Grandes Portugueses: E porque não Villas-Boas?
Villas-Boas com Bill Evans (Estoril, 1975)
A RTP decidiu levar a votos junto do público a eleição dos grandes portugueses.
Pois bem, e porque não Luís Villas-Boas, que tanto fez pela cultura e pelo Jazz em Portugal?
De facto, a ele se devem pelo menos três iniciativas pioneiras e fundamentais:
- A divulgação e legitimação do Jazz, tendo criado o mais importante programa de rádio e assinado os primeiros artigos de imprensa, consistentes, sobre os novos sons que sopravam do ocidente, para além de ter dinamizado programas televisivos sobre jazz e proferido várias palestras em liceus e universidades;
- A produção do Jazz, pela organização das primeiras jam-sessions, pela produção dos primeiros grandes concertos e pelo lançamento do Cascais Jazz - o mais emblemático festival de Jazz jamais realizado entre nós - e outros festivais;
- A congregação dos amadores, a formação de músicos e a perpetuação do Jazz, mediante a fundação do Hot Clube de Portugal (Lisboa) e do Luisiana (Cascais).
Mas mais do que isto, Villas-Boas foi um dos agentes do Século XX que contribuiram para o direito dos negros à cultura, à produção de cultura, o que era avidamente negado pelos brancos do establishment. E a luta por este direito, ainda que indirecta, marcou a queda da última fronteira entre as raças.
Não foi, pois, Villas-Boas um grande português, maior até do que o seu País?
Eu acho que sim e não estou seguramente só.
«Antes de Luís Villas-Boas ter "arrancado" aos portugueses um inesperado êxito num festival de jazz, este vivia, ou vegetava, no período das trevas, no antes-de-Cascais».
Fernando Cascais, in «Flama» 25/02/1972
«Luís Villas-Boas, sinónimo inteligente da anticultura, talvez tenha um país que não o mereça».
Anabela Martins da Cruz, in «Diário de Notícias» 04/02/1989
«Luís Villas-Boas nasceu para o jazz, viveu o jazz e deu a Portugal uma revolução [Cascais Jazz] dois anos antes do 25 de Abril».
Rui Tentúgal, Editor de Cultura do «Expresso», in «A Capital» 11/03/1999
«Foi o labor de uma vida plena que impôs entre nós o Jazz (essa «música de pretos», como se dizia) como uma força cultural imparável, confirmou os novos músicos sustentado-lhes o ímpeto e ajudou à divulgação dos seus talentos até fora das fronteiras de um país que, para Villas-Boas, era exactamente do seu tamanho: imenso».
José Mendes, «Expresso» 13/03/1999
Villas-Boas com Bill Evans (Estoril, 1975)
A RTP decidiu levar a votos junto do público a eleição dos grandes portugueses.
Pois bem, e porque não Luís Villas-Boas, que tanto fez pela cultura e pelo Jazz em Portugal?
De facto, a ele se devem pelo menos três iniciativas pioneiras e fundamentais:
- A divulgação e legitimação do Jazz, tendo criado o mais importante programa de rádio e assinado os primeiros artigos de imprensa, consistentes, sobre os novos sons que sopravam do ocidente, para além de ter dinamizado programas televisivos sobre jazz e proferido várias palestras em liceus e universidades;
- A produção do Jazz, pela organização das primeiras jam-sessions, pela produção dos primeiros grandes concertos e pelo lançamento do Cascais Jazz - o mais emblemático festival de Jazz jamais realizado entre nós - e outros festivais;
- A congregação dos amadores, a formação de músicos e a perpetuação do Jazz, mediante a fundação do Hot Clube de Portugal (Lisboa) e do Luisiana (Cascais).
Mas mais do que isto, Villas-Boas foi um dos agentes do Século XX que contribuiram para o direito dos negros à cultura, à produção de cultura, o que era avidamente negado pelos brancos do establishment. E a luta por este direito, ainda que indirecta, marcou a queda da última fronteira entre as raças.
Não foi, pois, Villas-Boas um grande português, maior até do que o seu País?
Eu acho que sim e não estou seguramente só.
«Antes de Luís Villas-Boas ter "arrancado" aos portugueses um inesperado êxito num festival de jazz, este vivia, ou vegetava, no período das trevas, no antes-de-Cascais».
Fernando Cascais, in «Flama» 25/02/1972
«Luís Villas-Boas, sinónimo inteligente da anticultura, talvez tenha um país que não o mereça».
Anabela Martins da Cruz, in «Diário de Notícias» 04/02/1989
«Luís Villas-Boas nasceu para o jazz, viveu o jazz e deu a Portugal uma revolução [Cascais Jazz] dois anos antes do 25 de Abril».
Rui Tentúgal, Editor de Cultura do «Expresso», in «A Capital» 11/03/1999
«Foi o labor de uma vida plena que impôs entre nós o Jazz (essa «música de pretos», como se dizia) como uma força cultural imparável, confirmou os novos músicos sustentado-lhes o ímpeto e ajudou à divulgação dos seus talentos até fora das fronteiras de um país que, para Villas-Boas, era exactamente do seu tamanho: imenso».
José Mendes, «Expresso» 13/03/1999
1 Comments:
:)Fixe
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