Cultura ausente do debate para a Câmara de Lisboa
Acompanhámos com interesse o debate que a SIC notícias acaba de realizar com 7 dos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, do qual retiramos a ilacção de que a cultura não é uma prioridade, ainda que todos sejam unânimes em defender maior qualidade de vida na Capital... como se tal se assegurasse apenas pela resolução da questão do trânsito ou do ambiente.
Temos sobretudo pena que não tenha sido perguntado ao ainda Presidente da Câmara como é possível a Orquestra Metropolitana de Lisboa (que divide instalações com o Hot Clube de Portugal) ter para oferecer aos seus alunos o estacionamento que as fotografias mostram...
Será assim que se pretende incentivar o estudo da música em Lisboa?
Serão tais infra-estruturas dignas de uma capital europeia ou de uma república do desleixo e da irresponsabilidade?
Responda quem souber...
Antes de concluir gostaríamos ainda de referir dois pontos:
1. - Onde está uma candidatura que veja na cultura um dever, mas também uma fonte de receita e de captação de turismo? Onde está o Festival de Jazz de Lisboa, cidade que continua a ser das poucas europeias sem tal evento?
2. - Mais importante. Onde está uma candidatura com uma verdadeira visão para a cidade? Uma visão assente naquilo que ela tem de único: a sua ligação aos Descobrimentos e à difusão da cultura e do conhecimento europeu. Lisboa precisa de uma visão que permita posicioná-la fortemente no âmbito da oferta turística mundial. Se é uma cidade dos Descobrimentos, um museu interactivo da globalização e do multiculturalismo, era algo que se devia debater. Mas a política à portuguesa tem fracos horizontes, ambiciona pouco, é pouco reflectida e, tal como há 8o anos, continua presa aos interesses. Eis porque ontem, tal como hoje, a caricatura publicada no jornal Sempre Fixe em 1926 se mantém actual:
É a cidade e o país que temos porque tristemente o cidadão só se manifesta quando o seu clube de futebol foi "roubado" pelo árbitro ou o respectivo presidente indiciado de corrupção pela PJ... E vende mais o livro da ex-mulher do dito cujo (com direito a cenas de pancadaria nos hipermercados para disputar os últimos exemplares da primeira edição) do que o Pessoa ou outros autores que realmente podiam trazer algo de útil ao desenvolvimento do Homem e da Humanidade. Com uma mentalidade assim também não há político nem politiqueiro que consiga solucionar o que à partida as pessoas se habituaram a ter como normal, sejam buracos na rua, carros nos passeios, mamarrachos ou outros atentados urbanísticos.
Acompanhámos com interesse o debate que a SIC notícias acaba de realizar com 7 dos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, do qual retiramos a ilacção de que a cultura não é uma prioridade, ainda que todos sejam unânimes em defender maior qualidade de vida na Capital... como se tal se assegurasse apenas pela resolução da questão do trânsito ou do ambiente.
Temos sobretudo pena que não tenha sido perguntado ao ainda Presidente da Câmara como é possível a Orquestra Metropolitana de Lisboa (que divide instalações com o Hot Clube de Portugal) ter para oferecer aos seus alunos o estacionamento que as fotografias mostram...
Será assim que se pretende incentivar o estudo da música em Lisboa?
Serão tais infra-estruturas dignas de uma capital europeia ou de uma república do desleixo e da irresponsabilidade?
Responda quem souber...
Antes de concluir gostaríamos ainda de referir dois pontos:
1. - Onde está uma candidatura que veja na cultura um dever, mas também uma fonte de receita e de captação de turismo? Onde está o Festival de Jazz de Lisboa, cidade que continua a ser das poucas europeias sem tal evento?
2. - Mais importante. Onde está uma candidatura com uma verdadeira visão para a cidade? Uma visão assente naquilo que ela tem de único: a sua ligação aos Descobrimentos e à difusão da cultura e do conhecimento europeu. Lisboa precisa de uma visão que permita posicioná-la fortemente no âmbito da oferta turística mundial. Se é uma cidade dos Descobrimentos, um museu interactivo da globalização e do multiculturalismo, era algo que se devia debater. Mas a política à portuguesa tem fracos horizontes, ambiciona pouco, é pouco reflectida e, tal como há 8o anos, continua presa aos interesses. Eis porque ontem, tal como hoje, a caricatura publicada no jornal Sempre Fixe em 1926 se mantém actual:
É a cidade e o país que temos porque tristemente o cidadão só se manifesta quando o seu clube de futebol foi "roubado" pelo árbitro ou o respectivo presidente indiciado de corrupção pela PJ... E vende mais o livro da ex-mulher do dito cujo (com direito a cenas de pancadaria nos hipermercados para disputar os últimos exemplares da primeira edição) do que o Pessoa ou outros autores que realmente podiam trazer algo de útil ao desenvolvimento do Homem e da Humanidade. Com uma mentalidade assim também não há político nem politiqueiro que consiga solucionar o que à partida as pessoas se habituaram a ter como normal, sejam buracos na rua, carros nos passeios, mamarrachos ou outros atentados urbanísticos.
1 Comments:
Acho que você tem mesmo jeito para a política.
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