir a sua (nossa) música.
Estes discos eram chamdos V-Records, com o V de Vitória, e deveriam ter sido destruídos após a guerra. Felizmente, assim não aconteceu e ainda hoje existem centenas ou milhares deles em perfeitas condições, incluindo em Portugal.
Mas nem só os discos tiveram guia de marcha. Muitos jazzmen foram eles mesmos para a guerra, pelo que a revista DownBeat noticiava a dado momento: "Bandsmen today are not just jazz musicians, they are soldiers of music". Só a orquestra de Jack Teagarden perdeu 17 músicos para o exército em apenas quatro meses... E como nem todos regressaram sãos e salvos, a mesma Downbeat criou em 1942 a tétrica coluna "killed in action". Um dos listados foi, claro, Glenn Miller, que este ano celebraria 100 anos se não tivesse tombado no Canal da Mancha.
Já os grandes mestres do swing que não se alistaram acabaram também a pisar o palco da guerra, de uma forma ou de outra. Artie Shaw andou pelas selvas do Pacífico à frente de uma orquestra da marinha e foi várias vezes bombardeado. Benny Goodman gravou vários V Discs.
Já agora, aqui fica mais uma estória interessante sobre Jazz e II Guerra Mundial... Apesar de várias tentativas de banir o jazz da Alemanha, Goebbels acabou por desistir e decidir virar o feitiço contra o feiticeiro. Foi então que criou uma orquestra de swing numa rádio para difundir swing, não sem mudar, claro, as letras dos temas. Foi assim que acabou, por exemplo, o «Makin' Whoppee»:
Another war, another profit, another Jewish business trick,
Another season, another reason for makin' whoopee!
We throw our German names away,
We are the kikes of USA.
You are the goys, folks,
We are the boys, folks ?
We're makin' whoopee!
O alvo das emissões eram, claro, os soldados americanos, numa óbvia manobra de propaganda e desinformação.
Para mais detalhes este site tem alguma desta informação e muito mais.
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