Duarte Mendonça celebra, no HOT, 30 anos de produção de jazz
Duarte Mendonça, o mais antigo produtor de jazz em Portugal ainda em actividade, vai ser homenageado no próximo dia 23 de Março, pelas 23h00, no Hot Club de Portugal , através de um concerto protagonizado por alguns dos mais destacados músicos de jazz portugueses e pelo conceituado saxofonista inglês Art Themen. Este evento pretende assinalar os 30 anos de actividade profissional do homenageado.
Duarte Mendonça, iniciou-se na produção do jazz ao lado Luís Villas-Boas, no Cascais Jazz 1974, e não mais cessou, tendo contribuído para a democratização desta linguagem musical e para a sua institucionalização como forma de arte e cultura. Um percurso que acompanhou todo o processo de democratização política do país e que, apesar de todas as mutações e incertezas no contexto político, social e económico, nunca o impediu de divulgar aquela que considera «a melhor música do mundo»: o jazz.
Depois do Cascais Jazz, Duarte Mendonça criou o Jazz Num Dia de Verão (1982), o Jazz na Primavera, o Estoril Jazz (1989) e o Galp Jazz (1988), para além de vários concertos organizados em estreita colaboração com o Casino do Estoril e inúmeras colaborações na década de 90 com instituições como o CCB, (desde 1993), a Culturgest (1994) e os festivais Angra Jazz, Matosinhos em Jazz e Guimarães Jazz.
Ao longo destes 30 anos, Duarte Mendonça trouxe a Portugal em estreia absoluta a nata dos jazzmen internacionais, um extenso elenco de mais de 1000 músicos e que inclui Dexter Gordon, Sonny Stitt, Dizzy Gillespie, Charlie Mingus, Freddie Hubbard, Thad Jones/Mel Lewis Orchestra, Betty Carter, Chet Baker, Wynton Marsalis, Joe Henderson, Horace Silver, Carmen Mc Rae, Benny Golson/Art Farmer Jazztet, Stephane Grappelli, Bill Evans, Marian Mc Partland, Wynton Marsalis, Betty Carter e Art Blakey (cujo concerto no Terreiro do Paço, em 1979, celebrou então o 5.º aniversário do 25 de Abril), Modern Jazz Quartet, Dave Holland, Sonny Rollins ou Frank Sinatra Jr.
Estruturalmente, Duarte Mendonça tem pautado as suas produções e os seus festivais por um princípio consistente: não repetir os músicos. É assim que tem contribuído para revelar novos talentos como, por exemplo, Diana Krall, vinda a Portugal em 1996, quando era ainda uma ilustre desconhecida, mesmo a nível internacional. Além disso, o homenageado investiu ainda no desenvolvimento dos músicos de jazz portugueses, tendo criado os I e II Cursos Internacionais Projazz, em 1990 e 1991, os quais contaram com autênticos professores de luxo, que eram/são autênticas lendas vivas do jazz: Clark Terry, Kenny Burrell, Rufus Reid, Bobby Watson, Sir Roland Hanna, Kenny Washington, Reggie Workman, Alan Dawson, Barney Kessell, Hal Galper, Billy Pierce e Terence Blanchard.
Mais do que uma carreira profissional, o jazz é para Duarte Mendonça uma verdadeira paixão, à qual está ligado desde 1946, quando aos 15 anos de idade descobriu os primeiros discos e as primeiras crónicas em revistas estrangeiras. Desde então, tem sido um fervoroso coleccionador de discos, possuindo actualmente uma colecção de mais de 13000 álbuns, para além de centenas de livros e revistas; um autêntico museu particular.
Duarte Manuel Sarmento de Mendonça nasceu em 1931, em Lisboa, e em 1996 foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural pelo Município de Cascais.
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