Carlos Menezes (1920-2011)
Carlos Menezes. Foto: Rosa Reis.
Carlos Menezes. Foto: Rosa Reis.
Faleceu ontem, Domingo, Carlos Menezes, o decano dos guitarristas em Portugal. O funeral sai hoje às 16h00 da Igreja de S. João de Deus, em Lisboa. Paz à sua Alma.
Nascido há 91 anos, a 29 de Setembro de 1920, na ilha da Madeira, Carlos Menezes foi o primeiro músico de jazz português reconhecido internacionalmente e o pioneiro na introdução da guitarra eléctrica em Portugal. A estreia deste instrumento – então amplificado de forma improvisada – ocorreu na boite Nina, em Lisboa, por volta de 1944.
Ao longo de uma carreira de mais de 70 anos, a guitarra de Menezes fez-se ouvir em vários países e cruzou-se com músicos como Don Byas, Max, Tony Amaral, Jorge Costa Pinto (com cuja orquestra, a primeira big-band criada em Portugal, gravou em 1963 para a RTP), Mário Simões e Shegundo Galarza (com o qual actuou nos Estados Unidos), estando registada em centenas de discos gravados na Emissora Nacional pelo sistema de sobreposição.
A sua ligação ao concelho de Cascais data do final dos anos 40, época em que começou a actuar no Casino Estoril. Foi, aliás, neste casino que foi descoberto, nos anos 50, por Steve Race, crítico de música da prestigiada revista Melody Maker, que o colocou no dicionário dos grandes guitarristas mundiais, tornando-o o primeiro jazzman português a internacionalizar-se como tal.
Para além de uma longa carreira na Emissora Nacional, como músico da orquestra ligeira, e de inúmeras gravações para a RTP, a sua exímia técnica na guitarra e a ligação ao Hot Clube de Portugal e a Luís Villas-Boas, asseguraram a participação em múltiplas jam-sessions na cave da Praça da Alegria.
Em jam-session no HCP, com Max (Junho 1954). Fonte: Augusto Mayer
Jazz no País do Improviso homenageou-o publicamente em Setembro de 2009, naquela que foi a sua última actuação em público, e são desse evento os seguintes vídeos.
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